segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Biografia Zósimo de Panópolis


  Zósimo de Panópolis foi um alquimista egípcio ou grego e místico gnóstico do final do terceiro e início do quarto século depois de Cristo. Ele nasceu em Panópolis, hoje Akhmim, sul do Egito em meados do ano 300. Escreveu os mais antigos livros conhecidos na alquimia, dos quais citações na língua grega e traduções para o siríaco e árabe são conhecidas. Ele é um dos cerca de 40 autores representados numa coleção de manuscritos alquímicos que foi provavelmente composta em Bizâncio, Constantinopla, no século XVII ou XVIII d.C., atualmente em Veneza e Paris.

Traduções arábicas dos textos de Zósimo foram descobertas em 1995 em uma cópia do livro Chaves da Misericórdia e Segredos da Sabedoria por Al-Tughrai, um alquimista persa. Infelizmente, as traduções estavam incompletas e aparentemente não eram textuais.O famoso índice de livros árabes, Kitab al-Fihrist por Ibn al-Nadim, menciona traduções mais antigas de quatro livros de Zósimo. Contudo, devido à sua inconsistência na transliteração, estes textos foram atribuídos a nomes como "Thosimos", "Dosimos" e "Rimos"; também é possível que dois deles tenham sido traduções do mesmo livro.
Em meados de 300 depois de Cristo, Zósimo produziu uma das primeiras definições da alquimia:

Alquimia (330) - o estudo da composição das águas, movimento, crescimento, possessão e exorção, retirada dos espíritos de corpos e ligação dos espíritos entre os corpos.
Em geral, o entendimento da alquimia por Zósimo reflete a influência das espiritualidades herméticas e gnósticas. Ele afirmava que um anjo caído ensinou as artes da metalurgia às mulheres com que se casaram, uma ideia também vista no Primeiro Livro de Enoque e depois repetida no gnóstico Apócrifo de João. Em um fragmento preservado por Jorge o Monge, Zósimo escreve:


Os escritos antigos e divinos dizem que os anjos enamoraram-se das mulheres; e, descendo, ensinaram a elas todas o funcionamneto da natureza. Delas, portanto, vem a primeira tradição, quím, a respeito destas artes; pois elas chamavam este livro de "quím" e portanto a ciência da Química tem este nome.


Os processos externos da transmutação metálica — a transformação de chumbo e cobre em prata e ouro (ver o Papiro de Estocolmo) — tinha sempre que imitar um processo interior de purificação e redenção. Zósimo escreveu em Sobre o verdadeiro Livro de Sophe, o Egípcio, e do Divino Mestre dos Hebreus e dos Poderes Sabáticos:

Há duas ciências e duas sabedorias: a dos egípcios e a dos hebreus. A última é confirmada pela justiça divina. A ciência e o conhecimento dos mais excelentes domina a um e ao outro. As duas originam em tempos antigos. Sua origem é sem um rei, autônoma a imaterial; não está preocupada com os corpos materiais e corrompíveis: ela opera sem submeter-se às influências estranhas, sustentada por prece e graça divina.
O símbolo da Química é trazido da criação pelos seus adeptos, que limpam e preservam a conexão divina da alma nos elementos, e que liberta o espírito divino de sua mistura com a carne.
Como o Sol é, por assim dizer, uma flor do fogo e, simultaneamente, o sol celeste, o olho destro do mundo, então o cobre quando brilha — isto é, quando toma a cor do ouro, através da purificação — torna-se um sol terrestre, que é o rei da Terra tal como o Sol é o rei do céu.


Alquimistas gregos utilizavam o que eles chamavam ὕδωρ θεῖον, que significa tanto "água divina" como "água sulfúrica".Para Zósimo, o recipiente alquímico era idealizado como uma fonte de batismo e os vapores do mercúrio e do enxofre como ligados às águas purificadoras do batismo, que aperfeiçoava e redimia a iniciativa gnóstica. Zósimo elaborou sobre a imagem hermética do krater (pote de misturar), um símbolo da mente divina onde os iniciantes herméticos eram "batizados" e purificados no curso de uma ascensão visionária através dos céus e para dentro das dimensões transcendentais. Ideias similares de batismo espiritual nas "águas" do Pleroma transcendental são características dos textos gnóstico-setianistas descobertos em Nag Hammadi. Estas imagens do recipiente alquímico como uma fonte de batismo é central para as suas "visões".

Visões de Zósimo

Um dos textos de Zósimo é sobre uma sequência de sonhos relacionados à alquimia e apresenta a protociência como uma experiência muito mais religiosa. Em seus sonhos ele primeiro vem a um altar e conhece Íon (Os sabeistas consideravam-no o fundador de sua religião), que se proclama "sacerdote dos santuários internos, eu submeto-me ao tormento interminável." Ion então luta e empala Zósimo com uma espada, desmembrando-o "de acordo com a regra da harmonia" (refere-se à divisão em quatro corpos, naturezas ou elementos) e então arranca a pele da cabeça de Zósimo (uma referência ao Apocalipse de Elias, que menciona que aqueles que forem condenados "ao eterno castigo": "seus olhos serão misturados com sangue"; e dos santos que foram perseguidos pelo Anticristo: "ele irá arrancar suas peles de suas cabeças"). Ele leva os pedaços de Zósimo até o altar e "incinera-os no fogo da arte, até que percebi que pela transformação do corpo eu havia me tornado espírito." Dalí em diante, Íon chora sangue e derrete no "oposto dele mesmo, em um mutilado Anthroparion" o que Carl Jung notou ser o primeiro conceito de homúnculo na literatura sobre a alquimia.

Zósimo acorda e pergunta a si mesmo: "seria isso a composição das águas?" e retorna a dormir, tornando a ter visões novamente. Ele constantemente acorda, pondera consigo mesmo e volta a dormir durante estas visões. Retornando ao mesmo altar, Zósimo encontra um homem sendo fervido vivo, ainda consciente, que o diz: "a visão que você presencia é a entrada e a saída e a transformação (...) Aqueles que procuram obter a arte (ou a perfeição moral) entram aqui, e tornam-se espíritos ao escapar dos seus corpos", o que pode ser considerado como destilação humana; tal qual a água destilada é purificada, o corpo destilado purifica também. Ele vê então um Homem Forte (outro homúnculo, como Jung acreditava que qualquer homem descrito como sendo de metal fosse) e um Homem Plúmbeo (nomeado Agathodaimon, também um homúnculo). Zósimo também sonha com um "lugar de punições" onde todos que entram imediatamente incandescem em chamas e "submetem-se a um tormento interminável."

Jung acreditava que essas visões eram uma alegoria alquímica, com o homúnculo atormentado persfonificando as transmutações, queimas e fervuras como meios de tornar-se algo mais. A imagem central das visões são o ato do sacrífico, que cada homúnculo sofre. Na alquimia a natureza diofisista é constantemente enfatizada, dois princípios equilibrando-se um no outro, ativo e passivo, masculino e feminino, o que constitui o ciclo eterno do nascimento e da morte. Na alquimia antiga este ciclo era representado pelo símbolo do Ouroboros, o dragão que morde seu próprio rabo. A união do rabo do dragão com sua boca é algo alí considerado também como autofertilização, como no texto "Tractatus Avicennae", onde menciona-se o "dragão que derrota a si mesmo, casa consigo mesmo, engravida a si mesmo." Nas visões, o pensamento circular aparece na identidade do sacerdote dos sacrifícios com suas vítimas e a ideia de que o homúnculo no qual Íon se tornou devora-se. Ele vomita sua própria carne e dilacera-se com seus próprios dentes. O homúnculo portanto representa o Ouroboros, que devora e dá a luz a si mesmo. Já que o homúnculo representa a transformação de Íon, entende-se que Íon, o Ouroboros, e o sacrificador são essencialmente o mesmo indivíduo.

Obra

Memórias Autênticas
O Livro das Figuras (Muṣḥaf aṣ-ṣuwar)
Sobre o verdadeiro Livro de Sophe, o Egípcio e o Mestre Divino dos Hebreus e os Poderes Sabáticos (Tradução francesa)
A Certificação Final (Tradução francesa)
Da Evaporação da Água Divina que fixa o Mercúrio (Tradução francesa)
Da Letra Ômega (Excerpt traduzido por G.R.S. Mead; Tradução francesa)
Tratado nos Instrumentos e Fornalhas (Tradução francesa)
As Visões de Zósimo (Tradução anglófona)
O completo (tal qual em 1888) "Œuvres de Zosime (Trabalhos de Zósimo)" foi publicado em francês por M. Berthelot em Les alchimistes grecs. Traduções em inglês continuam elusivas.

Biografia Leonhard Thurneysser


Leonhard Thurneysser, nascido Leonhart Thurneisser zum Thurn (Basileia, 22 de julho de 1531 – Colônia, 1595 ou 1596) foi um químico, alquimista, botânico, astrólogo, escritor e curandeiro suíço, ativo na corte do príncipe-eleitor João Jorge de Brandemburgo.

Filho de um ourives da Basileia, encantou-se pela química e pela mineralogia quando trabalhava como aprendiz do professor de medicina Johannes Huber, ajudando-o a coletar e preparar ervas e medicamentos. Huber o teria iniciado nas teorias de seu compatriota, Paracelso.

A partir de 1555, ganha a confiança de Fernando I, Sacro Imperador Romano-Germânico, de seus filhos e de personalidades importantes da época (Pietro Paolo Vergerio, Girolamo Cardano e outros) como grande conhecedor de farmácia, química, metalurgia, botânica, matemática, astronomia e medicina. Por algum tempo, Thurneisser exerce a ourivesaria e dirige uma mina de Tarrenz, no Tirol, antes de ser nomeado inspetor de minas do Tirol (1558-1560). Filipina Welser, a esposa morganática de Ferdinando II, conde do Tirol, encarregou-o de realizar múltiplas viagens - das Órcades ao Levante e de Portugal à Etiópia -, que ampliaram seu conhecimento médico, farmacêutico e químico. Nas suas andanças, coletou minerais, plantas e receitas medicinais. Passou assim a interessar-se menos pela metalurgia, voltando sua atenção para a farmácia e a medicina paracelsista.

Em 1570, ao retornar do Oriente, apresenta-se como médico na corte do príncipe-eleitor João Jorge de Brandenburgo e, depois de curar sua mulher, Sabina de Brandenburg-Ansbach, tornou-se médico do príncipe e seu consultor para assuntos de mineração e metalurgia. Graças à proteção de Sabina, ainda na década de 1570, Thurneisser instalou, no Graues Kloster, um antigo claustro franciscano, em Berlim, uma fábrica de produtos químicos, com mais de 200 empregados. Ali se produziam salitre, ácidos minerais, alúmen, vidros coloridos, medicamentos e diversas essências. Por essa razão, Leonhard Thurneisser é considerado como o primeiro fabricante de produtos da química fina. Na sua prática médica, substituía os repulsivos remédios galenistas pelos medicamentos de Paracelso, que batizava com nomes pomposos como ouro potável, tintura de ouro e magistério do sol. No mesmo convento onde funcionava a fábrica, instalou também uma tipografia e editora, contando com representantes comerciais em várias cidades da alemãs e da polonesas.Também no mosteiro, criou um jardim botânico e um gabinete de curiosidades de ciências naturais. Thurneisser foi também um dos pioneiros no desenvolvimento de técnicas de análise química de águas minerais.

Notável poliglota (o que lhe valeu a acusação de bruxaria), Thurneisser também deixou uma reputação de aventureiro e charlatão que teria enriquecido não só através da falsificação, mas também graças à prática de agiotagem na sua casa de penhores, venda de horóscopos, talismãs e remédios secretos(dentre os quais uma "poção de ouro medicinal"), além de alegar conhecer o segredo da transmutação do chumbo em ouro.

Seus detratores também o acusaram de participação no assassinato do alquimista Sebastian Siebenfreund com a finalidade de roubar-lhe o segredo da pedra filosofal. Em razão do escândalo provocado pelo caso e das várias acusações de fraude que pesavam sobre ele, Thurneisser foi obrigado a deixar Berlim em 1584, regressando a Basileia, levando grande parte de sua fortuna. Lá se casou pela terceira vez em 1579. O casamento acabou mal e Thurneysser retornou a Berlim, mas a maior parte de suas propriedades foi confiscada e ficou com a ex-mulher. Em 1584, ele deixou Berlim definitivamente e se fez batizar na Igreja Católica. Por um breve período viveu na Itália, onde teria feito, diante da corte do Grão-Duque da Toscana, uma demonstração parcial da transmutação de um prego de ferro em ouro.

Thurneisser morreu em 1595, em um monastério dominicano, perto de Colônia, em circunstâncias não explicadas. Em 8 de julho de 1596, foi sepultado no monastério, ao lado do sábio e alquimista medieval Alberto Magno, conforme era seu desejo.

Principais obras

Archidoxa (Münster, 1569; Berlim, 1575)
Quinta essentia (Münster, 1570)
Prokatalepsis (Frankfurt an der Oder, 1571)
Pison (Frankfurt an der Oder, 1572)
Chermeneia (Berlim, 1574)
Onomasticon polyglosson (Berlim, 1574)
Eyporadelosis (Berlim, 1575)
Bebaiosis agonismoy (Berlim, 1576)
Historia sive descriptio plantarum... (Berlim, 1578)
Historia und Beschreibung influentischer, elementarische und natürlicher Wirkungen (Berlin, 1583)
Megale chymia (Berlim, 1583)
Melisath (Berlim, 1583)
De transmutatione veneris in Solem (1585)
Attisholtz oder Attiswalder Badordnung (Colônia, 1590)
Reise und kriegs Apotecken (Leipzig, 1602)
Zehn Bücher von kalten (warmen) mineralischen und metallischen Wassern (Strasbourg, 1612).
Em 1945, dois manuscritos inéditos e várias cartas teriam sido encontrados na Biblioteca Estatal de Berlim.

domingo, 1 de novembro de 2015

Biografia Maria, a Judia


Maria, a Judia ou Maria, a Profetisa, é uma antiga filósofa grega e famosa alquimista que viveu no Egipto por volta do ano 273 a.C..

Alguns a situam na época de Aristóteles (384–322 a.C.), uma vez que a concepção aristotélica dos quatro elementos formadores do mundo (o fogo, o ar, a terra e a água) condiz bastante com as idéias alquimistas de Maria, como o axioma de Maria: «o Um torna-se Dois, o Dois torna-se Três, e do terceiro nasce o Um como Quatro». Segundo Aristóteles, o enxofre era considerado a expressão do elemento fogo, e Maria o tomou como base para os principais processos que estudou. Ela menciona o enxofre em frases sempre misteriosas, como «uma pedra que não é pedra» e «tão comum que ninguém a consegue identificar». Maria conta que Deus lhe revelou uma maneira de calcinar cobre com enxofre para produzir ouro. Esse enxofre era obtido do disulfeto de arsênico, que é achado em minas de ouro. Talvez tenha sido essa a origem da lenda da transformação de metais menos nobres em ouro.

Dentre as invenções de Maria estão o kerotakis, uma espécie de barril fechado e o banho de vapor : para um aquecimento lento e gradual dos experimentos, em vez de manipular as substâncias diretamente no fogo, ela descobriu que era possível controlar melhor a temperatura se fosse por meio da água - que até hoje chamamos de banho-maria.Para além disso dois equipamentos de destilação (alambique), com duas ou três saídas para destilados — o dibikos e o tribikos — e um aparelho para sublimação, sendo-lhe ainda atribuída a descoberta do ácido clorídrico. A maior parte das suas escrituras foram conservadas por Zósimo de Panópolis (300 d.C.).
Não existem elementos concretos sobre o tempo e lugar de sua vida. Ela é mencionada pelos primeiros alquimistas da história, sempre como uma autoridade e respeito extremo. Os alquimistas do passado acreditava que ela era Miriã, irmã de Moisés e Arão, o profeta, mas a evidências que apoiam que esta reivindicação é falsa.

A menção mais concreta de Maria, a Judia no contexto da alquimia é por Zósimo de Panópolis, que escreveu no século IV os livros alquimistas mais antigos conhecidos. Zósimo descreve vários de seus experimentos e instrumentos. Em seus escritos, Maria é quase sempre citada como tendo vivido no passado e citou-a como uma das "sábias".

Jorge Sincelo, um cronista bizantino do século VIII, apresenta Maria como uma professora de Demócrito, a quem ela conheceu em Memphis, Egito na época de Péricles. No século X Kitab al-Fihrist de Ibn al-Nadim cita-a como uma das cinqüenta e duas mais famosas alquimistas, sabendo da preparação do caput mortuum. O filósofo romano Morieno chamou de "Maria, a profetisa" e os árabes a conheciam como a "Filha de Platão", um nome que em ocidentais textos alquímicos foi reservada para o enxofre branco.No livro de Alexandre (2 ª parte) do poeta persa Nizami, Maria, uma princesa síria, visita o Tribunal de Alexandre, o Grande, e aprende a partir de Aristóteles (384 aC - 322 aC), entre outras coisas, a arte de fazer ouro.

Trabalhos

Escrituras

Sabe-se que Maria escreveu vários textos sobre alquimia. Embora nenhum de seus escritos ter sobrevivido em sua forma original, os seus ensinamentos foram amplamente citados por autores posteriores herméticos. Seu trabalho principal sobrevivente é um extrato feito por um anônimo filósofo cristão, chamado O Diálogo de Maria e Aros sobre o Magistério de Hermes, em que são descritas e nomeadas operações que seriam mais tarde a base da Alquimia, leucose (branqueamento) e xanthosis (amarelecimento). Uma foi feita por moagem e do outro por calcinação. Este trabalho descreve pela primeira vez um sal de ácido e outros ácidos que podem ser identificados com ácido acético. Há também várias receitas para fazer ouro, até mesmo de vegetais de raiz como o Mandragora.[4] Vários enigmáticos preceitos alquímicos têm sido atribuídas a Maria. Ela supostamente disse da união dos opostos:

Junta-te à um macho e uma fêmea e encontrarás o que buscas
Esta outra vem do Axiom de Maria

Um se torna dois. Dois se torna três. E por fora do terceiro vem aquele que se torna quarto.

Invenções

Maria era uma trabalhadora respeitada, que inventou aparelhos complicados de laboratório para a destilação e sublimação de materiais químicos. Maria disse ter descoberto o ácido clorídrico, embora isso não seja aceito pela maioria dos textos científicos. Também são atribuídas a ela a invenção dos aparelhos de alquimia conhecidos como tribikos, kerotakis e o banho-maria.

Tribikos
Maria aperfeiçoou a câmara de destilação de três braços. O tribikos era uma espécie de alambique com três braços que foi utilizado para obter as substâncias purificadas por destilação. Ninguém sabe ao certo se Maria, a Judia foi sua inventora, mas Zósimo credita que a primeira descrição deste instrumento para ela. Em seus escritos (citado por Zósimo), ela recomenda que o cobre ou bronze utilizados para criar os tubos sejam da espessura de uma frigideira, e a junção entre estes tubos deve ainda ser selada com farinha de colar na cabeça.

Kerotakis
O kerotakis é a invenção mais importante de Maria, a Judia, um dispositivo usado para aquecer substâncias utilizadas na alquimia e recolher os vapores. É um recipiente hermético com uma folha de cobre suspensa no topo. Quando funciona corretamente, todas as articulações são no vácuo apertado. O uso de tais recipientes fechados nas artes herméticas levaram ao termo "hermeticamente fechada". Maria judia e seus colegas acreditavam que a reação que teve lugar no kerotakis mística era uma reconstituição do processo de formação do ouro que acontecia nas entranhas da terra. Mais tarde, este instrumento foi modificado pelo alemão Franz von Soxhlet em 1879 para criar o extrator que leva seu nome, Soxhlet.

Biografia Ginés de Lara

Dom Ginés da Lara e Montalbán, é tido como um dos últimos Templários do Mosteiro de São Paulo, em Soria, onde viveu por volta de 1317. Incertas são as datas de seu nascimento e morte. Sabe-se que viveu algum tempo no monastério soriano de São Paulo Santo Pólo, onde aprendeu as artes e foi iniciado como Cavaleiro do Graal. Por esta ocasião ele foi assistido pela filha do fundador do monastério que o acompanhou durante seus estudos e estadia. Sabe-se também que o Adytum dos Cavaleiros ou sua sagração ocorreu durante um eclipse lunar.

Ginés era um burgalês,descente da nobre família de Lara e de outras nobres famílias castelhanas, era o filho unigênito do cavaleiro Nuno de Lara e Mencía de Montalbán, cujos antepassados maternos e paternos remontavam a Fernão Gonçalves, cuja notoriedade fez dele o coração e a alma da pátria espanhola e a cuja lenda achava-se esculpida em um escudo da praça de Riaza, onde se lia ’’Potius morri quam foedare’’ ou ‘’Antes morrer que macular-se’’.

Ginés ficou órfão de mãe instantes após seu nascimento e seu pai, tempos depois, desapareceu misteriosamente na Concha de Pinheiral, junto à Serra Mencilla, no trecho entre Barbadillo del Pez, Tañabueyes e Tinieblas e a Serra de la Demanda. Seu pai era um ocultista, pesquisador das ciências naturais ou alquimista. A partir de então ele foi criado pelo ourives Gonzalo Fernández, amigo de seu pai. Ginés aprendeu e praticou a arte da ourivesaria, agregando também aos seus estudos, a alquimia e o ocultismo. Tornou-se assim, a exemplo do pai, um pesquisador e um explorador ao percorrer as regiões desde Moncayo até a fronteira portuguesa. Tornou-se um pesquisador de textos antigos e sagrados dos monastérios (1-2-3-4-5-6-7) que encontrava em suas viagens. Tornou-se assim um bibliófilo, um conhecedor profundo das antigas origens de Castela e Leão e lugares, posteriormente suscitados por Sánchez Moguel, e também estudou as tradições alexandrinas dos ‘’filaleteos’’ ou "amantes da verdade", fundada pelos neoplatônicos Amônio Sacas e Plotino. Travou conhecimento hermético trazido do Líbano para e a Europa pelos cavalheiros cruzados Hugo de Payens e Godofredo Saint-Hilaire.

Pouco depois Ginés emprrendeu uma jornada pelo rio Douro acima partindo de Villaciervos até a Serra de Cabrejas, numa altitude de mil metros na Vinuesa, daí desceu pela Covaleda e Duruelo até onde nasce o rio sagrado, próximo à célebre Lacuna Negra de Urbión, na folclórica e lendária região mencionada como os Sete Infantes de Lara. Dali ele partiu deixando serras nevadas de Cebollera, Urbión e Neila, numa altitude de dois mil metros, adentrando pela embocadura do rio Arlanza. Ginés aprendeu e seguiu a regra do Graal que diz: A história verdadeira do Santo Grial, meu filho, está escrita nas estrelas e tem aqui seu fundamento…

Depois disto Ginés saiu do lago da Demanda e retornou ao monastério de São Paulo onde concluiria seus estudos, e onde, já senhor de uma extrema erudição, tornou-se o Comendador ou Dirigente da Ordem.

Todavia, por esta época, os Templários eram perseguidos por Felipe o Belo, rei francês e pelo papa Clemente V, em cujo pontificado deu-se o Concílio de Viena que suprimiu a Ordem dos Cavaleiros do Templo. As bulas papais, editadas por Clemente V, Regnans in coelis de (12 de agosto de 1308) dá conhecimento aos monarcas cristãos do processo movido contra os Templários, e a Callidi serpentis vigil de (dezembro de 1310) decreta a prisão dos mesmos. O que se pretendia, entretanto, não era de fa(c)to a supressão da Ordem em primeiro plano e sim as riquezas que ela possuía entre tesouros e propriedades. Tudo culminou com a condenação e a morte de Jacques de Molay, o Grande mestre da Ordem, em 1314 em frente à Nova ponte de Paris, junto com outros chefes da Ordem. Na Inglaterra e em outros países dava-se o mesmo: a Ordem era suprimida e os Chefes condenados e mortos, ao passo que em Castela e Portugal eram absolvidos. Porém, em pouco tempo a Ordem foi definitivamente suprimida e seus adeptos se incorporaram a outras Ordens religiosas, priorados e encomendas, como os de Ponferrada, Quintanar, etc.,

Grande parte dos adeptos do monastério de São Paulo, incorporaram-se ao Hospital de Burgos, construído um século antes por Alfonso VIII de Castela, a pedido dos Cavaleiros de Calatrava. Apesar desta (aparente) subordinação exigida pelas leis, Ginés de Lara e os adeptos da Ordem, do Douro, provavelmente permaneceram fieis às regras e ensinamentos da Ordem, agora, de um modo sigiloso inexistente a qualquer suspeição.

Castelos da Ordem dos Cavaleiros do Templo na Espanha

Castelo da Lúa -
Castelo de Ascó - 1173
Castelo de Barberà - 1143
Castelo de Castellote -
Castelo de Chalamera - 1143
Castelo de Granyena - 1131
Castelo de Gardeny -
Castelo de Monreal del Campo -
Castelo de Montesa -
Castelo de Monzón - 1143
Castelo de Peníscola - 1294
Castelo de Ponferrada - 1178
Castelo de Sória - 1128
Castelo de Xivert - 1169

Biografia Johannes Bureus



Johannes Bureus, Johan Bure, Johannes Buræus (1568-1652), também chamado de Johannes Thomæ Buræus Agrivillensis ( Åkerby ,entre 15 e 25 de Março de 1568 † Bondkyrka, 22 de Outubro de 1652) foi antiquariano, polímata, linguista, alquimista, místico, bibliotecário, poeta e erudito sueco. Foi bibliotecário real e conselheiro do rei Gustavo II Adolfo da Suécia. Era primo do astrônomo e matemático sueco Johannes Jacobi Bureus (1672).
Johannes Bureus era filho de um pastor protestante. Teve uma boa educação na cidade de Uppsala (onde existiu o maior e o último dos templos pagãos), depois viajou para Estocolmo e mais tarde estudou na Alemanha e na Itália. Em 1595, ele estuda teologia, e em 1602, tornou-se professor e de 1603 em diante ocupou o cargo de antiquariano real. Bureus morreu aleijado em 1652.

Durante os seus estudos ele aprendeu Latim e Hebraico. Em 1591, ele teve em mãos um livro sobre magia medieval (que ele havia conseguido com o seu sogro Mårten Bång, decapitado em 1601) e começou a se interessar por cabala. Bureus também se interessava por cabala, o que deve ter causado seu interesse por rosacrucianismo. Oleus Wormius (1588-1654), Guillaume Postel (1510-1581), Tycho Brahe (1546-1601) e Johannes Kepler (1571-1630) viram a supernova, e em 1572 um grupo de estudantes alemães se inspiraram para redigirem o famoso manifesto dos rosacruzes. Bureus, Wormius e Brahe estavam fascinados com os manuscritos de Paracelso, que acreditava numa reforma do mundo com base na alquimia e na revolução espiritual.

Em 1593 Bureus se tornou servidor civil e foi nomeado editor de textos religiosos em Estocolmo. Ele foi um dos primeiros a estudar o alfabeto rúnico, chegando a publicar em 1611 o Primeiro Alfabeto no idioma sueco usando textos em latim e caracteres rúnicos. Alguns contemporâneos seus tal como Jakob Böhme estudaram as suas obras.

Obras principais

Monumenta veterum Gothorum in patria, 1602
Runa-ABC-boken, 1611
Ara Foederis Therapici, 1616
FaMa e sCanzIa ReDUX, 1616
Monumenta Sveogothica Hactentus Exculpta, 1624
Adulruna Rediviva

Biografia Alejandro Jodorowsky

Alejandro Jodorowsky (Tocopilla, 17 de fevereiro de 1929) é um cineasta, poeta, escritor (filmes e histórias em quadrinhos) e psicólogo ("psicomago", como se autodenomina) chileno.
Alejandro Jodorowsky nasceu em Tocopilla, Chile em 17 de Fevereiro de 1929. Em 1949, mudou-se para Santiago para estudar na universidade. Nessa época já trabalhava como palhaço de circo e artista de marionetes.

Em 1953 mudou-se para Paris onde estudou mímica com Marcel Marceau. Trabalhou com Maurice Chevalier e fez seu primeiro filme, "La Cravate", até há pouco tempo dado como perdido. Também em Paris ele conheceu Roland Topor e Fernando Arrabal, e juntos criaram o Moviment Panique em 1962.

O grupo multimídia, que homenageava o deus grego Pan, fazia performances ao vivo misturando teatro de vanguarda, literatura e cinema. Nesse período, Jodorowsky escreveu diversos livros e peças teatrais. No final dos anos 1960, dirigiu peças de vanguarda em Paris e na Cidade do México. Também criou a tira de história em quadrinhos "Fabulas Panicas", e fez seu primeiro filme "de verdade" - Fando y Lis, em 1967, baseado em uma peça de Arrabal.

Em 1970, Jodorowsky lançou "El Topo", um faroeste surrealista criativo e vanguardista. Graças a seu mais ilustre fã, o beatle John Lennon, o filme foi foi muito comentado e distribuído na América, alcançando status de "cult". Em 1973, lança "The Holy Mountain".
Em 1975, retorna à França, onde tenta fazer uma versão cinematográfica do romance "Duna", de Frank Herbert, que teria a participação de Orson Welles e Salvador Dali, trilha sonora de Pink Floyd, e a colaboração visual dos artistas H. R. Giger, Dan O'Bannon e Möebius. O financiamento do filme foi retirado, e o romance acabou sendo filmado nos Estados Unidos por David Lynch.

O próximo filme de Jodorowsky foi Tusk, de 1978, a história da amizade entre uma garota e um elefante.

No início dos anos 1980, Jodorowsky dedica-se a escrever histórias em quadrinhos, em diversas parcerias, a mais famosa delas com Moebius, e também continuou escrevendo livros.

Em 1989 volta ao cinema com "Santa Sangre", que foi muito elogiado pela crítica e teve boa distribuição. Em 1990 dirigiu Omar Shareef e Peter O'Toole em "The Rainbow Thief".


Alejandro Jodorowsky e o escritor espanhol Diego Moldes, Paris, 2008
É casado com a pintora francesa Pascale Montandon em 2010. Tem 4 filhos: Brontis, Cristóbal, Axel e Adan.

Filmografia

1957 – La Cravate
1968 – Fando y Lis
1970 – El Topo
1973 – The Holy Mountain
1980 – Tusk
1989 – Santa Sangre
1990 – The Rainbow Thief
2013 La danza de la realidad /La Danse de la réalité

Livros em espanhol

Cuentos pánicos (1963), ilustrado por Roland Topor
Teatro pánico (1965)
Juegos pánicos (1965)
El Topo, fábula pánica con imágenes (1970), guión original de la película El Topo
Fábulas pánicas (1977), reimpresiones de tiras publicadas en el periódico Heraldo de México
Las ansias carnívoras de la nada (1991) Novela.
La trampa sagrada: Conversaciones con Gilles Farcet (1991)
Donde mejor canta un pájaro (1994) Novela.
Psicomagia, una terapia pánica (1995)
Garra de Ángel (1996) ilustraciones de Moebius
Antología pánica (1996), recopilación de textos por Daniel González-Dueñas
Los Evangelios para sanar (1997) Ensayo.
La sabiduría de los chistes (1997), ilustraciones de George Bess Ensayo.
El niño del jueves negro (1999) Novela.
Albina y los hombres-perro (2000) Novela.
La trampa sagrada (2000) Libro de entrevistas.
No basta decir (2000) Poesía.
La danza de la realidad (2001) Memorias.
El loro de siete lenguas (2001) Novela.
El paso del ganso (2001) Relatos.
La sabiduría de los cuentos (2001) Ensayo.
Ópera pánica (2001) Obra de teatro.
El tesoro de la sombra (2003) Memorias.
Fábulas pánicas (2003), reimpresiones completas de la tira publicada por el Herlado de México
El dedo y la luna (2004) Ensayo.
Piedras del camino (2004) Poesía.
La vía del tarot (2004) Ensayo.
Yo, el tarot (2004) Ensayo y poesía.
El maestro y las magas (2006) Memorias.
Solo de amor (2006) Poesía.
Teatro sin fin (tragedias, comedias y mimodramas) (2007)
Correo terapéutico (2008) Ensayo.
Manual de Psicomagia (consejos para sanar tu vida) (2009)
Pasos en el vacío (2009) Poesía.
Tres cuentos mágicos (para niños mutantes) (2009) Cuentos.
Poesía sin fin (2009) Poesía completa.

Teatro

El minotauro – O Minotauro
Zaratustra
El juego que todos jugamos – O Jogo que Todos Jogamos
El sueño sin fin – Um sonho sem fim
Opera pánica (1993) – Ópera Pânica
Escuela de ventrílocuos – Escola de Ventrílocos. Farsa anárquica e conto filosófico escrito para atores, marionetes.
Las tres viejas (2003) – As Três Velhas. Melodrama grotesco

Alejandro Jodorowsky no Brasil

As Três Velhas foi apresentado no Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, em 2008, como uma pró-estréia. Com direção de Maria Alice Vergueiro, tem em seu elenco, além da atriz, Luciano Chirolli, Henrique Stroeter, Willian Amaral. Conta a história de duas marquesas gêmeas, de 88 anos, que vivem recolhidas em sua mansão arruinada sob os cuidados da criada, de 100 anos. Assombradas pela imagem de um pai terrível e quase mortas de fome, revolvem a vida e fazem estranhas descobertas. Este espetáculo iconoclasta recebeu duas leituras críticas neste Festival, a primeira, de Alexandre Mate, que afirmava que o espetáculo fora uma surpreendente combinação do riso, do disforme e do poético em busca de um teatro tão intenso quanto efêmero e outra de Robson Camargo que destacava na montagem da diretora a "crítica cáustica à família" e o "bacanal de fraldas geriátricas".

Biografia Jacobus Horcicki


Jacobus Horcicky (1575-1622), também conhecido pelo nome latino Sinapius, era Alquimista tcheco de origem humilde que chegou a ser responsável pela farmácia real de Praga e favorito do Imperador Rodolfo II da Germânia por te-lo curado de uma enfermidade (em 1608), tendo recebido título nobiliárquico “De Tepenecz".

Com a presumida compra pelo Imperador do Manuscrito Voynich, adquirido de um desconhecido, Sinapius tentou sua tradução, mas não há confirmação de que tenha conseguido algum êxito.

Daí em diante foi proprietário do manuscrito desde a morte do Imperador (1612), talvez recebido do colecionador de livros (falecido em 1614), até sua própria morte em 1622, data em que o manuscrito passa a mãos desconhecidas (provavelmente “Georgius Barschius”). Sua assinatura aparece escrita na primeira página em tinta desvanecida pelo tempo, hoje só visível com luz infravermelha.

Esses relatos parecem ser provas de que o Manuscrito Voynich realmente existia naquela época (1608), não sendo uma falsificação moderna que teria sido feita, por exemplo, pelo próprio Wilfrid Michael Voynich em 1911-1912, como chegou a ser pensado recentemente.

Acredita-se que Jacobus tenha amealhado uma fortuna vendendo um elixir “Curatudo” batizado como "Aqua-Sinapius", talvez o mesmo com o qual curou o Imperador Rodolfo II, tendo com isso ganho sua completa confiança.

Fontes

The Voynich Manuscript: An Elegant Enigma. D' Imperio (1978). Aegean Park Press (1980).
The Queen's Conjuror. Benjamin Wollet (2001), Flamingo, Londres.

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