terça-feira, 1 de maio de 2018

Droga psicoativa

Uma substância psicoativa, substância psicotrópica, droga psicotrópica ou simplesmente psicotrópico é uma substância química que age principalmente no sistema nervoso central, onde altera a função cerebral e temporariamente muda a percepção, o humor, o comportamento e a consciência. Essa alteração pode ser proporcionada para fins: recreacionais (alteração proposital da consciência); religiosos (uso de enteógenos); científicos (visando à compreensão do funcionamento da mente); ou médico-farmacológicos (como medicação). Alternativamente, tal efeito na mente pode não ser o objetivo do consumo da substância psicotrópica, mas um efeito adverso do mesmo.
Tais alterações subjetivas da consciência e do humor são fonte de prazer (por exemplo, a euforia) ou servem para criar uma melhora nos sentidos e estados já experimentados naturalmente (por exemplo, o aumento da concentração), ou uma mudança na perspectiva mental, podendo aumentar também a criatividade: por isso, tantos artistas e intelectuais são defensores do consumo dessas drogas. Tais efeitos das drogas, contudo, podem levar ao uso recorrente das mesmas, o que pode levar à dependência física ou psicológica, promovendo um ciclo progressivamente mais difícil de ser interrompido. A impossibilidade física ou psicológica de interrupção desse ciclo caracteriza o vício em drogas, também chamado de drogadição e toxicodependência. A reabilitação de drogadictos/toxicodependentes, geralmente, envolve uma combinação de psicoterapia, grupos de apoio e até mesmo o uso de outras substâncias psicoativas que ajudam a interromper o ciclo de dependência.
A ética relativa ao uso dessas drogas é assunto de um contínuo debate, em parte por causa desse potencial para abuso e dependência. Muitos governos têm imposto restrições sobre a produção e a venda dessas substâncias na tentativa de diminuir o abuso de drogas.

Etimologia
"Psicotrópico" é formado pela junção de "psic(o)" ("alma", "espírito", "intelecto"), "trop(o)" ("desvio", "mudança", "afinidade") e "ico" ("participação", "referência", "relação").

História
O uso de drogas é uma prática desde tempos pré-históricos. Há provas arqueológicas do uso de substâncias psicoativas 10 mil anos atrás, e evidência histórica de uso cultural desde 5 mil anos atrás. Embora o uso pareça ter sido mais frequentemente medicinal, sugeriu-se que o desejo de alterar a consciência é tão primevo quanto o ímpeto de saciar a sede, a fome ou o desejo sexual. Outros sugerem que a propaganda, a disponibilidade ou a pressão da vida moderna são algumas das razões pelas quais as pessoas usam drogas psicoativas no cotidiano. Contudo, a longa história do uso de drogas e mesmo o desejo da criança de rodar, balançar ou escorregar indicam que o ímpeto de alterar a percepção é universal.
Essa relação não se limita ao homem. Alguns animais consomem diferentes plantas, frutos, frutos fermentados e outros animais como fonte de substâncias psicoativas, como por exemplo os gatos e sua predileção pela nepeta. Durante o século XX, muitos países inicialmente responderam ao uso recreacional das drogas banindo o seu uso e considerando criminosos o seu uso, armazenamento ou venda.

Classificações
As drogas psicotrópicas são classificadas em:

Estimulantes (recebem também o nome de psicoanalépticos, noanalépticos, timolépticos etc.)
Depressoras (podem também ser chamadas de psicolépticos)
Alucinógenas (psicoticomiméticos, psicodélicos, perturbadoras, psicometamórficos etc.)
Usos
As substâncias psicoativas são usadas para diferentes propósitos. Os usos variam grandemente entre as diferentes culturas. Algumas substâncias são de uso controlado ou ilegal, enquanto algumas podem ser usadas para propósitos xamânicos, e outras são usadas de modo terapêutico. Outros exemplos seriam o consumo social de álcool e os soníferos. A cafeína é a substância psicoativa mais consumida no mundo; mas, ao contrário de muitas outras, seu uso é legal e irrestrito em praticamente todas as jurisdições. No Brasil, maior produtor e segundo maior consumidor de café do mundo, 85% das pessoas consome café no desjejum.

Anestesia

Os anestésicos são uma classe de drogas psicoativas usadas em pacientes para bloquear a dor e outras sensações. A maioria dos anestésicos induz à inconsciência, o que permite, ao paciente, submeter-se a procedimentos médicos tais como a cirurgia sem dor física ou trauma emocional. Para induzir à inconsciência, os anestésicos afetam os sistemas GABA e NMDA. Por exemplo, o halotano é um agonista para GABA, e a cetamina é um antagonista para o receptor de NMDA.

Controle da dor

Drogas psicoativas são frequentemente prescritas para manutenção da dor. Como a experiência subjetiva da dor é regulada por peptídios opioides endógenos, a dor pode ser controlada usando psicoativos que operam nesse sistema neurotransmissor como agonistas dos receptores opioides. Esta classe de drogas incluem narcóticos opiáceos, como a morfina e a codeína.AINEs, como a aspirina e o ibuprofeno, são uma segunda classe de analgésicos. Eles reduzem a inflamação mediada por eicosanoides ao inibir a enzima ciclo-oxigenase.

Medicamentos psiquiátricos

Medicamentos psiquiátricos são prescritos para o tratamento de doenças mentais e emocionais. Existem 6 classes principais de medicamentos psiquiátricos:

Antidepressivos, que são usados para tratar diversos males, tais como depressão nervosa, epilepsia, ansiedade, transtornos alimentares e transtorno de personalidade limítrofe.
Estimulantes, usados para tratar distúrbios como o transtorno do déficit de atenção e como supressores do apetite.
Antipsicóticos, que são usados para tratar psicoses, esquizofrenia e mania.
Estabilizador do humor, utilizados para tratar o transtorno bipolar e o transtorno esquizoafetivo.
Ansiolíticos, usados para tratar transtornos da ansiedade.
Depressores, que são utilizados como hipnóticos, sedativos e anestésicos.

Uso recreativo da droga

Muitas substâncias psicoativas são usadas pelos efeitos de alteração do humor e da percepção, inclusive aquelas com uso aceito pela medicina e psiquiatria. Os tipos de drogas usadas frequentemente para uso recreacional incluem:
Estimulantes, que ativam o sistema nervoso central. São usadas recreacionalmente pelos efeitos eufóricos.
Alucinógenos (psicodélicos, dissociativos e delirantes), que induzem a distorções percepcionais e cognitivas.
Hipnóticos, que são usados recreacionalmente pela euforia que causam.
Analgésicos, utilizados também pelo efeito eufórico.
Inalantes, sob a forma de aerossóis ou solventes, que são inalados por causa de seu efeito estupefaciente. Muitos inalantes também se incluem em alguma categoria acima (como o óxido nitroso, que também tem efeito analgésico).
Em algumas subculturas, o uso de drogas é visto como símbolo de status, o que ocorre em lugares como casas noturnas, boates, raves e festas.Isso é fato histórico em muitas culturas; as drogas têm sido consideradas símbolos de status desde a antiguidade. Por exemplo, no Antigo Egito, eram comuns as representações de deuses segurando plantas alucinógenas.
Por causa da controvérsia sobre o regulamento das drogas recreacionais, existe um debate sobre a proibição das drogas. Críticos da proibição acreditam que a regulamentação do uso de drogas recreacionais é uma violação da autonomia pessoal e da liberdade.

Uso ritual e espiritual

Certos psicoativos, principalmente os alucinógenos, têm sido usados para fins religiosos desde tempos pré-históricos. Os nativos norte-americanos têm usado o peiote, que contém mescalina, em cerimônias religiosas há 5 700 anos. Os índios da Amazônia usam, para fins religiosos, a combinação de cipó-mariri e chacrona para a produção de ayahuasca há mais de 4 000 anos. O cogumelo Amanita muscaria, que produz muscimol, era usado com propósitos rituais por toda a Europa pré-histórica. Vários outros alucinógenos, como o estramônio e os cogumelos psicodélicos, são parte de cerimônias religiosas há séculos.
O uso de enteógenos para fins religiosos ressurgiu no Ocidente durante os movimentos de contracultura dos anos 1960 e 1970. Sob a liderança do americano Timothy Leary, novos movimentos religiosos começaram a usar o LSD e outros alucinógenos como formas de "sacramento". No Brasil, o uso do ayahuasca é permitido por lei para os praticantes das seitas que o usam para fins rituais, como as do Santo Daime e da União do Vegetal.

Administração

Para que uma substância seja psicoativa, ele deve atravessar a barreira hematoencefálica de modo a afetar a função neuroquímica. As drogas psicoativas são administradas de diferentes maneiras. Na medicina, a maioria das drogas psicoativas, como a fluoxetina, a quetiapina e o lorazepam, são ingeridas sob forma de comprimidos ou cápsulas. Contudo, alguns psicoativos farmacêuticos são administrados via inalação, injeções intramusculares ou intravenosas, ou ainda via retal em supositórios e enemas. As drogas usadas com fins recreativo são muitas vezes administradas sob formas incomuns ao uso medicinal. Algumas delas, como o álcool e a cafeína são ingeridas sob a forma de bebida; nicotina e THC são fumados; o peiote e os cogumelos psicodélicos são ingeridos in natura ou desidratados; e algumas drogas cristalinas, como a cocaína e as metanfetaminas são aspiradas. A eficiência de cada método de administração varia de acordo com a droga.

Efeitos

As drogas psicoativas atuam afetando temporariamente a neuroquímica do indivíduo, o que leva a mudanças de humor, cognição, percepção e comportamento. Há muitas maneiras pelas quais as drogas psicoativas podem afetar o cérebro. Cada droga tem uma ação específica em um ou mais neurotransmissores ou neurorreceptores cerebrais.
As drogas que aumentam a atividade em certos sistemas neurotransmissores são chamadas agonistas, aumentando a síntese de um ou mais neurotransmissores ou reduzindo sua recaptação nas sinapses. As drogas que reduzem a atividade neurotransmissora são chamadas de antagonistas, e interferem na síntese ou bloqueiam os receptores pós-sinápticos de modo que os neurotransmissores não se liguem a eles.
A exposição a substâncias psicoativas podem causar mudanças na estrutura e no funcionamento dos neurônios, enquanto o sistema nervoso tenta restabelecer a homeostase alterada pela presença da droga. A exposição a antagonistas para um determinado neurotransmissor aumenta o número de receptores para ele, e os receptores ficam mais sensíveis. Isso é chamado de sensibilização. Ao contrário, o sobre estímulo dos receptores por um determinado neurotransmissor causa uma diminuição em número e sensibilidade desses receptores, um processo chamado de dessensibilização ou tolerância. Sensibilização e dessensibilização são mais prováveis de ocorrerem em exposições prolongadas, embora possam acontecer após uma só exposição. Acredita-se que esses processos subjazem ao vício.

Sistemas neurotransmissores afetados

A seguir há uma pequena tabela de drogas conhecidas e seus principais neurotransmissores, receptores ou mecanismos de ação. Note-se que muitas drogas agem em mais de um neurotransmissor ou receptor no cérebro.

Neurotransmissor/receptor
Classificação
Exemplos
Descrição: Acetylcholine.svg

Colinérgico (agonistas da acetilcolina)
Anticolinérgicos (antagonistas da acetilcolina)
Descrição: Adenosin.svg
Antagonistas do receptor de adenosina[25]
Descrição: Dopamine2.svg

Inibidores da recaptação de dopamina (IRDs)
Liberadores de dopamina
Agonistas dopaminérgicos
antagonistas do receptor de dopamina

Descrição: Gamma-Aminobuttersäure - gamma-aminobutyric acid.svg

Inibidores da recaptação de GABA
Agonistas dos receptores de GABA
Agonistas GABA
Descrição: Noradrenaline chemical structure.png

Inibidores da recaptação de noradrenalina
Liberadores de noradrenalina
Descrição: Serotonin.svg
Agonistas dos receptores de serotonina
a maioria antidepressivos, inclusive os tricíclicos como a amitriptilina and ISRSs como a fluoxetina, a sertralina and o citalopram
Liberadores de serotonina
Antagonistas de receptores AMPA
Descrição: Tetrahydrocannabinol.svg
Agonistas de receptores canabinoides
Agonistas inversos dos receptores canabinoides
Receptor de melanocortina
Agonistas dos receptores de melanocortina
Antagonistas do receptor de NMDA
Agonistas do receptor de GHB
Agonistas do receptor µ-opioide
µ-opioid receptor Agonistas inversos do receptor µ-opioide
Agonistas do receptor κ-opioide
Agonistas inversos do receptor κ-opioide
Ligam-se à proteína transportadora de MAO



Dependência

As drogas psicoativas são frequentemente associadas ao vício. A drogadição pode ser dividida em dois tipos: dependência psicológica, na qual o usuário se sente compelido a usar a droga apesar das conseqüências físicas ou sociais, e dependência física, em que o usuário tem de usar a droga para evitar as consequências da síndrome de abstinência. Nem todas as drogas provocam dependência física, mas qualquer atividade que estimula o sistema de recompensa dopaminérgico do cérebro — normalmente qualquer atividade prazerosa — pode levar à dependência psicológica. As drogas que mais comumente causam dependência são as que estimulam diretamente o sistema dopaminérgico, como a cocaína e as anfetaminas. As drogas que agem indiretamente nesse sistema, como os psicodélicos, necessariamente não causam dependência.
Muitos profissionais, grupos de ajuda, estabelecimentos especializados em reabilitação de drogas e pais tentam influenciar as decisões e ações de seus filhos quanto aos psicoativos, com variáveis graus de sucesso.
São métodos comuns de reabilitação a psicoterapia, grupos de apoio para autoajuda,e também a farmacoterapia, que usa drogas psicoativas para reduzir a compulsão e a síndrome de abstinência enquanto a desintoxicação se processa. A metadona, um opioide psicoativo, é um tratamento corriqueiro para a dependência em heroína. Pesquisas recentes em toxicomania têm mostrado que o uso de drogas psicodélicas como a ibogaína pode tratar e até mesmo curar drogadições, embora a prática ainda esteja longe de se tornar universalmente aceita.

Legalização

Muito se tem debatido acerca da legalização das drogas psicoativas em nossa história recente; as guerras do Ópio e a lei Seca estadunidense são dois exemplos históricos sobre a controvérsia legal acerca dessas substâncias. Contudo, mais recentemente, o documento mais influente concernente à legalidade de drogas psicoativas é o da Convenção Única sobre Entorpecentes, um tratado internacional assinado em 1961 como um decreto das Nações Unidas. Assinado por 73 países, a Convenção Única sobre Entorpecentes estabeleceu agendas para a regulamentação de cada droga e dispôs um acordo internacional contra a dependência de drogas recreacionais combatendo a venda, o tráfico e o uso das referidas drogas. Todos os países signatários firmaram leis que implementassem as regras dentro de suas fronteiras. Contudo, alguns desses países, como os Países Baixos, são mais complacentes quanto à aplicação dessas leis.
No contexto sanitário, drogas psicoativas usadas como tratamentos para doenças são geral e amplamente aceitas. Há alguma controvérsia quanto os medicamentos de venda livre como alguns antieméticos e antitussígenos. Geralmente, as drogas psicoativas são prescritas para pacientes com problemas psiquiátricos. Contudo, há quem critique dizendo que prescrições de certos psicoativos, como antidepressivos e estimulantes, são exageradas e podem comprometer a autonomia e o discernimento dos pacientes.

Droga alucinógena

O alucinógeno, droga psicodélica, droga alucinógena ou droga alucinogénica é, literalmente, uma substância capaz de provocar alucinações. A classificação mais consensualmente aceita para tal classe de substâncias psicoativas foi proposta por Jean Delay, que as classifica como dislépticas (modificadoras), em oposição aos lépticos (estimulantes) e analépticos (depressores). São considerados efeitos específico dessa classe de substâncias alterar os sentidos, a percepção, a concentração, os pensamentos e a consciência. 
Observe-se, porém, que nem todas as drogas que causam alucinações são consideradas alucinógenos, a exemplo da clássica visão dupla induzida pela intoxicação alcoólica ou por grandes doses de café tal como recentemente se constatou e foi amplamente divulgado, além do que, alucinações podem ocorrer sem utilização de substancias psicoativas por mecanismos ainda não completamente conhecidos.
Na descrição da categoria Psicodislépticos, Goodman & Gilman referem-se a efeitos estimulantes e depressores simultâneos em diferentes sistemas (circuitos) de neurotransmissores ou regiões do cérebro, incluindo os anticonvulsivantes não barbitúricos e relaxantes da musculatura esquelética narcoanalgésicos e analgésicos e antitérmicos psicotogênicos.

Plantas & moléculas

O inventário de plantas (e elementos ativos) com propriedades alucinógenas proposto por Hofmann (apud Fontana)inclui:

Lophophora williamsii (mescalina), da América do Norte e Central;
Rivea corymbosa (Ergina), do México e América Central);
Amanita muscaria (Muscimol, ácido ibotênico), da Europa, Irã e Ásia;
Psilocybe mexicana (Psilocina, Psilocibina), do México e América do Norte e Central;
Psilocybe cubensis (Psilocina, Psilocibina), das Américas;
Peganum harmala (harmina), da Ásia e América do Sul;
Banisteria caapi (Harmina, Harmalina), da Amazônia: componente da Ayahuasca sul-americana;
Piptadenia peregrina (Anadenanthera peregrina e Anadenanthera colubrina (Dimetiltriptamina), do Rio Orinoco, na América do Sul.
Esta lista originalmente incluía a Cannabis sativa (haxixe) da Ásia: contudo, existe grande controvérsia sobre tal classificação, assim como também é controversa a inclusão da muscarina – substância derivada do cogumelo Amanita muscaria.

Quanto à ampliação dessa classificação, nesse grupo deve-se acrescentar um conjunto de outras plantas que contêm a N,N-Dimetiltriptamina, a saber: Psychotria viridis (Chacrona, Chacruna), utilizada em combinação com a B. caapi por diversos grupos indígenas da Amazônia; a Virola calophylla (V. theidora, V. rufula, V. colophylla); o Epena, também da Amazônia; a Jurema (Mimosa hostilis ou M. nigra); do nordeste brasileiro; sapos do gênero Bufos (Bufo alvarius; Bufo marinus ou Cururu) que contenham a bufotenina em suas secreções: a bufotenina corresponde a uma variação molecular da dimetiltriptamina. Observe-se também que alguns autores discordam quanto à identidade da planta que seria o ololiuhqui dos astecas/toltecas, que contém ácido lisérgico: são comuns referências a Rivea coribosa e a Ipomoea violácea (glórias-da-manhã). Essa última também é utilizada em preparados homeopáticos do tipo floral.
De acordo com a semelhança química, os psicodislépticos têm sido classificados, ainda que provisoriamente, em cinco categorias: indólicos, feniletilaminas, anestésicos dissociativos (especialmente em função de pesquisas com ketamina), anticolinérgicos (especialmente os muscarínicos) e canabinoides já referidos.

Efeito

As drogas alucinógenas, como referido, são assim chamadas por um de seus possíveis e mais relatados efeitos, que é a propriedade de causar alucinações (falsas percepções) e visões irreais ou oníricas aos seus utilizadores. Outros nomes propostos também estão associados a efeitos atribuídos e relatados, tais como: Psicotomiméticos e Psicotogênicos, por induzir efeitos semelhantes à psicose (mais especificamente as alucinoses e alucinações); Psicodélicos, por sua propriedade de fazer aparecer ou revelar a psique oculta; Enteógeno pelo reconhecimento antropológico de que tal classe de substâncias é frequentemente utilizado nas mais diversas culturas em rituais religiosos. 
Esse último efeito atribuído também decorre da associação dessas substâncias à capacidade de facilitar a concentração ou meditação, também descrita como "expansão da consciência". No conjunto de alterações da consciência detectáveis por medidas do eletroencefalograma (eeg), situa-se na faixa das frequências alfa - ou dos "sonhos lúcidos" entre a vigília plena e o sono.
No plano das interpretações psicológicas ou psicanalíticas, os alucinógenos situam-se entre os fenômenos de modificação das emoções e personalidade, sendo superficialmente descritas como uma relação entre o ego e o mundo exterior/interior, analogamente às interpretações que se dão ao satori zen–budista, efeitos da ioga ou transe das religiões de possessão africanas, gregas, indígenas, entre outras. 

Mecanismos de ação

A semelhança das substâncias psicodélicas com a Serotonina (5-HT) e Noradrenalina (NA) tem sido a maior pista para explicação do seu efeito. O LSD e a Psilocibina têm, em comum, a semelhança do núcleo indoletilamina da 5-HT. A Mescalina é um derivado da feniletilamina, que, por sua vez, figura na NA. Contudo, por ciclização, isto é, fechamento da cadeia lateral, a mescalina pode gerar um composto semelhante a 5-HT.
Estudos bioquímicos do composto da B. caapi e P. viridis presentes na bebida dos remanescentes indígenas do império inca (a Ayahuasca, ou Hoasca, como é conhecida no Brasil) apontam uma interação entre os inibidores da monoamina-oxidase I-MAO e o composto indólico.

Farmacologia do DMT/Efeito ayahuasca

A N,N-Dimetiltriptamina (DMT) foi sintetizada pela primeira vez em 1931 (Manzke), isolada de duas plantas distintas por investigadores independentes, em 1946 (Gonçalves) da Mimosa hostilis e em 1955 (Fish, Jonson and Horning) da Piptadenia peregrina.
O efeito da Jurema, Chacrona e outras plantas pode ser atribuído à presença da N,N-DMT ou N,N-dimethyltryptamine (C12H16N2).
Estudando rapés epena (paricá) de uso mágico medicinal entre tribos do norte da Amazônia (Tukano, Waika, Araibo, Piaroa e Surara), Holmsted e Lindgren (1967) revelaram a presença de triptaminas (5 Metoxi-N,N, Dimetiltriptamina [5Meo-DMT] e N,N-Dimetiltrptamina [DMT]) e, apenas em uma amostra (o paricá dos Piaroa da região do Orinoco, na Venezuela), encontraram, além do N,N-DMT e do 5-Meo-DMT, a bufoteína 5-OH-DMT, junto com o alcaloide beta-carbolínico harmina. Na época, observaram que essa composição molecular de triptaminas e betacarbolinas atua sinergicamente para o efeito psicoativo: "as betacarbolinas são inibidoras da monoamina-oxidase e podem potencializar a ação de indóis simples." Nessa concepção, não basta a presença do anel indólico para se obter o efeito psicodélico ou psicodisléptico dos rituais xamânicos.

Psicotomiméticos e serotonina

LSD, Psilocibina e Mescalina variam quanto ao tempo de ação, produzem tolerância e tolerância cruzada e não produzem dependência fisiológica: as duas últimas estão associadas a vômitos como efeito colateral. Esse último efeito pode estar relacionado à alta concentração de 5HT (90% do disponível no organismo) encontrada nas células enterocromafins do trato gastrointestinal ou a uma ainda não bem conhecida interferência nos centros de vômito e postura do bulbo.
Em grandes doses, esse neuro-hormônio é sedativo. Sua ação depressiva, entretanto, é bloqueada pela clorpromazina. É antagonizado pelo LSD, o que levou à elaboração de teorias serontoninérgicas sobre a esquizofrenia. Contudo, outros antagonistas da serotonina não são alucinógenos (Himwich, Barron et all in: Himwich o.c.). Observe-se que, posteriormente, foi descoberto, como assinala Cohen (1964), que há substâncias psicodélicas que não têm qualquer antagonismo com a serotonina, a exemplo da psilocibina e psilocina, que são estruturalmente semelhantes à serotonina (Cohem, 1964 o.c. p. 231).
Há pesquisas que diferenciam os efeitos do LSD e Psilocibina nos diversos receptores da 5-HT e estudos com pontes radioligantes e experimentos funcionais apontam para o efeito agonista dessa classe de substâncias sobre a serotonina (receptores 5-HT1a e 5-HT2).
Segundo Graeff, o LSD combina-se também com receptores da Dopamina, reforçando, por sua vez, as hipóteses dopaminérgicas da esquizofrenia, pois diversos agentes antipsicóticos antagonizam competitivamente com a dopamina.
A depressão e os Distúrbios Obsessivos-Compulsivos (DOC) também estão associados aos níveis de serotonina e ambos os quadros psicopatológicos têm sido tratados (farmacologicamente) de modo - nem sempre - eficiente com bloqueadores de recaptação sináptica (fluoxetina) que aumentam a serotonina ativa. O surgimento e a explosão de vendas de novos antidepressivos/antipsicóticos demonstram que há certo fracasso no tratamento de milhares de casos. 
Pesquisas neuroetológicas associam os níveis desse neurotransmissor ao comportamento de liderança e agressividade. As funções da serotonina e seus diversos sítios receptores, portanto, permanecem como o grande enigma para explicação do efeito psicodélico. 
O sucesso da utilização de substâncias alucinógenas na psicoterapia para tratamento de depressão, alcoolismo e outras drogadições tem explorado a compreensão dos sistemas bioquímicos referidos, além dos efeitos psicossociais do contexto (set) de sua utilização ritual.

Efeitos colaterais

A utilização destas drogas com fins recreativos sem controle adequado (dose, "set" ou contexto de uso etc,) oferece sérios riscos. As drogas sintéticas, a exemplo do LSD, Anticolinérgicos e ecstasy (metilenodioximetanfetamina - MDMA) podem, entre outros efeitos adversos, causar a confusão da noção de tempo e de espaço e causar um efeito similar ao sonho e às psicoses ou distúrbios de comportamento. 
Há referências a efeito clastogênico (quebra de cromossomos) em pesquisas com LSD in vitro e aumento do número de abortos.Deve-se ressaltar que esses estudos são isolados e que não há quaisquer estatísticas massivas para comprová-los. Quanto ao uso de plantas, contudo, há o reconhecimento do uso tradicional como parte da comprovação da eficácia e segurança de produtos naturais é possível em algumas legislações internacionais (Ex. Canadá, Comunidade Européia e México) e recomendado pela OMS desde a conferência de Alma Ata em 1978. É considerado como critério válido no Brasil. 
Os estudos antropológicos ou etnofarmacológicos com resultados consistentes sobre a utilização ritual e efeito dessas plantas ainda são controversos, mas de certa forma fundamentam a utilização legal de diferentes plantas ou substancias de forma diferenciada, o peiote (Lophophora williamsii) por exemplo é utilizado legalmente na Igreja Índia Americana nos EUA e considerado uma substâncias uso proscrito no Brasil.
Por outro lado, os estudos de psicofarmacologia ainda não produziram resultados definitivos. Os relatos de psicose são escassos e se contrapõe às frequências observadas nas populações que tradicionalmente fazem uso dessas substâncias. Estima-se, para a esquizofrenia, por inquéritos epidemiológicos, uma incidência em torno de 1% em populações urbanas das Américas. 

Psicoterapia psicodélica e Experiência psicodélica


Psicoterapia psicodélica refere-se à prática de psicoterapia envolvendo o uso de substâncias psicoativas específicas conhecidas como "psicodélicas", "alucinógenos" ou "enteógenos". Tais nomes são construídos funcionalmente a partir de propriedades específicas e contexto de uso dentro do grupo de drogas classificadas farmacologicamente como psicodislépticos, particularmente (em sua maioria) com ação serotoninérgica, tais como: LSD, psilocibina e DMT. O uso do termo "psicodélico" enfatiza a oportunidade que essas substâncias proporcionam para a exploração da psique, o que é fundamental para a maioria dos métodos de psicoterapia.
A utilização de tais substâncias é secularː sua investigação no âmbito científico e terapêutico praticamente se iniciou na década de 1950 com a comercialização da dietilamida do ácido lisérgico, tendo sido interrompida por sua proibição em metades dos anos 1960 e sendo retomada nos finais dos anos 1980 com a redescoberta do uso da ayahuasca ou yajé.
Uma revisão dos artigos e livros sobre esse tema enfrentará a tarefa de classificar alguns milhares de artigos, capítulos de livros e livros já escritos do início do século XX até hoje. Segundo Fontana (1969), deverá se proceder a uma revisão de pelo menos duas centenas de artigos tomados como referência de publicações. Essas substâncias devem ser consideradas como auxiliares da psicoterapia no sentido de aumentar o insight e favorecer a conexão e não como um uso per se, que poderia remover ansiedades latentes que deveriam ser elaboradas no processo psicoterápico. Assinala-se a indicação para a maioria dos pacientes neuróticos e chama-se a atenção ao risco de surto psicótico em pacientes susceptíveis.

História
Psicoterapia psicodélica, no mais amplo senso, confunde-se com o estudo e utilização de técnicas de meditação, êxtase religioso e xamanismo pela psicologia, que são provavelmente tão antigos quanto o conhecimento humano sobre plantas psicoativas. Embora predominantemente vistos como espirituais por natureza, elementos de técnicas psicoterapêuticas podem ser reconhecidos nos rituais enteogénicos que integram as práticas "médicas" de muitas culturas. Notavelmente, algumas regiões da América Central (ocupadas por integrantes das culturas Maia e Asteca) e América do Sul (descendentes Incas e integrantes de algumas etnias da Amazônia e Região Nordeste do Brasil) reúnem a maioria das substâncias conhecidas como psicodislépticas ou psicodélicas.
Alguns estudos precursores poderiam ser citadosː entre estes, o estudo sistemático do Peiote o cacto Anhalonium lewinii em 1886 utilizado pelos índios do México e Sudoeste dos Estados Unidos (atualmente integrantes da Native American Church) pelo farmacologiasta Ludwig Lewin que dele isolou a Mescalina a partir do que se iniciaram estudos realizados por psicólogos famosos como Havelock Ellis , Jaensch e Weir Mitchell (Huxley, 1953/ 1965) e os estudos e experiência de Richard Spruce (1817-1893) e Alfred Russel Wallace (1823-1913) com a Aya-huasca na Amazônia na segunda metade do séc. XIX.
O uso de agentes psicodélicos na psicoterapia ocidental se iniciou na década de 1950, depois da proposição de uso do LSD por pesquisadores, feita por seu fabricante, Sandoz Laboratories. Pesquisas extensivas quanto ao uso experimental, quimioterapêutico e psicoterapêutico do LSD e substancias semelhantes classificadas como psicodélicas foram realizadas em todo o mundo por 15 anos após sua descoberta. Muitos estudos constataram que o uso das drogas psicodélicas facilitaram em muito os processos psicoterapêuticos, e provaram particular utilidade para pacientes com problemas que de outra forma seriam de difícil tratamento, incluindo sobretudo alcoólicos, dependentes de drogas, pacientes terminais, além de autistas,alguns tipos de enxaqueca (cefaleia em salvas) com esperanças de capacidade nas grandes patologias mentais tipo esquizofrenia, delinquência, ampliando a capacidade de reestruturação da personalidade de modo comparável à "lavagem cerebral" e conversão religiosa. 
Outra forma de traçar a história dessa prática é associar sua origem ao desenvolvimento da "narcoanálise" ou utilização do soro da verdade na prática jurídica. Atribui-se a origem da narcoanálise à descoberta de Arthur S. Lovenharth, 1916, e colaboradores na Universidade de Wisconsin, experimentando estimulantes respiratórios em pacientes esquizofrênicos catatônicos reafirmadas em estudos independentes de Erich Lindemann e Lawrence Z. Freedmann que mostravam a seletividade da ação psicotrópica e o "relaxamento verbal" dos estado de "sono crepuscular" induzido Quanto a utilização jurídica atribui-se a utilização da escopolamina ao médico Robert House em voluntários na cadeia do condado de Dallas, Texas em 1922 (Freedman o.c.) e a Stephen Horsley, nos anos 1930, que inclusive propôs o termo narcoanálise para designar a ação de todos os produtos farmacêuticos incluídos no grupo dos narcóticos (amitalsódio, pentotalsódio, escopolamina etc.) com o objetivo de vencer a resistência dos indivíduos, levando-os a revelar a verdade. 

Entre os marcos históricos da sua utilização, estão as contribuições de:

Lauretta Bender (1897-1987), uma neuropsiquiatra pediátrica, consultora do Child Psychiatry, New York State Department of Mental Hygiene, Creedmoor State Hospital, Queens Village que pesquisou sobre a utilização do LSD-25 para tratamento esquizofrenia e autismo infantil em 1959.
Humphry Osmond (1917 - 2004), conhecido por sua relação de amizade com Aldous Huxley (1894 — 1963), e proposição do termo psicodélico em 1957, talvez relacionando a utilização do LSD como soro da verdade, mas ampliando suas pesquisas para tratamento da esquizofrenia. Teve experiência com a "Native American Churh" e foi o diretor do Bureau of Research in Neurology and Psychiatry at the New Jersey Psychiatric Institute in Princeton e professor de psicologia na Universidade de Alabama e Birmingham. 
Timothy Leary (1920 - 1996), que trabalhou com os psicanalistas Harry Stack Sullivan (1892 - 1949), e Karen Horney (1885 - 1952) publicando nesse linha o livro "The Interpersonal Diagnosis of Personality", 1957 (O diagnóstico interpessoal da personalidade) e principalmente no Harvard Psilocybin Project juntamente com Richard Alpert (Ram Dass - 1931) e e o psicólogo Ralph Metzner (1936) antes de voltar do México e fundar a League for Spiritual Discovery e ser expulso de Harvad por insistir no uso do, então proibido (6 de outubro de 1966) LSD.
Em meados da década de 1960, em resposta a interesses ainda não esclarecidos associados ao fracasso do uso militar do LSD e/ou em relação a proliferação do uso desautorizado das drogas psicodélicas pelo público em geral (especialmente a contracultura), vários passos foram dados para cortar seu uso. Cedendo à pressão do governo, em 1965 a Sandoz suspendeu a produção de LSD e, em muitos países, este foi banido, ou disponibilizado tão limitadamente que tornou difícil a sua pesquisa. Em 1980, a pesquisa autorizada em aplicações psicoterapêuticas de drogas psicodélicas tinha sido essencialmente descontinuada ao redor do mundo.

Uso terapêutico

Uma das intrigantes formas de uso de vegetais que contêm substâncias alucinógenas é o caso da Ipomoea purpurea ou I. violácea, conhecida como Glória da Manhã (Morning Glory), que, para alguns autores, corresponde ao ololiuhqui, que contém substâncias semelhantes ao ácido lisérgico e que faz parte do sistema etnomédico náuatle dos astecas/toltecas. Com essa planta, se prepara uma essência floral diluída centenas ou milhares de vezes, assim como os medicamentos homeopáticos. Observe-se que o seu elemento ativo básico é o LSA – Amida do Ácido Lisérgico (Lysergic Acid Amides) e não a Dietilamida do Ácido Lisérgico (lysergic acid diethylamide) ou LSD. Ignora-se, entretanto, a possibilidade de ocorrer, espontaneamente, uma biotransformação e/ou os efeitos enteogênicos específicos da Ergina (LSA).
Como essência floral, a Ipomeia é comercializada em vários sistemas, como no Sistema Floral de Minas, com o nome de Ipomea, no Sistema Floral do Nordeste com o nome de Água Azul e no Sistema Florais da Califórnia com o nome de Morning Glory. A sua indicação é a recuperação dos usuários de drogas e de todos aqueles que possuem estilos de vida desregrados.
As diferenças entre as distintas substâncias enteógenas ou mesmo sua presença em doses homeopáticas (independente dos questionamentos da sua presença material ou efeito placebo) reforçam a ideia que o efeito da substância e sua função terapêutica têm que ser compreendidos na perspectiva de um conjunto de expectativas e vivências simbólicas que o terapeuta precisa estar preparado para conduzir, pois não é apenas administrar a indicação e o risco de ingestão de um medicamento.
A formação de terapeutas com tal especialização no momento no Brasil, nos Estados Unidos da América do Norte, em alguns países da América do Sul e em muitos países ainda é apenas uma possibilidade teórica, pois a utilização de tais substâncias apenas é permitida no contexto de uso tradicional, delimitada por teorias, ainda díspares entre si, advindas da psiquiatria, psicologia das religiões, antropologia da saúde e antropologia da religião, sendo controlada no Brasil pelo CONAD - Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas e nos Estados Unidos pelo FDA - Food and Drug Administration e o DEA - Drug Enforcement Administration.

Perspectivas teóricas

Apesar de não legalmente instituída pelos órgãos de regulação e controle profissional do Brasil, no plano teórico já existem, como referido, pesquisas de resultados terapêuticos de seu emprego na medicina tradicional e/ou quanto a segurança de ser inofensivo à saúde seu consumo dentro das práticas tradicionais. Contudo no plano teórico ainda não se formou um consenso quanto à forma do método terapêutico ou linha teórica de atuação e sobre as diferenças das substancias classificadas como psicodislépticas. Sem dúvida esse conflito também reflete a própria dificuldade de conceituação e intervenção das teorias e técnicas psicoterápicas. 
Reboreda e Fernández (o.c.) assinalam a importância das escolas de psicologia profunda e psicologia transpessoal neste contexto de interpretação das experiências vivenciadas, aonde não se pode negar as contribuições e tentativas de explicação neurofisiológica estado ou efeito psicodélico. 
Para Grof, existem dois métodos básicos de utilização do LSD com fins terapêuticos: (1) Psicoterapia "potencializada" com LSD e (2) uso do LSD como elemento principal do processo terapêutico. Diversos protocolos de pesquisa, porém, vêm sendo desenvolvidos a partir das patologias com potencial terapêutico de reversão por sua utilização, a exemplo Psicoterapia com LSD (LSD – assisted psychotherapy) em pessoas sofrendo de ansiedade associado à estágio avançados de doenças terminais tal como o Psilocybin Cancer project do Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento da Johns Hopkins School of Medicine, ou proposições de intervenção que vem sendo desenvolvidas em centros para tratamento e recuperação de drogadição a exemplo do Takiwasi Centre.
Já existem institutos que acompanham apoiam e desenvolvem pesquisas como o MAPS que é uma associação multidisciplinar para o estudo de substâncias psicodélicas e utilização medicinal da Cannabis sativa que tem como objeto de pesquisa o stress pós - traumático, drogadição; Sociedades médicas como a SÄPT - Sociedade suíça de médicos para terapia psicodélica criada por Peter Baumann e no Brasil o NEIP - Núcleo de Estudos Interdisciplinares Sobre Psicoativos, entre outras associações.
Considerando, então, esse conjunto de pesquisas das áreas médicas e sociais, o que se pode antever como proposição psicoterápica é a combinação das técnicas que possuem evidências clínicas no tratamento nos transtornos mentais já referidos a exemplo do emprego da psicologia analítica jungiana com pacientes terminais, as proposições da psicologia transpessoal principalmente porque inclui pesquisadores de substâncias psicodélicas como Stanislav Grof  ou associadas a outras formas de intervenção como o treinamento autógeno terapia cognitivo comportamental no controle da drogadição e outros agravos, naturalmente além das intervenções que já se realizam a partir da psicofarmacologia e terapias com essências florais como no caso da Ipomoea purpurea .
Em recente publicação, pesquisadores dos departamentos de psiquiatria e neurociências da Johns Hopkins e da Divisão de Psiquiatria Infantil e Adolescente no Harbor-Ucla Medical Center chegaram a conclusão que em horas, substâncias psicoativas são capazes de induzir realinhamentos psicológicos profundos que exigiriam décadas para serem alcançados no divã (Griffiths; Grob, 2011) Entre outras fontes, fundamentaram-se em resultados de pesquisas realizadas na Universidade Johns Hopkins usando questionários originalmente desenvolvidos para avaliar experiências místicas que ocorriam sem drogas. Analisando, também, os estados psicológicos gerais dos participantes entre dois e 14 meses após a sessão com psilocibina. Os dados mostraram que os participantes experimentaram um aumento na autoconfiança, maior sensação de contentamento interior, melhor capacidade de tolerar frustrações, diminuição do nervosismo e aumento no bem-estar geral.

Numa lista provisória de pesquisadores com contribuições relevantes, incluem-se:

Roland Griffiths
Rick Strassman
Jonathan Ott
Luis Eduardo Luna
Peter Baumann
Betty Eisner
Ralph Metzner
Albert Hofmann
Rick Doblin
Samuel Widmer
Humphry Osmond
Ronald A. Sandison
Stanislav Grof
Alberto E. Fontana

Além das instituições de pesquisa, não se podem ignorar, também, as contribuições dos principais centros urbanos brasileiros de utilização da hoasca: o Santo Daime, a União do Vegetal e nos EUA a Igreja Nativa Americana, que, em função de sua legitimação social e convívio com pesquisadores, vêm produzindo uma nova interface entre a ciência terapêutica e a religião.

Experiência psicodélica

A experiência psicodélica é caracterizada pela percepção de aspectos mentais originalmente desconhecidos por parte do indivíduo em questão. Os estados psicodélicos fazem parte do espectro de experiências induzidas por substâncias psicodélicas. Neste mesmo campo de estados, encontram-se as alucinações, distorções de percepção sensorial, sinestesia, estados alterados de consciência e, ocasionalmente, estados semelhantes à psicose e ao êxtase religioso.
Nem todos que experimentam drogas psicodélicas (como o LSD e psilocibina) têm uma experiência psicodélica. Além disso, muitos alcançam estados alterados de consciência através de outros meios, como pela meditação, yoga, privação sensorial, etc.

Níveis da experiência psicodélica

O Psychedelic Experience FAQ (em inglês) descreve cinco níveis da experiência. Deve-se ressaltar que apresentar uma definição dos níveis e intensidade de uma experiência psicodélica é atividade demasiada subjetiva, sendo os dados resultantes não passíveis de confiança plena.

Nível Primário:
Aumento das capacidades sensitivas (principalmente visuais), tornando as cores mais "brilhantes". Ligeiras anomalias na memória de curto prazo. Mudanças na comunicação entre ambos os lados do cérebro, tornando a música mais expressiva.

Nível Secundário:
Cores realçadas, ligeiras alucinações visuais (ex. objetos se movimentam), desenhos parecem adquirir terceira dimensão. Pensamentos confusos; considerável aumento das capacidades criativas.

Nível Terciário:
Alucinações visuais claras, tudo parece curvado ou alterado em outros aspectos, caleidoscópios ou imagens fractais vistas nas paredes, paisagens, imagens de pessoas, etc. Alucinações com os olhos fechados se tornam tridimensionais. Há alguma confusão entre os sentidos, por exemplo, o indivíduo enxerga sons como imagens, ou "cheira" cores. Distorções na percepção temporal e "momentos eternos". Movimentação corporal se torna extremamente difícil (muito esforço necessário).

Nível Quaternário:
Alucinações extremamente fortes (ex. objetos se fundem com outros). Destruição ou divisão múltipla do ego (ex. objetos parecem conversar com o indivíduo, ou este começa a sentir sensações contraditórias simultaneamente). Alguma perda da realidade. O tempo perde seu significado. Experiências extracorporais. Fusão dos sentidos.

Nível Quinário:
Total perda de conexão visual com a realidade. Os sentidos deixam de funcionar em seu estado normal. Total perda da noção de ego. Sensação de fusão do indivíduo com o espaço, outros objetos, ou universo. A perda da realidade torna-se tão severa que desafia sua expressão verbal. Os primeiros estágios são relativamente fáceis de se explicar em termos de mudanças mensuráveis de consciência e padrões cognitivos. Este nível é diferente porque o universo no qual as coisas são normalmente percebidas deixa de existir.

Enteógeno II

Enteógeno (também chamado enteogênico (português brasileiro) ou enteogénico (português europeu)) é uma substância alteradora da consciência que induz ao estado xamânico ou de êxtase. É um neologismo que vem do grego, tendo sido proposto em 1973 por investigadores, dentre os quais se pode citar Gordon Wasson (1898-1986). Segundo Roberts, foi incluído no Dicionário Oxford de Inglês na lista de novas palavras desde setembro de 2007, significando uma substância química, normalmente de origem vegetal, que é ingerida para produzir um estado de consciência não ordinária para fins religiosos ou espirituais.
A palavra "enteógeno", que significa, literalmente, "manifestação interior do divino", deriva duma palavra grega obsoleta da mesma raiz da palavra "entusiasmo", e se refere à comunhão religiosa sob efeito de substâncias visionárias, ataques de profecia e paixão erótica. Este termo foi proposto como uma forma elegante de nomear estas substâncias, sem tachar pejorativamente costumes de outras culturas .
O uso de plantas (ou fungos) para alteração da consciência e percepção é uma realidade mundial e milenar. Até mesmo animais usam plantas com atividade psicotrópica, como é o caso de javalis e primatas que cavam para conseguir as raízes do poderoso Tabernanthe iboga. Substâncias atuais do nosso cotidiano, como vinho e tabaco, eram, originalmente, ligadas a cultos religiosos. Os sacerdotes védicos da Antiga Índia utilizavam o soma, uma bebida alucinógena, para entrar em contato com o Reino Celestial. Os druidas, sacerdotes celtas, tomavam uma poção que lhes dava força e coragem. O rei Salomão tinha conhecimento de enteógenos. A partir dos anos 1960, os livros de Carlos Castaneda popularizaram o uso de enteógenos. Entre as plantas, alguns dos enteógenos mais conhecidos são Ayahuasca, jurema, Cannabis, Yopo, Peiote e Ololiuqui. Entre os fungos, Psilocybe e Amanita.
Observa-se que se incluem, nessa relação, plantas com substâncias que possuem efeitos farmacológicos distintos. A Cannabis (Cannabis sativa), por exemplo, com suas múltiplas formas de preparação (Bangue (Bhang) Haxixe, etc.) enquadra nessa categoria por seu uso étnico (religioso-medicinal) em algumas culturas da Índia, da Jamaica e de algumas tribos africana,s e por ser um sedativo euforizante, ou seja, um psicotrópico com efeito depressor no sistema nervoso. Já o ópio, nas suas diferentes preparações (como a Heroína e Morfina, por exemplo), também é considerado um enteógeno, embora possua propriedades farmacológicas distintas da maconha.
Quando são plantas, os enteógenos também são chamados de plantas mestres, plantas professoras, plantas de conhecimento, plantas de poder e plantas sagradas.

Enteógeno x alucinógeno

A farmacologia ainda não chegou a um acordo sobre o termo para descrever as suas ações farmacológicasː assim, o termo "alucinógeno" continua sendo a designação predominante entre os cientistas mais tradicionais, apesar de a maioria das substâncias não provocar alucinações no sentido clínico. O termo "psicodélico" continua muito utilizado por cientistas de gerações mais recentes, em geral referindo-se apenas a substâncias cujos efeitos são semelhantes aos do LSD ou da mescalina.
Alguns autores não consideram que a expressão "enteogénico" seja um mero sinônimo de psicodélico, já que nem todas as substâncias usadas num contexto sagrado provocam alucinações, e para diferenciar os enteogênicos do uso de alucinógenos com finalidade lúdica. Os estados de comunhão com a divindade característicos do uso tradicional de substâncias visionárias não seria igualmente alcançado com o uso de substâncias sintéticas (LSD, MDMA etc.) para fins recreacionais ou de prazer farmacológico. A distinção se apoia no contexto em que seu uso é feito. Se for dentro de uma realidade religiosa, sagrada e tradicional, a substância é considerada enteogénica. Se for num contexto recreativo e associado à moderna cultura pop, ela é considerada psicodélica.
Por outro lado, o sentido do termo "psicodélico" como associado à utilização individual e lúdica foi uma consequência do uso descontrolado a partir do movimento hippie mas iniciou-se com sérias pesquisas etnofarmacológicas e bioquímicas, mais especificamente na área da psicoterapia, associadas à descoberta do LSD.
A proibição moral de algumas substâncias de uso recreativo, tanto lícitas como ilícitas, não se relaciona necessariamente com o seu potencial de dano, efeito colateral ou dependência química. Alguns autores associam essa preocupação à "invasão farmacêutica" (o aumento explosivo da produção e consumo de novos fármacos ocorrida ao longo de todo o século XX) e ao etnocentrismo (combate às culturas pagãs no período colonial). Os legisladores estão atentos para esse fenômeno, diante dos efeitos sociais nefastos do narcotráfico, mas essa é outra área cerceada por múltiplos interesses e aonde também não se possui um saber esclarecedor.

Pontos de vista de grupos espirituais e religiões

O Catecismo da Igreja Católica é categórico em afirmar que o uso de qualquer psicotrópico é uma ofensa grave, a não ser por prescrições estritamente terapêuticas.[9] Leonardo Boff, autor da Teologia da Libertação, considera que a ayahuasca não deve ser compreendida como droga, mas como uma bebida ritualística, equivalente ao corpo de Cristo na Eucaristia.
A ordem Sufi Fatimiya consome a ayahuasca. Como no Alcorão só há proibição (haram) explícita ao vinho, o assunto do uso de psicoativos sempre foi controverso entre muçulmanos, como no caso do haxixe.
Semelhantemente, o quinto preceito do Buda também é impreciso ao não permitir que budistas ingiram substâncias que causem negligência: é debatido entre os budistas se psicodélicos como a ayahuasca se enquadrariam sob este preceito.
Para Rudolf Steiner, fundador da antroposofia, o uso de plantas xamânicas como a ayahuasca é uma forma de clarividência atávica, significando que pertence ao passado da humanidade, pois se tornou inadequado com as mudanças que ocorreram na constituição do corpo, alma e espírito do homem: e, portanto, passou a oferecer um alto risco de criar ilusões na consciência.
A Fraternidade Rosacruz afirma que nenhum psicodélico pode conduzir à evolução espiritual, pois todos expõem o aspirante ao risco de ser controlado por espíritos indesejáveis e enfraquecem o corpo físico e os corpos espirituais, podendo causar danos que levarão muitas vidas para serem reparados. Isto ocorre porque são considerados formas de clarividência involuntária, no sentido de provocarem visões que independem da própria vontade de quem as recebe. Este modo de clarividência é considerado anacrônico, pertencendo a estágios passados da humanidade, se tornando prejudicial e negativo quando transportado para os dias de hoje. A Sociedade Teosófica considera os psicodélicos como sendo mais prejudiciais à evolução espiritual do que o próprio álcool.
Semelhantemente, o espiritismo aponta que, embora drogas tenham sido utilizadas "para abrir as comportas do entendimento para as viagens místicas", elas "liberam componentes tóxicos que impregnam as delicadas engrenagens do perispírito, atingindo-o por largo tempo. Muitas vezes, esse modelador de formas imprime nas futuras organizações fisiológicas lesões e mutilações que são o resultado dos tóxicos de que se encharcou em existência pregressa".
Entretanto, para Samael Aun Weor, fundador da Igreja Gnóstica Cristã Universal, nem todas as plantas e substâncias psicodélicas são iguais em valor. Segundo sua visão, enquanto a cannabis e o LSD são degenerativas, a ayahuasca, a trombeta, as folhas de coca, o óxido nitroso, os cogumelos e o peiote, embora não sejam imprescindíveis à evolução, levam aos mundos superiores e facilitam viagens astrais, mas devem ser utilizados apenas por aqueles que são celibatários ou que praticam a magia sexual gnóstica: fora disto, o uso é considerado como abuso.


Enteógeno I

Un enteógeno​ es una sustancia vegetal o un preparado de sustancias vegetales con propiedades psicotrópicas, que cuando se ingiere provoca un estado modificado de conciencia. Se utiliza en contextos espirituales, religiosos, ritualísticos y chamánicos además de usos recreativos, lúdicos o médicos.

Etimología

El término está formado por las palabras griegas, éntheos (ἔνθεος) significa "(que tiene a un) dios dentro", "inspirado por los dioses" y génos (γένος) quiere decir "origen, tiempo de nacimiento". El sustantivo "genos" pertenece al campo semántico del verbo gígnomai (γίγνομαι), que significa "llegar a ser", "volverse". Por tanto, el significado etimológico de enteógeno alude a la posibilidad de llegar a ser inspirado por un dios, así como al "nacimiento" que esto supone. El adjetivo correspondiente usado en español es tanto enteogénico como enteógeno.
La palabra enteógeno es un neologismo propuesto en un artículo publicado en Journal of Psychedelic Drugs, vol. II, núms. 1 y 2, enero-junio de 1979, y sus autores son el helenista Carl A. P. Ruck, J. Bigwood, J., D. Staples, el micólogo R. G. Wasson y el botánico Jonathan Ott. Este artículo fue recogido posteriormente en el libro El camino a Eleusis.

En antropología y psicología

Según la antropología física y la psicología, el enteógeno tiene efectos psicoactivos, generalmente alucinógenos.

Creación del neologismo

La creación del neologismo obedece a la intención de los autores de desligar las plantas objeto de estudio de las connotaciones de los términos alucinógeno (considerado impreciso, peyorativo y completamente desconocedor de la cualidad de la experiencia con enteógenos y de su significación antropológica) y psicodélico (demasiado ligado a la contracultura de los años 60). El sentido y la justificación del empleo del neologismo enteógeno es el contexto antropológico y tradicional de uso vinculado objetiva e históricamente con estas sustancias y preparados. De ahí la pretensión de definir y delimitar con precisión, con este nuevo término, el objeto de estudio.
El término enteógeno se ha instalado en las teorías animistas de la religión, que pretenden dar cuenta con esta interpretación del origen de las religiones en el Paleolítico, ya que acoge a la perfección la relevancia antropológica de tales usos tradicionales. Paralelamente a lo dicho, el extensivo uso que la cultura "new age" hace del término enteógeno, completamente desligado de los usos tradicionales apuntados, añade un creciente margen de ambigüedad, al cargarlo crecientemente con la ideología "new age".

Características y contextos

El estado facilitado por los enteógenos se caracteriza por modificaciones en la percepción sensible y en la interpretación y asimilación interior de dichas percepciones sensibles, en estados de ánimo cambiantes y en fluctuaciones en la evaluación de la propia identidad y del afuera. Así, las modulaciones sensitivas se traducirán en cambios cualitativos en el orden perceptivo o en la visión y comprensión de hechos y situaciones pasadas o presentes. Lo dicho pone de manifiesto la pobreza de la noción de alucinación aplicada a estos estados ya que, en buena medida, la experiencia enteogénica, antes que a alucinaciones en un sentido grueso, aludirá a una asimilación anímica diferente y no ordinaria del orden sensorial. A menudo dicha experiencia se interpretará como acceso a niveles de conciencia y percepción generalmente velados, al despertar de la conciencia divina que supuestamente yace en el interior de los seres humanos o al vuelo o viaje del alma por sus diversos estados y posibilidades. La significación sapiencial que muchas culturas tradicionales, y también pensadores contemporáneos, han conferido a estas experiencias quedará justificada en esa visión modificada de la realidad en la que vendrían a desvelarse perspectivas latentes de la misma y ángulos no advertidos o desatendidos por la conciencia ordinaria. Algo análogo cabrá decir de la riqueza psicológica e introspectiva de una experiencia que liberaría áreas de la vida anímica de muy difícil acceso para la conciencia ordinaria. La propia noción de enteógeno acogería pues una visión de lo real de múltiples posibilidades y completamente dependiente de los estados anímicos del perceptor de dicha realidad.
Al día de hoy los usos de muchas sustancias enteogénicas se encuentran afectados por la legislación penal y los tratados internacionales sobre psicotrópicos. Con todo, sobre la base del reconocimiento de los derechos tradicionales y culturales de diversos grupos étnicos nativos y del reconocimiento de la libertad religiosa como excepción a la aplicación de la legislación penal, en ciertos casos, el reconocimiento legal y jurídico de usos rituales, sacramentales y religiosos de enteógenos es un hecho en países como Brasil, Perú, Ecuador o los Estados Unidos. Simultáneamente a lo dicho, el interés creciente por estas sustancias y preparados desde un punto de vista científico, farmacológico y terapéutico ha abierto el debate sobre sus posibles usos en terapia y sobre una toxicidad, en muchos casos, limitada.

Hongos y plantas con propiedades enteógenas

Anadenanthera colubrina: vilca
Anadenanthera peregrina: yopo
Argyreia nervosa: rosa lisérgica
Banisteriopsis caapi: ayahuasca
Boletus manicus
Brugmansia spp.
Cannabis sativa
Echinopsis peruviana y Echinopsis pachanoi: cacto de San Pedro
Heimia salicifolia
Lophophora williamsii: peyote
Macropiper excelsum
Mimosa hostilis: jurema
Piper methysticum: kava kava
Psilocybe spp.
Silene capensis
Salvia divinorum: hierba maría
Tabernanthe iboga
Virola theiodora

Moléculas psicoactivas

2C-T-7
Bufotenina (5-HO-DMT)
DMT
Harmalina
Ibogaína
LSA
LSD
Mescalina
Psilocina/psilocibina
Salvinorin A
Tetrahidrocannabinol

Taumaturgia

  Taumaturgia (do grego θαύμα, thaûma, "milagre" ou "maravilha" e έργον, érgon, "trabalho") é a suposta capaci...