segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Terapia de vidas passadas

Terapia de vidas passadas (TVP), regressão, regressão de memória ou ainda retrocognoterapia (Salvino, 2008) consiste em fazer o paciente relembrar suas supostas vidas passadas através da hipnose.

Histórico

O nome Terapia de Vidas Passadas (Past Life Therapy) foi cunhado pelo Doutor em Psicologia Morris Netherton, em 1967, quando desenvolveu um método próprio de hipnose, que designou como Hipnose Ativa. O fundamento dessa abordagem extrai da hipnose regressiva o seu fundamento: em estado alterado de consciência, o cliente regressaria a um passado além do limiar da vida atual, onde se encontra um reservatório mnemônico cuja instância é o que o pesquisador Hemandra Banerjee denominou de "memória extra-cerebral". Segundo a hipótese da Terapia de Vidas Passadas, ao atingir o núcleo do trauma, seu inconsciente libera o material psíquico retido através do que Freud chamou de "catarse". Com a catarse, a energia psíquica é liberada e o sujeito sentiria um alívio significativo em seus sintomas. Esse alívio psíquico seria a causa das curas físicas e psicológicas registradas pelos terapeutas de regressão. Além de Morris Netherton, são considerados os precursores dessa corrente terapêutica Hans Tendam, Roger Woolger e Edith Fiore. Até hoje, esses autores são considerados referências na área e leitura obrigatória nos cursos de formação.

A terapia pode ser feita pela ajuda da hipnose, mas alguns ensinamentos não necessitam deste método. A hipnose possibilita ao experienciador adentrar em estados mais profundos de consciência ou o transe regressivo propriamente dito, onde desencadeia o fenômeno da retrogocnição ou lembrança de vidas passadas. Outros métodos podem ser usados, como por exemplo, a autopesquisa contínua de alguma dificuldade pessoal. O autopesquisador adentra profundamente dentro de si, pesquisando-se até que em dado momento regride sozinho, lembra de flash ou de situação continua em sonhos PES (percepção extrassensorial). Se lembrando de experiências no passado ou traumas, uma pessoa pode identificar a origem de seu problema e curá-lo. Um dos mais famosos escritores americanos sobre o assunto é Brian L. Weiss, graduado pela Columbia University e Yale Medical School e titular da cadeira de psiquiatria no Mount Sinai Medical Center de Miami, com várias obras traduzidas para o português.

Ela pode ser útil de várias formas, no tratamento de: fobias e medos irracionais, problemas psicossomáticos, disfunções de alimentação, problemas familiares, distúrbios sexuais, problemas de casamento e de relacionamento. Ela trata padrões negativos de ser e de agir, encontrando os motivos para as dificuldades na vida atual e pondo em ação uma mudança positiva, modificando atitudes e formas de entender a existência. O motivo para procurar a terapia de vidas passadas, diferente do que pensam muitas pessoas, não é procurar mudar nada no passado, mas sim melhorar sua vida agora. Com muita frequência traumas e padrões negativos de comportamento do passado continuam a nos influenciar, sem que nos apercebamos, até hoje e isso pode se manifestar no presente como uma fobia, alergia, uma doença crônica ou uma deficiência física, um vício, um distúrbio mental, incapacidade de se relacionar, uma atração ou repulsa inexplicável em relação a alguém.

Proponentes

Entre os conhecidos terapeutas dos países de língua inglesa que utilizam e ensinam a Terapia de Vidas Passadas incluem-se os Drs. Brian Weiss, Barbara Brennan e Ken Page nos E.U.A. e o Dr. John Plowman no Reino Unido. Em quase todos os grandes centros do Brasil encontra-se psicólogos e psiquiatras que aplicam a técnica.

No Brasil existem diversas linhas terapêuticas de TVP, cada qual possuindo suas particularidades e diferenças. Em ultima análise, as semelhanças entre elas são muito mais consideráveis que as diferenças. As divergências se situam num plano mais teórico e no foco que cada terapeuta concentra a sua atenção. As escolas mais sérias, como ensinadas pelo INTVP, fundado por Maria Júlia e Ney Prieto Peres, não se utilizam do aspecto espiritual e o relegam a segundo plano, preferindo focar em aspectos psicológicos próprios da consciência objetiva atual e do "significado" que a pessoa dá a experiência de vidas passadas. Outras abordagens, como a da SBTVP ( Sociedade Brasileira de Terapia de Vidas Passadas) por outro lado, procura colocar a TVP num nível mais kármico, levando em consideração a missão de vida do atendido. Esta é considerada por alguns como a abordagem mais espiritual da Terapia de Vidas Passadas no Brasil, pois supostamente lida com a questão das "presenças" (espíritos obsessores para o Espiritismo). Outras abordagens menos ortodoxas utilizam a técnica do mentor (seria uma alma de maior adiantamento espiritual que vem auxiliar nas regressões), da proposta encarnatória (nossa missão na vida), do pós-morte (a vida após a morte), vidas futuras, guias espirituais, dentre outros.

Pressupostos teóricos

Desde muito tempo atrás, séculos, milênios, uma grande parcela da humanidade já carrega consigo a certeza da reencarnação. Os povos orientais, especialmente, levaram para dentro de suas filosofias e religiões esse conceito. A psicologia no mundo ocidental parece ter levado quatro mil anos para começar a vislumbrar a explicação da reencarnação para justificar as doídas dores da alma do homem contemporâneo; suas depressões, seus delírios, suas ansiedades e somatizações, seus padrões negativos de comportamento , tudo aquilo, enfim, que ele usa para se manter vivo. Embora há poucos anos entre nós, já há algumas décadas terapeutas em diferentes partes do mundo, especialmente nos Estados Unidos, começaram a confrontar-se com experiências pessoais ou de clientes que durante sessões de psicoterapia ou de hipnose vivenciaram acontecimentos ocorridos em épocas passadas, em outra faixa de tempo, sabendo mesmo, por exemplo, relatar fatos históricos dos quais não tinham tido nenhuma informação cultural anterior, ou a falar línguas a eles estranhas. A partir do estudo sistematizado dessas experiências, e principalmente dos resultados terapêuticos obtidos, técnicas de regressão no tempo foram estudadas e aperfeiçoadas, sendo possível ao cliente lembrar-se de todo o processo.

O objetivo é propiciar ao indivíduo oportunidades seguras para que possa revivenciar os episódios traumáticos, geralmente ocorridos em situações que ficaram mal resolvidas no passado e se transformaram em problemas no presente. ao tomar conhecimento do trauma anterior, o indivíduo traz para o nível do entendimento, para a mente consciente, o porquê do problema, que vem sendo experimentado até então desconectado da razão. Para a maioria das pessoas a regressão se faz acompanhar de uma catarse dessa energia bloqueada na forma de uma grande liberação de emoções. Noutras vezes o indivíduo ainda necessita de uma reprogramação de vida, a esse processo a terapia de vida passada chama conscientização e transformação. Como todas as técnicas psicoterápicas, inclusive as analíticas, a TVP trabalha com as dores emocionais sendo uma ciência do comportamento humano, enquanto terapia, usando da compilação e sistematização como técnica do tratamento.

A maior parte do trabalho terapêutico compreende liberar algo que ficou bloqueado no passado, ou está preso no inconsciente do indivíduo, este fardo, transportado para a vida atual, precisa ser eliminado através do seu esclarecimento e de sua compreensão, para dar lugar a um novo tipo de resposta psíquica e comportamental, esse é o objetivo da terapia. A causa original pode ser emocional, física ou mental, mas ficará marcada como uma cicatriz na vida atual e poderá se manifestar como alguma forma de doença ou outro tipo de mal-estar, não necessariamente físico. A recordação, desidentificação e resignificação desses problemas do passado, com a posterior  reprogramação de modos de ser e agir perante a vida é que vão proporcionar a cura.

A diferença fundamental entre a TVP e as outras escolas psicológicas ortodoxas como a psicanalítica, a cognitiva-comportamental e muitas outras é a crença na reencarnação e o entendimento de que a nossa espiritualidade, sendo parte integrante e inseparável de nosso ser, também pode padecer de processos patológicos que levam a repercussões desagradáveis em nossa vida levando à dor, ao sofrimento e ao desespero. Existe uma tendência a se mistificar a TVP ou mesmo associá-la a determinadas religiões, é provável que isso aconteça justamente pela abordagem espiritualizada e reencarnacionista do processo em si, o que é indissociável de suas bases teóricas. Como nas sociedades ocidentais ciência e espiritualidade ainda são incompatíveis existe uma tendência a que as escolas, conselhos e entidades de classe tomem partido de determinada opinião mais "psicológica" e "científica" taxando esse tipo de terapia de "espírita", "mística" ou simples charlatanismo, que infelizmente, temos que admitir, pode acontecer, como em qualquer área do conhecimento humano.

Visão espírita

Ensina a Doutrina Espírita que o esquecimento do passado é necessário para que o espírito em sua atual existência não seja sobrecarregado com as lembranças e emoções de outras vidas.

Existe uma passagem do "Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, que alguns defendem autorizar o resgate das memórias de encarnações passadas:

“Ao entrar na vida corporal, o Espírito perde, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse; entretanto, às vezes, tem uma vaga consciência disso e elas podem até mesmo lhe ser reveladas em algumas circunstâncias. Mas é apenas pela vontade dos Espíritos Superiores que o fazem espontaneamente, com um objetivo útil e nunca para satisfazer uma curiosidade vã.“

Vemos nessa passagem do “Livro dos Espíritos” que é possível lembrar de existências anteriores, quando há um motivo útil e quando os espíritos superiores aprovam.

Estudiosos espíritas costumam dizer que a TVP não é uma brincadeira, mas uma técnica séria e que deve, portanto, ser procurada apenas quando necessária. Em outras palavras, não se deve encarar a regressão como uma chance de descobrir uma vida passada ilustre ou por mera curiosidade.

Apesar da confusão sobre os dois temas: terapia de vidas passadas e espiritismo (pelo fato da TVP se basear na crença da reencarnação) a terapia se baseia em preceitos científicos estruturados através de estudos e pesquisas realizadas por psicólogos e psiquiatras como: Maria Júlia Peres, Lívio Túlio Pincherle, Hernani Guimarães Andrade, Hellen Wambach, Morris Netherton, etc. É um processo psicoterápico que trata de problemas psicológicos e emocionais, já o Espiritismo é uma doutrina religiosa, com crenças e dogmas que procuram ajudar o homem a resolver seus problemas de ordem espiritual para alcançar uma melhor evolução de seu espírito a longo prazo. Espiritismo é religião, terapia de vidas passadas é ciência, ainda com suas dúvidas e controvérsias, mas embasada em teorias semelhantes à outras disciplinas psicológicas.

No livro Memória Cármica Emocional é descrito o Mecanismo do Carma, aliando mensagens psicografadas, ciência e casos verídicos, com seus desdobramentos complexos que envolvem as relações afetivas, que muitas vezes na vida atual, apresentam conflitos sem causa conhecida, sentimentos ocultos, que advém das memórias e de nossas experiências do passado. Quando acessamos a causa, mudamos nossa percepção e comportamento.

Visão cética

Céticos afirmam que apesar de os pacientes realmente acreditarem ter lembrado vidas passadas, trata-se de memórias falsas.

Segundo o psicólogo cético Robert Baker, a crença na reencarnação é o principal previsor de que o paciente terá uma memória de vidas passadas durante a terapia de vidas passadas.

Um dos casos mais notórios da terapia foi o de uma mulher americana que lembrava ter sido Bridey Murphy, e cantava canções irlandesas antigas; quando o caso foi investigado, foi demonstrado que ela lembrava não de uma vida passada, mas da sua infância. O livro The Search for Bridey Murphy detalha esta história.

O inegável é que mesmo que sejam fantasia, imaginação, alucinações ou mesmo criações mentais as regressões, dentro do processo terapêutico, são capazes de fazer sintomas desaparecerem ou promover a cura de aspectos doentios de personalidade. A maioria dos pacientes que passaram pela terapia de vidas passadas, diga-se de passagem, livraram-se de vários sintomas e melhoraram sua qualidade de vida.

Obsessão (espiritismo)

Obsessão, segundo o espiritismo, seria uma influência de supostos seres imateriais que influenciariam as pessoas devido aos seus pensamentos impuros. Os adeptos desta religião acreditam que a obsessão pode causar doenças físicas e psíquicas.

Segundo Allan Kardec, o codificador do espiritismo, seria o domínio que alguns espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticado senão por espíritos inferiores que procuram dominar o obsediado. É a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.

Influência dos espíritos

A crença na influência do espíritos dos mortos sobre os vivos é antiga, conforme pode depreender-se da Literatura em geral. Como exemplo popular, o escritor português Camilo Castelo Branco, nas suas "Novelas do Minho", documenta um caso mediático no seu país em meados do século XIX, em nota na primeira parte do conto "Maria Moisés":

" A profunda certeza de que o corpo humano está exposto a invasões diabólicas entra no Minho em capacidade de bacharéis. Vinte e oito anos depois que o minorista professava crenças em obsessos, por 1841, na freguesia de Ribas, concelho de Celorico de Basto, um moço de lavoura requeria ao juiz de paz - que o era dos órfãos também - neste sentido: "Que a alma de certa pessoa se lhe metera no corpo, e o não deixava dormir, exigindo-lhe um sermão e certo número de missas; e, como ele suplicante era pobre, requeria que despesa fosse feita à custa da caixa dos órfãos."
O juiz de paz ponderou seriamente e conscienciosamente a justiça do pedido; mas não quis ainda assim decidir sem consultar pessoa de maiores teologias. Mandou, pois, ouvir o doutor Curador dos órfãos: o qual respondeu "que se ouvisse previamente o conselho de família": O conselho reunido deliberou que, visto o doutor Curador não impugnar, era de parecer que se concedesse à alma a graça que requeria, e se aliviasse o rapaz do vexame. Em consequência, pregado o sermão e ditas as missas, o rapaz ficou são e escorreito. (Veja o "Periódico dos Pobres no Porto", de maio de 1842, e a "Revista Universal Lisbonense" do mesmo ano, pág. 430). O doutor Curador de Celorico provavelmente está hoje no Supremo Tribunal de Justiça a lavrar os acórdãos. Semelhante magistrado, se conserva ainda no espírito as velhas crenças até certo ponto cristãs, de certo não fará justiça de mouro." 
Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, dedicou um capítulo inteiro ao tema "Obsessão".

Graus de obsessão

No que tange aos tipos possíveis de obsessão, a doutrina espírita apresenta uma classificação em três graus de intensidade crescente, a saber:

A obsessão simples, que ocorre quando um espírito ou vários influenciam a mente de um médium com suas ideias, mas de maneira tal que o médium consciente percebe. A obsessão simples perturba, podendo causar constrangimento quando o médium inexperiente exprime de forma desavisada pensamentos que não são seus e somente se dá conta disso depois. No entanto, ele, médium, permanece senhor de si mesmo e reconhece quando fala ou age sob influência, sendo a ele possível, com estudo, aprender a controlar-se.
A fascinação é uma ação direta e constante do pensamento de um espírito sobre a mente do médium paralisando-lhe o raciocínio de tal modo que este aceita tudo que lhe é passado pelo espírito como a mais pura verdade, reproduzindo, desde informações simplórias aos mais completos disparates, como se fosse tudo fruto da mais profunda sabedoria. O espírito que se dedica à fascinação de um médium é ardiloso pois, primeiro, ele tem que ganhar a confiança irrestrita do médium para aos poucos ir dominando seu raciocínio.
A subjugação é uma influência tão forte sobre a mente do médium que este não mais raciocina nem age por si mesmo, agindo como marionete do espírito ou dos espíritos que o influenciam.
A obsessão simples tanto pode ser resultado da ação de espíritos voltados para o mal que querem prejudicar o médium por sentir prazer nisso, como de espíritos que identificaram no médium alguém que lhes prejudicou ou agrediu física ou moralmente em outra existência e, não tendo evoluído a ponto de perdoá-lo, dele buscam vingança. A fascinação tanto pode ser uma ação dirigida contra o médium, para fazê-lo parecer ridículo e, assim, humilhá-lo, como uma ação dirigida a um grupo ou a toda uma comunidade visando criar um movimento de oposição a outros voltados ao bem e à busca da verdade. Os casos de subjugação, finalmente, são os mais complexos, pois se trata sempre da ação de espíritos que têm profundo ódio pelo médium, tudo fazendo para lhe arruinar a existência.

De obsessão simples a subjugação

Analisando-se o caso de Anneliese Michel (1952-1976), supõe-se que ela começou a sofrer de obsessão aos 16 anos. O fato de ela alegar desde o começo que estava sob influência de supostos espíritos, de vê-los e querer se ver livre deles revela sob a ótica da fé, que ela estivesse, inicialmente, sob o efeito de uma obsessão simples. Infelizmente, a época, não seria possível um diagnóstico adequado e tratamento para causas psiquiátricas, de modo que a possibilidade de obsessão é mera especulação nesse caso.

No entanto, sem que tratamento algum lograsse sucesso, os crentes supunham se tratar da investida de espíritos, que aos poucos teriam conseguindo ter controle sobre sua mente e sobre seu corpo, o que caracterizaria sob o ângulo da fé espírita, um caso de subjugação, conforme se lê no artigo sobre a jovem:

“Ela insultava, espancava e mordia os outros membros da família, além de dormir sempre no chão e se alimentar com moscas e aranhas, chegando a beber da própria urina. Anneliese podia ser ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto quebrava crucifixos, destruía imagens de Jesus Cristo e lançava rosários para longe de si. Ela também cometia atos de auto-mutilação, tirava suas roupas e urinava pela casa com freqüência.

Tratamento

Na visão espírita, nem toda perturbação emocional tem origem espiritual, sendo sempre importante a averiguação médica das origens da mesma. Identificando-se, porém, uma ocorrência de obsessão, recomenda-se o tratamento de suas causas, ao mesmo tempo em que o tratamento médico lhe trata os efeitos. Como o Espiritismo vê, na obsessão e na subjugação, a ação de espíritos desencarnados que odeiam o médium e querem se vingar dele , aos quais chama de obsessores, ele preconiza o esclarecimento dos mesmos à luz da Lei de Causa e Efeito ao mesmo tempo em que enseja ao médium e àqueles que se preocupam com ele uma ação efetiva em busca do auto-aprimoramento, baseada no estudo da Doutrina Espírita e na dedicação à caridade. O tratamento da obsessão, chamado de desobsessão, é sempre feito em um Centro Espírita. Nele se utiliza a Lei de Causa e Efeito na tentativa de mostrar aos obsessores que aquele por quem eles nutrem ódio hoje, em função de lhes ter feito mal em existência passada, teria, em existência ainda mais remota, sido a vítima cujos agressores teriam sido eles, ocasião em que teriam plantando a semente do mal que mais tarde os viria a afligir. Quebrar o círculo vicioso do ódio entre obsessor e obsediado é tarefa que requer do esclaredor espírita, paciência, perseverança e conhecimento dos mecanismos da vida. A desobsessão espírita é baseada no amor, pois procura ver a todos, obsessores e obsidiados, como irmãos e irmãs queridos necessitando de esclarecimento.

O Espiritismo orienta o tratamento das obsessões, promovendo melhor compreensão da relação entre o do obsessor e obsidiado mas destaca a importância da participação do enfermo como condição básica para o êxito. Entre as forma de tratamento Schubert, (1979) inclui:

Autodesobsessão: Ato de reforma íntima, tal como esclarece a Doutrina Espírita ou seja auto-evangelização, esforço e empenho para dominar as más tendências e inclinações, até chegar a uma auto-aceitação e "amor próprio".
Prece: a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor.” (A Gênese, Allan Kardec, capítulo 14º, item 46.)
Caridade: a prática da caridade e exercício para desenvolver em si mesmo o "amor ao próximo" que preconiza o evangelho

Obsessão e missão

É interessante o relato de que Anneliese teria tido um sonho com Maria, mãe de Jesus, em que esta ter-lhe-ía oferecido duas opções, a de se ver livre dos espíritos que a atormentavam ou a de continuar sendo atormentada por eles para que as pessoas soubessem da ação do mal e que Anneliese teria escolhido a segunda opção. À luz do entendimento espírita, o encontro de Anneliese em sonho com uma entidade luminosa que foi percebida por ela como sendo Maria, mãe de Jesus, pode ter sido um encontro com o Espírito guia de Anneliese e a proposta que ela relatou ter-lhe sido feita pode indicar que tudo o que ela sofreu fez parte de sua programação de vida para aquela existência. Nesse caso, a existência sofrida de Anneliese Michel em uma sociedade desinteressada pelas questões espirituais assumiria um novo e mais amplo significado, o que, tivesse ela vivido no Brasil, não seria o caso. Caso essa hipótese fosse comprovada, teríamos um caso raro de obsessão consentida durante a programação da existência, isto é, uma missão de vida.

Outras considerações

Alguns espíritas consideram a obsessão o "mal do século", pois muitas são as suas manifestações e poucas são comunidades no mundo que sabem como dela tratar integralmente.

É importante frisar que os sintomas descritos como causados pela obsessão, conforme dito mais acima em "Tratamento", podem ser causados por distúrbios psiquiátricos conhecidos, recomendando-se a avaliação por profissional da área.

O CID 10, item F44.3 - define estado de transe e possessão como "transtornos caracterizados por uma perda transitória da consciência de sua própria identidade, associada a uma conservação perfeita da consciência do meio ambiente. Devem aqui ser incluídos somente os estados de transe involuntários e não desejados, excluídos aqueles de situações admitidas no contexto cultural ou religioso do sujeito. Exclui: esquizofrenia (F20.-), intoxicação por uma substância psicoativa (F10-F19 com quarto caractere comum .0), síndrome pós-traumática (F07.2) e transtorno(s) orgânico da personalidade (F07.0) e transtornos psicóticos agudos e transitórios (F23.-)"

Este item está classificado sob F44 Transtornos dissociativos ou de conversão, que por sua vez "se caracterizam por uma perda parcial ou completa das funções normais de integração das lembranças, da consciência, da identidade e das sensações imediatas, e do controle dos movimentos corporais. Os diferentes tipos de transtornos dissociativos tendem a desaparecer após algumas semanas ou meses, em particular quando sua ocorrência se associou a um acontecimento traumático. A evolução pode igualmente se fazer para transtornos mais crônicos, em particular paralisias e anestesias, quando a ocorrência do transtorno está ligada a problemas ou dificuldades interpessoais insolúveis. No passado, estes transtornos eram classificados entre diversos tipos de “histeria de conversão”. Admite-se que sejam psicogênicos, dado que ocorrem em relação temporal estreita com eventos traumáticos, problemas insolúveis e insuportáveis, ou relações interpessoais difíceis. Os sintomas traduzem freqüentemente a ideia que o sujeito se faz de uma doença física. O exame médico e os exames complementares não permitem colocar em evidência um transtorno físico (em particular neurológico) conhecido. Por outro lado, dispõe-se de argumentos para pensar que a perda de uma função é, neste transtorno, a expressão de um conflito ou de uma necessidade psíquica. Os sintomas podem ocorrer em relação temporal estreita com um “stress” psicológico e ocorrer freqüentemente de modo brusco. O transtorno concerne unicamente quer a uma perturbação das funções físicas que estão normalmente sob o controle da vontade, quer a uma perda das sensações. Os transtornos que implicam manifestações dolorosas ou outras sensações físicas complexas que fazem intervir o sistema nervoso autônomo, são classificados entre os transtornos somatoformes (F45.0). Há sempre a possibilidade de ocorrência numa data ulterior de um transtorno físico ou psiquiátrico grave." 

Enfatizamos que, segundo essas definições o estado de possessão, segundo a definição médica, deve incluir aqueles de transe involuntários e não desejados, mas exclui aqueles ligados ao contexto cultural ou religioso do sujeito. Não pode, portanto, ser tomado como um reconhecimento dos fenômenos espirituais pela medicina.

Uma revisão de trabalhos publicados desde o final do século XIX sobre messianismo, loucura religiosa e trabalhos contemporâneos relacionando religião, uso de álcool e drogas, além de algumas condições clínicas (esquizofrenia e suicídio), refere-se à ausência de uma linha de pesquisa que proporcione uma melhor articulação entre investigação empírica e análise teórica dos dados, assim como um diálogo mais próximo da psiquiatria com ciências sociais, como a antropologia e a sociologia da religião para um maior avanço nesta área.

Paraprojeção consciente e Bilocação

Paraprojeção conscientenota segundo projeciologia, é uma espécie de projeção da consciência, na qual uma consciência desercarnada (extrafísica) deixa o duplo etérico (corpo astral, psicossoma) para se manifestar na dimensão mental.

Tal tipo de projeção não é um processo definitivo. A conexão entre o corpo mental (mentalsoma) e o duplo etérico é mantida através do chamado cordão de ouro.

Analogia

Em analogia a projeção da consciência, na qual uma a pessoa “deixa do corpo” involuntariamente ao dormir, ou pela vontade, de maneira lúcida (Veja também Níveis de lucidez), para se manisfestar com o corpo astral, a paraprojeção da consciêncianota  consiste em o desencarnado “deixar o corpo astral” involuntariamente por este estar incapacitado, ou de maneira consciente, para se manifestar com o corpo mental.

Bilocação

A Bilocação pode ser definida com o ato de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Segundo a Igreja Católica, a bilocação é um Carisma que poucos poderão receber. Padre Pio o teve. Mesmo com muitos relatos de que o fenômeno existe, ele ainda não está provado através do método científico. No caso de Padre Pio, houve testemunhas oculares, em que descreveram e até dialogaram com ele simultaneamente.

Linga sharira e Kâma rupa

Linga sharira (em sânscrito: linga, significando modelo; e sharira, que provem da raiz verbal sri, significando apodrecer), ou duplo etérico, designa, na teosofia, o 3º princípio na constituição setenária do homem, que é levemente mais etéreo que o corpo físico (sthula sharira). Segundo a Teosofia, ele permeia todo o corpo humano, sendo um molde de todos os órgãos, artérias, e nervos.

Linga sharira também recebe outros nomes tais como corpo etérico, corpo fluídico, duplo etérico, fantasma, doppelganger, homem astral, etc. Após a morte física, este duplo etérico ainda permanece algum tempo com vitalidade, formando o que se chama de "espectro" ou "fantasma". Segundo Blavatsky, o duplo etérico desempenha um papel importante nos fenômenos espíritas, sendo a substância que forma os chamados "espíritos materializados" nas sessões espíritas.

Deve-se notar que na literatura teósofica original (como a escrita por Blavatsky) o termo "corpo astral" não tem o mesmo significado de que o termo utilizado em literatura teosófica posterior (como a de C. W. Leadbeater). Nas obras de Blavatsky o corpo astral não se refere ao corpo emocional mas ao duplo etérico linga sharira. Contudo mais tarde C.W. Leadbeater e Annie Besant (Adyar School of Theosophy), e a seguir a eles, Alice Bailey, equacionaram o astral com o princípio kama (desejo) e designaram-no por corpo emocional (um conceito não encontrado na Teosofia anterior).

O duplo etérico é equivalente ao corpo vital na literatura rosacruciana de Max Heindel , pois o mesmo refere que o corpo etérico ou vital é divisível pelo indivíduo de forma voluntária-consciente-positiva (no caso de um "Auxiliar Invisível") ou de forma involuntária-inconsciente-negativa (no caso de "Medium"), em duas partes, cada uma das quais com dois etéres. A designação de "corpo vital", segundo Heindel, deve-se ao facto de o éter ser o meio de ingresso da força vital do Sol e das agências na natureza que promovem actividades vitais com o assimilação, o crescimento e a propagação.

Kâma rupa

Kâma rupa (em sânscrito: kama, desejo; rupa, corpo), também conhecido como corpo de desejos, corpo emocional ou corpo astral, designa na teosofia e em algumas correntes rosacrucianas, um dos princípios da constituição humana.

Na teosofia é usado indistintamente kâma rupa e corpo de desejos para denotar o 4º princípio na constituição setenária do homem. Kâma rupa é a sede da mente (a mente humana, inferior), a parte da constituição do homem que contém as energias mentais e psíquicas.

Deve-se notar que na literatura teósofica original (como a escrita por Blavatsky) o termo "astral" não tem o mesmo significado de que o termo utilizado em literatura teosófica posterior (como a de C. W. Leadbeater). Nas obras de Blavatsky o corpo astral não se refere ao corpo emocional mas ao duplo etérico Linga Sharira. Contudo mais tarde C.W. Leadbeater e Annie Besant (Adyar School of Theosophy), e a seguir a eles, Alice Bailey, equacionaram o astral com o princípio kama (desejo) e designaram-no por corpo emocional (um conceito não encontrado na Teosofia anterior).

Na literatura rosacruciana de Max Heindel, (que foi também teósofo), fundador da Fraternidade Rosacruz, aceitam uma constituição tríplice do homem, e neste caso o chamam de corpo de desejos. Assim, diz-se que o homem é um Espírito tríplice, possuindo uma mente que governa o tríplice corpo. Assim, o Espírito Divino emana de si o corpo denso extraindo como alimento a Alma consciente; o Espírito de Vida emana de si o corpo vital, extraindo como alimento a Alma intelectual; e finalmente, o Espírito Humano emana de si o corpo de desejos, extraindo como alimento a Alma Emocional.

Segundo estes mesmos rosacruzes, diz-se que o corpo de desejos tem uma densidade ainda inferior à do corpo vital, e é por meio dele que o homem exerce suas faculdades emocionais. Tal corpo amadurece no homem apenas na puberdade e tem a forma de uma esfera achatada, que circunda o corpo denso, sendo preso a este por meio do fígado. Após a morte, este corpo adquire a mesma forma do corpo denso durante a vida terrestre e permanece vivo por cerca de dois terços do tempo em que o indivíduo tenha vivido no mundo físico.

Além disto, outras correntes rosacruzes, como é o caso da Fraternitas Rosicruciana Antiqua, preferem propor uma constituição humana formada por três princípios: corpo, alma e espírito.

A Ordem Rosacruz, AMORC, codifica a existência de três níveis: o corpo físico, o corpo psíquico e a alma. O corpo psíquico equivale ao corpo astral, salvo por algumas diferenças conceituais de superfície. Os rosacruzes da AMORC acreditam que dividir o ser humano em tantos níveis (como a divisão setenária) pode causar certa confusão no público, por isso opta pela divisão ternária.

Apometria

A apometria (apo- do gr. "além de" e -metron "medida") é um conjunto de praticas com objetivo de cura, normalização corporal e conscientização do envolvimento energético, no qual os seres humanos estão imersos. Também chamada pelos seus praticantes de prática terapêutica alternativa, de natureza espiritualista e, segundo eles consiste na projeção da consciência e na dissociação dos múltiplos corpos sutis mediante a uma sequência de pulsos ou comandos energéticos mentais. Tal prática não foi comprovada pelo método científico.

Essa prática assistencial foi introduzida no Brasil pelo farmacêutico e bioquímico porto-riquenho, Luis Rodrigues, que a chamava de Hipnometria, e utilizava técnicas próprias para obter o suposto desdobramento anímico controlado. Na década de 1960, foi sistematizada pelo médico-cirurgião geral e ginecologista José Lacerda de Azevedo (1919-1997), no Hospital Espírita de Porto Alegre, que lhe trocou o nome para Apometria.

Apesar de não ter sido comprovada através do método científico, muitas pessoas afirmam ter sido curadas por essa prática. Os estudiosos dessa técnica afirmam ainda que com a evolução do método científico, todos os conceitos aparentemente inexplicáveis pela ciência como a vemos hoje, serão devidamente explicados com o desenvolvimento dos estudos e das faculdades humanas.

A terapia

Apometria é uma técnica terapêutica, baseada no desdobramento anímico, ou seja, o afastamento dos três corpos pertencentes ao quaternário inferior - duplo etéreo, corpo astral e mental inferior ou concreto - provocado por um campo de força criado pela mente de outra pessoa ou grupo, através do qual se trata outro ser, sintonizando e acessando suas desarmonias;

Atualmente, para efeitos didáticos, podem ser consideradas três linhas de aplicação dos conhecimentos apométricos. Existem grupos que trabalham com a linha pura do dr. Lacerda, sistematizador da Apometria; outros que seguem as orientações passadas por mentores ao centro apométrico de Lages, coordenado por Godinho; outros que adotam um enfoque misto, e ainda uma linha integral que procura enfatizar a abordagem das Personalidades Harmônicas, entre outros aspectos positivos.

Fundamental

Trata-se dos conhecimentos sistematizados pelo dr. José Lacerda de Azevedo. É impossível falar-se em prática apométrica sem considerar esses fundamentos: as 13 leis, conceitos de Corpos, Chacras(Centros Vitais), técnicas de cromoterapia mental, ideoplastias, desdobramentos, mediunidade e animismo, entre outros. Esses conceitos estão em dois livros do autor: “Espírito e Matéria – Novos Horizontes para a Medicina” e “Energia e Espírito”.

Foi desenvolvida com as pesquisas complementares realizadas no Centro Espírita Ramatis, em Lages (SC), dirigido por J.S. Godinho. Com mensagens de irmã Teresa D´Ávila e Mahaidana, considerados os mentores da Apometria, o grupo de Lages trouxe vários complementos importantes para o avanço dos trabalhos. Nível, Subnível;  MOF (Micro-organizadores Florais);  Personalidade Múltipla e Subpersonalidade são alguns dos enfoques abordados. Tudo é dinâmico. O processo de conhecimento é resultante das escolhas do pesquisador, como assegura um corolário importante da Mecânica Quântica. O resultado depende portanto do foco do observador.  Godinho tem nove livros publicados. O mais recente é “Conflitos Conscienciais – Personalidades Múltiplas e Subpersonalidades”.

Integra conhecimentos das linhas Fundamental, Psicológica com outros processos de tratamento energético. Este estágio atual seguido por alguns grupos de trabalho e pesquisa busca consolidar um método apométrico terapêutico, como forma de sistematizar os recursos medianímicos e alinhar um tratamento equânime para todos os assistidos.

Leis da apometria

Primeira Lei: Lei do desdobramento espiritual.
Segunda Lei: Lei do acoplamento físico.
Terceira Lei: Lei da ação à distancia, pelo espírito desdobrado.
Quarta Lei: Lei da formação dos campos-de-força.
Quinta Lei: Lei da revitalização dos intermediários.
Sexta Lei: Lei da condução do espírito desdobrado, de paciente encarnado, para os planos mais altos, em hospitais do astral.
Sétima Lei: Lei da ação dos espíritos desencarnados socorristas sobre os pacientes desdobrados.
Oitava Lei: Lei do ajustamento de sintonia vibratória dos espíritos desencarnados com o intermediário ou com outros espíritos desencarnados, ou de ajustamento da sintonia destes com o ambiente para onde, momentaneamente, forem enviados.
Nona Lei: Lei do deslocamento de um espírito no espaço e no tempo.
Décima Lei: Lei da dissociação do espaço-tempo.
Décima Primeira Lei: Lei da ação telúrica sobre os espíritos desencarnados que evitam a reencarnação.
Décima Segunda Lei: Lei do choque do tempo.
Décima Terceira Lei: Lei da influência dos espíritos desencarnados, em sofrimento, vivendo ainda no passado, sobre o presente dos doentes obsediados.
Décima Quarta Lei: Lei da Formação e Dissociação das Personalidades Múltiplas,sucessivas, vividas em outras existências. Parte “A” e Lei da Dissociação da Personalidade Física (atual) em Subpersonalidades. Parte “B”
Décima Quinta Lei: Lei da reintegração das Personalidades Múltiplas e Subpersonalidades.
Décima Sexta Lei: Lei das Propriedades dos Elementos do “Agregado Humano”, Personalidades Múltiplas e Subpersonalidades.

A constituição setenária do ser

Na óptica da apometria, o ser humano é composto por sete corpos. São eles:

Corpo físico
Corpo etérico ou duplo etérico
Corpo astral
Corpo mental inferior
Corpo mental superior
Corpo búdico
Corpo átmico

Forças empregadas na apometria

Força mental

Segundo os seguidores da apometria, a mente é uma "usina de força" que tem o poder ilimitado de moldar, mover e direcionar a "energia cósmica". Nesse sentido, Ramatis insistiria na ideia de que "toda magia é mental", pois é a força e a intenção de um pensamento que pode determinar se uma magia é benigna (magia branca) ou se interfere no livre arbítrio alheio, principalmente para fins egoísticos, fúteis ou prejudiciais (magia deletéria).

Ainda, de acordo com esta, a energia mental é de natureza "radiante". O pensamento pode ser transmitido à distância e captado de forma integral ou parcial por qualquer ser que tenha uma certa sensibilidade. Assim, o pensamento tem direção e um ponto de aplicação que é o seu objeto.

Os estudiosos das doutrinas espiritualistas de forma geral acreditam que todo pensamento que o ser humano cultiva emite uma energia equivalente no universo, tal energia atrai para perto de si energias equivalentes. Se cultivamos pensamentos bons, fraternais, de amor e auxílio ao próximo, entre outros, atraímos para perto de nós energias positivas que nos auxiliam no desenvolvimento de nossa vida cotidiana. Se, ao contrário, cultivarmos pensamento egoísticos, rancorosos, remoendo raiva e ódio, atrairemos para perto de nós energias nocivas, que em certo grau se materializam através das doenças e dores inexplicáveis pela medicina comum mas que hoje, dentro do próprio meio científico possui cada vez mais estudiosos das chamadas doenças psicossomaticas.

Força zeta

Segundo a apometria, a Força Zeta é a liberação de energia condensada de um corpo físico. Desta forma, o operador apométrico utilizaria a energia do seu próprio corpo para criar campos de força, além de inúmeras outras aplicações da energia.

Leis da apometria

Apometria é geralmente praticada por determinados grupos adeptos de alguma destas três correntes de pensamento: Doutrina Espírita, Umbanda ou ao espiritualismo universalista. Na ótica da Apometria, o ser humano é composto por um corpo físico (sétimo corpo) e seis corpos extrafísicos. A aplicação da Apometria, sistematizada por uma equipe médica sob a coordenação de Dr. José Lacerda de Azevedo, segue as seguintes orientações:. O atendimento fraterno com nossos irmãos do plano invisível, são reportados com muito amor e diálogo. As Curas de suas más tendências são atendidas pelos mentores dos planos superiores.

Questionamentos e polêmicas

Apometria como toda técnica ou conhecimento novo gera polêmica e desconfiança. Muitos se aventuram em seu caminho tomando atitudes responsáveis e outros nem tanto com atitudes levianas. Como também existe o médico, o polícial e o religioso, bons ou maus, também o será o "APÔMETRA". Assim como os sistemas e doutrinas, seitas e filosofias são seguidos, exercidos e defendidos pelas crenças e experiências pessoais, a Apometria também o é.

Tudo que é novo gera dúvidas tal qual a discussão de uma "Terra redonda", ou se "espíritos existem" e criam-se correntes de fanáticos incautos a favor ou contra ela, como acontece contra ou a favor de qualquer coisa. Mesmo entre os que acreditam, a exercem com responsabilidade, há dissidências conceituais, técnicas e comportamentais. Não haveria de ser também entre os fanáticos que a perseguem, isso em nome do "bem", da "verdade", da "fraternidade" Espiritista tão evoluída e em nome de Jesus e Kardec. Algo bem semelhante aos "outros" crentes que criticam, mas repetem de forma piorada em sua inquisição íntima.

Se crêem (crença pessoal ou grupal) que é um "ingênua técnica" de qualquer coisa ou que não existe, ou que não funciona, porquê persegui-la e atacá-la? Sim, é porque acreditam nela, mas não a aprovam por preconceito pessoal. E o preconceito não é recomendado a religiosos, principalmente a arautos espiritistas. O tal espírito de pesquisa, postura científica é isento e procura testar primeiro antes de negar o que desconhece e teme, tal qual os homens da cavernas quando descobriram o fogo. Portanto, aos que "acreditam" e praticam pouco importa isso. Aos que não acreditam e não se importam, também pouco importa. Só importa aos incautos fanáticos que a perseguem, dando muito mais força e fazendo propaganda dela, que o contrário.

Se preocupam mais em atacar seus semelhantes que unir-se para fazer um contraponto inteligente e racional a céticos, a religiosos dogmáticos perseguidores, a pseudo-parapsicólogos, a grupos "avançados" fanáticos, etc. Isto chama-se CONCORRÊNCIA, proselitismo, marketing, egoísmo, ignorância, etc.

Primeira Lei: Lei do desdobramento espiritual (Lei básica da Apometria)

Enunciado:

"Toda vez que, em situação experimental ou normal, dermos uma ordem de comando a qualquer criatura humana, visando à separação do seu corpo espiritual – corpo astral – de seu corpo físico, e, ao mesmo tempo, projetarmos sobre ela pulsos energéticos através de uma contagem lenta, dar-se-á o desdobramento completo dessa criatura, conservando ela sua consciência".

A aplicação desta técnica possibilita explorar e investigar com facilidade o plano astral. O comando é dado enquanto emitem-se impulsos energéticos através de contagens em voz alta. Nos manuais de apometria, principalmente nas obras do Dr. Lacerda, esclarece-se que a contagem de 1 até 7 geralmente é suficiente, porém se for preciso deve-se contar quantos números forem necessários.

Uma das muitas críticas que a Apometria recebe daqueles que ainda não têm sequer um certo conhecimento é sobre a necessidade de realizar contagens e ou estalar os dedos quando se pronuncia os números. De fato, as contagens e comandos não podem ser confudidos com atos ritualísticos, o que muitos espíritas ortodoxos alegam sobre a metodologia da Apometria. Todavia, o próprio Dr. Lacerda explicou que as contagens não são usadas como rituais, mas uma forma prática de verbalizar a emissão de energia mental. O trabalho é mental, portanto as contagens são uma forma de apoio e de organização, pois qualquer palavra poderia ser dita, ou até mesmo não dita, já que a energia é emitida pela mente.

O desdobramento é produzido pela emissão da energia da mente que, direcionada pelo comando, cria o fluxo energético formado pelas forças cósmicas e mental/física. Logo, é justamente um fenômeno anímico do médium/operador (emissão de energia própria) que permite o desdobramento. Este é um dos diferenciais das técnicas da Apometria: a passividade dos médiuns é substituída por atividade e participação direta nos planos astrais.

Segunda Lei: Lei do acoplamento físico

Enunciado: "Toda vez que se der um comando para que se reintegre no corpo físico o espírito de uma pessoa desdobrada, (o comando se acompanhado de contagem progressiva) dar-se-á imediato e completo acoplamento no corpo físico".

Terceira Lei: Lei da ação à distância, pelo espírito desdobrado (Lei das viagens astrais)

Enunciado: "Toda vez que se ordenar ao espírito desdobrado do médium uma visita a lugar distante, fazendo com que esse comando se obedecerá à ordem, conservando sua consciência e tendo percepção acompanhada de pulsos energéticos, através de contagem pausada, o espírito desdobrado terá visão clara e completa do ambiente (espiritual ou não) para onde foi enviado".

Dr. LACERDA em "Espírito e Matéria", pag. 110-112. Ed. Pallotti Porto Alegre, 1988.

Quarta lei: Lei da Formação dos Campos-de-Força

Enunciado: "Toda vez que mentalizarmos a formação de uma barreira magnética, por meio de impulsos energéticos, através de contagem, formar-se-ão campos-de-força de natureza magnética, circunscrevendo a região espacial visada, na forma que o operador imaginou.

AZEVEDO, José Lacerda de. Espírito/Matéria: Novos horizontes para a medicina. Porto Alegre. Pallotti, 1988. Pp.131-132.

Quinta Lei: Lei da revitalização dos médiuns

Enunciado: "Toda vez que tocarmos o corpo do médium (cabeça, mãos), mentalizando a transferência de nossa força vital, acompanhando-a da contagem de pulsos, essa energia será transferida. O médium começará recebe-la, sentindo-se revitalizado".

Sexta Lei: Lei da condução do espírito desdobrado, de paciente encarnado para os planos mais altos, em hospitais do astral

Enunciado: "Espíritos desdobrados de pacientes encarnados somente poderão subir a planos superiores do astral se estiverem livres de peias magnéticas".

Sétima Lei: Lei da ação dos espíritos desencarnados socorristas sobre os pacientes desdobrados

Enunciado: "Espíritos socorristas agem com muito mais facilidade sobre os enfermos se estes estiverem desdobrados, pois que uns e outros, desta forma, se encontram na mesma dimensão espacial"

Oitava Lei: Lei do ajustamento de sintonia vibratória dos espíritos desencarnados com o médium ou com outros espíritos desencarnados, ou de ajustamento da sintonia destes com o ambiente para onde, momentaneamente foram enviados

Enunciado: "Pode-se fazer a ligação vibratória de espíritos desencarnados com médium ou entre espíritos desencarnados, bem como sintonizar esses espíritos com o meio onde forem colocados, para que percebam e sintam nitidamente a situação vibratória desses ambientes".

Nona Lei: Lei do deslocamento de um espírito no espaço e no tempo

Enunciado: "Se ordenarmos a um espírito incorporado a volta a determinada época do passado, acompanhando-a de emissão de pulsos energéticos através de contagem, o espírito retorna no tempo à época do passado que lhe foi determinado".

Décima Lei: Lei da dissociação do espaço-tempo

Enunciado: "Se, por aceleração do fator Tempo, colocarmos no Futuro um espírito incorporado, sob o comando de pulsos energéticos, ele sofre um salto quântico, caindo em região astral compatível com seu campo vibratório e peso específico Karmico (km) negativo – ficando imediatamente sob a ação de toda a energia km de que é portador".

Décima primeira Lei: lei da ação telúrica sobre os espíritos desencarnados que evitam a reencarnação

Enunciado: "Toda vez que um espírito desencarnado, possuidor de mente e inteligência bastante fortes, consegue resistir à Lei da Reencarnação, sustando a aplicação dela nele próprio, por longos períodos de tempo (para atender a interesses mesquinhos de poder e domínio de seres desencarnados e encarnados), começa a sofrer a atração da massa magnética planetária, sintonizando-se, em processo lento, mas progressivo, com o Planeta. Sofre apoucamento do padrão vibratório, porque o Planeta exerce sobre ele uma ação destrutiva, deformante, que deteriora a forma do espírito e de tudo o que o cerca, em degradação lenta e inexorável.

Décima Segunda Lei: Lei do choque do tempo

Enunciado: "Toda vez que levarmos ao Passado espírito desencarnado e incorporado em médium, fica ele sujeito a outra equação de Tempo. Nessa situação, cessa o desenrolar da seqüência do Tempo tal qual o conhecemos, ficando o fenômeno temporal atual (presente) sobreposto ao Passado".

Décima Terceira Lei: Lei da influência dos espíritos desencarnados, em sofrimento, vivendo ainda no passado, sobre o presente dos doentes obsidiados

Enunciado: "Enquanto houver espíritos em sofrimento no Passado de um obsidiado, tratamentos de desobsessão não alcançarão pleno êxito, continuando o enfermo encarnado com períodos de melhora, seguidos por outros de profunda depressão ou de agitação psicomotora".

Décima quarta Lei: Esta Lei consta do livro: "Energia e Espírito: Teoria e prática da Apometria" de José Lacerda de Azevedo

Enunciado: "A energia produzida pela mente, em nível cósmico, é diretamente proporcional a energia cósmica (K) multiplicada pela energia (Z) de zoom-animal e inversamente proporcional à energia barôntica de baros-peso oriunda da estrutura humana e, consqüentemente, de baixa freqüência (energia desarmônica - D), ou seja (Wap) = (K) x (Z) / (D)".

Projeção da consciência

Projeção da consciência (PC) (ou experiência fora-do-corpo (EFC))descreveria um suposto fenômeno paranormal: a “saída” da consciência do corpo humano e uma suposta "manifestação" em uma "dimensão extrafísica". O Espiritismo denomina esta "dimensão extrafísica" como plano espiritual. A experiência fora-do-corpo (do inglês out-of-body experience) pode ser caracterizada também como sendo a sensação de saída ou escape do corpo físico, sendo possível observar a si próprio e ao mundo afora de uma outra perspectiva.

Tais experiências seriam realizadas por qualquer pessoa, por meio do sono, via meditação profunda, técnicas de relaxamento, ou involuntáriamente, durante episódios de paralisia do sono, trauma, variações abruptas da atividade emocional e estresse, experiência de quase-morte, deprivação sensorial, estimulação elétrica do giro angular direito do cérebro, estimulação eletromagnética, experiências de ilusão de óptica controladas, e através de efeitos neurofisiológicos por indução de drogas.

A Projeciologia, fundamentada nos experimentos pessoais de projetores conscientes e sistematizações destas autopesquisas, esboçada por Sylvan Muldoon, Hugh Callaway (Oliver Fox), Robert Monroe, Johannes Hohlemberg, Marcel Louis Fohan, Robert Crookall, dentre outros, e sistematizada por Waldo Vieira, relata que durante a projeção, quando lúcida, o indivíduo está ciente de que se encontra fora do próprio corpo físico, projetado por meio do psicossoma (corpo astral, perispírito), que é uma entidade imaterial. Por intermédio da projeção da consciência é possível conhecer supostas dimensões extra-físicas.

A projeção da consciência com frequência é associada ao esoterismo e o movimento da Nova Era. Paralelamente, desde os anos 1960 o fenômeno é alvo de interesse da ciência acadêmica, devido principalmente as pesquisas sobre o assunto feitas por Charles Tart naquela época. Explicações científicas que seguem o princípio da parcimônia fazem previsões suficientes e pontuais acerca do fenômeno de experiência fora-do-corpo e outros estados alterados de consciência.

Teorias

Existem diversos relatos de projeções conscientes, inclusive publicados em forma de diário. Por exemplo as publicações dos autores estadunidenses Robert Monroe (“Viagens Fora do Corpo” de 1971) e William Buhlman (“Out of Body” de 1996); como também dos brasileiros Waldo Vieira (“Projeções da Consciência” de 1979), Moisés Esagüi e Wagner Borges. Tais autores fundariam posteriormente instituições dedicadas ao estudo e pesquisa do fenômeno descrito, entre outras atividades. A exemplo o Monroe Institute, o IIP (porteriormente IIPC), o CEC e o IPPB.

Os céticos acerca das projeções da consciência veem tais fenômenos como alucinações. Essa hipótese é apoiada em experimentos nos quais há a indução do estado quase-morte (EQM) por medicações anestésicas como a quetamina, pela indução de hipóxia cerebral, estimulação elétrica do giro angular direito do cérebro e outros cenários de alteração neurofisiológica e cognitiva, como suportados por experimentos.

A hipótese de alucinação segue a Navalha de Occam, o princípio da parcimônia, pois não há nenhum estudo que sustente a existência de um plano não-físico, não-mensurável, onde há interação de substância não-físicas com substâncias físicas (causalidade) , devido, pontualmente, ao caráter não-mensurável e estritamente subjetivo, onírico e possivelmente alucinógeno das experiências.

Não há resistência por parte de pesquisadores céticos para o estudo de fenômenos, basta que uma análise de caso faça surgir uma teoria científica. Uma teoria científica segue o método científico para tentar descrever um fenômeno com austeridade e realizar previsões com alto grau de precisão. Uma teoria com proposições acerca de elementos não-mensuráveis (não detectados) que são por definição não-físicos não conseguem descrever a realidade, situação em que a teoria é descartada porque se torna irrefutável (falseabilidade). Todos os centros de pesquisa científicos seguem o naturalismo biológico como posicionamento filosófico capaz de descrever o mundo com precisão e gerar conhecimento confiável. Se um fenômeno não pode ser detectado por aparatos físicos, ou seja, por aparatos científicos, então muitos fenômenos podem existir de maneira aleatória e nenhum tem relevância maior porque não podem ser detectados por mais que o pesquisador espiritual insista no caráter particular, privado e introspectivo do fenômeno. Vale lembrar que inúmeros danos cerebrais também sustentam experiências subjetivas, privadas, mas nenhuma se traduz como confiável para descrever a realidade.

Sonhos podem ter seu conteúdo cognitivo visualizado através de aparatos neurocientíficos, onde o pesquisador consegue montar quadros dos esquemas audio-visuais que o paciente está experienciando. Uma mesma aproximação de estudo já criou uma máquina capaz de ler os pensamentos de maneira rudimentar.

A projeção da consciência é uma experiência tipicamente subjetiva, descrita muitas vezes como próxima a sensação corporal de estar flutuando como um balão, e, em alguns casos, conforme relatos, havendo a possibilidade de estar vendo o próprio corpo físico, olhando-o sob o ponto de vista de um observador, fora do seu próprio corpo (autoscopia). Estatisticamente, uma em cada dez pessoas afirma ter tido algum tipo de experiência fora do corpo em suas vidas.

Segundo Vieira, quando o metabolismo e as ondas cerebrais diminuem, durante o sono, os laços energéticos que seguram o corpo astral ao corpo físico se soltariam, então a pessoa, através deste, seria projetada para fora do corpo humano. Dependendo do estado de lucidez, são relatados posteriormente como sonhos, sonho lúcido ou uma experiência extracorpórea totalmente lúcida. Durante a projeção propriamente dita o laço entre corpo astral e o corpo físico é mantido pelo chamado “cordão de prata”. Este romperia apenas no momento da morte biológica. Vieira também insiste em ressaltar o aspecto evolutivo da projeção consciente afirmando que “sair do corpo humano, com lucidez, é a mais preciosa e prática fonte de esclarecimentos e informações prioritárias acerca dos mais importantes problemas da vida, elucidando-nos sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos”. O seu tratado Projeciologia: Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano (1986) foi escrito com a proposta de chancelar a pesquisa científica sobre o tema.

Segundo a concepção espírita, o desdobramento trata-se de um processo de exteriorização do perispírito do corpo físico. O perispírito, durante este processo, sempre permanece ligado ao corpo por uma espécie de cordão umbilical fluídico. É um estado de relativa liberdade perispiritual, análogo ao sono, em que podemos agir semelhantemente a um desencarnado, podendo nos afastar a distâncias consideráveis de nosso corpo físico. O desdobramento pode ser inconsciente (caso em que ao retornar ao corpo, a pessoa não lembra da experiência), semiconsciente (caso em que ao retornar ao corpo, a pessoa lembra apenas veladamente da experiência) ou consciente (caso em que ao retornar ao corpo, a pessoa lembra claramente da experiência) e, esse último caso pode ser iniciado através de operadores encarnados ou desencarnados (benfeitores ou obsessores). Também pode ser parcial, que é quando o perispírito não deixa o corpo físico totalmente (situação na qual as faculdades psíquicas são muito ampliadas) ou total, quando o perispírito deixa o corpo físico. Essa faculdade também pode ser desenvolvida através de exercícios metódicos. Também é chamado de emancipação da alma, desdobramento astral, projeção astral ou exteriorização. O Livro dos Espíritos de Allan Kardec trata bastante do assunto, em sua parte 2, "Capítulo VIII - Emancipação da Alma".

O pesquisador espírita italiano Ernesto Bozzano escreveu sobre o assunto em uma série de obras notórias, como "Dei fenomeni di bilocazione" (1934).

Projeções

Existiriam alguns tipos de projeções e níveis de lucidez:

Níveis de lucidez

Projeção inconsciente: ocorreria quando o projetor sairia do corpo totalmente inconsciente. Seria um "sonâmbulo extrafísico". A maioria absoluta da população do planeta faria esta projeção durante o sono ou cochilo e estas seriam posteriormente relatadas como sonhos.
Projeção semiconsciente: ocorreria quando o grau de consciência é intermediário, e a pessoa ficaria sonhando acordado fora do corpo, totalmente iludido por suas ideias oníricas. Conhecido também como sonho lúcido.
Projeção consciente: ocorreria quando o projetor sairia do corpo e manteria a sua consciência durante todo o transcurso da experiência extracorpórea. São poucos que dominariam esta projeção.

Tipos de projeções

Projeção em tempo-real: quando o projetor projetar-se-ia para fora do corpo físico e cairia num suposto plano mais próximo ao plano físico, vivenciando tudo ao seu redor. Quem conseguiria este tipo de projeção, poderia supostamente relatar acontecimentos do cotidiano, naturais e extrafísicos. Supostamente, dependendo o nível do projetor, seria possível interagir com o plano físico.
Projeção involuntária: ocorreria com a maioria das pessoas que acordariam dentro dos sonhos sem sua própria vontade.
Experiência quase-morte: seria a experiência ocorrida quando, devido a uma doença grave ou acidente, a pessoa sofre o chamado "estado de quase morte". O coração e todos sinais vitais, inclusive as ondas cerebrais detectadas por aparelhos, parariam e a morte clínica do paciente estaria atestada pelos médicos. Nessas situações, acredita-se que o suposto 'espírito' não se desligaria do 'corpo físico' e o paciente "milagrosamente" ressuscitaria, ou seja, apenas que a experiência subjectiva se mantém porque o sistema nervoso ainda apresenta atividade ínfima, pois o processo de necrose (morte celular não-programada) não se instalou. Após o retorno de consciência, cerca de 11%[27] dos pacientes relatam experiências detalhadas a cerca de como podem supostamente descrever com detalhes aconteceu enquanto estava "morto", pois, na interpretação dualista, manteriam a consciência ou espírito no suposto plano astral, fora do corpo físico, enquanto tinham a sensação de pairar sobre o corpo. Para o psicólogo e parapsicólogo espiritualista Titus Rivas, a EQM não pode ser completamente explicada por causas fisiológicas ou psicológicas, pois a consciência funcionaria indepedentemente da atividade cerebral.
Projeção voluntária: este tipo de experiência poderia ser induzida através de técnicas projetivas, meditação, amparo de supostas entidades extrafísicas, entre outras. Segundos os praticantes de Yoga, Teosofia, algumas correntes filosóficas e escolas de estudos do pensamento a "projeção consciente" poderia ocorrer com qualquer pessoa, esteja ela consciente do fato ou não. Isto quer dizer que uma pessoa poderia "projetar sua consciência" sem saber que está realizando esta ação, no entanto, seu subconsciente está plenamente ciente da condição existencial que está sendo vivenciada.

Fenomenologia das experiências extracorpóreas

Ballonnement - sensação de abaloamento ou inchaço.
Catalepsia projetiva - estado em que a consciência ou experiência subjectiva se encontra no corpo, mas sem domínio sobre este; é comum no começo e principalmente no fim da experiência extracorpórea, normalmente durando poucos instantes; estado de paralisia astral passível de ocorrer durante a projeção, normalmente com praticantes iniciantes espiritualistas.
Estado vibracional - sensação de estado vibracional interior.
Ruídos intracranianos - ruídos naturais que podem ocorrer no momento do deslocamento do psicossoma (ou corpo astral) para fora do corpo físico.
Toda fenomenologia está inserida na experiência, seja ela de cunho espiritualista (durante a meditação ou prática de atividade espiritual), experimentação científica controlada como as patrocinadas pela ASPR (American Society for Psychical Research) no século passado, ou durante episódios de paralisia do sono, traumas, EQM, estimulação elétrica do giro angular direito do cérebro e outras experiências de ilusão de óptica controladas, etc.

Experimentos

A projeção da consciência na sua ontologia dualista não sustenta nenhuma teoria científica, ou seja, não possui um modelo de síntese consistente de hipóteses e previsões testáveis, sendo assim classificada como pseudociência pela ciência tradicional. Uma teoria falseável (falseabilidade) faz predições suficientemente precisas para que a teoria possa ser suficientemente refutada. Embora existam muitas interpretações sobre os chamados veículos espirituais ou astrais, nenhum apresenta hipóteses e previsões testáveis através de medições "físicas". Seu caráter subjetivo torna imprescindível a "autoexperimentação".

Segundo alguns pesquisadores, o escritor Honoré de Balzac em sua obra parcialmente autobiográfica "Lois Lambert" (1832), na qual relata um caso de projeção da consciência, foi o primeiro a propor a estruturação de uma nova ciência para o estudo desse fenômeno e suas implicações.

O cientista Charles Tart, que é um dos maiores defensores de que a consciência realmente se projeta para fora do corpo humano, fez vários experimentos sobre o assunto, como mostra por exemplo o seu artigo Psychophysiological Study of Out of Body Experiences in a Selected Subject (Estudos Psicofisiológicos de Experiências Fora do Corpo em Sujeito Selecionado), publicado originalmente no Journal of the American Society for Psychical Research. Nos anos 60, ele se tornou o pioneiro na pesquisa da projeção da consciência em experimentos laboratoriais controlados, tendo documentado que durante os períodos relatados pelos projetores enquanto estiveram "fora do corpo humano", seus padrões de ondas cerebrais foram diferente dos padrões do sono, do sonho, da sonolência e de outros estados alterados da consciência (expressão proposta pelo próprio Tart), e diferente até mesmo da vigília física ordinária (estado acordado). É bastante famoso o experimento conduzido em um Laboratório do Sono na Universidade da Califórnia pelo Dr. Charles Tart (com apoio do Dr. Arthur Hastings) tendo como objeto de estudo a jovem apelidada de "Miss Z", no qual a mesma, segundo Tart, obteve sucesso ao realizar a projeção da consciência e observar um conjunto aleatório de cinco algarismos presentes em outra sala próxima ao laboratório em que seu corpo estava, com sua atividade cerebral monitorada.

Outro experimento famoso foi conduzido em 1972 pelo cientista Karlis Osis (o então diretor de pesquisas da American Society for Psychical Research) tendo como objeto de estudo o pintor Ingo Swann. Durante o experimento, oito objetos-alvo diferentes foram escondidos da visão física de Swann em uma plataforma suspensa na sala em que ele estava para que ele, com eletrodos colocados em seu corpo, tentasse fazer uma projeção consciente e descobrir quais eram os objetos. O pintor descreveu verbalmente e com ilustrações os objetos e um psicólogo que não sabia do experimento associou corretamente as descrições de Swann com todos os objetos-alvo usados no experimento.

Alguns estudos alegam que algumas pessoas aparentaram terem sido capazes de induzir a projeção da consciência de maneira ponderada, através de visualizações enquanto dispostas em um estado meditativo, descontraído, ou em sonhos-lúcidos. Em experimento conduzido por Henrik Ehrsson em 2007 no Institudo de Neurologia na University College London, Ehrsson alegou que com o uso de óculos estereoscópicos 3D foi possível reproduzir a percepção de experiências fora do corpo nos voluntários do estudo. Os participantes alegaram que experimentaram a sensação de estarem sentados ao lado de seus corpos físicos mediante ilusão ótica. Mas na área das ciências, tal estudo não é uma evidência científica de que a fenomenologia de experiência fora-do-corpo possa ser explicada por uma alucinação. Estudos em áreas correlatas indicam que a fenomenologia de pacientes que passaram por quase-morte são análogas às de pessoas que vivenciam experiência fora-do-corpo. Há espaço para interpretações espiritualistas e modelos teóricos que considerem a delineação de espíritos ou substâncias imateriais, embora nenhuma tenha sido apresentado aos moldes de uma teoria científica refutável.

Sinonímia da Projeção da Consciência

Durante os séculos, a projeção da consciência foi recebendo diversos nomes por cientistas, doutrinas orientais e ocidentais, pesquisadores, projetores e outros grupos:

Ao contrário do que pode-se pensar à primeira vista, o fenômeno é vivenciado por muitas pessoas. Uma em cerca de dez pessoas afirmam já ter sentido experiências fora do corpo.
A experiência fora do corpo (EFC) é abordada de acordo com o nível de lucidez da consciência que pode variar devido a fatores psicológicos, emocionais, somáticos (orgânicos), dentre outros.
É objeto de estudo da moderna Parapsicologia e da Projeciologia, proposta por Waldo Vieira apesar de já ser citada em literaturas seculares no contexto histórico sociocultural mundial ainda que em contexto hermético e esotérico.

AKE: Außerkörperliche Erfahrung (alemão)
apopsiquia
autodesincorporação
autodiplosia*
aventura extracorpórea
centro móvel da consciência
deambulação astral
deambulação espiritual
desancoramento da consciência
descoincidência
desconexão
descorporificação
desdobramento
desdobramento astral (gnose)
desdobramento da consciência
desdobramento da pessoa
desdobramento espiritual (espiritismo)
desdobramento natural da personalidade
desdobramento parapsíquico
desdobramento perispiritual
desdobramento provisório
desdobramento vivo
desdobramento voluntário
desencarnação provisória
desincorporação temporária
desligamento do corpo
deslocamento da consciência
"despersonalização auto-induzida"
desprendimento de pessoa viva
desprendimento espiritual (espiritismo)
desprendimento voluntário
disjunção
dissociação
duplicação astral
EEC (experiência extracorporal)
EFDC (experiência fora do corpo)
ecsomação
"elevação ao céu"
emancipação da alma (kardecismo)
ensaio da morte
episódio fora do corpo
ESC (experiência de saída do corpo humano)
escapada para o astral
escapada perispirítica
estado ecsomático
estado de emancipação consciencial
excarnação temporária
excursão anímica
excursão parapsíquica
experiência assomática
experiência astral
experiência de outro mundo
experiência de saída do corpo
experiência ecsomática
experiência exterior ao corpo humano
EFC: experiência fora-do-corpo (parapsicologia)
experiência não-intermediada
experiência parassomática
experiência projetiva
exteriorização
exteriorização da psique
exteriorização do astrossoma
externalização
extrusão do duplo psíquico
extrusão do psicossoma
homoprojeção
jornada astral
jornada da alma
jornada extrafísica
libertação da consciência
libertação existencial
meia-morte
migração anímica
migração astral
miniférias extrafísicas
minimorte
morte prévia
morte provisória
morte temporária
OOBE ou OBE (Out-of-Body Experience) (inglês)
OBP ou OOBP (out-of-body projection) (inglês)
passeio no Além
pequena morte
peregrinação astral
prapti
pré-experiência da morte
pré-desencarnação
projeção astral (teosofia)
projeção da alma
projeção consciente do eu
projeção da consciência (projeciologia, conscienciologia)
projeção do corpo psíquico ou emocional (rosa-cruz)
projeção do eu
projeção do segundo corpo
projeção espiritual
projeção extracorpórea
projeção extrafísica
projeção fora-do-corpo
projeção heteróloga
projeção hominal
projeção humana
projeção interdimensional
projeção psíquica
relocação da sede consciencial
saída astral
saída da consciência fora da coincidência
saída consciente da matéria (TFCA)
saída da matéria (TFCA)
saída consciente do corpo físico (TFCA)
saída sideral
separação astral
sonho astral
sonho flutuante
sonho lúcido
sono desperto
telemetria astral
teste extracorpóreo
trailer da morte
transe onírico
transporte pelo espírito
transvazamento de consciência
via de acesso extrafísico
viagem anímica
viagem astral (esoterismo, ocultismo)
viagem clarividente
viagem da alma (eckankar)
viagem da consciência
viagem espiritual
viagem extracorpórea
viagem extrafísica
viagem extra-sensorial
viagem mística
viagem no corpo de sonho
viagem pela eternidade
viagem perispirítica
videha (Índia)
voo anímico
voo astral
voo sideral
voo xamânico.

Sinonímia da Experiência Fora do Corpo

As experiências fora do corpo receberam diversas denominações ao longo das últimas décadas:

Keshara: Termo sânscrito empregado pelos hindus;
Delog: Termo empregado pelos tibetanos;
Desdobramento: Termo oriundo do espiritismo;
Viagem astral: Termo criado pelo pesquisador estadunidense Robert Crookal;
Arrebatamento: Termo empregado em igrejas protestantes;
Projeção da Consciência: Termo técnico usado por pesquisadores e
OBE: Out-of-Body Experience, termo da língua inglesa.

Ao longo da história, pessoas individualmente ou em grupos, de uma forma ou de outra, vivenciaram estados alterados de consciência. No antigo Egito, por exemplo, acreditava-se que, após a morte do corpo físico, o espírito, livre do corpo, continuava a existir. O espírito livre (Ba) era representado na forma de uma ave semelhante ao falcão sobrevoando o corpo que morreu (veja a figura apresentada a seguir).

Relatos bíblicos

Na Bíblia é possível encontrar passagens que são interpretadas como saídas do corpo por muitos dos escritores sobre projeção da consciência:

II Reis, capítulo 6 versículo 8 a 12.
Eclesiastes, Capítulo 12 versículo 6 a 7.
Ezequiel Capítulo 3 versículo 12 a 14.
I Coríntios, Capítulo 15 versículo 35 a 44.
II Coríntios, Capítulo 12 versículo 2 a 4.
Apocalipse de João, Capítulo 1 versículo 10.