sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Caça às Bruxas


A caça às bruxas foi uma perseguição religiosa e social que começou no século XV e atingiu seu apogeu nos séculos XVI a XVIII principalmente na Alemanha, Escandinávia, Inglaterra, Escócia, Suíça e em menor escala na França, Península Ibérica, Itália e Império Habsburgo. O mais famoso manual de caça às bruxas é o Malleus Maleficarum (Martelo das Feiticeiras), de 1486.

No século XX a expressão "caça-às-bruxas" ganhou conotação bem ampla, sua verdadeira conotação se auto-revelou se referindo a qualquer movimento político ou popular de perseguição política-arbitrária, com o objetivo de Poder, muitas vezes calcadas no medo e no preconceito submetiam a maioria, no que hoje poderíamos chamar de Terrorismo.

Relação da sociedade com a bruxaria ao longo da História

Neólitico e Idade do Bronze 10 000 a.C. - 850 a.C.

O castigo contra feiticeiros maléficos já existia em muitas sociedades antigas, leis antifeitiçaria apareciam nos primeiros códigos legais preservados; Tanto no Egito como na Babilônia, desenpenhou um papel conspícuo. O código de Hammurabi de cerca do ano 1800 a.C., prescreve que:

"Se um homem lançou um feitiço a outro homem e não se justificar, deve mergulhar no rio sagrado. Se ele se afogar, o acusador tomara posse de sua casa, mas se o rio declara-lo inocente, o acusador será morto e aquele que mergulhou devi tomar posse de sua casa"

A Bíblia hebraica condenava a feitiçaria. Deuteronômio 18:10-12 declara "Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti". E Êxodos 22:18 prescreve "A Feiticeira não deixarás viver;" contos como o de 1 Samuel 28, relata como Saul "cortou os que têm espiritos familiares e os magos da terra"

Antiguidade Clássica 850 a.C. - 450 d.C.

Em 451 a.C., as Doze Tabuas do direito romano tinham provisões contra encantamentos e feitiços mal intencionados que podiam danificar culturas de cereais. Em 331 a.C., 170 pessoas foram executadas como bruxas após uma doença epidêmica desconhecida ter atingido a Itália Central.

Em 186 a.C., o senado romano emitiu um decreto restringindo severamente as celebrações a Lucifer, deus das bruxarias. Conseqüentemente à proibição, em 184 a.C., cerca de 2.000 pessoas foram executadas por bruxaria (veneficium) e entre os anos 182 -180 a.C., outras 3.000 execuções ocorreram, novamente desencadeada pelo surto de uma epidemia.

Em 81 a.C., o cônsul romano Sula promulgou uma lei que proibia o comércio e posse de drogas nocivas, venenos, livros mágicos e outras parafernalhas ocultistas. Estrabão, Caio Cílnio Mecenas, Dião Cassio e muitos outros confirmaram a tradicional oposição dos antigos contra a bruxaria e adivinhação. O imperador Augusto reforçou a legislação destinada a restringir essas práticas, em 31 a.C., mandou queimar mais de 2000 livros de magia em Roma. Nessa mesma época, um rabino chamado Semeon ben Shetach condenou a morte 80 mulheres que haviam sido acusadas de braxaria em um único dia na cidade de Ascalão. Mais tarde, os parentes das mulheres se vingaram trazendo falsas testemunhas contra o filho de Semeão, fazendo com que ele fosse executado. Nesse tempo, esse tipo de situação já ocorria.

Em 354 da era cristã, enquanto Tiberius Claudius era imperador, 45 homens e 85 mulheres, todos suspeitos de feitiçaria, foram executados.

A caça às bruxas continuou até o final do século IV (301 - 400), quando o católicismo se tornou religião oficial do Império Romano na década de 390's. O desejo da Igreja Católica de inibir a caçada de bruxas aparece nos concílios de Elvira (306) e Ancira (314), que inpuseram certas penitencias eclesiásticas suaves a pessoas que adoravam o diabo.

Idade das Trevas ou primeira época Médieval 450 - 900

Esse ceticismo ficou explicito nos decretos de Trullo em 692 e Paderborn em 785 que proibia as pessoas de dedurar bruxas e condenou a morte aqueles que pensavam em queimar bruxas. O código lombardo de 643 dizia:

"Que ninguém pretenda matar alguém ou uma estrangeira como bruxa, pois não é possivel, nem deve ser acreditado por mentes cristãs"

O Concílio de Frankfurt em 794, convocado por Carlos Magno, também foi muito explícito ao condenar a perseguição de supostas bruxas, chamando a crença na bruxaria "supersticiosa" e ordenando a pena de morte para aqueles que presumiam queimar bruxas.Outros exemplos incluem um sínodo irlandês em 800, e um sermão de Agobard de Lyon (810).

Alta Idade Média 900 - 1300

Durante a Alta Idade Média, o ceticismo em relação as bruxas aumentou. No ano 906, século X (901 - 1000), uma lei canônica da Igreja afirmava que é heresia acreditar em bruxas e bruxarias e que essa crença popular é coisa de pagão.

O rei Kálmán (Colomão) da Hungria, no Decreto 57 de seu Primeiro Livro Legislativo (publicado em 1100), proibiu a caça às bruxas e disse: "as bruxas não existem".

O "Decretum" de Burchard, Bispo de Worms (1020), especialmente o seu 19º livro, é outro trabalho de grande importância. Burchard estava escrevendo contra a crença em poções mágicas, como por exemplo, que podia provocar impotência ou aborto. Este também foi condenado por vários Padres da Igreja. Mas ele rejeitou também a possibilidade de muitos outros poderes alegados das bruxas. Tais, por exemplo, voar com uma vassoura mágica nas noites de sábado, mudar a disposição de uma pessoa do amor para o ódio em relação a outra pessoa, o controle do trovão, da chuva e do sol, a transformação de pessoas em animais, a relação sexual de incubis e succubis com seres humanos e entre outros. Não só a tentativa de praticar tais coisas, mas a própria crença em sua possibilidade, é tratada por Burchard como falsa e supersticiosa.

O papa Gregório VII, em 1080, escreveu ao rei Haroldo III da Dinamarca, proibindo que as bruxas fossem mortas por presunção de terem causado tempestades, fracassos de colheitas ou pestilências. Nem estes foram os únicos exemplos de um esforço para evitar a suspeita injusta a que tais pobres criaturas poderiam ser expostas.

Em muitas ocasiões diferentes, os eclesiásticos que falaram com autoridade fizeram o seu melhor para desiludir o povo de sua crença supersticiosa em feitiçaria. Este é, por exemplo, o sentido geral do livro, Contra insulsam vulgi opinionem de grandine et tonitruis, escrito por Agobard (d. 841), Arcebispo de Lyons ("Contra a crença tola do tipo comum em relação ao granizo e ao trovão".

A partir de então, mulheres que praticavam curandeirismo e benzedorismo passaram a ser uma das figuras mais respeitadas na sociedade Medieval, principalmente nas áreas rurais, chamadas de “mulheres sábias” em todo o continente europeu. Eram geralmente viúvas ou solteiras, com enorme conhecimento de ervas medicinais. Embora fossem pessoas miseráveis, tinham grande prestígio social, pois serviam como faz-tudo: parteiras, adivinhas, terapeutas, enfermeiras, médicas e entre outros.

Por outro lado, pessoas que praticavam magia negra, góetica, enoquiana e outros, também aproveitaram essa época dourada e tolerante para as praticas mágicas e ocultismo. Fazendo valer seus caprichos, amaldiçoando inimigos e enfeitiçando amantes.

Baixa Idade Média 1300 - 1600

No início do século XIV (1301 - 1400), após séculos de tolerância, a Europa Medieval estava infestada de bruxas e a Igreja foi responsabilizada, por isso, houve muitas acusações contra cléricos e outras pessoas instruidas que eram capazes de ler e escrever livros de magia, até o papa Bonifácio VIII foi acusado de apostasia e bruxaria em 1303.

Entre os anos de 1304 e 1320, ocorreu uma verdadeira "faxina" dentro da própria Igreja, sendo as execuções ainda muita raras. Na França, um bispo foi executado por usar a feitiçaria na tentativa de matar o papa João XXII. Essa era a maneira mais popular nessa época para matar um rei, imperador ou papa. Nos anos seguintes foram mais silenciosos, mas a partir das décadas de 1350's, 1360's e 1370's, na parte central da Europa, começaram a surgir rumores e pânico acerca de conspirações malignas que estariam tentando destruir os reinos cristãos através de magia e envenenamento; falava-se de conspirações por parte dos turcos otamanos e de associações entre judeus e leprosos ou judeus e bruxas. Os judeus que por toda Idade Média tiveram liberdade de religião começaram a ser vistos com desconfiança pela população. Depois da enorme devastação decorrente da peste negra (que vitimou 1/3 da população européia em meados do século XIV) esses rumores aumentaram e passaram a focar mais em bruxas e "propagadores de praga". Depois da Peste também se espalhou aquela ideia de que o banho frenquente desprotegia a pele e trazia doenças para o corpo através da água, que era supostamente contaminada por conspiradores.

De 1376 adiante, as acusações aumentaram e mais frequentes contra pessoas comuns. Em 1398, a universidade de Paris declarou que o pacto demoníaco não precisava de nenhum documento assinado, pois o simple ato de convocar um demônio constituiu um pacto implícito. Entre os anos 1376 e 1435, o ritmo de julgamentos aumentou de modo significativo, e entre os anos 1436 e 1520, o número de julgamentos por bruxaria na Europa agora é, em média três vezes maior do que no périodo 1376 - 1435. A caça chegou a diminuir a partir dos anos 1520's continuando assim por algumas décadas, mas voltou a aumentar a partir da década de 1560 atingindo o patamar do período 1436 - 1520. O período com maior número de julgamentos e execuções por bruxaria foi de 1580 a 1660 com um auge de pico entre 1610 e 1650, os 40 anos mais histéricos.

Em 1435, o teologo Johannes nider escreveu um tratado em forma de diálogo, o Formicarius que dizia que as feiticeiras eram parte de uma espécie de seita demoníaca.

Por intermédio da bula de 5 de dezembro de 1484, o papa Inocêncio VIII ordena uma investigação acerca da bruxaria, com vistas a definir os sinais pelos quais se poderia reconhecer o pacto do indivíduo com o diabo e aboliu a lei canônica de 906.

Considerado um dos papas mais fracos do século XV, sua indicação aconteceu graças a um impasse na feroz disputa pelo papado entre os cardeais Bórgia e Giuliano della Rovere. Temerosos de que a disputa entre os dois levasse à escolha do cardeal Barbo, tido como homem de princípios rígidos e um possível reformador da Igreja, uniram forças e conseguiram eleger o inofensivo Cibo, que se tornou papa com o nome de Inocêncio VIII.

Em 1486 foi lançado o livro Malleus Maleficarum, pelos inquisidores Heinrich Kraemer e James Sprenger, o livro nunca foi aprovado pela Igreja Católica Romana e acabou sendo inserido no Index Librorum Prohibitorum, tendo seus dois autores sido posteriormente excomungados por continuarem publicando-o. Mas a partir dos anos 1520's, ocorreu a reforma protestante e a maré começou a mudar, pois os reformadores acabaram aceitando a "Bíblia do caçador de bruxas". Com 28 edições esse volumoso manual define as práticas consideradas demoníacas. Ele se torna uma espécie de bíblia da caça às bruxas e vai ter grande influência do outro lado do Atlântico no século XVII (1601 - 1700) sobre as comunidades puritanas nos Estados Unidos, tendo sido utilizado no famoso caso das bruxas de Salém.

Ao surgirem as primeiras ondas da Reforma Protestante o número de julgamentos chega a diminuir por alguns anos. Entretanto, em 1560 a perseguição cresce novamente até atingir o pico no século XVII.

Séculos XVII (1601 - 1700) e XVIII (1701 - 1800)

Os horrores da Caça às Bruxas no século XVII que varreu o Norte da Europa, aconteceu em um mundo sacudido pela reforma protestante, assolado pelas guerras religiosas e políticas e fustigada pela fome e pela doença. Esse é o período mais sanguinário da história, que atingiu tanto terras católicas como protestantes e ocorreu principalmente entre os anos 1610 e 1650.

O conceito de "bruxa" passou a ser bem mais amplo. Curandeiras e benzedeiras passaram a ser alvo fácil, já que as autoridades não via mais distinção entre bruxas/feiticeiras, curandeiras e benzedeiras. Passou a ser difícil distinguir suas especificidades, pois todas estavam ligadas a magia e ao uso de ervas medicinais. Até o final do século XVI (1501 - 1600), na Baixa Idade Média, essa diferenciação estava bem clara, pois acreditavam que as bruxas enviavam o mal, enquanto as curandeiras o sanavam. Na Idade da Razão (a partir de 1601), no entanto, essa diferença desapareceu e milhares de pessoas inocentes foram torturadas e mortas.

A partir da década de 1660's, os julgamentos começaram a diminuir graças a expansão do Iluminismo e da filosofia moderna que nasceu no início dos anos 1600's. Em alguns países como a Polônia, o auge da caçada foi entre 1670 e 1730 (século XVIII). A Inglaterra foi o país com maior porcentagem de mulheres entre os executados, mais do que em qualquer outro país: 90% Segundo estimativas recentes entre 500 e 1.000 pessoas foram executadas por bruxaria na Inglaterra.

Estudiosos estimam que das 35 mil pessoas que foram executadas como bruxas, cerca de 30 mil ocorreu no início da Idade das Luzes, da revolução científica e do Iluminismo, o século XVII.

As elites deixaram de acreditar em bruxaria com o Iluminismo, mas continuou fazendo parte da cultura popular e uma parcela da população continuou temendo as bruxas. Linchamento de suspeitos de feitiçaria passaram a ser comum a partir de 1750, principalmente em países de religião protestante e houve casos de perseguição até meados do século XIX (1801 - 1900).

Na Suécia

As perseguições às bruxas na Suécia (häxprocesser) foram relativamente reduzidas, tendo sido efetuadas principalmente no período de 8 anos, entre 1668 e 1676.

Novas versões históricas

No passado os historiadores consideraram a caça às bruxas européia como uma perseguição social, contra aqueles que supostamente atentavam contra a ordem e geravam calamidades Seguindo essa lógica, era "natural" supor que a perseguição teria sido pior quando o poder da igreja era maior, ou seja: antes de a Reforma Protestante dividir a cristandade ocidental em segmentos conflitantes. Nessa visão, embora houvesse ocorrido também julgamentos no começo do período moderno, eles teriam sido poucos se comparados aos supostos horrores medievais. As pesquisas recentes derrubaram essa teoria de forma bastante clara e, ironicamente, descobriu-se que o apogeu da histeria contra as bruxas ocorreu entre 1560 e 1660, pouco depois do surgimento da Reforma Protestante e em parte já no início da celebrada "Idade da Razão" (séculos XVII e XVIII).

A partir de 1970 uma mudança considerável ocorreu no estudo da caça às bruxas européia, com a tentativa de "filtrar" e fato político da perseguição a seitas religiosas. Os historiadores passaram a se deter aos registros históricos dos julgamentos, deixando de lado fontes não oficiais sobre o tema. Essa metodologia trouxe mudanças significativas na visão acadêmica sobre o tema, sugerindo-se agora, por exemplo, que o número de vítimas fatais não seria superior a 100 mil pessoas, enquanto antes, considerando-se os relatos não oficiais, as estimativas escalariam a casa de nove milhões. É, todavia, postulado pela própria academia que na época da Inquisição Espanhola a Igreja perdeu o controle sobre o que veio a se tornar uma verdadeira histeria coletiva, com julgamentos e execuções realizadas à sua revelia por comunidades locais.

Em função desta revisão histórica, passaram a ser postuladas as seguintes ideias chave:

A "Caça às Bruxas" na Europa começou no fim da Idade Média e foi uma questão de seitas e conotação de processo religioso - político e social da Idade Moderna. A situação assumiu tamanha dimensão, também devido às populações sofrerem frequentemente de maus anos agrícolas e de epidemias, resultando elevada taxa de mortalidade, e dominadas pela superstição e pelo medo. A maior parte das vítimas foram julgadas e executadas entre 1580 e 1660. A quantidade de julgamentos e a proporção entre homens e mulheres condenados poderá variar consideravelmente de um local para o outro. Por outro lado, 3/4 do continente europeu não presenciou nem um julgamento sequer. A maioria das vítimas foram julgadas e executadas por tribunais seculares, sendo os tribunais locais, foram de longe os mais intolerantes e cruéis. Por outro lado, as pessoas julgadas em tribunais religiosos recebiam um melhor tratamento, tinham mais chances de poderem ser inocentadas ou de receber punições mais brandas, o que se denominava na época de Comissões da Verdade as inquisições, com base nos Cânones.

O número total de vítimas ficou provavelmente por volta dos 50 mil, e destes, cerca de 25% foram homens. Mulheres estiveram mais presentes que os homens, e também enquanto denunciantes, e não apenas como vítimas.

Estudos recentes apontam que muitas das vítimas da "Caça as Bruxas", bem como de muitos "casos de endemoniados", teriam sido vítimas de uma intoxicação. O agente causador era um fungo denominado Claviceps purpurea, um contaminante comum do centeio e outros cereais. Este fungo biossintetiza uma classe de metabólitos secundários conhecidos como alcalóides da cravagem e, dependendo de suas estruturas químicas, afectavam profundamente o sistema nervoso central. Os camponeses que comeram pão de centeio (o pão das classes mais pobres) contaminado com o fungo, eram envenenados e desenvolveram a doença, atualmente denominada de ergotismo.

Em alguns casos, também verificou-se alegações falsas de prática de "bruxaria" e de estar "possuído pelo demônio", com o fim de se apropriar ilicitamente de bens alheios ou como uma forma de vingança.

sábado, 20 de maio de 2017

Kriya Yoga


O Kriya Yoga é um sistema de Yoga revivido nos tempos modernos por Lahiri Mahasaya. Paramahansa Yogananda difundiu Kriya em grande escala para o público em geral através do livro Autobiografia de um Iogue. O sistema consiste em técnicas yóguicas que aceleram o desenvolvimento espiritual e ajudam a alcançar um profundo estado de tranquilidade e comunicação com Deus e com o próprio Eu Superior.

História Recente

De acordo com Paramahansa Yogananda, o Kriya Yoga já era conhecido na Índia ancestral, mas em determinada altura perdeu-se devido à "confidencialidade sacerdotal e à indiferença humana." Mas em 1861, o imortal yogi Mahavatar Babaji iniciou Lahiri Mahasaya no Kriya Yoga. Lahiri Mahasaya então reviveu a prática, que foi rapidamente difundida na Índia. Paramahansa Yogananda, foi preparado durante décadas para a missão de disseminar o Kriya no Ocidente, por seu Guru Swami Sri Yuktéswar um dos discípulos mais adiantados de Lahiri Mahasaya. Ao chegar nos EUA, Paramahansa Yogananda fundou a Self-Realization Fellowship, uma organização que permitisse congregar estudantes e monásticos, fez inúmeras palestras, escreveu dezenas de livros e organizou seus ensinamentos espirituais em um conjunto de lições, que desde então espalham Kriya pelo mundo. Todavia, Yogananda ensinou Kriya Yoga de forma diferente do que agora difundido pela organização que ele mesmo fundou. Kriya Yoga é uma vasta ciência de iluminação e mestres de Yoga ensinam de acordo com a época e com os diferentes discípulos.

Os discípulos mais conhecidos de Lahiri Mahasaya foram Swami Sri Yukteswar Giri, Panchanon Bhattacharya, Swami Pranabananda, Swami Kebalananda, Swami Keshabananda, e Bhupendranath Sanyal (Sanyal Mahasaya).

Referências às escrituras recentes

Yogananda ensina que Krishna se refere ao Kriya Yoga duas vezes no Bhagavad Gita. Primeiro, quando diz, "Oferecendo a inalação à exalação, e oferecendo a exalação à inalação, o yogi neutraliza ambas as respirações; ele então liberta a força vital do coração e mantêm o controle sobre ela."

E também, quando diz que "Krishna, ele próprio, em uma prévia encarnação, transmitiu o indestrutível yoga a um ancestral iluminado, Vivasvat, que ensinou a Manu, o grande legislador. Ele, em seguida, instruiu Ikshwaku, o pai da dinastia solar na Índia."

Segundo relatado na Autobiografia:

"A Kriya Yoga que estou oferecendo ao mundo, por seu intermédio, neste século 19 - disse Bábají a Láhiri Mahásaya - é um renascimento da mesma ciência que Krishna deu a Árjuna, há milênios; e a que foi posteriormente conhecida por Patânjali e Cristo, e por São João, São Paulo e outros discípulos".

Duas vezes, o Senhor Krishna, o maior profeta da índia, refere-se a Kriya Yoga no Bhágavad Gíta. Krishna também relata que foi ele, numa encarnação anterior, quem transmitiu a ioga indestrutível a um antigo iluminado, Vivasvat, o qual a deu a Manu, o grande legislador. Este, por sua vez, instruiu Ikshwaku, fundador da dinastia solar da India, a dos reis-guerreiros. Assim, passando de um a outro, a ioga dos reis foi guardada pelos Ríshis até o advento da era materialista. Depois, devido ao segredo sacerdotal e à indiferença dos homens, a sagrada tradição tornou-se gradualmente inacessível.

Patanjali também se referiu ao Kriya Yoga quando escreveu "Definimos Kriya Yoga como disciplina corporal, controle mental e meditação no Aum." E novamente quando diz,"A Liberação pode ser alcançada através do pranayama quando separamos o curso da inspiração e da expiração."

Linhagens de Kriya Yoga

Origem em Lahiri Mahasaya, com várias ramificações

Kriya Yoga Foundation (diversos grupos que praticam nos países Europeus, na Rússia e na Índia), fundada por Swami Shankarananda Giri, discípulo direto de Swami Narayana Giri (Prabhujee), que por sua vez foi um dos discípulos do Swami Sri Yukteswar Giri.
A linhagem filial de Lahiri Mahasaya continua na pessoa de Shibendu Lahiri, o neto de Lahiri Mahasaya.
Yogacharya Dr.Ashoke Kumar Chatterjee é um discípulo de Satya Charan Lahiri Mahasaya, neto de Lahiri Mahasaya.
Sri Shailendra Sharma é um discípulo de Shree Satya Charan Lahiri Mahasaya, um dos netos de Lahiri Mahasaya.

Origem em Lahiri Mahasaya, através de Paramahansa Yogananda

Self-Realization Fellowship - SRF, fundada por Paramahansa Yogananda, com sede nos EUA, centenas de templos, retiros e grupos em 62 Países.
Yogoda Satsanga Society of India-YSS,fundada por Paramahansa Yogananda com sede na India.

Instrutores Independentes

Centro de Consciência Espiritual, fundada por Roy Eugene Davis, discípulo direto de Paramahansa Yogananda.
Self-Revelation church of absolute monism, fundada por Swami Premananda, discípulo direto de Paramahansa Yogananda.
Song of the Morning Retreat Center, fundada pelo Yogacharya Oliver Black, discípulo direto de Yogananda.
Ananda, fundada por Kriyananda, ex- monge da SRF/YSS.
Temple of Kriya Yoga, iniciado por Goswami Kriyananda, discípulo de Shri Shelliji, discípulo direto de Yogananda.
Satyeswarananda Giri ex-monge da YSS/SRF, auto-intitulado discípulo de Mahamuni Babaji.
Kriya Yoga Institute fundado por Hariharananda, ex-monge da YSS/SRF

Templos de Khajuraho


Khajuraho (hindi: खजुराहो, Khajurāho) é uma pequena cidade no estado de Madhya Pradesh, a cerca de 620 km a sudoeste de Deli, capital da Índia. Segundo o censo de 2001, a população era de 7665 habitantes. O termo Khajuraho poderá derivar da palavra Hindi khajur que significa Tamareira.

História

Khajuraho é hoje um dos mais populares destinos turísticos na Índia, provavelmente pela presença do maior grupo de templos Hindus medievais, famosos pelas suas esculturas eróticas, onde serviu de capital religiosa à dinastia Hindu Rajput dos Chandelas, que controlou esta parte da Índia entre o século X e o século XII os quais seriam seguidores do culto tântrico.

O conjunto de templos foi construído ao longo de cem anos, desde o ano 950 até ao ano 1050, dotado de uma área central protegida por uma muralha com oito portões, cada um dos quais com duas palmeiras de ouro. Na época áurea da cidade, contavam-se mais de 80 templos Hindus, dos quais apenas 22 se encontram em estado razoável de conservação, espalhados numa área de cerca de 21 km².

São um exemplo da ligação entre a religião e o erotismo, sendo excelentes demonstrações dos estilos arquitectónicos da Índia que ganharam popularidade devido à representação lascíva de alguns aspectos da forma de vida tradicional durante a época medieval naquela região. Viriam a ser redescobertos somente durante o século XX, tendo sofrido bastante com o crescimento das selvas circundantes que causaram prejuízos a alguns dos monumentos. O declínio económico e financeiro dos Chandelas Rajputs é tido como a razão principal para o abandono do local como centro de culto e vida social, sendo por isso a principal causa da deterioração provocada pela acção dos elementos da natureza aos monumentos.

O conjunto de monumentos foi classificado pela UNESCO como Património Mundial.

Arquitectura

Os templos de Khajuraho, construídos através de superestruturas em espiral, enquadram-se no estilo Shikhara dos templos do norte da Índia e por vezes à planta ou esquema Panchayatana.

Alguns templos são dedicados ao panteão Jain sendo os restantes dedicados a divindades Hindus - destacando a Trindade Brahma, Vishnu e Shiva, e a várias outras formas Devas. Os templos Panchayatana eram dotados de quatro salas de culto nos quatro cantos e uma sala principal no centro do pódio que consistia a sua base. Os templos eram agrupados em três divisões geográficas: oriental, ocidental e sul.

Arranjos paisagisticos

Os templos de Khajuraho encontram-se agora numa vasta área de paisagem bastante cuidada através de campos verdejantes, embora em 1947, quando se deu a independência da Índia por parte da Grã-Bretanha ali existisse uma paisagem dominada por selvas e grande profusão de arbustos.

Actualmente, a estação arqueológica tem características semelhantes às de um parque público inglês, com relvados, roseiras e árvores de jardim, o que é apreciado por alguns dos turistas, mas que, na opinião de alguns críticos, não tem qualquer tipo de relação com a paisagem histórica existente na altura em que os templos foram construídos.

O desenvolvimento da arqueologia paisagísta como uma disciplina académica levanta questões no que respeita à paisagem da arqueologia de Khajuraho e a relação original entre o complexo de templos e a área envolvente. Não existem registos sobre como terá sido a paisagem original mas sabe-se que uma vasta comunidade de sacerdotes usaram o complexo de templos e que os jardins indianos no século X eram prodominantemente jardins de árvores. Não havia relvados ou culturas de plantas erbáceas ou flores.

Esculturas eróticas

Algumas correntes de opinião mais críticas catalogam os templos de Khajuraho como uma forma de expressão do Hinduísmo ligada ao nudismo ou o sexo, mas as correntes de opinião contrárias contrapõem, afirmando que na actualidade os templos não têm expressão religiosa existente, servindo apenas como meros monumentos.

A dinastia Hindu Rajput dos Chandelas, era seguidora do culto tântrico, segundo algumas opiniões, muitas vezes mal interpretado, que crê na gratificação dos desejos terrenos como um passo adiante para atingir a libertação total (e posteriormente o Nirvana).

Pensa-se que os segmentos filosóficos do tantrismo, como é o exemplo do "Mahanirvana Tantra" tenham sido completamente esquecidos após o abandono do local como forma de culto, o que pode explicar o porquê dos grupos têntricos terem desaparecido.

Curiosidades

Nenhum dos templos de Khajuraho contem temas relacionados com a sexualidade nas suas áreas interiores, estando a representação erótica presente apenas através das esculturas nas paredes exteriores de alguns templos. A razão para esta organização dos elementos eróticos estará ligada ao facto de que, o visitante crente que pretendia estar perto da divindade, deveria deixar os seus desejos sexuais fora do templo. Seria assim experimentada por parte do crente, uma pureza interior inerente à divindade com o qual se pretenderia manter contacto, mantendo igualmente a pureza de atman (ou da alma) para que não houvesse lugar a um estado de desejo ou tendências grosseiras, medo do destino, etc.
Os elementos eróticos estão presentes apenas em cerca de dez por cento de todas as esculturas, representando cenas de erotismo ou sexo entre figuras humanas e não entre divindades. As restantes esculturas representam situações da vida social da altura, como são os exemplos das esculturas que representam mulheres a colocar maquilhagem, músicos, oleiros, camponeses, etc. Todas estas representações estão fora das zonas sagradas dos templos, indicando que o visitante crente deveria tomar os Deuses como o ponto central da vida, mesmo quando existem assuntos normais da vida para tratar.
É um erro comum concluír que, uma vez que o complexo de Khajuraho é constituído por templos, estes representam práticas sexuais entre divindades.
Nos templos de Khajuraho, os idolos de Shiva, Nandi, Princesa Durga, representações de encarnações de Vishnu, etc. estão completamente vestidos.
Na Índia, não existem templos que contenham representações de idolos ou divindades em poses de nudismo ou em posisões eróticas.

Kama Sutra


Kamasutram (Sânscrito: कामसूत्र), geralmente conhecido no mundo ocidental como Kama Sutra, é um antigo texto indiano sobre o comportamento sexual humano, amplamente considerado o trabalho definitivo sobre amor na literatura sânscrita. O texto foi escrito por Vatsyayana, como um breve resumo dos vários trabalhos anteriores que pertencia a uma tradição conhecida genericamente como Kama Shatra.

“Ao contrário do que muitos pensam, o Kama Sutra não é um manual de sexo, nem um trabalho sagrado ou religioso e também não é um texto tântrico. Na abertura de um debate sobre os três objectivos da antiga vida hindu - Darma, Artha e Kamadeva - a finalidade do Vatsyayana é estabelecer kama, ou gozo dos sentidos, no contexto. Assim, Darma (ou vida virtuosa) é o maior objetivo, Artha, o acúmulo de riqueza é a próxima, e Kama é o menor dos três.” — Indra Sinha.

Kama é a literatura do desejo. Já o Sutra é o discurso de uma série de aforismos. Sutra foi um termo padrão para um texto técnico, assim como o Yôga Sútra de Pátañjali. O texto foi escrito originalmente como Vatsyayana Kamasutram (ou "Aforismos sobre o amor, de Vatsyayana"). A tradição diz que o autor foi um estudante celibatário que viveu em Pataliputra, um importante centro de aprendizagem. Estima-se que ele tenha nascido no início do século IV. Se isso for correto Vatsyayana viveu durante o ápice da Dinastia Gupta, um período conhecido pelas grandes contribuições para a literatura Sânscrita e para cultura Védica.

Kundalini


Kundaliní (em sânscrito: कुंडलिनी, Kundaliní) é fenômeno bioelétrico, dito ser uma corrente elétrica que fica concentrada na base da coluna; O termo é feminino, deve ser sempre acentuado e com pronúncia longa no í final. Muitos por a considerarem sagrada, grafam o nome com "K" maiúsculo. O símbolo do caduceu é considerado como uma antiga representação simbólica da fisiologia da Kundalini;

É entendida como um poder espiritual adormecido no osso sacro (cócix) que só pode ser despertado por uma alma realizada de alto nível. Depois do despertar a Kundalini atravessa seis chakras que estão acima. São eles: swadisthana, manipura, anahata, vishuddhi, ajna e Sahasrara.

Ao subir pela coluna vertebral chega-se ao sétimo chakra dando a iluminação ou Nirvana para o discípulo ou ativação da glândula pineal e liberação de endorfinas. Esse processo ocorre somente para pessoas de altíssimo nível espiritual, que estejam preparadas ou para aqueles que recebem essa bênção da Divina Mãe Shri Mataji Nirmala Devi. É o poder espiritual ou físico (dependendo da linhagem esotérica ser espiritualista ou naturalista) primordial ou energia cósmica que jaz adormecida acima do primeiro chakra o Muladhara, ficando no osso sacro chamado de Múládhár Chakra, o centro de força situado na base da coluna. É a energia que transita entre os chakras que são centros de energia no corpo físico.

Deriva de uma palavra em sânscrito que significa, literalmente, "enrolada como uma cobra" ou "aquela que tem a forma de uma serpente". É a energia do Universo ou chi ou Prana em seu aspecto Purna-Shakti, total, como potencial, sendo o Prana-Shakti o aspecto biológico, ou fisico, etc.

É também tema de estudo no campo da psicologia onde a reputam de difícil condução com a disciplina e maturidade que são requeridas para esse intento.

Tantra


Tantra, yoga tântrico ou tantrismo é uma filosofia comportamental de características matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Essencialmente, a prática tem, por objetivo, o desenvolvimento integral do ser humano nos seus aspectos físico, mental e espiritual.

Origem da expressão

"Tantra" é um termo sânscrito que significa "uso, trama". Designava uma série de tratados indianos do século VII em diante sobre ritual, meditação e disciplina. A palavra "tantra" é composta por duas raízes acústicas: "tan" e "tra". "Tan" significa expansão e "Tra" libertação.

Tal denominação tem as suas raízes em fatores históricos muito sutis, pois esta filosofia comportamental, durante a época medieval, foi severamente reprimida na Índia hinduísta, fortemente espiritualizada. Esta era a forma como os seguidores desta filosofia a viam. Libertadora, mas mantida em segredo (na escuridão).

Dispõe de imensos significados e interpretações, mais ou menos corretos, tais como "teia", "trama" ou "entretecido". "Tantra" pode ser interpretado, mais corretamente, como algo que é regulado por regras gerais. Um dos significados que a palavra possui é "código". Vale lembrar que o tantra é uma filosofia comportamental e que seus diversos significados giram em torno desse fundamento.

Descrição

O tantra é uma filosofia hindu muito antiga (se cristalizou por volta do século XV), tendo, por características: a matriarcalidade, a sensorialidade, o naturalismo e a desrepressão.O tantra é um complexo sistema de descrição da realidade objetiva, sendo, assim, uma ciência prática e aplicável e a base do pensamento de um povo muito antigo que até hoje faz ecoar sua influência sobre a sociedade contemporânea.

Nas sociedades primitivas não guerreiras, nas quais a cultura não era centrada na guerra, a mulher era fortemente exaltada e até mesmo endeusada, na medida em que dava vida a outros seres humanos. Daí, a qualidade matriarcal dessas sociedades.

Baseado quase inteiramente no culto de Shiva e Shakti, o tantra visualiza o Brahman definitivo como Param Shiva, manifesto através da união de Shiva (a força ativa, masculina, de Shiva) e Shakti (a força passiva, feminina, de sua esposa).

Está centrado no desenvolvimento e despertar da kundalini, a "serpente" de energia ígnea, de natureza biológica e manifestação sexual, situada na base da espinha dorsal e que ascende através dos chakras até se atingir o samadhi. Uma dessas maneiras é obter a união entre Shiva e Shakti, também conhecida como Unyo Mystica.

No tantra, ao contrário da maioria das filosofias espiritualistas, se vê o corpo não como um obstáculo mas como um meio para o conhecimento. Para o tantra, todo o complexo humano é vivo e possui consciência independente da consciência central. Por isso mesmo, é merecedor de atenção, respeito e reconhecimento. Para tanto, usa mantras (vocalização de sons e ultrassons em sânscrito), yantras (figuras geométricas, desde as simples às mais complexas, como mandalas, por exemplo, que representam as diversas formas de Shakti) e rituais que incluem formas de meditação.

Os dois ramos

Segundo alguns autores, o tantra é composto por dois ramos denominados a "mão esquerda" e a "mão direita". Embora o objetivo geral dos dois seja o mesmo, os processos utilizados diferem. A "mão esquerda" está ligada muitas vezes à procura de poderes ocultos e à extroversão de energia psíquica sob forma de capacidades supranormais. A "mão direita" está ligada à canalização de toda a energia para a elevação espiritual do ser humano. Este é também conhecido como Vidya Tantra ou tantra do conhecimento, e a mão esquerda como Avidya Tantra. O tantra corretamente praticado acelera rapidamente o progresso espiritual do ser humano. Apesar disso, o tantra é, muitas vezes, encarado com desconfiança devido a certos aspectos do avidya tantra. É bem conhecido o fato de que o budismo tântrico sempre enfatiza a necessidade de supervisão por um orientador de confiança.

Vajrayana

O darma budista do presente kalpa é expresso na forma da atual religião Budista. O budismo atual do século XXI pode ser dividido em:

Teravada
Mahayana
Vajrayana

O Caminho Vajrayana é considerado um veículo Mahayana tântrico. É recomendado que os interessados em tantra budista procurem um guru internacionalmente qualificado.

A palavra Vajra significa "diamante" ou "relâmpago" e, junto com o sino, são os objetos básicos para rituais Vajrayanas.

Há também objetos que beneficiam a todos os seres, como as estátuas, as tsa-tsas, as thangkas e os bumpas.

Poucos detalhes são ou deveriam ser encontrados publicamente, pois as práticas Vajrayanas são secretas para o próprio bem dos ensinamentos e dos praticantes.

Influência no ocidente

Alega-se que o tantra teve forte influência no ocidente nas ciências ocultas. Diversos ramos do ocultismo contemporâneo, particularmente os que se dizem gnósticos, ensinam alguma versão de "sexo sagrado".

Muito da linguagem sexual encontrada na alquimia supostamente tem sua origem em tradições orientais relacionadas com o Tantra.

Particularmente a linha thelemita, fundada pelo polêmico mago e ocultista do início do século XX, Aleister Crowley, alega ter levado essa influência ao seu maior extremo e se apresenta como um tantra ocidentalizado.

Outra linha tântrica adaptada da tradição thelemita, que pode ser chamada de Tradição da Mão Esquerda, foi muito difundida na América Latina por Arnold Krumm-Heller e Samael Aun Weor. Para eles, o Tantra teria, como "braço mágico", certas práticas que canalizariam a energia sexual para o despertar da consciência espiritual.

Neotantra

Neotantra, Navatantra (em sânscrito: नव, nava "novo") ou sexo tântrico, é a variação moderna ocidental do tantra muitas vezes associada a novos movimentos religiosos. Isso inclui tanto a Nova Era quanto as modernas interpretações ocidentais do tradicional tantra hindu e budista. Alguns dos seus proponentes se referem a textos e princípios antigos e tradicionais, e muitos outros usam o tantra como uma frase pega-tudo para "sexualidade sagrada", e podem incorporar práticas pouco ortodoxas. Além disso, nem todos os elementos de práticas tântricas indianas são usados ​​no neotantra, em especial a dependência de um guru. Como o interesse no tantra tem crescido no ocidente, sua percepção se afasta consideravelmente das tradições tântricas. Foi visto como um "culto de êxtase", combinando a sexualidade e a espiritualidade para corrigir atitudes repressivas ocidentais em relação ao sexo. Assim, para muitos leitores modernos, o tantra é hoje sinônimo de "sexo espiritual" ou de "sexualidade sagrada", uma crença de que o sexo deve ser reconhecido como um ato sagrado capaz de elevar os seus participantes a um plano espiritual mais elevado.

Massagem Yoni

Massagem Tântrica Yoni, ou simplesmente Massagem Yoni, é um tratamento a base de massagem na região genital feminina que se concentra em liberar a tensão da paciente. Essa massagem busca ligar o receptor a sua natureza sensual interior, resultando em uma sensação de completo bem-estar, satisfação, contentamento e sensações talvez nunca sentidas antes. Embora a massagem Yoni seja muito sensual e de caráter sexual, o propósito não é levar a mulher ao orgasmo, muito pelo contrário, a intenção é relaxar o receptor, e assim trazer emoções à superfície.

Esse tratamento relaxante tem procedência do Tantra direcionado ao público feminino, e é praticado desde antes do ano 1000 d.c. na Índia e na China. Sua prática tem a finalidade de cura, ajudando diversas mulheres em todo o mundo no tratamento de diversas enfermidades, tais como traumas e bloqueios sexuais.

Internacionalmente não é reconhecida como método de massagem, não pertencendo portanto ao conjunto de métodos e técnicas de massoterapia científica.

Massagem tântrica

Massagem tântrica é um estilo de massagem que tem como base o Tantra, que é uma filosofia surgida em 2500 a.C., cuja origem nasceu na cultura Drávida, povo que vivia no vale do Rio Indo, onde hoje é conhecido como Paquistão. Tem suas raízes no Tantra Yoga.

O Tantra é uma filosofia comportamental, de princípios matriarcais, sensoriais e desrepressores. Suas meditações, práticas e vivências levam ao despertar e ascender a energia Kundalini, que é a energia vital que dá movimento à vida e consequentemente todos os processos energéticos, emocionais, mentais e fisiológicos dos indivíduos. Considera-se a ascensão da Kundalini nascendo na região pélvica (chakra básico) e subindo pela coluna vertebral até o topo da cabeça (chakra primário).

A massagem tântrica busca refinar a sensibilidade, no intuito de expandir e intensificar a sensação orgástica, encadeando diversos agrupamentos musculares na reação bioelétrica do orgasmo. Não só isso, alguns tipos dessa massagem também buscam tonificar e fortalecer os músculos genitais de homens e mulheres, a fim de proporcionar uma maior sustentação de bioenergia.

Esse trabalho de intensificação do orgasmo possui um efeito terapêutico - energizando os chakras e regulando a produção hormonal - além de um efeito meditativo, de expansão da consciência e da percepção. Não deve ser confundido, porém, com o sexo tântrico - chamado, em sânscrito, de Maithuna - ou sexo de qualquer natureza. A massagem, embora lide com a energia sexual, propõe uma quebra de paradigmas e conceitos ligados a sexualidade que, efetivamente, não poderia acontecer em uma relação sexual comum, embora não haja nenhuma citação nos textos tântricos originais.

Apesar de utilizar o termo "massagem", ela na verdade não possui ligação direta com a terapia por massagem, possuindo técnicas, filosofias, objetivos e origens diferentes da massoterapia. Portanto a nível de classificação internacional, a "massagem" tântrica não é reconhecida com uma massagem propriamente dita, mas apenas vista como terapia alternativa corporal, não pertencendo aos métodos utilizados por massoterapeutas no Brasil ou no exterior.

No Brasil

A partir dos anos 90 o brasileiro Deva Nishok criou o Centro Metamorfose, para aplicar o método que leva seu nome, a partir das ideias de um guru mexicano, inspirado na filosofia de Rajneesh Osho.

Outro discípulo de Osho, que também fez história no Tantra no Brasil é o Argentino Gabriel Saananda que está a frente e coordena até hoje o espaço Companhia do Ser.

Sexo tântrico

Os princípios tântricos

Dentro do conhecimento Hinduísta, há abrangência para a sexualidade e espiritualidade como forma de crescimento e desfrutamento próprio e com todo universo, e atingir o prazer de uma vida mais rica e equilibrada.

O Tantra é uma palavra de origem sânscrita que quer dizer trama ou tecido, e que na língua ocidental recebeu significado de doutrina ao sentido que se entrelaça uma serie de ensinamentos e práticas sexuais e espirituais.

A Energia no Tantra

O tantra considera que todos os seres vivos são formados de energia dentro de seus diversos níveis como vegetal, mineral e animal. Também considera que antigamente o ser humano era um todo completo, pois teria sido criado sexualmente andrógeno e assim que foi dividido em dois seres, só conseguiria alcançar seu ápice do seu ser encontrando seu sexo oposto que o correspondesse. Como o ser humano este diretamente ligado a rede energética do universo, a prática sexual realiza a liberação e a troca de energia necessária para alcançar o equilíbrio dito pelo Tantra.

Com a troca de energia durante o contato sexual (que para o Tantra, não é alcançar o orgasmo e sim o prazer supremo e prolongado) o homem tem uma grande descarga de energia quando alcança um orgasmo e a mulher ao ter vários orgasmos nutre e recarrega a energia de seu parceiro.

Sexo Tântrico

O sexo Tântrico cria uma nova perspectiva, uma inspiração erótica de grande riqueza, uma capacidade de reflexão profunda e sensibilidade vital extrema que pode até gerar um tempo e espaço diferentes durante o contato sexual. Isto que promove as relações tântricas sua imagem mágica e alteração temporal.

A prática tântrica pode ser realizada por qualquer pessoa que se proponha a tentar alcançar o prazer supremo e prolongado. Não é de interesse do sexo tântrico, o número de orgasmos ou de ejaculações que se alcance e sim a experiência que é uma comunhão física e espiritual com o parceiro para lucidar-se com o quão intenso pode ser o prazer.

Para isto, é necessário um alto nível de concentração que propicia o desapego de toda censura imposta por si mesmo e também aumenta a sensibilidade do erotismo.

Maithuna

Maithuna ou Mithuna é um termo do sânscrito utilizado no Tantra na maioria das vezes traduzido como união sexual em um contexto ritualista. É o mais importante dos cinco makara e constitui a parte principal do Grande ritual do Tantra também conhecido como Panchamakara, Panchatattva e Tattva Chakra.

Apesar de alguns escritores, seitas e escolas, como por exemplo Yogananda, consideram que este é um ato puramente mental e simbólico, existem diferentes olhares e variações nas traduções, a palavra maithuna demonstra claramente que ele se refere a casais (independente do sexo) e sua união no sentido físico, sexual e é sinônimo de kriya nishpatti (limpeza madura). Assim como nem o espírito nem a matéria, é por si só eficaz, mas ambos trabalhando juntos para trazer harmonia, sob este ponto de vista, maithuna é eficaz apenas quando a união é consagrada, pelo ato do casamento espiritual, ou pelo amor verdadeiro, por exemplo. O casal no momento do atos sexual representariam Shakti, no caso da mulher, e Shakta, no caso do homem. As escrituras advertem que a menos que ocorra essa transformação espiritual da união o ato é carnal e, segundo certas crenças, pecaminoso, Seguindo os Yôgas Clássico, Medieval e Moderno, mas em oposição ao Yôga Pré-Clássico ou Proto-Histórico dos Dravidas (filosoficamente Sankhya e praticamente Tantra), anterior à invasão Ariana do Indo, que incorporou aspectos da Filosofia Vedanta e prática Bramacharia (mística/ascética).

No entanto, é possível experimentar uma forma de maithuna sem união física. O ato pode existir em um plano metafísico, sem penetração sexual, através apenas da transferência de energia através dos seus corpos sutis, ou através da retenção sem ejaculação (orgasmos não-ejaculatórios, sem a perda da energia Kundalini, segundo a mitologia grega, favorecendo Eros (vitalidade) em detrimento de Tânato (v. a lenda de Sísifo), permitindo uma maior disposição física, rejuvenescimento e aumento da carga hormonal, sendo poupado da tendência à eliminação pela Natureza (envelhecimento), que pode eliminar uma infinidade de indivíduos que já se reproduziram, para preservar a espécie como um todo. É quando esta transferência de energia ocorre que o casal, encarnado como divindades (deusa e deus), com a sublimação momentânea dos egos, confrontam a realidade última e experiências de bem-aventurança através da união dos corpos sutis, por horas a fio.

Zazen



Zazen (japonês: 坐禅; chinês: zuò chán (pinyin) ou tso-chan (Wade-Giles)) é a base da prática Zen Budista. O objetivo do zazen é "apenas sentar", com a mente aberta, sem apegar-se aos pensamentos que fluem livremente. Isto é feito tanto através do uso de koans, o principal método Rinzai, ou o sentar-se completamente alerta (o "apenas sentar", shikantaza), o qual é o método da escola Soto. O princípio do zazen é o de que uma vez que a mente esteja livre de suas diversas camadas, pode-se realizar a natureza búdica, atingindo-se a iluminação (satori).

Prática

A prática do zazen consiste basicamente em sentar-se em uma posição confortável, com a coluna ereta, em períodos de até 40 minutos, intercalados com meditação andando (Kinhin). Durante esse tempo deve-se procurar observar os pensamentos e sensações que surgem, sem buscar reprimi-los, causá-los ou julgá-los. É tradicional o uso de zafu e zabuton como almofadas, na qual o praticante fica sentado.

Um excelente guia para a prática do zazen foi escrita pelo monge zen budista japonês Dogen no século XIII.

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