domingo, 8 de novembro de 2015

Lista De Maçons Do Brasil

Ademar de Barros – médico e político ( Governador de Estado )
 Altino Arantes – político ( Presidente de Estado )
 Afonso Celso ( Visconde de Ouro Preto ) – estadista
 Albuquerque Lins – político (presidente de Estado)
 Alcindo Guanabara– político e jornalista
 Álvaro PalmeiraAlvarenga – cantor popular (em dupla com Ranchinho)
Alberto Mansur
 Amadeu Ataliba Arruda Amaral Leite Penteado – escritor
 Américo Brasiliense de Almeida e Melo– republicano histórico (Presidente de Estado)
Américo de Campos – diplomata e jornalista
Antonio Ernesto Gomes Carneiro – abolicionista
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada – político (Presidente de Estado)
Antonio Francisco de Paula Souza Fundador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
 Aristides Lobo – republicano histórico
Arrelia – artista circense
 Arruda Câmara– naturalista e frade carmelita
 Barão do Rio Branco – historiador e diplomata
 Barão de Itamaracá -Antônio Peregrino Maciel Monteiro. Médico, poeta e diplomata
 Barão de Jaceguai – Artur Silveira de Mota,  almirante, escritor e diplomata
 Barão de Mauá – ou Visconde de Mauá,  Irineu evangelista de Souza
 Barão de Melgaço – Almirante Augusto João Manuel Leverger
 Barão de Ramalho– abolicionista e republicanoBarão do Triunfo – militar
 Basílio da Gama – político
Benedito Tolosa – médico e professor
 Benjamin Constant – militar, professor e político ( “o pai da República” )
Benjamin Sodré – almirante e político
 Bento Gonçalves – líder da revolução farroupilha
 Bernardino José de Campos Júnior – republicano histórico ( Presidente de Estado )
 Bob Nelson – cantor popularCaldas Júnior – jornalista
 Campos Salles – presidente da República
Carequinha – artista circense ( em parceria com Fred )
Carlos de Campos – político ( Presidente de Estado )
 Carlos Gomes – maestro, compositor
Cesário Mota Junior – médico, historiador e político
 Cipriano Barata – prócer da independência
Clemente Falcão – advogado ilustre, lente da Faculdade de Direito
 Conde de Lages – político
 Cônego Januário da Cunha Barbosa – prócer da Independência
Conselheiro Brotero – político do II Império
 Conselheiro Crispiniano – político do II Império João Crispiniano Soares –
 Conselheiro Antonio da Silva Prado
 David Canabarro – um dos líderes da Revolução Farroupilha
 Delfim Moreira da Costa ribeiro – político, presidente da República
Deodoro da Fonseca – militar, proclamador da República
Divaldo Suruagy – historiador e político ( Governador de Estado )
Domingos de Morais – político
 Domingos José Martins – líder da Revolução Pernambucana de 1817
 D. Pedro I Guatimozin Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon – Dom Pedro I
 Duque de Caxias –militar, patrono do Exército Brasileiro
Eduardo Wandenkolk – militar e político
Eleazar de Carvalho – maestro
 Enaldo Torres Fernandes
Esmeraldo Tarquínio – político
Esperidião Amin – político ( Governador de Estado )
 Euzebio de Quieiroz Coutinho Mattoso Câmara – político do 2o. Império
 Evaristo Ferreira da Veiga Barros – jornalista e político. Em 16 de agosto de 1822, escreveu o Hino Constituinte Brasiliense e o seu mais famoso “Brava Gente Brasileira
Evaristo de Moraes – pioneiro da legislação social no Brasil
Everardo Dias – político e líder das primeiras lutas operárias
Fernando Prestes de Albuquerque  – político ( Presidente de Estado )
 Francisco Glicério – republicano histórico
 Francisco Murilo Pinto
 Francisco Jê Acaiaba de Montezuma
 Francisco de Assis Carvalho  “Xico Trolha”
 Frei Caneca – patriota e revolucionário
Frei Francisco de Sta. Tereza de Jesus Sampaio (prócer da Independência)
Gioia Júnior – poeta, político
Golbery do Couto e Silva – militar e ministro de Estado
Gomes Cardim – jornalista e político
Gomes Carneiro – militarGuilherme Ellis – médico
 Hermes Rodrigues da Fonseca – presidente da República
Hervé Cordovil (compositor, arranjador, parceiro de Luis Gonzaga)
Hermann Brunno Otto Blumenau
Hipólito da Costa – ” O patriarca da Imprensa Brasileira
 Hugo Gutierrez Simas
Ibrahim Nobre – tribuno da Revolução Constitucionalista de 1932
Inocêncio Serzedelo Correa – militar e político
Jânio da SIlva Quadros – presidente da República
João Caetano – ator teatral
 João Crispiniano Soares  – Conselheiro Crispiniano  
João Mendes – jornalista, político e grande advogado
João Tibiriçá Piratininga – político, propagandista da República
 Joaquim Gonçalves Ledo – prócer da Independência
 Joaquim Ignacio Ramalho – Barão de Ramalho
 Joaquim Nabuco – escritor, diplomata e líder abolicionista
Jorge Tibiriçá Piratininga – político ( Presidente de Estado )
Jorge Veiga – cantor popular
 José Antonio Pimenta Bueno
José Bonifácio de Andrada e Silva – ” O Patriarca da Independência”
 José Caetano da Silva Coutinho bispo da Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro 
 José Gomes Pinheiro Machado – Militar, Magistrado e politico
 José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho  Bispo
 José Castellani– Escritor , Pesquisador , Historiador e Médico .
José Clemente Pereira – prócer da Independência
 José do Patrocínio – expoente da campanha abolicionista
José Maria Lisboa – jornalista e político
 José Martiniano de Alencar – político ( Presidente de Província )
 José Wilker de Almeida – Ator (Rede Globo) – Natural de Juazeiro do Norte – Ceará
 Julio Mesquita Filho – jornalista e político liberal
Júlio Ribeiro – escritor
Júlio Prestes – político ( Presidente de Estado )
João Alfredo – conselheiro do Império
 Lamartine de Azeredo Babo – compositor popular
 Lauro Sodré – militar e político
Lauro Müller – militar e estadista
 Lima e Silva  onde e Marechal de Campo, o Irmão Caxias 
Lopes Trovão – propagandista da República
Lourenço Caetano Pinto – político
Luis Gama – líder abolicionista e republicano
 Luis Gonzaga (cantor e compositor popular, chamado “O Rei do Baião”)
Luis Vieira – cantor
Maestro João De Souza Lima (pianista, regente, compositor, prêmio Internacional de Piano do Conservatório de Paris, um dos três brasileiros a ganhar o ambicionado prêmio, na primeira metade do século XX)
 Luís Gonzaga Pinto da Gama
 Manoel Arão de Oliveira Campos
Manoel de Nóbrega – produtor de televisão
 Manoel de Moraes Barros – advogado e político
Manuel de Carvalho Pais de Andrade – ( Presidente da Confederação do Equador (1824))
 Manoel Ferraz de Campos Salles  -Presidente da República
Mariano Procópio – político e empresário
Mário Covas – político ( Governador de Estado )
 Marquês de Abrantes – político e ministro de Estado
Marquês de Praná Honório Hermeto Carneiro Leão – político e diplomata
 Marquês de Olinda
 Marquês de Paranaguá – João Lustosa da Cunha Paranaguá político e ministro de Estado
 Marquês de São Vicente  político e jurista
 Marquês de Sapucaí –  Candido Jose de Araújo Viana – político e jurista
Marrey Júnior – jurista e político
Martim Francisco Ribeiro de Andrada III – político republicano
Martinico Prado [Martinho da Silva Prado Júnior] – republicano histórico
Maurício de Lacerda – advogado e político
Moreira Guimarães, general – militar e político
 Nereu de Oliveira Ramos – político, presidente interino da República
Newton Cardoso – político ( Governador de Estado )
 Nicola Aslan
 Nicolau Pereira de Campos Vergueiro
 Nilo Procópio Peçanha – presidente da República
Nunes Machado – um dos chefes da Revolução
 Octavio Kelly – magistrado e político
Orestes Quércia – político ( Governador de Estado – afastado )
Osório, general – um dos maiores militares brasileiros
Oscarito – ator cômico
 Padre Feijó (Pe Diogo Antonio Feijó) – político e figura da Regência
Padre Roma – prócer da Revolução Pernambucana de 1817
 Pedro I – primeiro imperador do Brasil
 Pedro d’ Aragão
 Pedro de Toledo – líder civil da Revolução Constitucionalista de 1932
Pixinguinha – compositor popular
  Prudente de Morais – presidente da República
  Quintino Bocaiúva – jornalista e político ( Presidente de Estado )
Quirino dos Santos – jornalista e político
Ranchinho – cantor popular (em dupla com Alvarenga)
 Rangel Pestana – jornalista e políticoRodolfo Mayer – ator
 Rui Barbosa – jurista, tribuno e político
 Robert Stephenson Smith Baden Powell – Fundador do Escotismo
Roger Avanzi (o Palhaço Picolino)
 Saldanha Marinho – líder republicano
Salvador de Menezes Drummond Furtado de Mendonça
Senador Vergueiro – político e abolicionista
Silva Coutinho – político e oitavo bispo do Rio de Janeiro Silva Jardim – propagandista da República
Silveira Martins – político e tribuno
 Teófilo Ottoni – político e colonizador
Tonico – cantor popular ( em dupla com Tinoco )
 Ubaldino do Amaral Fontoura – um dos patriarcas do Partido Republicano
Venâncio Aires – prócer da campanha republicana
Vicente Celestino – cantor lírico e popular
Viriato Vargas – militar
 Antônio Francisco de Paula de Holanda Cavalcanti de Albuquerque– Visconde de Albuquerque – político do Império
 Joaquim José Rodrigues Torres – Visconde de Itaboraí – estadista
 Visconde de Jequitinhonha ( Montezuma ) – político
Visconde do Rio Branco – estadista
Vitorino Carmilo – político
 Washington Luis – Presidente da República
Wenceslau Brás Pereira Gomes – Presidente da República.
Zé Rodrix (José Rodrigues Trindade) maestro,compositor,cantor,ator e escritor

Lista De Maçons Famosos

Abbott, Sir John J.C. –  Prime Minister of Canada 1891-92
Abd-El-Kader
Abraham Lincoln
Aldrin, Edwin E. –  Astronaut
Alessandro Manzoni
Alexander Fleming
Alexander Pushkin
Alfons Mucha
André Chénier
André Citroén
Arthur Conan Doyle, Sir – Writer, Author
Armstrong, Louis –  Jazz Musician
Armstrong, Neil –  Astronaut
Arnold, General Henry “Hap” –  Commander of the Army Air Force
Austin, Stephen F. –  Father of Texas
Autry, Gene –  Actor
Bach, Jahann Christian –  Composer
Baldwin, Henry –  Supreme Court Justice
Balfour, Lloyd –  Jewelry
Bartholdi, Frederic A. –  Designed the Statue of Liberty
Barão de Montesquieu
Bassie, William “Count” –  Orchestra leader/composer
Baylor, Robert E. B. –  Founder Baylor University
Benito Juáses
Benjamin Franklin
Beard, Daniel Carter –  Founder Boy Scouts
Bell, Lawrence –  Bell Aircraft Corp.
Bennett, Viscount R.B. –  Prime Minister of Canada 1930-35
Berlin, Irving –  Entertainer
Bertel Thor Waldsen
Black, Hugo L. –  Supreme Court Justice
Blair, Jr., John –  Supreme Court Justice
Blatchford, Samuel –  Supreme Court Justice
Borden, Sir Robert L. –  Prime Minister of Canada 1911-1920
Borglum, Gutzon & Lincoln –  Father and Son who carved Mt. Rushmore
Borgnine, Ernest –  Actor
Bowell, Sir Mackenzie –  Prime Minister of Canada 1894-96
Bowie, James –  Alamo
Bradley, Omar N. –  Military leader
Brant, Joseph –  Chief of the Mohawks 1742 – 1807
BuBois, W.E.B. –  Educator/scholar
Buchanan, James –  President of the U.S.
Búfalo Bill
Burnett, David G. –  1st President of the Republic of Texas
Burns, Robert –  The National Poet of Scotland
Burton, Harold H. –  Supreme Court Justice
Byrd, Admiral Richard E. –  Flew over North Pole
Byrnes, James F. –  Supreme Court Justice
Calvo, Father Francisco –  Catholic Priest who started Freemasonry in Costa Rica 1865
Camilo Cavour
Carson, Christopher “Kit” –  Frontiersman, scout and explorer
Casanova –  Italian Adventurer, writer and entertainer
Catton, John –  Supreme Court Justice
Chrysler, Walter P. –  Automotive fame
Charles Chaplin
Charles Lindbergh
Clark Gable
Churchill, Winston –  British Leader
Citroen, Andre –  French Engineer and motor car manufacturer
Clark, Roy –  Country Western Star
Clark, Thomas C. –  Supreme Court Justice
Clark, William –  Explorer
Clarke, John H. –  Supreme Court Justice
Clemens, Samuel L. –  Mark Twain – writer
Cobb, Ty –  Baseball Player
Cody, “Buffalo Bill” William –  Indian fighter, Wild West Show
Cohan, George M. –  Broadway star
Cole, Nat ‘King’ –  Great ballad singer
Collodi, Carlo –  Writer of Pinocchio
Colt, Samuel –  Firearms inventor
Combs, Earle Bryan –  Baseball Hall of Fame
Crockett, David –  American Frontiersman and Alamo fame
Cushing, William –  Supreme Court Justice
David Griffith
Dempsey, Jack –  Sports
Desaguliers, John Theophilus –  Inventor of the planetarium
Devanter, Willis Van –  Supreme Court Justice
Diefenbaker, John G. –  Prime Minister of Canada 1957-63
Doolittle, General James –  Famous Air Force Pilot
Douglas, William O. –  Supreme Court Justice
Dow, William H. –  Dow Chemical Co.
Doyle, Sir Authur Conan –  Writer – Sherlock Holmes
Duque de Wellington
Drake, Edwin L –  American Pioneer of the Oil industry
Dunant, Jean Henri –  Founder of the Red Cross
Edward VII –  King of England
Edward VIII –  King of England who abdicated the throne in less than 1 year
Ellington, Duke –  Composer, Arranger and Stylist
Ellsworth, Oliver –  Supreme Court Justice
Ervin Jr, Samual J. –  Headed “Watergate” committee
Faber, Eberhard –  Head of the famous Eberhard Fabor Pencil Company
Fairbanks, Douglas –  Silent film actor
Ferdinand Lesseps
Field, Stephen J. –  Supreme Court Justice
Fields, W.C. –  Actor
Fisher, Geoffrey –  Archbishop of Canterbury 1945 – 1961
Fitch, John –  Inventor of the Steamboat
Fleming, Sir Alexander –  Invented Penicillin
Ford, Gerald R. – President of the U.S.
Ford, Henry – Pioneer Automobile Manufacturer
François Arage
Francesco Bartolozzi
Francisco Ferrer
Francisco Giner de Los Rios
Francisco Largo Caballero
François Marie Arouet Voltaire
Franklin Roosevelt
Franz Von Lizt
Frederico II da Prússia
Fredrich Schiller
Franklin, Benjamin – 1 of 13 Masonic signers of Constitution of the U.S.
Gable, Clark – Actor
Garfield, James A. – President of the U.S.
Gatling, Richard J. – Built the “Gatling Gun”
George VI – King of England during W.W. II
George Marshall
George Washington
Georges Danton
Giacomo Meyerbbeer
Giosue Carducci
Giussepi Garibaldi
Gotthold Lessing
Giusseppe Mazzini
Gibbon, Edward – Writer – Decline and Fall of the Roman Empire
Gilbert, Sir William S. – Was the librettis for “Pirates of Penzance”
Gillett, King C. – Gillett Razor Co.
Glenn, John H. – First American to orbit the earth in a space craft
Godfrey, Arthur – Actor

Biografia Pio VIl


Pio VIl, ao falecer em 1823, deixou o Estado Pontifício assaz agitado, pois se faziam. ouvir vozes em favor da unificação da península itálica – o que implicaria a extinção do Estado Pontifício. os Papas seguintes Leão XIl (1823-29), Pio VIII (1829-30) e Gregório XVI (1831-46) tiveram que enfrentar os movimentos nacionalistas italianos, sendo que Gregório XVI resistiu severamente aos mesmos. A Austria tinha interesse em manter o Estado Pontifício; por isto ajudava o Papa a reprimir as revoluções internas; temia a eleição de um Pontífice que favorecesse as aspirações italianas. Quanto aos Cardeais, eram, na maioria, do parecer de que o Governo papal se devia mostrar mais aberto. Em tão difíceis circunstâncias, foi eleito Papa o Cardeal Mastai-Ferretti (16/06/ 1846), que tomou o nome de Pio IX. Tinha vivo,sentimento nacional e largueza de espírito; conseguira tornar-se popular mesmo nas regiões em que o Governo pontifício era menos estimado. Por isto o povo italiano regozijou-se com tal eleição, na expectativa de ser libertado do jugo austríaco e experimentar instituições liberais. Aliás, a propósito deste Papa, corre até hoje a notícia de que foi filiado à Maçonaria; quem primeiro espalhou este rumor, foi Carlos Gasola, no jornal Positivo de Roma, aos 23/03/1849 (ao menos, é o que parece); todavia neste mesmo periódico o próprio articulista se retratou aos 18/06/1857. Este “boato” se baseava na confusão do nome de Giovanni Mastai-Ferretti (o de Pio IX) com o de Giovanni Ferretti Mastai, jovem de vida livre e conhecido em Roma por seus desvarios. Pio IX era um pastor afável, simpático e jovial; sofria, porém, de indecisão e hesitação nas horas mais importantes; inseguro como era, adotava meias-medidas, que a ninguém satisfaziam. Era pessoalmente alheio aos recursos da diplomacia; por isto confiou grande parte da administração do Estado Pontifício ao seu Secretário de Estado, o Cardeal Antonelli, a quem muito obedeceu. Se Pio IX é criticável como chefe de Estado, ele não merece censura como Pastor: com grande energia e plena dedicação entregou-se as suas tarefas de guardião da S. Igreja, elevando extraordinariamente o prestígio do Papado, durante o mais longo pontificado de toda a história (1846-1878 = 32 anos). Este longo período é assinalado por quatro grandes façanhas, entre outras: a entrega do Estado Pontifício (1870), o Concílio do Vaticano I (1869/70), a definicão do dogma da Imaculada Conceicão (1854) e a publicação do Syllabus (compêndio de proposições errôneas da época) em 1864. Veremos, a seguir, as vicissitudes do Estado Pontifício ou a Questão Romana

Um Papa na Maçonaria Dentre os Papas, destacou-se pelo ódio anticristão contra a Maçonaria, Pio IX. Mostrou-se rancoroso contra a Instituição depois de Papa. Pio IX chamava-se Giovanni Ferreti Mastai. Ele foi Maçom, tendo pertencido ao quadro de obreiros da Loja Eterna Cadena, de Palermo (Itália). Sob o número 13.715 foi arquivada, em 1839 na Loja Fidelidade Germânica, do Oriente de Nurenberg uma credencial de que foi portador o Irmão Giovanni Ferreti Mastai, devidamente autenticado, com selo da Loja Perpétua, de Nápolis. Como Irmão, como Maçom, Giovanni Ferreti Mastai foi recebido na Loja Fidelidade Germânica.

O Irmão Ferretti nasceu em 1792. Passou dois anos no Chile, servindo como secretário do vigário apostólico Mazzi; foi Arcebispo de Spoleto em 1827, bispo de Imola em 832 e foi elevado a Cardeal, em 1840, e eleito Papa em 1846. Confrontando- se as datas, verifica-se que, em 1839, quando o Irmão Ferretti foi fraternalmente recebido na Loja Maçônica na Alemanha, já era Bispo. Ascendendo a Papa, Giovanni Ferretti Mastai traiu seu Juramento, feito em Loja Maçônica, com a mão sobre o Livro da Lei e honrou a Maçonaria com o seu ódio, culminando com a publicação, em 08 de dezembro de 1864, do Syllabus, e em que amontoou todas as bulas papais e encíclicas contra a Maçonaria, de que fizera parte.

A Loja Eterna Cadena, filiada à Grande Loja de Palermo, em 26 de março de 1846 considerando o procedimento condenável do Irmão Giovanni, resolveu expulsá-lo como traidor, depois de convocá-lo para defender-se. Sua expulsão foi determinada por Victor Manuel, Rei da Itália e de toda a Península e Grão-Mestre da Maçonaria da Itália, que decretou mais tarde, em 1865 sua expulsão da Ordem por ter excomungado todos os membros da Maçonaria.

 Sua expulsão pelo Rei italiano e Grão-Mestre foi classificada como Perjuro.

A Igreja Católica sempre tem procurado ocultar este episódio. Pio IX que tão ferozmente investiu contra os Maçons, sobretudo os da Itália, foi feito prisioneiro em 20 de setembro de 1870, pelos patriotas que lutavam e conquistaram a Unificação Italiana, tendo à frente vários Maçons inclusive, entre eles: Garibaldi, Mazzini, Cavour, Manzoni e outros. Apesar de feroz inimigo da Maçonaria, que traiu, Pio IX foi tratado com consideração pelos Maçons, seus aprisionadores. Viram nele o antigo Irmão transviado e, embora fosse ele um Perjuro, prevaleceu o Princípio Sagrado de Fraternidade. Foi belíssima a lição de amor ao próximo, dada pelos Maçons ao Papa Pio IX.

Em conseqüência da bula Syllabus de Pio IX, contra a Maçonaria, é que surgiu no Brasil, a rumorosa Questão dos Bispos, também denominada Questão Epíscopo-maçônica, quando Dom Vital, Bispo de Olinda, e Dom Antonio Macedo, Bispo do Pará, pretenderam que o Syllabus se sobrepusesse às Leis Civis Brasileiras, exigindo que as Irmandades religiosas eliminassem do seu seio os numerosos Maçons católicos que a compunham.

As Irmandades reagiram e recorreram à Justiça, tendo tido ganhado de causa. Os Bispos não acataram a decisão da Justiça. Foram julgados e condenados a quatro anos de prisão, com trabalho forçado. Um ano e pouco depois o Duque de Caxias, Maçom, então Presidente do Ministério do Segundo Império, anistiou-os.

texto do Ir.’.José Fernando Coelho Val Quintans, Chancelaria da ARFGBLM Vigilância nº 1

Fraternalmente,

Ir .’. Gabriel Campos de Oliveira .’.
Deputado Federal – SAFL-GOB
Divinópolis-MG-Brasil

Biografia Zoroastro Parte 2


ZOROTUSHTRA – ZARATHUSHTRA – ZARATUSTRA

No decorrer do final do séc. VII e no início do séc. VI a.C. Zoroastro reformou a religião que os antigos Iranianos tinham herdado de seus antepassados Indo-Iranianos (cerca de 1500 a.C.). Ele viveu e ensinou entre as tribos seminômades do que é atualmente o nordeste do Irã, longe de todo o contato com a civilização das cidades da Babylonia e da parte ocidental do Irã.

A religião que ele pregou espalhou-se por todo o Irã e por outros países, e influenciou o desenvolvimento posterior do Judaísmo, do Cristianismo, e também o pensamento Grego e Islâmico. Os Parsis da Índia – persas que emigraram para a Índia, pressionados pelos muçulmanos - conservam viva, até hoje, a sua religião.

O PROFETA

Zoroastro é a forma Grega do nome Zarathustra no antigo idioma Iraniano. De acordo com a tradição Iraniana, ele viveu “258 anos antes da conquista da Pérsia por Alexandre Magno” em 330 a.C. Considerando que Zoroastro tinha 30 anos quando teve a sua primeira visão, considerando também que ele começou a sua pregação aos 40 anos e que ele converteu o Rei Hystaspes dois anos depois, pode-se determinar que Zoroastro viveu no período de 630 a 553 a.C.

Zoroastro reformou e sistematizou o antigo e tradicional politeísmo Iraniano, dando-lhe uma base ética e moral. Ele pregou não só a reforma religiosa como também a reforma das condições sociais que prevaleciam na época. Com freqüência denunciou a desorganização do nomadismo e lutou pela fixação do homem à terra, introduzindo a prática da agricultura. 

Em sua pregação, Zoroastro foi bastante combatido pelos sacerdotes dos antigos cultos e seus seguidores, a quem ele acusou de seguidores do demônio. Embora não se conheça muito de sua vida, pode-se afirmar que Zoroastro foi uma figura histórica e não um mito criado pelas lendas populares. No Zend Avesta, de sua autoria, Zoroastro proclama uma nova filosofia de vida que reflete as esperanças e as dúvidas, os medos, os ódios e os triunfos de uma personalidade marcante.

Após a sua morte, apareceram várias lendas ligadas ao seu nome. Uma delas, por exemplo, dizia que a Natureza festejou o seu nascimento, enquanto que os demônios, que percorriam o mundo em forma humana, fugiram para debaixo da terra. Também se dizia que Zoroastro já nasceu rindo, além de ter falado com Ahura Mazda (o grande deus) e seus anjos, e de ter repudiado Ahriman (o demônio) que o tentou. Zoroastro foi o modelo para todos os sacerdotes e guerreiros, sendo também insuperável na medicina e em todas as artes. As principais fontes destas lendas são os textos Pahlavi, do séc. IX a.C. e as Seleções de Zatspram.

No Ocidente, também foi grande a reputação de Zoroastro, de quem se diz ter sido mestre de Pitágoras. Inúmeros foram os livros, escritos em grego, atribuídos a Zoroastro. Estes livros versavam sobre ciências naturais, astrologia e magia. Tanto os Judeus quanto os Cristãos identificaram Zoroastro com alguns de seus próprios profetas, incluindo Ezequiel e Baruch. 

Durante toda a Idade Média ele foi conhecido na Europa apenas como mago. Foi somente no final do séc. XVIII que emergiu uma nova imagem de Zoroastro, devido à ação de estudiosos europeus, liderados por A.H. Anquetil-Duperron. No séc. XIX Nietzshe, visceral inimigo da Igreja Católica, em sua obra “Also sprach Zarathustra” (Assim falou Zaratustra), para atingir seus objetivos literários e filosóficos, mudou a doutrina de Zoroastro, mostrando-o não como um dos primeiros grandes moralistas, como efetivamente foi, mas como o primeiro dos imorais.

A RELIGIÃO À ÉPOCA DE ZOROASTRO

A religião Indo-Iraniana da época de Zoroastro era politeísta e bastante influenciada pelos Vedas da Índia. Mitra e Varuna eram alguns dos deuses adorados pela população, que era dividida em três classes: os governantes e sacerdotes, os guerreiros e o povo. E cada uma destas classes tinha os seus próprios deuses. A classe alta praticava rituais que incluíam o sacrifício de bois e a ingestão de uma bebida sagrada, feita com uma erva chamada soma e que provocava sensações de imortalidade e visões do Nirvana (esta bebida é bastante citada por Bertrand Russel na obra Admirável Mundo Novo).

Zoroastro rejeitou o culto de todos estes deuses, exceto um, Ahura Mazda que, em língua Parsi significa “Sábio Senhor”. Este deus já era cultuado na 3.época de Dario I (522-486 a.C.) A origem do demônio é explicada da seguinte maneira no sistema de Zoroastro: no inicio da Criação havia dois espíritos gêmeos, filhos de Ahura Mazda, que escolheram entre o bem e o mal. Um, Ormuzd, escolheu o bem; ele é associado à verdade, à justiça e à vida. O outro, Ahriman, a Mentira, escolheu o mal e é associado à destruição, à injustiça e à morte.

De acordo com Zoroastro o fim do mundo estaria próximo e somente os crentes renasceriam para uma nova vida imortal. Até que isto acontecesse as almas dos mortos atravessariam a “Ponte do Recompensador” de onde as almas boas seriam encaminhadas ao paraíso, e as más seriam enviadas ao inferno para se purificar pelo fogo, de modo a prepará-las para a Renovação Final do Mundo. Em relação aos rituais, Zoroastro condenava tanto os sacrifícios de sangue, (animais eram imolados, principalmente o boi) quanto o sacrifício da ingestão do soma. Ele manteve o sacrifício do fogo, que considerava o símbolo da Verdade e da Ordem. Após a morte de Zoroastro a sua religião expandiu-se vagarosamente para o sul, em direção ao que é agora o Afeganistão, e para o oeste, na direção dos Medas e dos Persas.

OS PRINCÍPIOS ÉTICOS E MORAIS DE ZOROASTRO

Zoroastro ao nascer, ao invés de chorar sorriu, de acordo com a lenda. Essa história traduz muito bem a sua visão positiva e alegre do mundo e de seu destino. O antigo sistema de pensamento de Zoroastro, com todos os seus desdobramentos filosóficos, políticos e religiosos, continua atual em seus desafios e em sua surpreendente abertura para a renovação. A busca de Zoroastro começou como a de muitos dos profetas de então e de agora. Chocado com as contradições da sociedade de sua época e decepcionado com as respostas dadas pelo meio pensante, ele decide fazer a sua própria descoberta. Contudo, a sua busca é diferente das dos outros, por não ter como desencadeante o problema da morte, mas o do estado de convivência social injusto de seu tempo. 

É interessante notar, desde logo, que ele começou fazendo perguntas e terminou descobrindo algo que o ajudou a fazer mais perguntas ainda, sem necessariamente acompanhá-las com respectivas respostas. Zoroastro descobriu o que queria, não como uma revelação e nem como coisa privativa sua. Ele encontra o óbvio, o que está escrito nas páginas da vida e que pode ser lido por qualquer um. Ele é uma pessoa comum que, no esforço de seu intelecto e na sensibilidade de seu espírito, consegue ver que este é um mundo bom, criado por um Deus bom e destinado a um estado de alegria radiante. 

Constatando isso, ele desenvolve uma proposta que tem tanto uma elaboração filosófica como conseqüências práticas para a vida. A grande questão, colocada para ser resolvida por todos os sistemas filosóficos e religiosos, o bem e o mal, para Zoroastro se resolve dentro da mente humana. O bom pensamento ou boa mente cria e organiza o mundo e a sociedade, o mau pensamento ou má mente faz o contrário. Cabe ao ser humano fazer uma escolha e ele tem o poder e a capacidade de fazê-la. 

O Cosmo inteiro está a seu favor quando escolhe a boa mente, enquanto que a má mente isola e, portanto, angustia quem por ela opta. Essa escolha é feita no dia-a-dia da pessoa, em cada ação. Ninguém pode fazer uma opção definitiva, esse é um mecanismo dinâmico e progressivo. Essa escolha não desencadeia a salvação ou perdição de ninguém, porque ela é parte de um processo de aprendizagem contínuo, aberto e reformável de acordo com o contexto. Com o progresso de cada indivíduo também progride o mundo, e assim é acelerado o aperfeiçoamento do universo. O quadro só será completado quando todos tiverem chegado lá, quanto todos estiverem no mesmo nível de progresso.

É como numa orquestra; o concerto só é possível após cada instrumento estar afinado. Aliás, essa é a organização interna de todas as coisas em suas especificidades. A perfeita condição de cada parte garante o perfeito funcionamento do todo. Essa descoberta de Zoroastro levou a conclusões inusitadas e revolucionárias. Acenou com uma nova organização social e uma nova religião. A religião baseada no medo do mistério e no apaziguamento de suas forças através da magia e da expiação não fazia mais sentido. Ele descobrira a religião da alegria participativa. Admirada pelo do fato de ser parceira de Deus em seu projeto para a humanidade, através de um processo de livre escolha e de colaboração, a pessoa responde com o cultivo da Boa Mente, de Boas Palavras e de Boas Ações. Essa é a ética da responsabilidade.

Esse esforço, que inicialmente é individual e continuará a sê-lo, recebe, contudo o poder transformador de Deus, que traz em si todas as virtudes: justiça, retidão, cooperação, verdade, bondade etc. O poder transformador de Deus age no mundo em todos os setores e especialmente nas pessoas que lhe abrem a mente. Ele incentiva e capacita o ser humano à escolha e à prática do bem. 

As pessoas que vão descobrindo a capacidade que têm de fazer essa opção vão se unindo na descoberta natural de que são parte de um todo magnífico, que se forma em parceria com Deus. Nesse sistema não há lugar de destaque a fé ou para a crença. Não é necessário crer; é preciso saber e agir de acordo com o que se sabe. Temos aqui, então, a religião do conhecimento. É a razão que se sobrepõe à fé e à emoção.

A visão de mundo de Zoroastro não coloca o ser humano como o centro, o motivo de ser do planeta. Ao contrário, uma das tarefas dadas pelo pensamento de Zoroastro é que o ser humano ache o seu lugar no mundo de forma harmoniosa, de modo a não desequilibrar o seu meio. Reverenciar e proteger a terra, a água, o ar e o fogo, além dos outros seres viventes, é uma preocupação constante que aparece no pensamento de Zoroastro. Não há diferença de raças ou de gênero em Zoroastro. O Deus descoberto por Zoroastro não é tribal e não tem um povo escolhido dentre os outros povos. Tanto o homem como a mulher pode tomar a liderança, mesmo nos ritos religiosos. 

Talvez o que há de melhor em Zoroastro seja a abertura, quase desafio para se seguir adiante perguntando, descobrindo, mudando, e tudo isso, num movimento dinâmico de progresso. Nada está fechado numa ortodoxia oficial. Em seus cânticos ele faz 93 perguntas e as deixa sem respostas. Está ausente ali a arrogância de dono de uma verdade estática e acabada. E isso não traz insegurança e sofrimento, antes, a certeza de que o que importa está além e acima das idéias. A doutrina de Zoroastro ensina a emancipação e a autonomia do indivíduo. Só a partir disso se torna possível a descoberta do próximo como pessoa e, conseqüentemente, a criação da comunidade. Não há lugar nessa visão para qualquer anulação do ego. Ao contrário, o ego é reafirmado e colocado como base do encontro com o próximo. Se sadio e bem amado, o ego forte é poderoso na capacidade de doação e desprendimento.

A sociedade é para ser organizada dentro desses princípios de livre escolha, da boa mente e da busca do bem de todos os seres. Os líderes têm que ser escolhidos por serem justos e equilibrados. Zoroastro, apesar das dificuldades que enfrenta em seu tempo e que, também desencadeiam a sua busca, não vê o mundo como arruinado, do qual urge fugir e se possível salvar alguns. Antes, o mundo é uma obra em fase de construção, ao qual somos convidados a unir criativamente as nossas vidas. Essa visão de mundo provoca uma ética diferente da que dominou o mundo ocidental, que recorre à punição/recompensa como veículo principal de estímulo ou contenção. 

A prática profunda desse pensamento na sociedade não teria criado um sistema judiciário com prisões. O ser humano não está contaminado pelo pecado, antes, pelo contrário, capacitado para escolher a boa mente e para construir um mundo diferente e melhor. Uma leitura de Zoroastro com essa abundância de negações não lhe faz justiça. O contexto judaico cristão onde estamos inseridos, porém, nos obriga a usar esses termos, pelo menos num primeiro momento.

Resgatado e atualizado, esse velho pensamento pode fornecer material para a ética que precisamos nesse nosso tempo. Ele é aberto, estimula o conhecimento e a pesquisa, é ecológico, inclusivo e pode ser também fonte de uma profunda e rica espiritualidade.

O PERÍODO SASSÂNIDA

Com o início de uma nova dinastia nacional Persa, os Sassânidas, em 224 d.C., a religião de Zoroastro foi oficializada no país. A sua hierarquia detinha considerável poder político, e as outras religiões (Cristianismo, Maniqueísmo e Budismo) foram perseguidas. O Avesta foi compilado, editado e traduzido com comentários explicativos, em Pahlavi, dialeto de uma região do centro da Pérsia. A esta tradução comentada chama-se Zend. Daí o nome Zend-Avesta, dado ao livro sagrado dos seguidores de Zoroastro. 

As últimas obras do período Pahlavi informam que a religião de Zoroastro incorporou contribuições Gregas e Indus. As idéias gregas podem ser identificadas nos mitos cosmológicos; o mundo foi criado inicialmente no estado espiritual, uma espécie de Matéria Prima no sentido aristotélico; e a origem do mundo material é atribuída à condensação gradual do elemento sutil – a Luz – através de sucessivos estágios, começando pela Água, depois pela Terra e finalmente por todas as formas de matéria densa. Durante o período Sassânida prevaleceu no reino persa a doutrina de Mazda, ou mazdeismo.

PERÍODO PÓS-CONQUISTA MUÇULMANA

Sob o domínio árabe, a maior parte da população foi forçada a abraçar o Islam, mas a religião de Zoroastro foi tolerada até certo ponto, conseguindo sobreviver por mais trezentos anos. Entre os séc. IX e X da era cristã, a perseguição muçulmana levou os remanescentes do Zoroastrianismo a emigrar do Irã para a Índia, para a região de Bombaim, no Hindustão. Os descendentes destes Zoroastrianos foram os primeiros, na Índia, a receber a influência Européia, tornando-se os melhores colaboradores dos ingleses, que sucederam os portugueses no domínio do continente indiano.

No séc. XIX os remanescentes da religião de Zoroastro na Índia, chamados Parsis, retomaram o contato com os alguns remanescentes da mesma religião no Irã, os Gabars, formando atualmente as duas únicas comunidades praticantes do Zoroastrianismo.

A LITERATURA ZOROASTRIANA

Esta literatura divide-se em duas partes: o AVESTA, trabalho original escrito na antiga língua Iraniana chamada Avistak, e os textos escritos muito mais tarde, em língua Pahlavi ou Persa, dialeto da região central da Pérsia. A palavra Zend significa “interpretação” e é empregada para indicar a tradução e os comentários explicativos da maior parte do Avesta, existentes em língua Persa. Daí o nome Zend-Avesta - o Livro Sagrado da religião de Zoroastro.

A COSMOLOGIA

A Cosmologia de Zoroastro concebe a história do mundo como um grande drama dividido em quatro períodos de 3.000 anos cada um. Num passado de duração infinita existiu Ormuzd, que era a Luz, e Ahriman, que habitava a escuridão e as profundezas. Ao final dos primeiros 3.000 anos Ahriman atravessou o vácuo que os separava e atacou Ormuzd que, percebendo que a luta só teria fim se fosse realizada com regras finitas, fez um pacto com Ahriman, limitando a duração de sua luta. Ele então recitou a Ahuna Vairya, a oração mais sagrada dos seguidores de Zoroastro. Ahriman, apanhado de surpresa, caiu no abismo onde permaneceu por mais 3.000 anos, Durante este período Ormuzd fez a Criação dos seres, os espirituais em primeiro lugar, e em seguida a criação material correspondente – céu, água, terra, plantas. Em seguida, ofereceu às almas pré-existentes a escolha entre permanecer para sempre como energia pura, como espíritos, ou encarnar no mundo físico de modo a assegurar o seu triunfo sobre Ahriman; eles escolheram nascer e combater. Nesse meio tempo, Ahriman gerou seis demônios e uma criação material oposta à dos seres criados por Ormuzd.

No final do segundo período de 3.000 anos Ahriman, instigado pela Mulher Primordial, a Prostituta, atacou o céu e corrompeu a criação de Ormuzd. No terceiro período, Ahriman triunfa no mundo material, mas é incapaz de escapar dele. Enganado por Ormuzd, ele é sentenciado à sua própria destruição. O início do último período testemunha a chegada da religião na Terra e o nascimento de Zoroastro. O final de cada período de 3.000 anos é marcado pela vinda de um salvador, sucessor e filho póstumo de Zoroastro. O terceiro e último salvador, Saoshyans, realizará o julgamento final, dispensará a bebida da imortalidade – o soma - e será o porteiro do Novo Mundo, ou Paraíso. Serão então passados os quatro períodos de 3.000 anos. 

De acordo com esta Cosmologia, tudo isto acontecerá ao final do último período, 3.000 anos após o nascimento de Zoroastro, isto é, daqui a 368 anos. 

Os sistemas religiosos predominantes atualmente são o resultado de um sincretismo, de uma mistura de religiões antigas, em sua maioria já extintas. Saibamos extrair de cada uma delas o que de melhor têm ou tiveram. 
O resumo nos mostrará que a Lei de Talião sempre destrói e que só o Amor constrói.


Referencias:

Os Grandes Livros Misteriosos - Guy Bechtel
Zoroaster - Ordem do Graal na Terra
A Doutrina Secreta – H.P.Blavatsky – Volume IV
Grande Dicionário de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan
O Livro de Ouro da Mitologia - Thomas Bulfinch

Zoroastrismo Visão


Faravahar, guardião do espírito

O zoroastrismo, masdaísmo, masdeísmo ou parsismo é uma religião fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro. É considerada como a primeira manifestação de um monoteísmo ético. De acordo com historiadores da religião, algumas das suas concepções religiosas, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias, viriam a influenciar o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

Tem seus fundamentos fixados no Avesta e admite a existência de duas divindades (dualismo), as quais representam o Bem (Aúra-Masda) e o Mal (Arimã). Da luta entre essas divindades, sairia vencedora a divindade do Bem, Aúra-Masda.

A religião pré-zoroastriana

A religião do Irão antes do surgimento do zoroastrismo apresentava semelhanças com a da Índia védica, dado que as populações que habitavam estes espaços descendiam de um mesmo povo, os arianos (ou indo-iranianos). Era uma religião politeísta, na qual o sacrifício dos animais e o consumo de uma bebida chamada haoma (em sânscrito: soma) desempenhavam um importante papel.

Os seres divinos enquadravam-se em duas classes, ambas de características positivas: os ahuras (em sânscrito: asuras; "senhores") e os daivas (em sânscrito: deivas; "deuses").

Zoroastro

Zoroastro viveu na Ásia Central, num território que compreendia o que é hoje a parte oriental do Irã e a região ocidental do Afeganistão. Não existe um consenso em torno do período em que viveu; os acadêmicos têm situado a sua vida entre 1750 e 1000 a.C. Sobre a sua vida, existem poucos dados precisos, sendo as lacunas preenchidas por lendas.

De acordo com os relatos tradicionais zoroastrianos, Zoroastro viveu no século VI a.C., pertencendo ao clã Spitama, sendo filho de Pourushaspa e de Dugdhova. Era o sacerdote do culto dedicado a um determinado ahura. Foi casado duas vezes e teve vários filhos. Faleceu aos setenta e sete anos assassinado por um sacerdote.

Aos trinta anos, enquanto participava num ritual de purificação num rio, Zaratustra viu um ser de luz que se apresentou como sendo Vohu Manah ("Bom Pensamento") e que o conduziu até à presença de Ahura Mazda (Deus) e de outros cinco seres luminosos, os Amesha Spentas, sendo este o primeiro de uma série de encontros com Ahura Mazda, que lhe revelou a sua mensagem.

As autoridades civis e religiosas opunham-se às doutrinas de Zoroastro. Após doze anos de pregação, Zoroastro abandonou a sua região natal e fixou-se na corte do rei Vishtaspa na Báctria (região que se encontra no atual Afeganistão). Este rei e sua esposa, a rainha Hutosa, converteram-se à doutrina de Zoroastro e o zoroastrismo foi declarado como religião oficial do reino.

O principal documento que nos permite conhecer a vida e o pensamento religioso de Zoroastro são os Gathas, dezessete hinos compostos pelo próprio Zoroastro e que constituem a parte mais importante do Avesta ou livro sagrado do zoroastrismo. A linguagem dos Gathas assemelha-se à que é usada no Rig Veda, o que situaria Zoroastro entre 1500-1200 a.C. e não no século VI a.C. Vivia na Idade do Bronze, numa sociedade dominada por uma aristocracia guerreira.

Para alguns investigadores, muito mais do que o fundador de uma nova religião, Zoroastro foi antes um reformador das práticas religiosas indo-iranianas. Ele propôs uma mudança no panteão dominante que ia no sentido do monoteísmo e do dualismo. Na perspectiva de Zoroastro, os ahuras passam a ser vistos como seres que escolheram o bem, e os daivas, como seres que escolheram o mal. Na Índia, o percurso seria inverso, com os ahuras a representarem o mal, e os daevas a representarem o bem.

Zoroastro elevaria Ahura Mazda ("Senhor Sábio") ao estatuto de divindade suprema, criadora do mundo e única digna de adoração.

Outro conceito religioso por ele apresentado foi o dos Amesha Spentas ("Imortais Sagrados"), que podem ser descritos como emanações ou aspectos de Ahura Mazda. Nos Gathas, os Amesha Spentas são apresentados de uma forma bastante abstrata; séculos depois, eles serão transformados e elevados ao estatuto de divindades. Cada Amesha Spenta foi associado a um aspecto da criação divina.

Os Amesha Spentas são:

Vohu Manah ("Bom Pensamento"): os animais;
Asha Vahishta ("Verdade Perfeita"): o fogo;
Spenta Ameraiti - ("Devoção Benfeitora"): a terra;
Khashathra Vairya - ("Governo Desejável"): o céu e os metais;
Hauravatat ("Plenitude"): a água;
Ameretat ("Imortalidade"): as plantas.

Os Gathas revelam também um pensamento dualista, sobretudo no plano ético, entendido como uma livre escolha entre o bem e o mal. Posteriormente, o dualismo torna-se cosmológico, entendido como uma batalha no mundo entre forças benignas e forças maléficas.

Atualmente, os zoroastrianos dividem-se entre o dualismo ético ou o dualismo cosmológico, existindo também outros que aceitam os dois conceitos. Alguns acreditam que Ahura Mazda tem um inimigo chamado Angra Mainyu (ou Ahriman), responsável pela doença, pelos desastres naturais, pela morte e por tudo quanto é negativo. Angra Mainyu não deve ser visto como um deus; ele é, antes, uma energia negativa que se opõe à energia positiva de Ahura Mazda, tentando destruir tudo o que de bom foi feito por ele (a energia positiva de Deus é chamada de Spenta Mainyu). No final, Angra Mainyu será destruído e o bem triunfará. Outros zoroastrianos encaram o dualismo no plano interno de cada pessoa, como a escolha que cada um deve fazer entre o bem e o mal, entre uma mentalidade progressista e uma mentalidade retardatária.

Os zoroastrianos acreditam que Zoroastro é um profeta de Deus, mas não é alvo de particular veneração. Eles acreditam que, através dos seus ensinamentos, os seres humanos podem aproximar-se de Deus e da ordem natural marcada pelo bem e justiça (asha).

A época aqueménida

Entre a morte de Zaratustra e a ascensão do Império Aqueménida no século VI a.C., pouco se sabe sobre o zoroastrismo, a não ser que se difundiu por todo o planalto iraniano.

Em 549 a.C., Ciro II derrotou Astíages, rei dos Medos, e fundou o Império Persa, que unia, sob o mesmo ceptro, os Medos e os Persas. A dinastia à qual pertencia, os Aqueménidas, adoptou o zoroastrismo como religião oficial do império, mas foi tolerante em relação às religiões dos povos que nele viviam. Foi o rei Ciro II (dito "O Grande") que libertou os Judeus do seu cativeiro e permitiu o regresso destes à Palestina. Provavelmente, o primeiro rei persa que reconheceu oficialmente esta religião foi Dario I, como mostra uma placa de ouro na qual o rei se proclama devoto de Ahura Mazda.

Dario teve que combater um usurpador chamado Gautama, que se fazia passar por um filho de Ciro. Gautama ordenou a destruição de santuários pagãos que seriam restaurados por Dario. Por causa deste comportamento, atribui-se, por vezes, a Gautama, a adopção do zoroastrismo.

Os Medos possuíam uma casta ou tribo sacerdotal, conhecida como os Magi, que adoptaram a religião de Zaratustra, não sem introduzir alterações na mensagem original e incorporando antigas concepções religiosas. Os Magi seriam a classe sacerdotal dos três grandes impérios persas. Casavam dentro do seu grupo e expunham os corpos dos mortos às aves de rapina, duas práticas que viriam a ser adoptadas pelos zoroastrianos. Os sacerdotes recuperam os antigos sacrifícios e o uso do haoma. Os Amesha Spentas, inicialmente abstractos no pensamento de Zaratustra, foram personalizados e antigas divindades passaram a ser adoradas. Entre essas divindades (yazatas), estavam o Sol, a Lua, Tishtrya (deus da chuva), Vayu (o vento), Anahita (deusa das águas) e Mitra.

Foram também erigidos grandes templos e altares de fogo ao ar livre. Artaxerxes II (404–358 a.C.) chegou mesmo a ordenar a construção de templos em honra de Anahita nas principais cidades do império. Durante este período, foi também criado o calendário zoroastriano e desenvolveu-se o conceito do Saoshyant, segundo o qual um descendente de Zaratustra, nascido de uma virgem, viria para salvar o mundo.

A época arsácida e sassânida

Com a conquista da Pérsia por Alexandre Magno, em 330 a.C., o zoroastrismo sofreu um duro golpe, tendo a classe sacerdotal sido dizimada e muitos templos destruídos. O incêndio da capital do império, Persépolis, provocaria o desaparecimento de textos da religião conservados na biblioteca da cidade.

Durante o governo dos Selêucidas, o zoroastrismo foi respeitado e geraram-se sincretismos entre este e a religião grega (por exemplo, ocorreu uma associação de Zeus a Ahura Mazda). Mas um verdadeiro renascimento do zoroastrismo só começa durante a dinastia dos Partos Arsácidas, no século III a.C. Nesta fase, foi compilado o Vendidad, uma parte do Avesta que recolhe textos relacionados com medicina e rituais de pureza.

No período da dinastia Sassânida (224 a.C.–651 d.C.), o zoroastrismo foi completamente restaurado graças à intervenção de Kartir e de Tansar. O zoroastrismo tornou-se a religião mais comum entre as massas, sendo praticado numa vasta área que ia do Médio Oriente às portas da China. Nesta época, assistiu-se à formação de uma verdadeira "Igreja" zoroastriana centrada na Pérsia, foram banidas da prática religiosa as imagens, criou-se o alfabeto avestano e novos textos passam a integrar o Avesta, tais como o Bundahishn e o Denkard. Ao contrário do período Aqueménida, este período ficou marcado pela intolerância em relação a outras religiões, tendo sido promovidas perseguições aos judeus e cristãos. O clero zoroastriano detinha um grande poder e assegurava que cada novo monarca fosse zoroastriano; pesados tributos recaíam sobre a população como forma de sustentar a forma de vida do clero.

A chegada do islão

Apesar da conversão da Pérsia ao Islão após a conquista dos árabes no século VII, o zoroastrismo sobreviveu em algumas comunidades persas, agrupadas nas cidades de Yazd e Kerman. Os muçulmanos consideraram os zoroastrianos como dhimmis, ou seja, praticantes do monoteísmo (à semelhança dos judeus e dos cristãos), e, como tal, foram sujeitos a pesados tributos cujo objectivo era estimular a conversão ao Islão.

No século X, um grupo de zoroastrianos deixou a Pérsia e fixou-se na Índia, na região do Gujarate. Aqui, estabeleceram uma comunidade local que recebeu o nome de "Parsi" ("Persas" na língua gujarate) e que permanece naquele território até aos nossos dias. Esta comunidade zoroastriana foi influenciada pelos tradições locais e as suas particularidades levam a que se fale em "parsismo". Até 1477, os Parsis não mantiveram contacto com os zoroastrianos que permaneceram no Irão. Nesse ano, restabeleceu-se o contacto sob a forma de troca de correspondência que durou até 1768.

No século XIX, a conquista da Índia pelos britânicos levaria a um confronto entre os valores tradicionais dos parses e os valores religiosos e culturais do Ocidente. John Wilson, um missionário cristão da Escócia, atacou a religião dos Parses, alegando que o dualismo presente era contrário ao verdadeiro espírito monoteísta. Martin Haug, um filólogo alemão que viveu e ensinou em Puna durante a década de 60 do século XIX, concluiu que apenas os Gathas eram as palavras originais do profeta Zaratustra. Estes acontecimentos propiciaram o início de um movimento de reforma religiosa, que divide a comunidade zoroastriana entre aqueles que pretendem um regresso a concepções que entendem como mais puras e próximas da mensagem inicial, rejeitando o excessivo ritualismo, e os tradicionalistas.

Doutrinas e crenças

Os masdeístas não representam seus deuses em esculturas e têm templos.

Deixou traços nas principais religiões mundiais como o judaísmo, cristianismo e islamismo através das seguintes crenças:

Imortalidade da alma
Vinda de um Messias
Ressurreição dos mortos
Juízo final

A doutrina de Zaratustra foi espalhada oralmente e suas reformas não podem ser entendidas fora de seu contexto social. O indivíduo pode receber recompensas divinas se lutar contra o mal em seu cotidiano, como pode também ser punido após a morte caso escolha o lado do mal. Os mortos são considerados impuros, então não são enterrados, pois consideram a terra, o fogo e a água sagrados, eles os deixam em torres para serem devorados por aves de rapina.

Textos religiosos

O principal texto religioso do zoroastrismo é o Avesta. Julga-se que a actual forma do Avesta corresponde a apenas uma parte de Avesta original, que teria sido destruído em resultado da invasão de Alexandre o Grande.

O Avesta divide-se em várias secções, das quais a principal é o Yasna ("Sacrifícios"). O Yasna inclui os Gathas, hinos que se julga terem sido compostos pelo próprio Zaratustra. O Vispered é essencialmente um complemento do Yasna. O Vendidad é a secção que contém as regras de pureza da religião, podendo ser comparado ao Levítico da Bíblia. Os Yashts são hinos dedicados às divindades.

Para além do Avesta, existem os textos em palavi, escritos na sua maior parte no século IX.

Escatologia individual

A escatologia individual do zoroastrismo afirma que, três dias após a morte, a alma chega à Ponte Cinvat. A alma de cada pessoa percepciona, então, a materialização dos seus actos (daena): uma alma que praticou boas acções vê uma bela virgem de quinze anos, enquanto que a alma de uma pessoa má vê uma megera.

Cada alma será julgada pelos deuses Mithra, Sraosha e Rashnu. As almas boas poderão atravessar a ponte, enquanto que as más serão lançadas para o inferno; as almas que praticaram uma quantidade idêntica de boas e más acções são enviadas para o Hamestagan, uma espécie de purgatório.

As almas elevam-se ao céu através de três etapas: as estrelas, a Lua e o Sol, que correspondem, respectivamente, aos bons pensamentos, boas palavras e boas ações. O destino final é o Anagra Raosha, o reino das luzes infinitas.

Sacerdócio

Existem três graus de sacerdócio no zoroastrismo contemporâneo. O sacerdócio tende a ser hereditário, embora não seja obrigatório que o filho de um sacerdote venha a seguir a profissão do pai.

Os sacerdotes de grau inferior recebem o nome de ervad. Neste grau inicial, é preciso conhecer de cor as escrituras do zoroastrismo, bem como a lei; desempenham apenas uma função de assistente nas cerimónias mais importantes da religião. Acima de si, encontra-se o mobed,e, por sua vez, acima deste, o dastur, que é responsável pela administração de um ou vários templos, por vezes comparado ao bispo do cristianismo.

Locais de culto

Os templos religiosos do zoroastrismo, onde se desenrolam as cerimónias e se celebram os festivais próprios da religião, são conhecidos como templos de fogo.

Estes edifícios possuem duas partes principais. A mais importante é a câmara onde se conserva o fogo sagrado, que arde numa pira metálica colocada sobre uma plataforma de pedra. Os sacerdotes zoroastrianos visitam o fogo cinco vezes por dia e procuram mantê-lo aceso, fazendo oferendas de sândalo purificado. Recitam também orações perante o fogo com a boca tapada por um tecido, de modo a não contaminarem o fogo. Este respeito pelo fogo sagrado levou a que os zoroastrianos fossem chamados de "adoradores de fogo", o que constitui um erro, na medida em que o fogo não é adorado em si, mas como um símbolo da sabedoria e luz divina de Ahura Mazda. Os templos de fogo mais importantes do Irão e da Índia mantêm uma chama de fogo sagrado a arder perpetuamente.

Rituais

O zoroastrismo não determina que os membros devam realizar um número obrigatório de orações por dia. Os zoroastrianos podem decidir quando e onde desejam orar. A maioria dos zoroastrianos reza várias vezes por dia, invocando a grandeza de Ahura Mazda. As orações são feitas perante uma chama de fogo.

O Navjote (ou Sedreh-Pushi, como é conhecido entre os zoroastrianos do Irão) é uma cerimónia de iniciação obrigatória destinada às crianças zoroastrianas que deve acontecer entre os sete e os quinze anos de idade. É importante que a criança já conheça as principais orações da religião.

Antes da cerimónia começar, a criança toma uma banho ritual de purificação (Naahn). Durante a cerimónia, conduzida pelo mobed e na qual estão presentes familiares e amigos, a criança recebe o sudreh (ou sedra, uma veste branca de algodão) e o kusti (um cordão feito de lã) que ata na sua cintura. A partir deste momento, o zoroastriano deve usar sempre o sudreh e o kusti.

O casamento zoroastriano implica dois momentos distintos. No primeiro, os noivos e os seus padrinhos assinam o contrato de casamento. Segue-se a cerimónia propriamente dita durante a qual as mulheres da família colocam sobre a cabeça dos noivos um lenço; simultaneamente, dois cones de açúcar são esfregados um contra o outro. O lenço é, então, cosido, simbolizando a união do casal. As festas do casamento podem prolongar-se entre três e sete dias.

Práticas funerárias

Os zoroastrianos acreditam que o corpo humano é puro e não algo que deva ser rejeitado. Quando uma pessoa morre o seu espírito deixa o corpo num prazo de três dias e o seu cadáver é impuro. Uma vez que a natureza é uma criação divina marcada pela pureza, não se deve poluí-la com um cadáver.

Na prática, esta crença implicou que os cadáveres dos zoroastrianos não fossem enterrados, mas colocados ao ar livre para serem devorados por aves de rapina, em estruturas conhecidas como torres do silêncio (dakhma).

Após a morte, um cão é trazido perante o cadáver, num ritual que se repete seis vezes por dia. No quarto onde se encontra o cadáver, arde uma pira de fogo ou velas durante três dias. Durante este tempo, os vivos evitam o consumo de carne.

Os participantes no funeral vestem-se todos de branco, procurando-se evitar o contacto directo com o defunto. O cadáver (sem roupa) é, então, depositado numa torre do silêncio. Depois de as aves terem consumido a carne, os ossos são deixados ao sol durante algum tempo para secarem.

Por motivos vários (relacionados, por exemplo, com a diminuição da população de aves de rapina ou com a ilegalidade desta tradição em alguns países), esta prática tem sido abandonada por zoroastrianos residentes em países ocidentais e até mesmo no Irão e Índia, optando-se pela cremação.

Festas

As comunidades zoroastrianas atuais regem-se por três calendários diferentes:

o Fasli (usado pelos Zoroastrianos iranianos e alguns Parses);
o Shahanshahi (usado pela maioria dos Parses); e
o Qadimi (este último, o menos utilizado de todos).

O que significa que as festas religiosas podem ser celebradas em diferentes dias; nestes calendários, cada mês e cada dia do mês recebe o nome de um Amesha Spenta ou de um Yazata. Os zoroastrianos celebram seis festivais ao longo do ano - os Gahambars - cujas origens se encontram nas diferentes actividades agrícolas dos antigos povos do planalto iraniano e nas estações do ano.

O Noruz é o Ano Novo Persa, celebrado no dia 21 de março no calendário Fasli (os parses celebram o Noruz em meados de Agosto). Por volta deste dia, os zoroastrianos colocam, nas suas casas, uma mesa com sete itens: um vaso com rebentos de lentilhas ou de trigo, um pudim, vinagre, maçãs, alho, pó de sumagre, frutos da árvore jujube; outros elementos que enfeitam a mesa são moedas, o Avesta, um espelho, flores e uma imagem de Zaratustra. O Noruz é celebrado com o uso de roupas novas, com o consumo de pratos especiais, com a troca de presentes e com a celebração de cerimônias religiosas. O fogo tem nele um significado especial. Seis dias depois do Noruz, os zoroastrianos festejam o nascimento de Zaratustra.

O zoroastrismo hoje

A comunidade zoroastriana existente no mundo contemporâneo pode ser dividida em dois grandes grupos: os Parses e os zoroastrianos iranianos.Em 2004, o número de zoroastrianos no mundo foi estimado entre 145 000 e 210 000.O Censo indiano de 2001 contabilizou 69 601 zoroastrianos parsis.

Na Índia, os Parses são reconhecidos pelas suas contribuições à sociedade no domínio económico, educativo e caritativo. Muitos vivem em Mumbai (Bombaim) e têm tendência para praticar a endogamia, desencorajando o proselitismo religioso. Veem a sua fé como étnica.

Em geral, os zoroastrianos iranianos mostram-se mais abertos a aceitar conversões. Concentram-se nas cidades de Teerão, Yazd e Kerman. Falam uma variante da língua persa, o Dari (diferente do Dari falado no Afeganistão). Receberam o nome de gabars, termo inicialmente com conotações pejorativas (no sentido de "infiel"), mas que perdeu muito da sua carga negativa.

Uma diáspora zoroastriana pode ser encontrada em países como o Reino Unido, Canadá (6 000 pessoas), Estados Unidos (11 000 pessoas) e Austrália (2 700 pessoas) e nos países do Golfo Pérsico (2 200 pessoas).

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura declarou o ano de 2003 como ano de celebração dos 3000 anos da religião e cultura zoroastriana, numa iniciativa proposta pelo governo do Tajiquistão.

Lista de termos zoroástricos

Esta é uma lista de termos zoroástricos, isto é, relativos à antiga religião persa do Zoroastrismo.

Faravahar - a criatura alada, simboliza a verdade do ser humano, a sua grandeza e potencial. A coroa sendo a sua autonomia, as asas as possibilidades infinitas e o círculo a perfeição que traz em si.
Âtash (fogo) - representa o primeiro elemento agregador da sociedade ao redor do qual as pessoas, desde tempos imemoriais, reuniam-se para conversar, festejar, estudar e orar. Aquece, ilumina e transforma, assim como a consciência da presença de Deus e a Boa Mente.
Mesa - é um símbolo de nossas vidas. Ao ser arrumada e enfeitada queremos dizer que é isso que a religião deve fazer na vida de todos os seres.
Navjote - a iniciação não é a entrada de alguém na religião. A religião não tem cercas, pelo contrário, ela derruba os muros. Ser iniciado é anunciar para o mundo a recém-descoberta consciência de pertencer ao Pensamento de Deus, à Biocomunidade e à sociedade humana que se organiza para facilitar a vida. A pessoa se inicia a si mesma e nunca é iniciada por outra. Esse é um ato de livre escolha.
Gâhânbars - são festas celebradas no meio de cada estação do ano e simbolizam as fases da vida dos seres.
Noruz - ano novo, celebrado no primeiro dia da primavera, simbolizando a unidade de todos os seres nos ciclos da vida.

Biografia Zoroastro Parte 1


Zoroastro, às vezes chamado Zaratustra, foi um Mensageiro ou Manifestante de Deus, que nasceu na Pérsia (hoje chamada Irã) há mais ou menos mil anos antes de Cristo. Foi Ele o fundador da religião chamada “Zoroastrianismo”.
O templo de Zoroastro, na Antiga Pérsia, também segue as mesmas proporções da câmara dos reis, com a diferença que os sacerdotes se posicionavam em duas colunas ao redor do altar central (que podia ser representado tanto pelo fogo sagrado quanto pelas escrituras sagradas e permanecia no centro do Pronaos).

Os sacerdotes de Zoroastro trabalhavam do meio dia à meia noite em seus templos e trouxeram muitas das características dos sacerdotes e iniciados hebreus e egipcios em sua ritualística.
Havia também o chamado “Templo do Fogo”, de forma circular e composto por colunas, montando uma estrutura idêntica aos Templos Gregos chamados Monópteros, como o Oráculo de Delfos ou o Oráculo de Tholos, por exemplo, e seguindo a mesma estrutura ritualística das construções de pedra da Inglaterra e Escócia (datadas de mais de 1000 AC). A estrutura de templo construída de maneira circular ao redor da fogueira ou, posteriormente, dos Livros Sagrados.
Nos dias atuais, depois de estudos lingüísticos e comparações de textos antigos, a maior parte dos pesquisadores chegou à conclusão que Zoroastro deve ter nascido por volta do ano 630 a.C. em Báctria, região da Ásia central ao norte do atual Afeganistão.Mas não existem registros históricos da data de nascimento e dos locais em que Zoroastro viveu.Um dos motivos foi sua seita ter sido “apagada” pela conquista do Império Persa por Alexandre, o Grande, e depois, pelos árabes.Essa região era imensa: num mapa atual ela incluiria, no mínimo, o Irã, o Iraque, o Afeganistão, o Uzbequistão, o Quirguistão, o Turcomenistão, parte do Paquistão e o noroeste da Índia.Quando os árabes conquistaram a Pérsia e difundiram o islamismo, a religião de Zoroastro, que ali existia desde antes dos persas formarem um império, desapareceu. Há menções a ela nos contos das “Mil e Uma Noites”, uma coletânea de histórias passadas de geração em geração na tradição oral e mais tarde transformada em livro.Ali se pode ler sobre os magos (magi), os adoradores do fogo. Eram considerados ilegais pelos árabes, pois estes admitiam apenas sua própria religião, muçulmana.
Dessa forma, Zaratustra ou Zoroastro passou à história como um profeta cuja doutrina foi superada. No entanto, estudiosos afirmam que muitos dos princípios teológicos das religiões modernas, como a separação entre o bem e o mal, já haviam sido delineadas por Zaratustra, 600 anos antes de Cristo e 1.200 anos antes de Maomé.


Os ensinamentos de Zaratustra só foram registrados depois de sua morte – a única exceção é o Gatha, livro de hinos que teria sido escrito por ele. O nome Zaratustra significa “homem dos velhos camelos”. Seu pai se chamava Porushaspa, cuja tradução é “aquele dos cavalos de raça com patas anteriores brancas” e deve ter sido um sacerdote, de um clã de criadores de animais – assim está escrito no Avesta, o livro sagrado dos ensinamentos de Zaratustra.

Destinado, ainda bem jovem, a seguir as pegadas do pai e a se tornar também um sacerdote, o rapaz não concordou. Aos 20 anos ele abandonou sua terra e partiu em peregrinações. O Avesta (e aí começa a lenda) conta que ele se encontrou com um anjo e teve uma visão. Viu a luta cósmica entre as forças do bem e as do mal, da ressurreição dos mortos no dia do juízo final e da vida após a morte no paraíso ou no inferno.

Depois disso, Zaratustra passou anos meditando antes de começar a pregar em Báctria. No zoroastrismo, Ormuz Mazda ou Ahura Mazda, era o deus do bem, criador do universo e a encarnação da justiça; Arimã era o senhor do mal, das sombras e da morte. Acreditava-se que essa luta entre o bem e o mal iria durar até o final dos tempos. O deus Mazda era adorado sob a forma de fogo em altares ao ar livre.

As pessoas o escutavam sem muito interesse, e ele sofria dura oposição dos sacerdotes e dos nobres. Conseguiu poucos seguidores que o acompanharam em suas viagens para divulgar seus ensinamentos. Foi para Corasmia, um imenso reino que se estendia do mar de Aral até o Golfo Pérsico: Samarcanda e Bukhara (no atual Uzbequistão), Kandahar e Cabul (no atual Afeganistão) eram algumas de suas cidades mais famosas.

O xá (rei) Vistapia gostou das idéias de Zaratustra e se converteu à nova fé. Foi um sucesso decisivo. O profeta pôde iniciar sua obra e fez construir, diante das portas da capital, o Templo do Fogo. No altar ao ar livre, os sacerdotes cantavam hinos e doutrinavam as pessoas. Não era mais necessário sacrificar animais para conseguir a graça divina. Bastava ser honesto e trabalhador.

Mas logo os sacerdotes começaram a se rebelar: queriam voltar à antiga religião. Começou uma grande guerra em que Vistapa foi morto e Zaratustra perdeu seu protetor. No combate final, o profeta foi surrado com bastões e não resistiu aos ferimentos: já tinha mais de 77 anos.

Segundo a lenda, a doutrina de Zaratustra havia sido escrita com tinta de ouro em 12 mil couros de boi e estava guardada na biblioteca real de Persépolis, que foi totalmente queimada pelos soldados de Alexandre, o Grande, 200 anos depois.

Biografia Thomas Smith Webb


Thomas Smith Webb (30 de outubro de 1771 – 06 de julho de 1819) foi o autor do Monitor do Maçom, um livro que teve um impacto significativo sobre o desenvolvimento da maçonaria americana, e especialmente do Rito de York. Por isso, Webb tem sido chamado de “pai do Rito de York ou Rito Americano” por seus esforços para promover os corpos maçônicos desse Rito. Em 14 de Setembro de 1797, ele publicou o Monitor do Maçom, atualmente mais conhecido como “Monitor de Webb” e adotado por todas as Grandes Lojas dos EUA para os Graus Simbólicos. Este pequeno volume, que agora é extremamente raro, consistia em duas partes, a primeira tratava dos 03 graus simbólicos, chamados de “Azuis”. A segunda parte continha um relato dos “Graus Inefáveis da Maçonaria”, juntamente com algumas músicas maçônicas. A publicação deste trabalho foi seguida por edições ampliadas e melhoradas por Thomas Webb sucessivamente em 1802, 1805, 1808, 1816, 1818. Thomas Smith Webb presidiu uma convenção das comissões em Boston em outubro de 1797, para a formação de um Grande Capítulo Geral de Maçons do Real Arco, e em uma reunião em Providence, em janeiro de 1799, ele apresentou, como presidente de uma comissão, uma Constituição que foi aprovada. A formação da Grande Comandaria de Cavaleiros Templários dos Estados Unidos também foi resultado de seu trabalho maçônico. Ele também serviu como o primeiro Grande Comendador do que é hoje a Grande Comandaria dos Cavaleiros Templários, além de ter sido Grão-Mestre da Grande Loja de Rhode Island, entre 1813 e 1814.

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