terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Biografia Antoine Lavoisier



Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 — Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o pai da química moderna.

É reconhecido por ter enunciado o princípio da conservação da matéria, apesar de o russo Mikhail Lomonossov tê-lo feito 14 anos antes. Além disso identificou e batizou o oxigênio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:

Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

Nascido em uma família rica em Paris, Antoine-Laurent Lavoisier herdou uma grande fortuna com a idade de cinco anos com o falecimento de sua mãe. Ele foi educado no Collège des Quatre-Nations (também conhecido como Collège Mazarin) de 1754 a 1761, estudando química, botânica, astronomia e matemática. Ele era esperado para seguir os passos de seu pai e ainda obteve sua licença para praticar a lei em 1764 antes de voltar a uma vida de ciência.

Lavoisier é considerado o pai da química moderna. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.

Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier. Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) disputava o poder na França.

Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794, após um julgamento sumário no dia anterior. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:

“Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.''

Participação na Academia de Ciências

Lavoisier foi pela primeira vez proposto como membro da Académie des Sciences em 1766, mas só foi eleito em 1768. Como membro de pleno direito, Lavoisier participou em comissões de investigação de novas teorias e/ou fenômenos, de forma a avaliar a sua legitimidade científica.

Estudo do oxigênio

Lavoisier não descobriu exatamente o oxigênio. Este gás foi descoberto independentemente por dois químicos: Carl Wilhelm Scheele em 1772 e Joseph Priestley em 1774. Em outubro de 1779, Priestley visitou Paris e conversou com Lavoisier sobre as suas experiências. Este fato permitiu a Lavoisier refazer as experiências de Priestley e reformulá-las. Dessa forma, Lavoisier compreendeu melhor as características do novo gás e ainda confirmou que a combustão e a calcinação correspondem à combinação do oxigênio com outros materiais (materiais orgânicos na combustão e metais na calcinação).

Lavoisier deu ao novo gás o nome de oxigênio ("produtor de ácidos" em grego), porque considerava (erroneamente) que todas as substâncias originadas de uma calcinação originavam ácidos, em que o oxigênio se encontrava obrigatoriamente presente. Em 1789, ele formulou o princípio da conservação da matéria (Lei de Lavoisier).

Participação na Ferme Général

Em 1768 Lavoisier adquiriu uma participação na Ferme Général, o sistema utilizado naquele tempo na França para a taxação de impostos (em que, essencialmente, a Coroa concessionava essa tarefa a privados). A Ferme Général era um sistema muito impopular na época, principalmente entre os que pagavam impostos (o povo). Embora Lavoisier tivesse se retirado desse sistema, a sua ligação à Ferme Général foi causa da sua condenação à morte.

Em 17 de Setembro de 1793 foi instituída a Lei dos Suspeitos, que permitiu a criação de tribunais revolucionários para julgar possíveis traidores e punir os culpados com a pena de morte. Três dias depois, Lavoisier recebeu um mandado que permitiu o confisco e a selagem dos seus documentos. Mais tarde, os documentos foram devolvidos a Lavoisier, dando-lhe um falso sentimento de segurança.

Biografia Dmitri Mendeleiev


Dmitri Ivanovic Mendeleiev, em russo: Дми́трий Ива́нович Менделе́ев, também grafado Mendeleev, (Tobolsk, 8 de Fevereiro de 1834 — São Petersburgo, 2 de Fevereiro de 1907), foi um químico e físico russo, criador da primeira versão da tabela periódica dos elementos químicos, prevendo as propriedades de elementos que ainda não tinham sido descobertos.
Dmitri I. Mendeleiev nasceu na cidade de Tobolsk na Sibéria. Era o filho caçula de uma família de 17 irmãos. Seu pai, Ivan Pavlovich Mendeleev era diretor da escola de seu povoado, perdeu a visão no mesmo ano de seu nascimento. Como consequência perdeu seu trabalho.

Já que seu pai recebia uma pensão insuficiente, sua mãe Maria Dmitrievna Mendeleeva, passou a dirigir uma fábrica de cristais fundada por seu avô, Pavel Maximovich Sokolov. Na escola, desde cedo destacou-se em Ciências (nem tanto em ortografia). Um cunhado, exilado por motivos políticos e um químico da fábrica inspiraram sua paixão pela ciência.Depois da morte de seu pai um incêndio destruiu a fábrica de cristais. Sua mãe decidiu não reconstruir a fábrica mas sim investir suas economias na educação do filho.
Nessa época todos os seus irmãos, exceto uma irmã, já viviam independentemente. Sua mãe então mudou-se com ambos para Moscovo a fim de que ele ingressasse na universidade de Moscovo o que não conseguiu. Talvez devido ao clima político vivido pela Rússia naquele momento a universidade só admitia moscovitas.

Foram então para São Petersburgo, onde a situação era precisamente a mesma, não se admitiam estudantes de outras regiões, porém sua mãe descobriu que o diretor do Instituto Pedagógico Central (principal escola formadora de professores da Rússia da época) era amigo de seu finado marido, portanto, onde a burocracia frustrava, o favoritismo mandava e Dmitri consegue uma vaga.

O Instituto Pedagógico Central ficava nos mesmos prédios da Universidade de São Petersburgo e tinha em seu quadro docente muitos professores da própria universidade, dentre eles o famoso físico alemão Heinrich Lenz. Interessou-se pela química graças ao prestigiado professor Alexander Voskresenki, que passou seus últimos anos de vida em uma enfermaria devido a um falso diagnóstico de tuberculose.Ainda assim graduou-se em 1855 como primeiro de sua classe.

Em 1859 conseguiu uma verba do governo para estudar no exterior por dois anos. Primeiro foi a Paris estudar sob Henri Victor Regnault, um dos maiores experimentalistas europeus da época (consta que Regnault havia feito várias descobertas importantes, como o princípio da conservação de energia, mas seus estudos haviam sido destruídos e Regnault não conseguiu recuperar antes de sua morte).

No ano seguinte, Mendeleev seguiu para a Alemanha estudar com Gustav Kirchhoff e Robert Bunsen, inventores do espectroscópio - importante instrumento para descoberta de novos elementos daquela época - e do até hoje utilizado bico de Bunsen.

O comportamento explosivo de Mendeleev tornou-se sua ruína. Com pouquíssimo tempo de convivência, brigou com Kirchoff e desistiu das aulas, porém, continuou na Alemanha onde residia em um pequeno apartamento que transformou em laboratório. Neste laboratório improvisado, trabalhando sozinho, limitou-se a estudar a dissolução do álcool em água e fez importantes descobertas sobre estruturas atômicas, valência e propriedades dos gases.
Em 1860, pouco antes de voltar à Rússia, participou do 1º Congresso Internacional de Química da Alemanha, em Karlsruhe, no qual ficou decidido por influência do químico italiano Stanislao Cannizzaro que o padrão de abordagem dos elementos químicos seria o peso atômico.

Casa-se pela primeira vez, por pressão da irmã, em 1862 com Feozva Nikítichna Lescheva com a qual teve três filhos um dos quais faleceu. Esta foi uma união infeliz e, em 1871, separaram-se. Casou-se pela segunda vez em 1882 com Ana Ivánovna Popova 26 anos mais jovem. Tiveram quatro filhos. Teve de enfrentar a oposição da família de Ana e o facto de que Feozva negava-se a dar-lhe o divórcio.

Em 1869, enquanto escrevia seu livro de química inorgânica, Dmitri Ivanovich Mendeleev organizou os elementos na forma da tabela periódica actual. Ele criou uma carta para cada um dos 63 elementos conhecidos.Cada carta continha o símbolo do elemento, a massa atômica e as suas propriedades químicas e físicas. Colocando as cartas numa mesa, organizou-as em ordem crescente de massas atómicas, agrupando-as em elementos de propriedades semelhantes. Tinha então acabado de formar a tabela periódica.

Esta tabela de Mendeleev tinha algumas vantagens sobre outras tabelas ou teorias antes apresentadas, mostrando semelhanças numa rede de relações vertical, horizontal e diagonal. A classificação de Mendeleev deixava ainda espaços vazios, prevendo a descoberta de novos elementos.

A tabela de Mendeleev serviu de base para a elaboração da actual tabela periódica, que além de catalogar 118 elementos conhecidos, fornece inúmeras informações sobre o comportamento de cada um.

Mendeleev ordenou os 60 elementos químicos conhecidos de sua época na ordem crescente de peso atômico de certa forma que em uma mesma vertical ficavam os elementos com propriedades químicas semelhantes, constituindo os grupos verticais, ou as chamadas famílias químicas. O trabalho de Mendeleev foi um trabalho audacioso e um exemplo extraordinário de intuição científica. De todos os trabalhos apresentados que tiveram influência na tabela periódica o de Mendeleev teve maior perspicácia.

Ele foi um cientista que defendeu a origem inorgânica do petróleo.

O facto capital para se notar é que o petróleo nasceu nas profundezas da Terra, e é somente lá é que devemos procurar sua origem.
— Dmitri Mendeleiev

Viajou por toda a Europa visitando vários cientistas. Em 1902 foi a Paris e esteve no laboratório do casal Pierre e Marie Curie.

Faleceu, vitimado por uma gripe em 1907, já praticamente cego. Foi sepultado no Literatorskie Mostki, São Petersburgo na Rússia.

Monumento à tabela periódica na Universidade de Química e Tecnologia de Alimentos em Bratislava na Eslováquia.

Biografia Alexandre-Emile Béguyer de Chancourtois


Alexandre-Émile Béguyer de Chancourtois foi geólogo nascido em Paris, na França no dia 20 de janeiro de 1820. Sua principal contribuição foi a de observar a periodicidade dos elementos químicos. Foi um dos primeiros a classificar os elementos e assim formar uma tabela periódica.

Filho de Louis Aimé César Béguyer de Chancourtois e de Amélie Louise Clerget, frequentou o Politécnico (1838) e a Escola des Mines de Paris. Foi professor de topografia subterrânea na Escola des Mines até 1852. Depois, foi assistente de uma cadeira de geologia em 1856. Chancourtois foi chefe do gabinete do Príncipe Napoleão e realizou uma expedição com este último (1856) tornando-se um dos mais jovens oficiais da Legião de Honra e mais tarde comandante (1867). Foi subdiretor do serviço da carta geológica de França até 1875 e foi promovido inspetor-geral das minas e inspetor da divisão do Norte e Oeste, em 1880.

Observou a periodicidade das propriedades físicas e químicas dos elementos. Em 1862, ele organizou os elementos em ordem crescente de massas atômicas, colocando-as sobre uma linha helicoidal que recobria uma superfície cilíndrica formando um caracol. Este modelo foi chamado de Parafuso Telúrico de Chancourtois. Chancourtois propôs que as propriedades dos elementos eram as propriedades dos números e observou que estas propriedades se repetiam de sete em sete elementos. Usando esta representação, pôde prever a estequiometria de vários óxidos metálicos.

As regularidades que ele encontrou não funcionavam para todos os elementos conhecidos até então. A ideia, portanto não recebeu muita atenção.

Faleceu no dia 14 de novembro de 1886 na França.

Biografia Julius Lothar Meyer

Julius Lothar Meyer (Varel, 19 de agosto de 1830 — Tübingen, 11 de abril de 1895) foi um químico alemão.

Formado em medicina, dedicou-se entretanto à química. Foi professor de química em algumas universidades. Irmão do físico Oscar Emil Meyer.

Em 1860, em um Congresso em Karlsruhe, na Alemanha, muitos cientistas discutiam sobre pesos atômicos e pesos equivalentes dos elementos. Meyer participou deste Congresso e buscou encontrar uma relação entre os pesos atômicos e as propriedades dos elementos quimicos.

Meyer procurou calcular o volume atômico dos elementos descobertos até então, 63 elementos. Em 1870, Meyer mostrou a relação de periodicidade entre volume atômico e massa atômica, traçando um gráfico destas propriedades. Após isso ele tentou mostrar a mesma relação de periodicidade de outras propriedades dos elementos, em função da massa atômica.
Praticamente na mesma época, Dmitri Mendeleiev consegue mostrar uma relação de periodicidade de várias propriedades dos elementos em função da massa atômica. Entretanto, o seu trabalho recebeu maior destaque, pois, até mesmo, previa elementos desconhecidos na época.

Biografia Johann Wolfgang Döbereiner


Johann Wolfgang Döbereiner (Holf, 13 de dezembro de 1782 — Jena, 24 de março de 1849), foi um químico alemão.Filho de um cocheiro,Döbereiner era em grande parte autodidata. Conseguiu obter um cargo como farmacêutico e frequentava avidamente as conferências públicas locais sobre ciência que se realizavam usualmente. Seu conhecimento químico precoce valeu-lhe a atenção de Karl August, duque de Weimar, que finalmente lhe assegurou uma nomeação para a Universidade de Jena. Ali suas aulas eram regularmente assistidas por Goethe, que tinha um interesse tão intenso em ciência que, em certa época, considerou suas atividades nesse campo mais importantes que seus escritos, tendo influenciado, também, mais tarde, o pensador científico, o filósofo Schopenhauer.

Quando estava trabalhando em suas próprias ideias morfológicas, em 1829,percebeu que o recém-descoberto elemento bromo tinha propriedades que pareciam situar-se a meio caminho entre as do cloro e as do iodo. Não só isso, seu peso atômico ficava exatamente a meio caminho entre os desses dois elementos.

Döbereiner começou a estudar a lista dos elementos conhecidos, registrados com suas propriedades e pesos atômicos, e acabou descobrindo outros dois grupos de elementos com o mesmo padrão. O estrôncio situava-se a meio caminho (em peso atômico, cor, propriedades e reatividade) entre o cálcio e o bário; e o selênio podia ser igualmente situado entre o enxofre e o telúrio. Döbereiner chamou esses grupos de tríades, e começou uma ampla investigação dos elementos em busca de outros exemplos, mas não conseguiu encontrar mais. A “lei das tríades” de Döbereiner aplicava-se aos 54 elementos conhecidos. Ele também foi o descobridor dos elementos: Háfnio (Hf), Zircônio (Zr), Crômio (Cr) e Frâncio (Fr).

Contribuiu para o desenvolvimento da tecnologia dos vidros ópticos quando preparou e caracterizou quanto à refracção e à difracção vidros em cuja composição introduziu o bário e o estrôncio.

O escritor alemão Goethe era um amigo de Döbereiner, participaram de suas palestras semanais, e usou suas teorias de afinidades químicas como base para os seus famosos romances As Afinidades Eletivas, de 1809.

Biografia John Alexander Reina Newlands


John Alexander Reina Newlands (Londres, Inglaterra, 26 de novembro de 1837 — Londres, 29 de julho de 1898) foi um químico britânico.

Foi um químico industrial. Trabalhou em uma usina de açúcar, como químico chefe, e chegou a escrever um tratado sobre o açúcar.

Em 1863, Newlands propôs uma classificação dos elementos químicos. Ordenou os elementos químicos com propriedades semelhantes, em 11 grupos, nos quais os elementos semelhantes possuíam massas em uma relação de multiplicidade 8. Esta era a “Lei das Oitavas”, que buscava a ordenação dos elementos químicos seguindo o exemplo da música, como as notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó, ré, mi, fá ...). Esta foi uma tentativa de ordenação dos elementos químicos, que mostrava uma certa periodicidade.

Seu trabalho ficou conhecido como Lei das Oitavas de Newlands, e pode-se dizer que em alguns aspectos fora a mais eficiente classificação dada aos elementos até então. Entretanto, em alguns casos essa regularidade não era observada; “… as propriedades do ferro não são parecidas com as do enxofre e as do oxigênio, e nem o comportamento do manganês lembra o do fósforo ou o do nitrogênio: enquanto o manganês e o ferro são elementos metálicos, duros e bons condutores térmicos e elétricos, o fósforo e o enxofre não têm características metálicas, são relativamente moles e maus condutores de calor e cargas elétricas”.

Assim, apesar de apresentar uma maior sofisticação que os anteriores e de constituir um importante passo ao estabelecimento definitivo da classificação periódica dos elementos, Newlands em sua tabela não encontrou grande receptividade entre os químicos da época. “Conta-se mesmo que, em ocasião em que Newlands exibia seu trabalho perante os membros da London Chemical Society, o físico Carey Foster teria perguntado a Newlands se este, por acaso, não teria descoberto também alguma lei distribuindo os elementos na ordem crescente das iniciais de seus nomes.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Biblioteca


Biblioteca (do grego βιβλιοϑήκη, composto de βιβλίον, biblion - "livro", e ϑήκη theca - "depósito"), na definição tradicional do termo, é um local em que são guardados livros, documentos tridimensionais e demais publicações para o público estudar, ler e consultar estas obras. Dessa forma, os três objetivos das bibliotecas são:

A guarda dos livros e demais publicações em local livre de perigo, onde não sejam roubados, incendiados e demais perigos; conservação, que não sejam estragados porque o público manuseia constantemente as obras, ou porque os documentos ficam úmidos, quentes e ou situações similares; a organização segundo algumas regras para catalogar e arquivar as obras impressas, com intuito de que seja possível de se encontrarem de maneira imediata por meio de classificações como autor, assunto, ou diferente característica de importância.

Os profissionais que lidam com esses objetivos são os bibliotecários, com formação em biblioteconomia, curso ensinado em instituições de ensino superior. Para os visitantes, as bibliotecas têm três finalidades básicas: estudar, ler e consultar as obras.O público procurador comum das bibliotecas está buscando um estudo sobre um certo tema, de simples leitura por diversão, ou de realização de pesquisa a respeito de alguns assuntos. Por essa razão mesmo, há uma grande variedade de pessoas que visitam as bibliotecas quando se é tratado de bibliotecas generalistas. Hoje em dia, as bibliotecas não são somente guardiãs de livros, porém, da mesma forma, de dicionários, enciclopédias, monografias, manuais, documentos tridimensionais, almanaques, atlas, jornais, revistas, mapas, cartazes, manuscritos, filmes, discos, CDs, fitas, VHS, DVDs, BDs, ou bancos de dados, fotografias, telas e microfilmes. Revistas e jornais são classificados como material periódico, também são organizados e armazenados em uma seção da biblioteca denominada hemeroteca - espaço próprio para este tipo de material informativo.
Porém, o velho conceito de "depósito de livros" foi redefinido para "ambiente físico ou virtual destinado à coleção de informações com a finalidade de auxiliar pesquisas e trabalhos escolares ou para praticar o hábito de leitura, material este seja impressos em folhas de papel ou ainda digitalizadas e armazenadas em outros tipos de materiais, tais como CD, fitas, VHS, DVD ou bancos de dados.
A disciplina que rege o funcionamento das bibliotecas é a Biblioteconomia, onde as Leis de Ranganathan ou Cinco Leis da Biblioteconomia são os princípios fundamentais.As Bibliotecas também são denominadas CDI (centros de documentação e informação). São normativamente locais de silêncio para não interromper a leitura de terceiros.

Bibliotecas no mundo: uma epopeia histórica

Guardar o conhecimento, a cultura, a produção cientifica das Civilizações é uma tarefa difícil, pois o nascimento e a decadência de impérios é uma constante da história. Nesse sentido os mosteiros tiveram um papel fundamental: muito da cultura grega, romana, celta, nórdica e cristã da Antiguidade e Medieval foi preservada pelo trabalho árduo e silencioso dos monges copistas. Não por acaso, no século VIII d.C., já surgiam anexas aos mosteiros: grandes centros culturais, as Escolas Monacais.

Momentos históricos

Toda a saga das bibliotecas antecede a própria história do livro e vai encontrar abrigo no momento em que a humanidade começa a dominar a escrita. As primeiras bibliotecas que se tem notícia são chamadas "minerais", pois seus acervos eram constituídos de tabletes de argila: depois vieram as bibliotecas vegetais e animais, constituídas de rolos de papiros e pergaminhos. Essas são as bibliotecas dos babilônios, assírios, egípcios, persas e chineses. Mais tarde, com o advento do papel, fabricado pelos árabes, começam-se a formar as bibliotecas de papel e, mais tarde, as de livro propriamente dito.
Até o momento, os historiadores acreditam que a biblioteca mais antiga seja a do rei Assurbanípal (século VII a.C.), cujo acervo era formado de placas de argila escritas em caracteres cuneiformes. Mas nenhuma foi tão famosa como a biblioteca de Alexandria, no Egito. Ela teria de 40 a 60 mil manuscritos em rolos de papiro, chegando a possuir 700 mil volumes. A sua fama é atribuída, além à grande quantidade de documentos, também aos três grandes incêndios de que foi vítima. Em outubro de 2002 o governo do Egito inaugurou a nova biblioteca Alexandria, desta vez um complexo cultural com bibliotecas, museus, áreas para exposições, centros educacionais e um centro para convenções internacionais. A nova biblioteca adotou modernos recursos de tecnologia, além de ter capacidade para até 8 milhões de volumes e lugares para 3.500 leitores.
Mas outras bibliotecas também tiveram grande importância, como as bibliotecas judaicas, em Gaza; a de Nínive, da Mesopotâmia; e a biblioteca de Pérgamo, que foi incorporada à de Alexandria, antes de sua destruição. Os gregos também possuíam bibliotecas, mas as mais importantes eram particulares de filósofos e teatrólogos. A partir do século XVI é que a biblioteca realmente se transforma, tendo como característica a localização acessível, passa a ter caráter intelectual e civil, a democratização da informação e especializada em diferentes áreas do conhecimento.
No Brasil, a biblioteca oficial é a atual Biblioteca Nacional e Pública, do Rio de Janeiro, que se tornou do Estado em 1825. Essa biblioteca era constituída dos livros do rei de Portugal Dom José I e foi trazida para o Brasil por Dom João VI, em 1807. Junto à Biblioteca Nacional, outra de grande importância no Brasil é a Biblioteca Municipal de São Paulo.

Tipos de biblioteca

As bibliotecas podem ser públicas ou particulares. Nas bibliotecas públicas o acesso aos livros costuma ser gratuito e muitas vezes é possível emprestar livros por um determinado tempo, a depender das políticas definidas, que variam de acordo com o tipo de obra. As bibliotecas públicas buscam ser locais que propiciem a comunidade acesso a informações que de alguma forma sejam úteis e ajudem a desenvolver a sociedade. No contexto atual, muitas bibliotecas buscam oferecer infraestrutura para inclusão digital.
As bibliotecas particulares podem ser mantidas por instituições de ensino privadas, fundações, instituições de pesquisa ou grandes colecionadores. Algumas delas permitem acesso a sua coleção, permitindo a pesquisadores, estudantes ou interessados o acesso as informações armazenadas em suas dependências.
As bibliotecas especializadas oferecem coleções de informações sobre determinado tema, tais como medicina, matemática, cinema ou outros.
As bibliotecas comunitárias geralmente situam-se em áreas residenciais e em bairros da periferia, recebendo pouco ou nenhum apoio governamental. Ela sobrevive por meio de doações de pessoas ou instituições privadas.
Normalmente, as coleções de livros nas bibliotecas são classificadas, de modo a facilitar a localização e consulta por parte dos usuários. A classificação pode obedecer diversos critérios, sendo mais comum a classificação por assuntos, e dentro do mesmo assunto, por nome do autor (alfabeticamente).
Ao longo da história, é possível classificar a evolução das bibliotecas do seguinte modo:

Bibliotecas da antiguidade

As características destas bibliotecas são as seguintes: não são acessíveis ao público, templos e palácios. A religiosidade ficava a cargo de sacerdotes, o saber era sagrado e somente os sacerdotes sabiam ler. O tipo de material utilizado na época eram as tabletas de argila, rolos de papiro ou pergaminho, até o ano 300 aproximadamente.

Bibliotecas comunitárias

O número dessas bibliotecas tem aumentado nos últimos anos, no Brasil, inclusive com um sistema informal de empréstimo que dispensa até mesmo funcionários: nesse sistema, o próprio interessado escolhe seu livro, anota seu nome em um papel, e retira a obra, entregando-a quando puder. É uma maneira inclusive de exercitar a cidadania e o senso de responsabilidade de cada um.
Um exemplo desse sistema ocorre em Campanha (sul de Minas). No município, a ONG Sebocultural organizou algumas bibliotecas em pontos-chave da cidade (rodoviária, delegacia…), locais de acesso ininterrupto aos interessados. Na rodoviária, por exemplo, a biblioteca fica em uma sala sem portas, facilitando assim o acesso irrestrito não da comunidade mas também de viajantes que usam o terminal.

Bibliotecas monacais ou monásticas

Existem três tipos de bibliotecas monacais que são as bibliotecas dos mosteiros, das catedrais ou capitulares, como por exemplo a da Catedral de Chartres e bibliotecas dos Doutores da Igreja, como São Jerônimo, Santo Agostinho, São Bento e São Isidoro, bispo de Sevilha.
As mais célebres bibliotecas monásticas são a Biblioteca do Monte Athos, na Grécia, a Biblioteca de Cassiodoro, escritor e estadista romano e a biblioteca de Monte Cassino.

Bibliotecas universitárias

O grande acontecimento medieval que , de uma certa forma, decide os destinos de toda a civilização, e, por consequência, os destinos do livro, é a fundação das universidades. Estão ao serviço dos estudantes e do pessoal docente das universidades e outros estabelecimentos de ensino. Correspondem à unidade de informação de uma Universidade, pelo que as suas colecções devem reflectir as matérias leccionadas nos cursos e áreas de investigação da instituição. A documentação é sobretudo de carácter científico e técnico, que deve ser permanentemente actualizada, através da aquisição frequente de um grande número de publicações periódicas em suporte papel ou electrónico. A selecção da documentação é feita essencialmente pelos directores de cada departamento da Universidade e não tanto pelo bibliotecário.
Estas Instituições têm como objectivos principais: apoiar o ensino e a investigação; dar um tratamento técnico aprofundado aos documentos, nomeadamente ao nível da indexação; e actualizar constantemente os fundos documentais.

Bibliotecas particulares

As bibliotecas reais, dos grandes senhores, que mais tarde passaram a ser oficiais ou públicas. A mais importante biblioteca pública foi a Biblioteca de Carlos Magno - Rei dos Francos (768-814).
Escritores e intelectuais usualmente possuem grandes bibliotecas, geralmente incorporadas a universidades após a morte dos donos.

Bibliotecas infantis

Oferecem toda uma variedade de serviços e fundos bibliográficos vocacionados especialmente para as crianças. Têm como prioridade criar e fortalecer hábitos de leitura nas crianças desde tenra idade, familiarizar as crianças com os diversos materiais que poderão enriquecer as suas horas de lazer. Visam despertar as crianças para os livros e a leitura, desenvolvendo a sua capacidade de expressão, criatividade e imaginação.
“Para uma aprendizagem baseada no questionamento, usar a biblioteca e seus recursos, não é uma atividade adicional, esporádica, e sim o próprio cerne do projeto político pedagógico. O questionamento é uma forma de aprender e os recursos na biblioteca e o processo de pesquisa são componentes essenciais neste processo.” Carol C. Kuhlthau

Bibliotecas hospitalares

São bibliotecas normalmente criadas a partir da cooperação com o Ministério da Saúde, que visam a humanização da assistência aos doentes. O seu objetivo é fazer com que o período de hospitalização não seja um fator de exclusão para os doentes, pois, veem-se afastados da família, amigos e de sua casa. Também tornar a sua estadia mais lúdica, alegre, o menos traumatizante possível, atenuar situações de angústia e sofrimento, melhorar as relações com a equipe hospitalar e contribuir para o bem-estar físico e psíquico dos doentes. Os seus utilizadores são todos quantos vão ao hospital, crianças e pais, jovens, adultos e idosos, portanto, todos aqueles que se encontrem imobilizados no leito, em períodos de espera, em momentos transitórios ou livres de internamento, consulta ou atendimento ambulatório. Os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e voluntários, exercem de mediadores entre os livros, a leitura e os doentes, pois, vão espalhando a leitura pelos vários ambientes dos hospitais públicos do País.

Bibliotecas do século XXI

As bibliotecas sempre sobreviveram aos diferentes paradigmas tecnológicos, desde a invenção da escrita, passado pela tipografia, até chegar ao atual contexto tecnológicos em coexistem as bibliotecas tradicionais e as modernas. É uma biblioteca híbrida, isto é, com espaços, serviços e coleções simultaneamente físicos e virtuais, em que as novas tecnologias de informação e comunicação passam a ser a base do serviço e da inter-relação com o utilizador; passando a oferecer ao cidadão um conjunto de informações que as novas tecnologias tornam disponível, mas já de forma tratada e selecionada, possibilitando uma maior rapidez de acesso à informação.

Administração da biblioteca

A administração da biblioteca é feita geralmente por um profissional com formação superior em Biblioteconomia. Este é chamado de bibliotecário ou bibliotecária. Capaz de gerenciar todo espaço ao qual a biblioteca se encontra, esse profissional é o responsável direto pelo acervo, tem a formação adequada para organizar e coordenar um grupo de organizadores de documentos ou técnicos auxiliares em organização da informação.
O bibliotecário ou bibliotecária podem ser auxiliados por um profissional treinado para este tipo de serviço denominado auxiliar de biblioteca.

Princípios gerais abordados

As boas práticas dizem que qualquer biblioteca, sem deixar de se empenhar na conservação dos documentos do passado, deverá dotar-se continuamente de documentos do presente.
Dentro deste preceito, a aquisição de novos documentos deve ser realizada de maneira organizada, e para isso segue uma política de compra de livros. A seleção faz-se tendo em conta o fundo documental existente da Biblioteca, a fim de o completar, e ainda de acordo com as necessidades relativas à atualização das coleções existentes. A bibliografia deve ser selecionada seguindo critérios de qualidade e valor, levando em conta a necessidade de quem a utiliza.

Aquisição de novas edições bibliográficas

Para se proceder à aquisição de bibliografia há que conhecer o mercado editorial e estar atento as novidades editoriais. Para se manter informado o responsável pelo serviço de aquisições dispõe de vários recursos: bibliografias, catálogos editoriais e de livrarias ou também de informações e críticas publicadas em periódicos.
Antes de mais a Biblioteca conta com o apoio e orientação do Professor (a) Bibliotecário (a) e dos vários professores dos diferentes Departamentos que, ao iniciarem um novo ano letivo, fazem o levantamento da bibliografia necessária para o novo ano letivo e enviam a respectiva informação para a Biblioteca, para o responsável pelas aquisições verificar o que existe na Biblioteca e por seguinte proceder à aquisição do material que está em falta. As "visitas" periódicas a Livrarias que lançam as novidades também são importantes assim como ter em conta as sugestões dos utilizadores.

Processo de aquisições

O processo de aquisições pode ser descrito em seis etapas:

Pesquisa: Faz-se a solicitação de aquisição de nova bibliografia para a Biblioteca, o responsável pelo serviço deve fazer a pesquisa na base de dados da Biblioteca para verificar se o documento já faz parte do fundo documental como também a pesquisa na base de dados das encomendas já efetuadas, evitando assim a duplicação de bibliografia e desperdício de orçamento.
Verificação bibliográfica: Depois do procedimento em epígrafe, antes de se seguir à encomenda do livro, o responsável pelo serviço, deve verificar se o documento está disponível. Essa verificação ajuda a ter um custo provável do livro, a comparação de preços em várias livrarias ou distribuidores, assim como uma data, mais ou menos definida, de entrega do mesmo.
Encomenda: O pedido de aquisição do livro deverá ser feito à ⦁ livraria ou distribuidor, num modelo pré-definido pelo serviço onde compreenda obrigatoriamente os seguintes dados bibliográficos: autor, título, editor, local de edição, data e isbn. O pedido poderá ser feito em papel, por fax ou carta, ou por correio eletrônico.
Entrada do documento: Quando o documento dá entrada na Biblioteca, todos os elementos bibliográficos têm que ser verificados minuciosamente (Verificar se existem documentos com o mesmo título e mesmo editor, mas de autoria diferente, tornando assim esse documento completamente distinto/diferente do outro). A fatura ou guia de remessa que acompanha o documento ou documentos pretendidos deve ser devidamente verificada, tendo em atenção aos descontos feitos e o total da fatura. Depois de certificada a fatura deve ser assinada e despachada para os serviços de contabilidade e tesouraria, para se dar seguimento ao pagamento.
Teoria sobre o futuro das bibliotecas

Nos dias atuais, as bibliotecas vêm se adaptando ao processo de inovações tecnológicas ocorridas com a evolução da humanidade, sendo que uma das principais características da biblioteca do futuro, e que a mesma apresentara não será mais o volume do seu acervo, e sim a disponibilidade de poder disseminar informações com outras instituições através das novas tecnologias informacionais. Apesar de ainda mostrar muito fôlego, os livros, que compõem a maior parte dos acervos das bibliotecas físicas, provavelmente em um futuro próximo, serão armazenados em multimídias, Internet e outros mecanismos de armazenamento de dados eletrônicos.

Em Portugal

Em Portugal, em 2013, existem 510 bibliotecas públicas nacionais estão acima da média europeia no que respeita à oferta de tecnologias de informação. De acordo com um estudo europeu elaborado pela Fundação Bill e Melinda Gates, em que Portugal participou através da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, mais de 90% das bibliotecas públicas possuem computadores ligados à internet e acesso sem custos, e cerca de 60% de entre elas têm wi-fi.
Em 2012, um milhão de adultos usaram uma biblioteca pública em Portugal (12%) e, desses, 14% utilizaram os computadores existentes para aceder gratuitamente à internet.
Segundo os dados da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, as 194 bibliotecas centrais – as que estão situadas nas sedes de município – despenderam em média, durante 2011, 215 mil euros cada, o que, em termos globais, se traduziu em 42 milhões de euros de despesas totais, sendo que 77% são despesas com pessoal.

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