sábado, 3 de março de 2018

Biografia Alexandra David Neel


"Conhecida também como «Madame Tibet»; esta intrépida viajante mostrou ao mundo Ocidental a magia, a religião e os costumes dos povos orientais, muito em especial o Mundo do Tibet, seus lamas e monastérios”.

Alex Fountainmajor

Escritora e viajante francesa (naturalizada inglesa) que nasceu em 18 de Outubro de 1868 em Paris e desde menina já mostrou o seu espírito andarilho: aos 3 anos de idade escapou de sua babá; aos 16 de seus pais e foi para a Inglaterra; aos 17 foi a Niza de bicicleta, desde a Holanda; aos 19 viajou a pé da Suíça a Itália; aos 22 terminou de estudar Sânscrito e Filosofia Buddhista e herdou uma fortuna. Foi para Ceylan e para a Índia para estudar as suas religiões e até assistiu a umas cerimônias proibidas disfarçada de rapaz; aos 28 instalou-se em Bruxelas como professora universitária e enquanto isso viajou pela Grécia, Espanha e percorreu a pé parte do Magreb; aos 37 casou-se com Philippe Neel; aos 42 atravessou a Índia e chegou até o Himalaia e foi a primeira mulher ocidental a se reunir com o XIII Dalai Lama, que a convidou a Lhassa, a Cidade Sagrada.

Nesses anos conheceu o Lama Yongden que se converteu em seu colaborador e ajudante, mas não pôde realizar esta viagem a Lhassa (por culpa da oposição inglesa e de outras aventuras) até depois de cinco tentativas e depois de 11 anos, ou seja, aos 56 anos e depois de haver viajado para o Japão, Coréia e China. Ali viveu 12 anos; aos 68 foi para a Sibéria e China, aos 78 regressou para a sua casa em Digne, ao sul da França e ali morreu em 8 de Setembro de 1969 com 101 anos de idade.

Entre as suas mais de 40 obras encontram-se: e muitas outras.

Entre os seus conhecimentos e poderes são mencionadas as materializações e projeções psíquicas.

Sobre isso, O V.M. Samael Aun Weor, em sua conferência “O Ego e as Efígies Mentais”, relata o seguinte:

“Nestes instantes me lembro de David Neel, ela se propôs a criar, de verdade, uma representação vivente, à vontade, uma efígie mental, e deu (a tal figura) a forma de um monge tibetano”

“Depois de certo tempo, aquela figura, aquela representação (intencionalmente criada por David Neel) foi assumindo características perigosas: já não obedecia, fazia o que lhe dava vontade, começou a atacar todo mundo (até a ela própria, etc.), e é claro que a dama se espantou”.

"Então, em um monastério, todos se dedicaram a desintegrar tal efígie. Estava tão fortemente materializada que, mesmo sendo eles verdadeiros experientes no Mundo da Mente, gastaram como seis meses de trabalho contínuo para poder desintegrá-la".

Fala-se que conhecia a fundo esta técnica dos “Tulpas” para materializar, a do “Tumo Reskiang”, para elevar a temperatura do corpo ou a de “Lum-Gum”, ou Viagem Psíquica e outras mais.

Biografia Sir William Crookes


Dos seus defensores só restaram, dentre poucos Samael Aun Weor e H.P. Blavastky que o citam em suas obras e conferências como um dos investigadores metafísicos mais eminentes do século.

Foi o descobridor da matéria em estado radiante e dos tubos de raios catódicos, e quem isolou o tálio. Foi também um dos pesquisadores mais controvertidos da Metafísica.

Sua vida como investigador sempre esteve caracterizada pela seriedade, precisão e rigor científico. Porém, quando começou a fazer experiências com os fenômenos paranormais, especialmente depois de ter terminado os seus estudos com Douglas Home (o médium psicocinético inglês) e de começar os seus trabalhos com Florence Elisa Cook, que materializava o espírito chamado Katie King, os seus difamadores disseram: “William Crookes está acabado”, apesar de seus relatórios rigorosos a respeito. Mas a humanidade é sempre assim com os gênios e com os grandes mestres e perde o melhor que eles podem dar à humanidade.

Crookes se interessou pelo fenômeno do aparecimento de Katie King, quando em Setembro de 1871, na casa do Príncipe Saynwitgestein, ela se materializou, estando a médium amarrada a uma cadeira. Estando em transe, esta médium disse que, além de Katie King, tinha sido também Annie Owen Morgan, filha do Pirata Henry Morgan, na época do rei Carlos II da Inglaterra e deu detalhes desse período, impossíveis de serem conhecidos por uma jovem de 15 anos, ainda mais naqueles dias.

Na casa de Mr. Lux Moore e ajudado por Cromwel Varley (físico inglês que instalou o primeiro cabo transatlântico), verificaram o aparecimento sob o mais estrito controle, com um galvanômetro amarrado aos pulsos da médium, inclusive. Puderam encontrar diferenças entre a médium e a aparição: como verrugas, cor dos cabelos, lóbulos das orelhas perfurados ou não, forma de mãos que se imprimiram no gesso, as pulsações do espírito eram de 90, enquanto as de Florence eram de 75, etc.

Os experimentos continuaram por três anos consecutivos (e foram tiradas fotografias que se espalharam pelo mundo), após os quais, deixando uma mecha dos seus cabelos e abraçando os cientistas para se despedir, o espírito disse que tinha vindo unicamente para demonstrar que existia o além.

Diante de tanta evidência, o entusiasmo de Crookes por este fenômeno foi de tal magnitude que ele não poupava explicações e não escondia a sua crença nestas aparições, pelo contrário, como já dissemos, procurava informar detalhadamente e com todo rigor científico. Contudo, a partir desse momento, foram esquecidas as suas descobertas anteriores e começou-se a duvidar dos seus estudos metapsíquicos. Em 1898, orienta os seus estudos para o campo da Telepatía. mas ninguém o leva em consideração. Ele morreu em 1919.

Um códice ocultista de 500 anos


Por Paco González  
Em 1499, um abade alemão escreveu um estranho tratado sobre comunicação com os espíritos: a Esteganografia. Seu autor, Johannes Trithemius, foi um notável erudito e conselheiro de imperadores, mas também um mago y alquimista que inspirou Fausto, Agrippa, Paracelso, Giordano Bruno e outros ocultistas. Sua obra mais emblemática, que constitui um exemplo excepcional da magia do século XVI, é uma insólita exposição de técnicas criptográficas que, após séculos de tentativas fracassadas, foi decifrada agora por um matemático americano.



Criptógrafo resolve o mistério da Esteganografia, obra máxima do abade e mago Johannes Trithemius.

Em plena era da criptografia quântica, quando os cientistas tentam encontrar um sistema para transmitir informação codificada mediante sofisticados computadores subatômicos, o precursor da criptografia moderna, o abade beneditino Johannes Trithemius, volta a ser notícia. James. A Reeds, matemático dos laboratórios americanos ATT, conseguiu decodificar a Esteganografia, um misterioso manuscrito que há séculos resistia em ser decifrado.

Antes de ser impresso, em 1609, e posteriormente incluído no Índice de livros proibidos pela Inquisição, este tratado circulou, em forma de manuscrito, entre célebres ocultistas como Fausto, Giordano Bruno, Agrippa de Nettesheim e John Dee. Sem dúvida, todos eles conheciam a fama e a reputação de Trithemius, um dos maiores eruditos e bibliógrafos da Alemanha, autor de mais de cinqüenta livros e, sobretudo, grande estudioso da Cabala e aficionado às ciências ocultas.

SORTILÉGIOS DIABÓLICOS

Johannes Trithemius, na verdade Johannes von Heidenberg (1462-1516), nasceu em Tritthenheim (Alemanha) e estudou na célebre Universidade de Heidelberg. Ali, junto com Juan de Dalberg e Rodolfo Huessman, fundou a Confraria Céltica, sociedade secreta para o estudo da astrologia, numerologia, línguas e matemática.

Também em Heidelberg conheceu o mítico Johannes Fausto, que foi testemunho da paixão de Trithemius pelas ciências ocultas e dos experimentos de alquimia que realizava.

Antes de ingressar no mosteiro beneditino de São Martín de Spanheim, onde foi nomeado abade em 1483, Trithemius desenvolveu uma imensa tarefa como mago e alquimista. De fato, sua entrada no mosteiro, longe de atenuá-las, impulsionou suas atividades nesse sentido.

Trithemius reconheceu ter estudado muitos livros de magia e inclusive ter aprendido exorcismos. Todas as suas investigações estavam dirigidas aos fenômenos misteriosos. Talvez por isso a Igreja o tenha acusado de ensinar as ciências malditas e de fazer sortilégios diabólicos. Trithemius, prudentemente, defendeu-se argumentando que tais estudos não haviam feito mais do que aumentar sua fé cristã. Mas, qual era o misterioso conteúdo de suas investigações? Parece que elas se referiam a estranhos procedimentos para hipnotizar pessoas a distância, talvez por telepatia, através de certas manipulações da linguagem. Tampouco faltam nas obras de Trithemius alusões à parapsicologia e à Cabala. Esta estranha mescla se materializou na Esteganografia, obra de oito volumes sobre a qual seu próprio autor, antes de concluí-la, disse o seguinte em uma carta que em 1499 dirigiu ao seu amigo Arnoldus Bostius:

Posso lhes assegurar que esta obra, na qual ensino muitos segredos e mistérios pouco conhecidos, parecerá a todos, inclusive aos mais ignorantes, que contém coisas admiráveis e incríveis sobre humanas, haja vista que ninguém escreveu ou falou delas antes de mim.
. Paradoxalmente, Bostius não chegou a ler a missiva. Morreu pouco antes que ela chegasse a suas mãos. Mas alguns de seus colegas o fizeram, e admirados pelo que ali se relatava, não fizeram senão publicar seu conteúdo. Na carta, Trithemius adiantava as chaves de sua obra: um método para comunicar o pensamento à distância, centenas de modalidades de escrita secreta... Não é difícil imaginar as repercussões que a divulgação do conteúdo da Esteganografia teve naquela época.
Trithemius foi imediatamente acusado de mentiroso e fabulador. Isto no melhor dos casos, já que muitos pensaram que se tratava de uma espécie de agente demoníaco. Entre estes últimos se encontrava o Príncipe Eleitor Felipe II, de quem se conta que, quando anos mais tarde descobriu um exemplar da Esteganografia na biblioteca de seu pai, ordenou que imediatamente jogassem o livro na fogueira. De maneira que se o manuscrito original continha a chave de tão extraordinários poderes, estes se perderam na pira. Ao menos na sua maior parte, já que afortunadamente existe um manuscrito incompleto, de aproximadamente três volumes, que chegou até nossos dias.

PROIBIDA PELA INQUISIÇÃO

Os estudos da vida e obra de Trithemius coincidem em destacar seus excepcionais dotes em astrologia e magia, indicando-lhe como figura chave do movimento ocultista. Diz-se que ele era capaz de “fabricar” ouro alquímico e que conhecia o segredo da pedra filosofal. Não é estranho então, que Fausto, Paracelso e Agrippa, os três magos de Praga, sentissem tanta admiração pelo abade beneditino.

A Esteganografia esteve circulando na forma de manuscrito. Foi apenas em 1609 que uma tipografia de Frankfurt decidiu publicá-lo. Na sua primeira edição, este misterioso tratado leva a indicação “Com o privilégio e permissão dos Supervisores”, ainda que não figura nela o obrigatório Imprimatur, de forma que ignoramos de que supervisores se tratava. Não parece lógico que eles pertencessem à hierarquia eclesiástica. De fato, logo depois de ser publicada, ainda que incompleta e expurgada, foi incluída no Índice de livros proibidos pelo tribunal do Santo Ofício.

Mas por que a Igreja Católica considerava tão perigoso aquele livro? Já mencionamos que a Esteganografia continha um amplo catálogo sobre ciências mais ou menos ocultas e de métodos para “escrever secretamente”, argumentos talvez suficientes para despertar os receios da Igreja. Ainda que as intenções e o afã divulgador do abade não pareçam outros que os de um cientista desinteressado e talvez excessivamente racionalista para a época, seus contemporâneos lhe puseram o rótulo de “mago ocultista”, fama que aumentou depois de sua morte. E tudo isso mesmo que Trithemius insistisse que seus conhecimentos não eram mais que magia natural. “Não fiz nada que fosse extraordinário – dizia o abade – e, contudo, corre o rumor de que sou um mago. Li a maioria dos livros dos magos, não apara imitá-los, e sim com o propósito de um dia refutar suas malíssimas superstições”. Com efeito, algum tempo mais tarde, publicou "Antipalus maleficiorum comprehemsus", um trabalho no qual classifica feitiços, bruxos e diferentes variedades de adivinhação.

CONJURAR OS MORTOS

Porém, apesar das boas intenções do abade, sua paixão pelas ciências ocultas parece desmedida. Existe uma curiosa passagem em sua bibliografia que apóia esta hipótese. Tendo sido convidado pelo imperador Maximiliano para consultar-lhe questões de fé, conta-se que Trithemius conseguiu que aparecesse o fantasma de Maria de Borgonha, falecida esposa de Maximiliano. O abade tinha o poder de conjurar os mortos? É possível, ainda que algumas teorias mais racionalistas coloquem em dúvida esta possibilidade. Diversos investigadores acreditam que ele conhecesse truques ópticos que colocava em prática com a ajuda de espelhos e quartos escuros.

Não é este o único caso relativo às habilidades paranormais do abade. Conta-se que em certa ocasião, Trithemius, seu discípulo Agrippa e um terceiro personagem cuja identidade se desconhece, alteraram o estado de consciência de uma tal Anna Sidow. Durante o transe, ela anunciou na casa do Príncipe Eleitor os casos de falecimentos que iriam acontecer na citada casa e... acertou. Alguns investigadores interpretaram este sucesso como uma precognição obtida pelo abade através da mulher.

ANJOS E PLANETAS

Outros dos trabalhos mais relevantes de Johannes Trithemius é De septem secundeis, id est intelligentiissine spiritibus orbes post Deum moventibus, ou seja, das sete causas secundárias ou inteligências depois de Deus, uma cronologia mística na qual desenvolve uma concepção cíclica da história da Humanidade. Segundo sua teoria, aparentada com o gnosticismo e a tradição hindu, sete anjos (os sete gênios maiores da Cabala, que correspondem aos sete anjos do Apocalipse de São João) governam os planetas desde o começo da Criação, alternando-se no poder a cada 354 anos e quatro meses. A cada época de silêncio e escuridão, seguirá o reino da luz, e assim sucessivamente.

Neste tratado, Trithemius elabora uma complexa cronologia na qual não faltam surpreendentes predições. Supostamente, fixou em uma delas, 400 anos antes de que se produzisse o acontecimento, a data exata, 1917, da declaração de Balfour, na qual se puseram as bases para a criação de um Estado judeu.

Mas deixando de lado o Trithemius ocultista, outra das facetas mais importantes do abade alemão se refere a suas investigações sobre a criptografia, a suas teorias sobre as chaves de transposição que ainda hoje seguem empregando-se na diplomacia e espionagem. Bom exemplo disso é a Poligrafia, obra aparecida em 1518. A importância desse livro, referido exclusivamente às escrituras secretas, está fora de toda dúvida. De fato, é considerado um dos mais valiosos exemplos de criptografia moderna. Uma de suas primeiras edições pode ser contemplada em Washigton, no museu criptográfico da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA).

INVOCANDO ESPÍRITOS

Entretanto, a obra mais excepcional e controversa de Johannes Trithemius é a Esteganografia. O autor, como já mencionamos, explicava que o argumento central deste tratado era o de expor diferentes técnicas para enviar mensagens secretas a longa distância. Porém, além disso, uma parte considerável da obra está dedicada à enumeração de diversos tipos de espíritos, como se se tratasse de um moderno dicionário esotérico. Trithemius lhes põe nomes, lhes classifica hierarquicamente e determina as horas do dia, planetas e constelações que estão associados a eles.

Quando James A. (Jim) Reeds enfrentou a difícil tarefa de decifrar a Esteganografia, fez a si mesmo, em primeiro lugar, a seguinte questão: Trata-se de uma exposição de técnicas criptográficas disfarçada de magia natural ou, pelo contrário, é primeiramente um tratado de magia que o autor ocultou por trás de uma aparência criptográfica?

Desde 1606 é sabido que os primeiros volumes da Esteganografia, repletos de orações de caráter devocional aparentemente banais e de confusos textos para realizar invocações, contêm mensagens cifradas ocultas. Mas agora, quase 500 anos depois, descobriram-se códigos similares no terceiro e mais enigmático livro. Das 180 páginas numeradas da edição de 1608, 159 pertencem aos dois primeiros volumes e apenas 21 ao terceiro. Neste último livro pode-se ler um prefácio sucinto e um capítulo, provavelmente incompleto, no qual se apresentam estranhas tabelas numéricas encabeçadas por símbolos zodiacais e planetários.

Mas, como enviar mensagens secretas com a ajuda dos espíritos? Nos volumes I e II, Trithemius facilita as instruções precisas para fazê-lo. Por exemplo, anotava-se uma oração simples em um pedaço de papel e, depois de um curioso ritual, invocava-se aos anjos. Uma destas conjurações, que à Inquisição pareceram inequivocadamente demoníacas, começava pela seguinte frase: “Padiel aporsy mesarpon omeuas peludyn malpreaxo...”. Realmente, o simples fato de mencionar estas palavras enigmáticas pode resultar inquietante, mas não tem nada de diabólico. Trithemius utilizou um simples código de transposição de letras com uma seqüência determinada. Se aplicarmos dito código, o resultado fica menos misterioso: “padiel aPoRsY mesarpon oMeUaS peludyn mAlPrEaXo...”. Destacamos em maiúsculas as letras codificadas. A solução é a expressão latina primus aprex... Depois de decodificar as inúmeras “conjurações” presentes nos dois primeiros volumes da Esteganografia, obtêm-se uma série de frases banais, provavelmente escolhidas ao azar. Conseqüentemente, é certo que Trithemius havia descoberto uma forma de enviar mensagens secretas à distância, ainda que não pareça que os espíritos tivessem muito a ver com ela.

ALFABETO INVERTIDO

O terceiro livro da Esteganografia, com suas obscuras tabelas numéricas, supunha um verdadeiro desafio para qualquer especialista em criptografia. Jim Reeds descobriu uma abundante bibliografia sobre este campo na Alemanha em livros do século XVII. Comprovou que muitos autores incluíam nos títulos de seus livros frases como “Justificando Trithemius”. Uma destas obras foi publicada em 1676. Seu autor, Wolfgang Heidel, assegurava ter decifrado o código secreto do livro III. Curiosamente, Heidel também utilizou um código criptográfico para revelar o conteúdo de suas investigações, de maneira que ninguém o entendeu. E mais, muitos pensaram que Heidel tivesse fracassado em seu intento e queria simplesmente apropriar-se ilicitamente de um mérito que não possuía.

Foi apenas em 1996 quando Thomas Ernst, investigador da Universidade de Pittsburgh, conseguiu decifrar a verdadeira natureza do código. Ernst, que consultou muitas cópias do manuscrito original da Esteganografia em Wolfenbütel (Alemanha) e no Vaticano, publicou os resultados de sua investigação em 1996. Talvez por fazê-lo em alemão e em uma revista pouco conhecida, sua valiosa descoberta não teve a repercussão que merecia.

Finalmente, Jim Reeds, investigador dos laboratórios ATT, depois de transcrever o livro original e microfilmá-lo para fazê-lo compatível com seu computador, resolveu o misterioso código de Trithemius em apenas dois dias. Com efeito, Reeds descobriu que o abade beneditino tinha utilizado a ordem alfabética ao contrário e tinha estabelecido letras a números. A dificuldade consistia em que Trithemius não havia utilizado letras atuais (como o “k” e o “y”), mas sim outras inexistentes na atualidade. Após substituir adequadamente os sinais, Reeds solucionou as mensagens secretas ocultas no emaranhado de números e sinais. Ainda que as mensagens codificadas resultassem bastante inócuas, aparentemente frases escolhidas ao azar, esta descoberta confirma que Johannes Trithemius é sem dúvida alguma a figura mais destacada da moderna ciência da criptografia.

PROPÓSITO ENIGMÁTICO

Mas, este descobrimento suprime o caráter “mágico” da obra de Trithemius? Na opinião de Jim Reeds, esta descoberta não afeta a personalidade de Johannes Trithemius como figura chave do movimento ocultista do século XVI. Pelo contrário, Reeds crê que esta descoberta incrementará o interesse pela enigmática vida e obra do abade beneditino. Contudo, o investigador americano continua se perguntando por que Trithemius utilizou a retórica da magia para fins tão claramente científicos. Qual era seu propósito? Talvez estas frases aparentemente tão banais, resultado da decodificação da Esteganografia, não sejam tão banais. Talvez encerrem o verdadeiro segredo do abade e mago Johannes Trithemius.

SABAOTH LÚCIFER-CHRISTUS



O Poder que sai do Cristo é o desdobramento do Cristo. O desdobramento do Cristo dá o impulso erótico ao homem.
O Cristo desdobrado, ou melhor dizendo, o Duplo Vivo do Cristo é Lúcifer, o Fazedor de Luz. No Duplo do Cristo se acham depositados os Poderes do Cristo.
Graças ao Fazedor de Luz, Pistis Sophia se libera.
O Poder que sai do Cristo Íntimo e da Alma Cristificada de Sabaoth, o Bom, se juntam, se integram, se fazem um só Raio de Luz, um todo único. Assim, o HomemCristo revestido com o Soma Puchicon, é um todo resplandecente.
Lúcifer, integrado com o Cristo Íntimo, resplandece em Sabaoth, o Homem Solar. O Raio de Luz, isto é, o Homem-Cristo, resplandece no Caos e em todas as regiões.
O Sabaoth Celestial cristaliza no Sabaoth Homem graças ao Moisés Íntimo.
Sabaoth-Moisés se integram totalmente. Sabaoth é o Deus Interno que deve cristalizar na pessoa humana graças aos bons ofícios de Lúcifer.
Christus-Lúcifer é o Salvador dentro de cada um de nós. Christus-Lúcifer é nosso Salvador, é o Redentor de Pistis Sophia. Christus-Lúcifer empunha a balança e a espada como o Senhor à Justiça.
Os demônios ficam aterrorizados ante a presença do Homem-Cristo. O Homem-Cristo se reveste com todos os Poderes-Luz que os tenebrosos haviam arrebatado de Pistis Sophia.
Os tenebrosos nunca se atrevem a tocar no Homem-Cristo no obscuro Caos. O Ego, os Egos, os Demônios Vermelhos de Seth, fogem para o Caos ante a presença do Homem-Cristo.
Pistis Sophia se torna luminosa quando o Raio de Luz extrai ou libera a Essência que estava engarrafada nas emanações do Obstinado (o Ego). Sabemos que o Raio de Luz integrado é Cristo-Sabaoth ou Lúcifer-Sabaoth. Os Poderes-Luz retornam a Pistis Sophia quando já tenham sido aniquilados todos os elementos indesejáveis do Obstinado.
O Corpo de Ouro, o To Soma Heliakon, com o qual Pistis Sophia se veste,resplandece com as Luzes vertidas dentro de Pistis Sophia. É óbvio que quando Pistis Sophia se deixa cair, perde o To Soma Heliakon, o Corpo de Ouro do Homem Solar.
Os Poderes de Pistis Sophia se elevam quando o Ego é aniquilado. Os Poderes de Pistis Sophia se renovam na Luz quando o Ego morre, e crescem no sentido da Luz.
O Raio de Luz, Cristo-Lúcifer, tira as Luzes dos diversos agregados, para devolvê-las a Pistis Sophia. É óbvio que aquelas Partes do Ser, cujo Poder lhes fora arrebatado pelo Ego, ficam com o coração alegre quando a Luz lhes é devolvida. O Raio de Luz gira, em si mesmo, e sai da profundidade do Caos. O Raio libera os Poderes de Pistis Sophia e os leva ao interior dela. Nós, com a ajuda do Cristo Íntimo, temos que tirar a Luz das Trevas.
No Abismo temos elementos abomináveis, monstros do Inferno que devem ser mortos pelo Cristo Íntimo. É assim que podemos tirar dessas abominações tenebrosas a Luz que nos roubaram.
Mortos os agregados infernais criados por nossos erros, a Luz e os Divinos Poderes retornam ao Iniciado. Os Poderes do Iniciado são renovados na Luz do Cristo Íntimo. Através do Cristo, as diversas Partes do Ser recebem a Luz.
O Senhor destrói o veneno dos caluniadores. O Senhor tira a Luz de sua força daqueles que a roubaram. Obviamente, os elementos psíquicos inumanos roubam a Luz.
O Raio Crístico cai em nosso interior provocando grande inundação. As Águas Genésicas transmutadas inundam tudo em nosso interior.
Cai Babilônia, a Grande, a mãe de todas as abominações e fornicações da Terra (a Cidade Psicológica que em nosso interior carregamos). O Raio Crístico provoca a catástrofe interior, tudo é derrubado. As falsas estruturas criadas pelos agregados psíquicos, caem, não podem resistir ao Raio Crístico.
Toda a Terra Filosófica (nosso corpo) é transformado em seu interior. As diversas Partes do Ser bebem, acalmam sua sede com a dádiva vertida do mais Alto.
Os Ministros dessa dádiva, aqueles a quem a Água Mercurial tem sido confiada, são essas Partes do Ser relacionadas com a Ciência Transmutatória de “Yesod-Mercúrio”.
As diferentes Partes Autoconscientes e Independentes do Ser refrescaram os lábios feridos, se encheram de gozo com as Águas da Vida. A Alma anelante, Pistis Sophia, só pode ser liberada com o auxílio do Senhor.

Samael Aun Weor

A Oitava Lateral do Sol



Os Centros Superiores (Mental e Emocional) estão desenvolvidos em nós e nos transmitem mensagens que devemos aprender a captar conscientemente. Sem dúvida alguma, o significado de tais sonhos transcendentais pertence à mesma ordem que a realização em si do Raio da Criação e, em particular, a Oitava Lateral do Sol...

Samael Aun Weor – “A Doutrina Secreta de Anahuac”

Aprofundando nas questões esotéricas, chegou a nossas mãos o livro titulado: “Gnose, Cristianismo Esotérico” de Boris Mouravieff, e editado por “CS Ediciones” (Argentina), no qual pudemos encontrar algo referente a Oitava Lateral do Sol. 

Visto que os dados aqui revelados são coincidentes com a Doutrina Gnóstica desvelada pelo Venerável Mestre Samael Aun Weor, propomos transcrever alguns parágrafos para o bem dos estudiosos da Filosofia Gnóstica e como elementos de compreensão nisto da Oitava Lateral do Sol e da Corrente do Som.

“A Lei do Sete é, então, uma lei geral que rege todas as categorias de movimentos conscientes ou mecânicos que se produzem no Universo criado. Isto é, que todo movimento ou criação se desenvolve segundo uma gama.”

“Pois bem, em toda escala, a progressão natural sofre um desvio, torna-se lenta, às vezes detida entre os intervalos entre DÓ e SI, e entre FÁ e MI. Eis aqui o sentido profundo da noção de “Destino”, tal como foi concebido pelos antigos. De acordo com eles, nem o próprio Zeus escapa do seu império.” 

“Efetivamente, a ação do Absoluto, seguindo em sua obra criadora o RAIO DA CRIAÇÃO, submete-se igualmente a esta Lei. Como toda obra criadora, esta ação segue (bem entendido) uma gama descendente.” 

“Pois bem, para que a Vontade do Absoluto possa passar à fase da manifestação e em continuação chegar através de todas as escalas da gama do Raio da Criação até o ponto final que é a nota RÉ (que para este autor é a Lua, mas no Esoterismo Gnóstico o Raio da Criação termina no Mundo Submerso ou Averno religioso) era e continua sendo necessário superar em primeiro lugar o intervalo entre DÓ e SI e depois neutralizar a tendência ao desvio causado pelo ritmo de projeção mais lento que sofre sua progressão entre FÁ e MI.”

“O Primeiro Intervalo é superado pela Vontade do Absoluto. Por meio de sua Vontade criadora que aparece nesse ponto como um esforço consciente, doador do Primeiro Impulso à Criação pré-meditada e pré-resolvida. Esta Força Criadora, já dissemos, é o Amor.”

“Quanto ao Intervalo entre FÁ e MI (da Grande Oitava), está igualmente preenchido pela Vontade do Absoluto, mas já não diretamente como no primeiro caso. Esta Vontade atua aqui em segundo grau, mas sempre como Força Criadora de Amor. Aparece agora sobre o plano inferior correspondente ao intervalo em questão. Nesta contribuição complementar de Forças no lugar e momento cósmicos desejados, permitem à Primeira Ação Criadora prosseguir sem travas o seu desenvolvimento.” 

“Tecnicamente, a transmissão da Energia Criadora através do Segundo Intervalo se realiza pela introdução, na execução do Plano Cósmico, de uma OITAVA LATERAL AUXILIAR. Com a criação do Mundo Planetário, o SOL da Grande Oitava começa a ressoar como o DÓ da Oitava Lateral.”

“Se dermos uma olhada sobre o esquema que representa a Oitava Cósmica, podemos constatar que entre o Absoluto e o Sol não existe nenhum corpo intermediário de natureza substancialmente diferente. Efetivamente, as notas SI (todas as galáxias) e LÁ (a Via Láctea) estão compostas de corpos em diferentes fases de sua existência (formação, maturidade, envelhecimento, morte), mas todos semelhantes ou pelo menos análogos ao nosso Sol”.

“O Sol, tal como todas as estrelas do Universo Astronômico (onde cada um é o Sol do seu próprio sistema), representa um conjunto. E entre o Absoluto e este conjunto, que na Tradição é considerado como o CORPO DO CRISTO CÓSMICO, não existe, repetimos, nenhum corpo intermediário que seja, por natureza, diferente. Efetivamente, não se concentram ali mais que diversos agrupamentos de corpos da mesma Natureza Solar. É por isso que o espírito desse Corpo Solar Integral foi considerado como o ser consubstancial ao Absoluto (engendrado e não criado), o Filho de Deus, o Cristo Cósmico, nós dizemos.”

“Sua manifestação no Raio de Criação aparece precisamente pelo fato de que a nota SOL da Grande Oitava ressoa como o DÓ da Oitava Lateral, ligada indiscutivelmente a esse mesmo Raio de Criação."

“A Oitava Lateral é, no Universo, o condutor da Vida em suas diferentes formas. Espírito do Sol, o Cristo vivo. Compreende a plenitude da Vida Solar Planetária e dos Satélites sob todas suas formas presentes, desaparecidas ou por vir. Tal é o Sentido geral da Oitava Lateral.”

Concluiremos dizendo que para cima ou para baixo, isto é, em uma escala ascendente ou descendente dentro da Corrente do Som, se faz necessário um impulso, um choque baseado sempre na Força Crística Solar, para que os nodos dos intervalos não detenham nossa criação e projeção que deve se dar de forma contínua e prolongada até retornar ao Absoluto, Sementeiro Cósmico de onde um dia partimos.

Se uma pessoa se propõe na vida realizar um programa, um projeto, terá de começar inevitavelmente pela nota DÓ, prosseguirá com o RÉ, e chegará à nota MI. Ao chegar a essa parte, então terá dificuldades, inconvenientes, porque há uma pausa entre a nota MI e a nota FÁ. Então a CORRENTE DO SOM tende a regressar ao ponto de partida original, e como sequência ou corolário, é apenas normal que o esforço inicial decline, que o projeto que se pôs em marcha soçobre. Mas se a pessoa lança um novo esforço para atravessar a pausa (a pausa que vai desde a nota MI até a FÁ), é óbvio, é apenas normal que se manterá em linha reta e até em ascendente o impulso inicial, e o negócio triunfará.

Continuando com tudo isto, vemos que vêm depois as notas FÁ, SOL, LÁ, mas entre o SI e o DÓ há uma nova pausa. Se não se reforça o impulso inicial, a CORRENTE DO SOM regressará ao ponto de partida original e fracassará a empresa, ou o projeto, ou o negócio. De modo que é muito importante isto das 7 notas musicais, é formidável esta questão da CORRENTE DO SOM...

Os Cavaleiros Tigres

Nerea Urcola 
“É a mansão da Ordem dos Tigres: 
Ali rege a guerra, dão o silvo para o combate”
“A Flor de Guerra abre a corola,

 a Flor de Escudo em minha mão está: 
Alegro-me com as flores, 
com a Flor do Tigre e com a Flor da Águia”. 
“Abriu-se a Flor do Tigre, onde se mostra sempre 
com florida obsidiana ante a Água Divina”. 
“A ninguém tão precioso, a ninguém tão forte 
faz o dador da vida: 
A Águia que vai voando, 
o Tigre coração da montanha; 
eles, porém, se submetem ao Dever do Trabalho”.

Tirado dos Cantos da Épica Nahuatl

Durante a época do México Pré-hispânico existiram ordens esotéricas. Uma delas foi a chamada Ordem dos Cavaleiros Tigres, formada por homens que tinham o anelo sincero de despertar Consciência e que, além disso, estavam dispostos a desenvolver determinadas qualidades para que, dentro de si mesmos, pudessem algum dia ressuscitar Quetzalcoatl, o Cristo Mexicano.

Desde sempre se relacionou o tigre com a Sabedoria. Alguns dos atributos a adquirir dentro da ordem eram a SAGACIDADE e a BRAVURA (para penetrar a vida e para enfrentar o Ginásio Psicológico), e a ESPREITA (a prudência, a espreita mística, para lograr o Estado de Alerta Novidade, ou seja, a Auto-Observação). Este último lhe permitia viver não só de instante em instante, de acordo com a Filosofia da Momentaneidade mas também de viver cada um seus atos como se fossem a última batalha sobre a Terra.

Tinham que se submeter ao Dever do Trabalho, ou seja, aniquilar a Falsa Personalidade e o Abominável Eu Psicológico (e seus múltiplos agregados), para poderem tomar a Flor da Guerra Florida, ou seja, da luta contra si mesmo, que é a que faz florescer o coração. Por isso nos diz em uma de suas obras o antropólogo contemporâneo Samael Aun Weor: “Em questões de Esoterismo Transcendental, bem sabem os «M. M.» o profundo significado da saudação com a garra”.

“Os corações entre garras felinas simbolizam «a morte do Iniciado» Transformado em tigre, Quetzalcoatl sobe rasgando o coração de quem o desperta, até matar nele todas as ilusões da personalidade, todo apego pelas coisas que o atam à terra. Realmente, são necessárias a sagacidade e bravura do tigre para matar a personalidade humana e fazer com que resplandeça o Dragão de Sabedoria de Sete Serpentes, símbolo do Decapitado”

Entre as numerosas tribos que povoam as espessas selvas do Amazonas, se rende culto ao jaguar ou tigre americano, considerando-o animal sagrado e mesmo que estivessem armados com arcos e flechas, ou inclusive arma de fogo, preferem evitar o encontro, desandar o caminho, pese a todos os seus interesses, antes que atentar contra o felino. Sabem muito bem que o bruxo, o pagé (ou melhor, diríamos sacerdote) de sua tribo (uma das duas autoridades administrativas) pode andar por entre a selva transformado em tigre.

No México-Asteca Ocelotl Tonatiuh (Sol de Tigre, um dos vinte fundadores de Tenochtitlán), era o Chefe-Sacerdote dos Místicos Guerreiros Tigres, da Ordem dos Cavaleiros Tigres, cujos adeptos passavam por terríveis provas antes de aprender a manejar a Imaginação e a Vontade, ao grau que podiam se transformar em tigres.

Algumas destas provas iniciáticas as passavam no interior de um Templo circular dedicado ao Sol que existiu na Grande Tenochtitlán. Era uma câmara secreta, um grande salão com aspecto de caverna chamado o TZINACALLI ( A Casa do Morcego); sobre o dintel da porta de acesso pendurava um grande espelho de obsidiana e em frente à porta uma fogueira de lenha de pinheiro. Ali era levado o candidato a altas horas da noite e se indicava que caminhasse na escuridão até a fogueira e que, uma vez em frente ao espelho, falasse ao Guardião do Umbral: “Sou um Filho da Grande Luz. Trevas, apartem-se de mim”.

Sobre sua cabeça, morcegos começavam a voltear e chiar morcegos, a lenha do pinheiro ia se apagando, ficando só a brasa que se refletia no espelho... De repente: ruidoso bater de asas, grito aterrador e uma sombra humana com Maxtlatl ao redor da cintura, emergia da escuridão e com uma espada ameaçava decapitar o intrépido invasor de seus domínios.

Ai do candidato que retrocedia aterrorizado! Uma porta dissimulada se abria, um guerreiro indicava o caminho do mundo profano de onde veio. Mas se resistia à investida de Camazotz (o Deus Morcego), se abria outra porta onde o recebia um Mestre e incinerava a efígie do candidato, feita de papel de amatl, enquanto outros mestres lhe davam as boas-vindas e o passavam ao Templo Ritual simbolizando assim a morte das paixões da personalidade do Iniciado e a passagem das trevas à Luz.

“Inquestionavelmente, os Cavaleiros Tigres do México-Asteca, além de guerreiros acostumados à «Dura Briga» eram também extraordinários atletas da Ciência Jinas” (colocar o Corpo Físico na Quarta Dimensão).

Utilizavam para isto a Força Elemental do Tigre e graças à Radiante Partícula Íntima simbolizada pelo machado, símbolo do raio que o “Homem Tigre” do México-Asteca usa freqüentemente. Deitados sobre peles de tigres (adotando a figura do jaguar quando está em repouso, adormecido), sabiam combinar os três elementos do Samyasin: Vontade, Imaginação e Meditação a fundo em vibrante harmonia e pronunciando a frase ritual: “Nós nos pertencemos” assumiam assim a felina figura do jaguar, transformando-se em verdadeiros tigres humanizados, uma vez penetrados na 4ª Vertical.

“O Tigre Humanizado se converte numa realidade concreta, não só no México Pré-Cortesiano mas também em toda a América Central”... “É assim, convertido em homem, como o encontramos em Teotihuacán; levantando seus heróicos braços num gesto litúrgico ou com essa marcha felina que o caracteriza”.

Alquimia Pedra Filosofal


A Alquimia surgiu provavelmente no Egito, como sugere a raiz grega do nome (khemia = transmutação, fusão, mistura) e corresponde ao nome copta do Egito (Khem = terra negra), segundo Plutarco. Alguns estudioso indicam que a palavra está relacionado com o vocábulo grego “chyma”, que se relaciona com a fundição de metais. Os árabes, que invadiram o Egito em 640 d.C., incorporaram esse vocábulo na forma Al-Kimiya (transformação através de Alah). Associada ao culto do deus Thoth, que se tornou Hermes na Grécia Antiga e Mercúrio, em Roma, foi atribuída aos anjos pelas lendas cristãs, narrando que os mesmos teriam ensinado os segredos da natureza a alguns homens ao apaixonarem-se pelas mulheres terrenas. Possui três objetivos: transmutar metais inferiores em ouro; fabricar o Elixir da Longa Vida; e a criação de vida humana artificial a partir de materiais inanimados (homúnculos). 

O conceito do homúnculo (do latim, homúnculos, pequeno homem) parece ter sido usado pela primeira vez pelo alquimista Paracelso (pseudônimo de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (1493 – 1541) - esse pseudônimo significa “superior a Celso", médico romano) para designar uma criatura que tinha cerca de 12 polegadas de altura e que, segundo ele, poderia ser criada por meio de sêmen humano posto em uma retorta hermeticamente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40 dias. Então, segundo ele, se formaria o embrião. Outro Alquimista famoso que tentou criar homúnculos foi Johanned Konrad Dippel, que utilizava técnicas bizarras como fecundar ovos de galinha com sêmen humano e tapar o orifício com sangue de menstruação. No entanto, também é possível que o homúnculo seja uma alegoria, uma interpretação demasiado literal das imagens alquímicas referentes à criação.

O trabalho relacionado com a Pedra Filosofal era chamado por eles de “A Grande Obra”, pois narra-se que era um objeto que poderia aproximar o homem de Deus. A Pedra Filosofal (ou Mercúrio dos Filósofos, como também era chamada) era o principal objetivo dos alquimistas ocidentais - e é inexistente na Alquimia Chinesa, pois poderia não só efetuar a transmutação, mas também elaborar o Elixir da Longa Vida, uma panaceia universal que prolongaria a vida indefinidamente. Isto demonstra as preocupações dos alquimistas com a saúde e a medicina, muitos dos quais são de fato considerados precursores da moderna medicina, entre eles Paracelso. Segundo a descrição de centenas de manuscritos antigos e livros modernos, a Pedra Filosofal não é uma substância sólida, mas uma substância composta, que podia ser quase líquida ou gel. A descrição mais comum é um pó pesado e vermelho, às vezes uma pedra vermelha. Mas também podia ser um material ceroso amarelo, algo como o âmbar. uma substância mística que amplifica os poderes de um alquimista. A busca pela Pedra Filosofal é, em certo sentido, semelhante à busca pelo Santo Graal das lendas arturianas. Segundo os alquimistas europeus, o Elixir da Longa Vida poderia ser sintetizado por meio da Pedra Filosofal. Também segundo eles, o elixir poderia prolongar a vida somente até que um acidente os matasse, ou seja, não é um elixir da imortalidade.

Na concepção alquímica, o Universo originou-se de uma substância única, indiferenciada (matéria prima ou quintessência, que é o que ela tem de comum com a moderna cosmologia, que se sustenta na Física Quântica e sua Teoria das Membranas), a qual polarizou-se em princípios ativo e passivo, derivando daí o mundo manifesto. Este azoth (luz astral de correlação imediata com a fonte) alquímico corresponde ao conceito ocultista da luz astral (o mesmo veículo ao qual se referem os médiuns que lidam com cura espiritual ou materializações e que também encontra suporte no desconhecimento de 95% da matéria que compõe o Universo que nos cerca, sendo essa matéria desconhecida chamada de Matéria Escura).

A Alquimia nasceu como uma ciência natural que buscava a compreensão da própria natureza a partir de uma especulação filosófica, como se pode ver já na filosofia pré-socrática no século VI a.C. É dela que surge o conceito de prima matéria, a partir da crença de que o mundo tinha origem em uma única substância que era subdividida nos quatro elementos terra, ar, fogo e água, os quais, segundo diferentes recomposições, faziam surgir todos os objetos físicos existentes no universo.

"A Arte imita a Natureza", diz o lema alquímico.

O trabalho dos alquimistas em seu laboratório era acelerar ou fazer, dentro de condições controladas  (laboratoriais), aquilo que a natureza demoraria anos para fazer. Os alquimistas trabalhavam em seus fornos, com vasos semelhantes a úteros, lidando com o fogo, com o calor adequado a cada operação. Registravam, passo-a-passo, os procedimentos, mas os ingredientes são desconhecidos. Os “verdadeiros” alquimistas não divulgam seu sucesso, a não ser por pseudônimo, por receio de serem torturados para revelar o segredo; até porque durante a Idade Média muitos alquimistas foram julgados pela Inquisição e condenados à fogueira sob alegação de pacto com o diabo. Por isto, até os dias de hoje, o enxofre, material usado pelos alquimistas, é associado ao demônio.

É reconhecido que, apesar de não ter caráter científico, a Alquimia medieval foi uma fase importante na qual se desenvolveram muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram utilizados pela Química. Diversas novas substâncias foram descobertas. A obsessão pela transmutação levou ao desenvolvimento da mineração e da metalurgia, e essas artes, originalmente sagradas, desencadearam uma revolução científica e tecnológica que não apenas alterou o nosso modo de viver e de pensar como modificou todo o rumo tomado pela evolução.

Entretanto, com o florescimento do conhecimento científico, constatou-se que a transmutação alquímica, conforme defendida pelos alquimistas, é impossível. Sabe-se que a transmutação implica na alteração dos núcleos atômicos e estes se encontram fortemente unidos, e a energia envolvidas nas reações químicas são insuficientes para rompê-los ou alterá-los. Ironia do destino, o desejo dos alquimistas de transmutar os metais tornou-se realidade nos nossos dias com a fissão e a fusão nuclear.

Podemos dividir a história da Alquimia em dois movimentos independentes: a Alquimia Chinesa e a Alquimia Ocidental, esta última desenvolvendo-se ao longo do tempo no Egito (em especial Alexandria), Mesopotâmia, Grécia, Roma, Índia, Mundo Islâmico e Europa. Na cidade de Alexandria, no Egito, a alquimia recebeu influência das filosofias gregas de Aristóteles e do neoplatonismo. Foi graças às campanhas de Alexandre, o Grande, que a Alquimia se disseminou em todo o oriente. E foram os muçulmanos que a levaram novamente para a Europa, em razão da conquista Islâmica da Península Ibérica, ao redor do ano de 950 d.C.. Além de na Alquimia medieval estarem vários traços da cultura muçulmana, está também presente traços da cabala judaica, com a qual a possui forte relação. Todavia, os primeiros registros escritos datam do tempo de Cristo, mas apontam que já eram velhos os sistemas usados. Um dos primeiros é atribuído a Maria, a Judia, que datar entre 1 e 300 d.C. Esta sábia alquimista teria sido a responsável pela criação do processo conhecido como “banho Maria”.

São fáceis de achar textos judeus, egípcios e árabes sobre o assunto. Estudiosos europeus logo traduziram e tentaram a transmutação. Os filósofos do oriente médio, entre os séculos VI e VII afirmavam que alguns deles conheciam o segredo da fabricação da Pedra Filosofal, cujo processo era perigoso pois podia haver envenenamento por gás monóxido de carbono, uma vez que trabalhavam em ambientes fechados; ou ainda envenenamento por metais, como o mercúrio. Tais insucessos eram atribuídos aos espíritos malignos, que tentavam desviar o buscador de seu caminho.

Em muitos países a alquimia era uma arte proibida, pois poderia desestabilizar não só o país, mas o mundo, com uma quantidade muito grande de ouro e outros metais nobres. Ainda assim, existia uma exceção: o alquimista real. O que se sabe é que esteve em evidência nos séculos XVI e XVII, quando atingiu o seu desenvolvimento completo, graças em grande parte ao trabalho de Paracelso e seus alunos. O auge da alquimia ocidental durou cerca de 300 anos. Dessa forma o século XVIII marca o desaparecimento da Alquimia já que o seu “método de explicação: “obscurum per obscurius, ignotum per ignotius” (obscuro pelo mais obscuro e o desconhecido pelo mais desconhecido), era incompatível com o espírito do iluminismo e particularmente com o alvorecer da ciência química, no final do século. Após a Renascença a Alquimia passou a ser chamar Química.

Já a Alquimia chinesa está associada ao Taoismo e parece ter evoluído quase ao mesmo tempo em Alexandria ou na Grécia. Há um mito que diz que a Alquimia chinesa já era usada em 4.500 a.C., tendo dado origem ao Taoismo. Entretanto os textos alquímicos começaram a surgir somente na dinastia Tang, em torno de 600 a.C. O seu principal objetivo era fabricar o Elixir da Longa Vida (também chamado por eles de Elixir do Retorno, Pílula da Imortalidade), que segundo eles estava relacionado com fabricação do ouro, não havendo a Pedra Filosofal e o Homúnculos, que tratam-se de conceitos puramente ocidentais. As escritas dos antigos chineses citam a “Ilha dos Bem Aventurados“, a morada dos imortais. Também havia uma corrente de pensamento que dizia que o elixir era capaz, além de ceder a vida eterna, fazer o alquimista ir ao paraíso e viver com os imortais. Note-se que na China o ouro não possuía o mesmo valor que no Ocidente, não se trata de buscar o ouro alquímico com o objetivo de enriquecer, mas sim de se aperfeiçoar. É deste modo que o ouro fabricado possui muito mais importância por concentrar nele a sabedoria de sua produção, enquanto o ouro natural é considerado apenas matéria bruta, embora a mais perfeita da natureza.

Na filosofia védica da Índia ao redor do ano 1.000 a.C. também havia uma relação entre o ouro e a imortalidade, cuja ideia provavelmente foi adquirida dos gregos, quando Alexandre, o Grande invadiu a Índia no ano de 325 a.C. e teria procurado a fonte da juventude.

Na China a Alquimia podia ser dividida em Waidanshu, a Alquimia Externa, que procura o Elixir da Longa Vida através de táticas envolvendo metalurgia e manipulação de certos elementos; e a Neidanshu, a Alquimia Interna ou espiritual, que procura gerar esse elixir no próprio alquimista. A medicina tradicional chinesa herdou da Waidanshu as bases da farmacologia tradicional e da Neidanshu as partes relativas ao chi (pronuncia-se qi = energia). Muitos dos termos usados hoje na medicina chinesa provém da sua forma de Alquimia. Ainda assim a Alquimia chinesa não está diretamente ligada à metalurgia, talvez por necessitar de minérios ou pelo devagar desenvolvimento dessas técnicas na China. Esta prática possui características próprias e outras semelhantes à do ocidente, sendo que muito daquilo que sabemos sobre a Alquimia Chinesa encontra-se registrado no livro "O Segredo da Flor de Ouro".

Por sua vez, o livro alquímico chinês mais famoso é o Tan chin yao chüeh (“Grandes Segredos da Alquimia”), provavelmente escrito por Sun Ssu-miao, que viveu em torno de 581-673 d.C. A pólvora foi primeiramente descoberta por acidente por alquimistas chineses no século IX que procuravam pelo elixir. A partir do século X a Alquimia na China abdicou da preparação de ouro e centrou-se mais na espiritualidade. Em vez de fazerem experiências alquímicas com metais, a maioria dos alquimistas as faziam diretamente com seu corpo e espírito. Essa volta a uma ciência espiritual teve seu ápice no século XIII com as práticas da escola Zen e o Taoísmo Budista.

Simbolismo

De um modo geral, o processo alquímico é descrito de forma velada usando-se uma complicada simbologia que inclui símbolos astrológicos, animais e figuras enigmáticas. Os termos alquímicos, desde os mais simples até aos mais complicados, não podiam ser catalogados em um dicionário, pois eram usados com sentidos diferentes, até por uma mesma pessoa. A simbologia alquímica consiste em diversas alegorias e símbolos com diversas representações. Símbolos como animais, monstros mitológicos, ícones do cristianismo e cabala demais símbolos são usados para representar os processos químicos e a interação das substâncias para fins alquímicos tanto para representar as substâncias e elementos em si.

Talvez conhecido pelos antigos mesopotâmios (como os sumérios), foi muito considerado por Pitágoras que observou sua relação com o número aúreo. A maioria dos autores opina que o pentagrama foi primeiro conhecido e estudado pelos babilônios, e daí em diante pelos pitagóricos, devido a coincidente associação do pentágono regular com o cosmos e ordem divina. Eudemo de Rodas e Proclo mencionam que os pitagóricos apenas conheciam, das três figuras cósmicas, os poliedros regulares, desconhecendo o octaedro e o icosaedro. A explicação dada é que eles os conceberam da forma dos cristais naturais e que surgiram de uma dedução matemática, o que iria contra a herança babilônica. Desde então, ao mesmo tempo místico-mágico e científico, o pentáculo passou a ser usado na magia com sua ponta voltada para cima significando o ser humano (de fato, durante a Idade Média se esboçavam figuras humanas adequadas ao espaço de um pentáculo, como se verificou com Leonardo Da Vinci), cuja junção dos quatro elementos, em total comunhão, celebrariam o ápice espiritual.

Nonagrama, uma estrela de nove pontas utilizada como símbolo em diversas religiões. Muitas vezes é relacionada ao satanismo, porém, assim como o pentagrama e outros símbolos mágicos, de fato não o é. Símbolo de realização e de estabilidade, também pode ser relacionado ao sistemas de nove pontas, tal como o nove kanji taoista (centros psíquicos) que são semelhante ao chakras do Hinduísmo. Nove é o número de planetas conhecidos no sistema solar, e o número de deidades no Enéade do Egito antigo, que agruparam suas deidades de numerosos modos a partir do número três. 

Grandes Alquimistas

Nicholas Flamel: Nasceu em 1330, na França. A partir de 1380, começa a dedicar-se a experimentos alquímicos. Cerca de dez anos mais tarde ao início dos experimentos, ele teria conseguido transmutar metais em prata e ouro e inicia a realização de um grande número de obras de caridade como a construção de igrejas, hospitais, abrigos, decorando-os com pinturas e esculturas contendo símbolos alquímicos. Tanto ele como sua esposa gozavam de uma saúde invejável e não aparentavam a idade que tinham, segundo alguns devido aos conhecimentos alquímicos de Flamel. Conta a lenda, que após a sua morte, ladrões violaram o seu túmulo em busca de ouro, mas não encontraram nem ouro, nem o corpo de Flamel. É por isso que dizem que, além da pedra filosofal, ele descobriu também o elixir da longa vida, e que está vivo até hoje. 
Nostradamus ou Michel de Notre-Dame: Médico, alquimista e astrólogo. Nasceu em 14 de dezembro de 1503. Suas profecias ficaram tão conhecidas que chegam a ofuscar o restante de sua obra. Foi convidado por um alquimista, Julius César Scalinger, para conhecer suas pesquisas e permaneceu um tempo em sua casa. Acabou se casando com Marie Auberligne, grande estudiosa e auxiliar de Scalinger em seus experimentos. Foi nesta época que Nostradamus passou a aprofundar-se na Alquimia, utilizando a biblioteca escondida de Scalinger, porque nesse tempo era proibida qualquer prática alquímica. 
Paracelso: Nasceu em 17 de dezembro de 1493 na Suíça e tinha como princípio que a Pedra Filosofal da alquimia não devia ser somente para a procura do ouro e da prata, mas também de medicamentos para melhorar as condições de saúde do corpo humano, e assim, providenciar a forma de alcançar a vida eterna. Afirmava que “O homem não está na natureza; ele é da natureza.” 
Roger Bacon: Viveu em torno do ano 1250 e foi um dos mais sábios estudantes da Alquimia, realizando até mesmo transmutações de metais. Bacon trabalhou no Calendário Juliano, aperfeiçoou instrumentos de óptica, fabricou a pólvora e aproximou-se muito dos princípios que permitiram a fabricação de óculos e telescópios alguns anos mais tarde. Foi preso duas vezes, pois os Franciscanos não toleravam seus questionamentos.
Isaac Newton: Nasceu em 04 de janeiro de 1643, em Londres. Era alquimista, matemático e físico e foi um dos maiores gênios de todos os tempos. Desde pequeno já tinha uma enorme inteligência, resolvia problemas e criava engenhos. Sempre foi obstinado por seus livros e aos vinte e sete anos foi eleito Professor Titular de Matemática da Universidade de Cambridge. Nesta mesma época elaborou o cálculo infinitesimal. Publicou a obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, onde expunha sua teoria para a explicação do universo, baseada na atração da matéria. Acreditava que a Alquimia deveria permanecer secreta e por esse motivo nunca publicou os resultados de seus experimentos alquímicos. Deve-se a isto o fato de pouco se saber a respeito. Newton buscava na Alquimia encontrar a estrutura do microcosmo. Apesar de seus intensos estudos sobre o assunto, que duraram de 1668-1696, ele não conseguiu explicar as forças que governam os corpos pequenos. Em 1940, baseado nos manuscritos deixados por Newton, foi escrito o livro “Os Fundamentos da Alquimia de Newton". 
Postulados Alquímicos

A unidade do princípio material (matéria prima primordial);
Evolução da matéria (todos os elementos são radioativos, uns mais outros menos, de forma que ao longo de milhões de anos, mesmos os átomos considerados estáveis, sofrem transformações análogas à dos elementos instáveis);
Os elementos químicos representam estados de evolução (sendo o ouro o mais perfeito);
A transformação é o resultado de uma evolução natural ainda desconhecida do homem, a qual é possível reproduzir em laboratório, sendo este trabalho ao mesmo tempo espiritual e material (ora et labora = reza e trabalha; de onde vem a palavra “laboratório” = labor + oratório).

Segundo a filosofia alquímica e os princípios da magia, os sete metais planetários são os que mais acumulam spiritus de natureza análoga à “influência” planetária correspondente. Eles apresentam um ritmo energético oscilante, de acordo com a posição do astro a ele associado (é o “biorritmo” do metal). Como o próprio Hahnemann (fundador da Homeopatia) comprovou, as coisas que são de alguma maneira semelhantes na natureza de suas vibrações características têm afinidade entre si. Isto é conhecido como “Princípio das Correspondências ou Concordâncias”. Os Florais e a Homeopatia baseiam-se em princípios elementares da Alquimia Herbácea (alquimia vegetal, que compõe a “Pequena Circulação”, em contraposição à Alquimia Mineral ou “Grande Circulação”). Em ambos os casos, o princípio ativo é a quintessência dos elementos impregnada num catalisador (que no caso da aplicação vegetal pode ser água ou álcool, e na mineral geralmente um ácido).

Os alquimistas acreditavam que o mundo material é composto por matéria-prima sob várias formas, as primeiras dessas formas eram os quatro elementos (água, fogo, terra e ar), divididos em duas qualidades: úmido (que trabalhava principalmente com o orvalho), Seco, Frio ou Quente. As qualidades dos elementos e suas eminentes proporções determinavam a forma de um objeto, por isso, os alquimistas acreditavam ser possível a transmutação: transformar uma forma ou matéria em outra alterando as proporções dos elementos através dos processos de destilação, combustão, evaporação, etc.

Por outro lado, um grande número de alquimistas afirmava: “as vias usadas no processo são duas e as chamamos de seca e úmida (ou a do sábio e do filósofo)”. Uma é mais rápida do que a outra; no entanto, é muito mais arriscada. A via seca era sempre mais rápida, realizada no athanor (forno) aberto, com fogo direto, vivo e forte e numa espécie de panela que normalmente era chamada de ‘cadinho’. A via úmida era mais eficaz, porém mais lenta. Normalmente feita em um recipiente fechado que levava o nome de ‘retorta’ ou ‘pelicano’ e cozinhada em fogo brando por bastante tempo. O forno também era fechado e muito maior do que na via seca. A maioria dos escritores dividia a via úmida em quatro estágios principais, que por vezes, também ter significado espiritual, e os associava a cores e suas vibrações. Como não podia deixar de ser, os nomes eram em latim.

Nigredo: ou Operação Negra, é o estágio em que a matéria é dissolvida e putrefata (associada ao calor e ao fogo);
Albedo: ou Operação Branca, é o estágio em que substância é purificada;
Citrinitas: ou Operação Amarela, é o estágio em que opera-se a transmutação dos metais;
Rubedo: ou Operação Vermelha, é o estágio final.
Entre a Nigredo e o Albedo, há a fase da Cauda Pavonis (cauda do pavão ou arco-íris). Deve ser por Eisso que se diz que no fim do arco-íris está um pote de ouro. O problema é que nunca encontramos o fim do arco-íris, mas na maioria das vezes o caminhar é o verdadeiro tesouro. Os processos apresentam perigo real de explosão (algumas composições tratam-se de reações violentas, que se aproximam da pólvora), queimaduras (temperatura próximas dos 1000°C e quase sempre acima dos 100°C, ácidos e bases fortes), envenenamento (gases) e toxicidade por metais (Mercúrio, Antimônio, Chumbo). Os perigos psicológicos são também reais, em conseqüência de trabalho excessivo, concentração prolongada, frustração repetida, falta de repouso, por vezes isolamento, estímulos à imaginação, etc.

O processo se dá com quatro operações:

Solução ou Liquefação – A primeira é a solução (liquefação) da matéria em água mercurial pela semente do mar. A geração começa pela conjunção do macho e da fêmea de suas sementes. Segue a putrefação. Pela solução, os corpos, dizem eles, retornam à sua primeira matéria e se reincorporam pela cocção (cozimento). Nesse momento, faz-se o casamento entre o macho e a fêmea, e dele nasce o corvo. A pedra se transforma em quatro elementos, todos misturados; o céu e a terra se unem para dar à luz Saturno. Na química filosófica é uma redução do corpo à sua primeira matéria, uma desunião natural das partes compostas e uma coagulação das partes espirituais; eis porque os filósofos chamam-na uma solução do corpo e um congelamento do espírito.
Ablução ou Calcinação – A segunda é a preparação do mercúrio dos filósofos, que volatiliza e espermatiza os corpos, expulsando a umidade supérflua e coagulando toda a matéria sob forma de terra viscosa e metálica. A ablução ensina a branquear o corvo e fazer nascer Júpiter de Saturno, o que é feito pela transformação do corpo em espírito. A calcinação comum é a pulverização pelo fogo e a redução do corpo em cal, cinza, terra, etc. é a morte do misto. A filosófica é a extração da substância, da água, do sal, do óleo e do resto terroso. A calcinação comum se faz pela ação do fogo comum ou dos raios concentrados do Sol. A filosófica tem a água por agente, por isso se diz ablução.
Redução ou Putrefação – A terceira parte é a corrupção que separa as substâncias, retifica-as e as reduz. As águas tiveram que ser separadas das águas com peso e medida [destilação]. A função da redução é devolver ao corpo seu espírito, que a volatilização havia retirado, e alimentá-lo a seguir com um leite espiritual, em forma de orvalho, até que Júpiter criança tenha adquirido uma força perfeita. É, de algum modo, a chave de todas as operações, ainda que não seja a primeira. É a ferramenta que rompe as ligaduras das partes. A destilação e a sublimação comuns são a imitação das da natureza.
Fixação ou Fermentação – A quarta é a geração e a criação do enxofre filosófico, que une e fixa as substâncias; é a criação da pedra; o mistério acabou. Sem ouro não se pode fazer ouro. O ouro é, portanto, a alma e o que determina a força intrínseca da pedra. O medicamento amarelo não é mais do que uma composição de terra e água, isto é, de enxofre e mercúrio fermentados com o ouro, porém um ouro reincorporado.
As cores que a matéria assume no decorrer das operações da obra são signos demonstrativos, que permitem saber que se agiu de maneira a ter êxito. Elas sucedem imediatamente e por ordem. A perturbação desta ordem é uma prova de que se operou mal. Há três cores principais: a primeira é negra, chamada cabeça de corvo, serpentes, dragões e muitos outros nomes. A segunda cor é o branco. Essa matéria, dita fumaça branca, é considerada como a raiz da arte, o verdadeiro mercúrio dos filósofos. A formação dessa brancura desejada anuncia-se por um círculo capilar de cor alaranjada, que aparece ao redor da matéria, nos lados do recipiente.

A matéria ao deixar  a cor negra, não se torna branca de repente; a cor cinzenta, que participa das duas é a intermediária. Os sábios lhe deram o nome de Júpiter porque ela sucede ao negro, que eles chamam de Saturno. A matéria que se fixou na parte inferior do vaso é Júpiter. Essa matéria branca é, desde então, um remédio universal para todas as doenças do corpo humano. A terceira cor primordial é o vermelho, que se obtêm continuando o cozimento da matéria. Deve-se saber que, para despistar os garimpeiros, a maioria dos sábios começam seus tratados da Obra com a pedra vermelha. Nessa operação, o corpo fixo se volatiliza; sobe e desce no vaso até que o fixo, tendo vencido o volátil, o precipite ao fundo com ele, não fazendo mais do que um corpo de natureza absolutamente fixa. As três cores – preta, branca e vermelha – devem necessariamente sucederem-se na ordem que acabamos de indicar. Não são as únicas que se manifestam. Indicam as mudanças essenciais que ocorrem na matéria, enquanto as outras cores, quase indeterminadas e semelhantes ao arco-íris, são passageiras e de curta duração; afetam antes o ar do que a terra, repelem umas às outras e dissipam-se para dar lugar às três cores principais, das quais estamos falando.

Principais Obras Alquímicas

O Arcano Hermético (de Jean d’Espagnet)
Anfiteatro da Sabedoria Eterna (de Heinrich Khunrath)
Atalanta Fugiens (de Michael Maier)
Aurora Consurgens (de São Tomás de Aquino)
A Aurora dos Filósofos (de Paracelso)
Coelum Philosophorum (de Paracelso)
A Carruagem Triunfal do Antimônio (de Basílio Valentim)
Doze Chaves de Basilio Valentim (de Basílio Valentim)
As Seis Chaves (de Eudoxus)
A fabricação de Ouro (de Francis Bacon)
O Parentesco dos Três (de Wei Boyang)
Tabula Esmeragdina (de Hermes Trismegistus)
O Tratado Dourado (de Hermes Trismegistus)
Corpus Hermeticum (de Hermes Trismegistus)
Teorias e símbolos dos Alquimistas (de Albert Poisson)
Mutus Liber (editado por Eugene Canseliet)
As Moradas dos Filósofos (de Fulcanelli)
Teorias e símbolos dos Alquimistas (de Albert Poisson)
O Livro das Figuras Hieroglíficas (de Nicolas Flamel)

O Baphomet

Uma das mais controversas figuras da Alquimia/Cabala. Criada com o proposital intuito de afastar os leigos, os despreparados, os imaturos e as pessoas de “mente fraca”, que tomariam tal figura como sendo a de adoração do demônio. Repleta de simbolismo, a figura retrata o processo de autotransformação, mascarando com figuras do imaginário religioso. A palavra “Baphomet” em hebraico é como segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se a cifra Atbash (método de codificação usado pelos cabalistas judeus), obtém-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph, que soletra-se Sophia, palavra grega para “sabedoria”.

A Alquimia como Técnica de Autotransformação Psicológica

A Alquimia é, antes de tudo, um sistema de autotransformação. O caminho é ao mesmo tempo espiritual e material. Muito do trabalho alquímico relacionado com os metais era apenas uma metáfora para um trabalho espiritual. Torna-se mais clara a razão para ocultar toda e qualquer conotação espiritual deste trabalho, na forma de manipulação de “metais”, se nos lembrarmos que na Idade Média qualquer um poderia ser acusado de heresia e satanismo, acabando por ser perseguido pela Inquisição.

Para o alquimista, o universo todo tendia a um estado de perfeição. Como, tradicionalmente, o ouro era considerado o metal mais nobre, ele representava esta perfeição. Assim, a transmutação dos metais inferiores em ouro representa o desejo do alquimista de auxiliar a natureza em sua obra, levando-a a um estado de maior perfeição. Portanto, a alquimia é uma arte filosófica, que busca ver o universo de uma outra forma, encontrando nele seu aspecto espiritual e superior. Assim, a transformação dos metais em ouro pode ser interpretada como uma transformação de si próprio, de um estado inferior para um estado espiritual superior. Outros consideram que as operações alquímicas e a transmutação do operador ocorrem em paralelo; existem, ainda, outras opiniões.

A Psicologia moderna também incorporou muito da simbologia da alquimia. Carl Jung reexaminou a simbologia alquímica procurando mostrar o significado oculto destes símbolos e sua importância como um caminho espiritual. Os símbolos alquímicos sendo semelhantes aos símbolos de nossos sonhos, fantasias, dos mitos, das artes. Expressando portanto as profundidades da alma humana, onde somos todos semelhantes.

A cor dourada e o ouro geralmente estão associados ao Self e à totalidade. Na interpretação de Jung, a obra alquímica é análoga ao processo de individuação, e a pedra filosofal é um símbolo do Self. Pondo em jogo sua intuição e sua teoria dos arquétipos, Jung encontrou uma correspondência entre as clássicas operações da Alquimia e as etapas já assinaladas que é necessário percorrer no caminho da Individuação. Tais operações alquímicas adquiriram, assim, uma significação simbólica. Todo o processo aparece como resultado de uma projeção arquetípica. Entretanto, a metáfora alquímica é um tema muito vasto e complexo que amplia o horizonte de estudo sobre a natureza humana.

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