quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Lúcifer (bispo)

Lúcifer ou Lúcifer Calaritano (em latim: Lucifer Calaritanus; em italiano: San Lucifero) foi um bispo de Cagliari na Sardenha e é um santo cristão conhecido, sobretudo, pela sua oposição ao arianismo.

Sua festa, no calendário da Igreja Católica é dia 20 de maio. Uma capela na Catedral de Caligliari é dedicada a São Lúcifer (talvez a única no mundo). Maria Josefina de Saboia, rainha consorte, esposa de Luís XVIII de França, está enterrada lá.


Controvérsia ariana

No Concílio de Milão em 354 defendeu Atanásio de Alexandria e se opôs a arianos poderosos, o que fez o imperador Constâncio II, simpatizante dos arianos, confiná-lo por três dias no palácio. Durante seu confinamento, Lúcifer debateu tão veementemente com o imperador que ele acabou por ser banido, juntamente com Eusébio de Vercelli e Dionísio de Milão, primeiro à Palestina e depois, para Tebas, no Egito. No exílio escreveu duras cartas ao imperador, que o pôs sob o risco de martírio.


Controvérsia ariana e os luciferianos

Após a morte de Constâncio e a ascensão de Juliano, o Apóstata, Lúcifer foi solto em 362. Entretanto não se reconciliaria com antigos arianos ou quem tivesse tido contato com eles. Ele se opôs ao bispo Melécio de Antioquia, que passou a aceitar o credo de Niceia (e por isso foi deposto pelos arianos). Embora Melécio tivesse o apoio de muitos proponentes da teologia de Niceia em Antioquia, Lúcifer apoiou o partido Eustatiano, que tinha se mantido firme no credo de Niceia, e prolongou assim o cisma entre os melecianos e os eustatianos ao consagrar, sem licença prévia, um certo Paulino como bispo. Feito isso, ele retornou à Cagliari onde, de acordo com Jerônimo (em De Viris Illustribus - cap. 95 [3]), ele morreu em 370 dC.

Nos dá uma pista disso os escritos de Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo, que referem-se a seus seguidores como luciferianos, uma divisão que surgiu no início do século V. Jerônimo em seu ALTERCATIO LUCIFERIANI ET ORTHODOXI (Altercação entre Luciferianos e Ortodoxos) demonstra quase tudo que se sabe sobre Lúcifer e suas ideias. Inclui-se entre os principais escritos do bispo de Cagliari: DE NON CONVENIENDO CUM HAERETICIS, DE REGIBUS APOSTATICIS, e DE S. ATANASIO.

Após sua morte, os Luciferianos foram liderados pelo seu discípulo principal, São Gregório de Elvira.


Obras

Os escritos de Lúcifer de Cagliari que chegaram até nós, todos do período em que esteve exilado, são direcionados contra o Arianismo e contra a reconciliação com a heresia. Suas obras são escritas na forma de discursos feitos diretamente para Constâncio e repetidamente chamam o imperador pela segunda pessoa. Seus principais escritos são Moriundum esse pro Dei filio ("É necessário morrer para o Filho de Deus"), De non conveniendo cum haereticis ("Sobre não conviver com os heréticos"), De regibus apostaticis ("Sobre reis apóstatas"), De non parcendo in Deum delinquentibus ("Sobre não perdoar aqueles que transgrediram contra Deus") e dois livros sobre Quia absentem nemo debet iudicare nec damnare, sive De Athanasio ("Que ninguém deve ser julgado ou condenado enquanto ausente, ou Sobre Atanásio"). Seus textos citam extensivamente a Bíblia e por isso são fontes muito úteis para a Vetus Latina. Também sobreviveram duas cartas que são supostamente correspondências entre Lúcifer e o secretário do imperador, Florêncio, sobre o tema de algumas obras inflamatórias que Lúcifer havia mandado para o imperador.


Veneração

O status de Lúcifer como santo é tema de controvérsia. De acordo com John Henry Blunt:


A igreja de Cagliari celebrou a festa de um São Lúcifer em 20 de maio. Dois arcebispos da Sardenha escreveram contra e à favor da santidade de Lúcifer. A congregação da Inquisição impôs silêncio em ambas as partes e decretou que a veneração de Lúcifer deveria permanecer como está. Os Bolandistas defenderam este decreto da congregação... alegando que o Lúcifer em questão não é o autor do cisma, mas outro que teria sofrido martírio na perseguição dos vândalos

— Dictionary of Sects, Heresies, Ecclesiastical Parties, and Schools of Religious Thought, John Henry Blunt.


O titulo pelo qual é conhecido

Seu título demonstra que Lúcifer não era, pelo menos no século IV, apenas um sinônimo para Satã. Todavia, com os movimentos a partir do século XIX houve certa confusão, dando a entender que luciferianos (diferentemente do sentido teológico que é apresentado aqui) fossem satanistas. É de se observar que isso não faz com que seu culto seja suprimido ou sua canonização reavaliada. Muito embora ele não seja muito citado para evitar mal-entendidos e escândalos.

SÃO LÚCIFER: O SANTO QUE A IGREJA CATÓLICA ESCONDE

Em função da confusão que o nome traz, parece que nem mesmo a igreja católica gosta muito de falar neste bispo. Coitado, ficou esquecido no tempo e renegado pela fé que professava devido a enorme infelicidade de seu nome. Mas confusão não é o único motivo que leva a igreja a esconder o santo; se essa entidade fosse de fato divulgada, a igreja teria que admitir que o nome Lúcifer, na bíblia atrelado a toda história do mal e carregado de um sentido negativo, não passaria de um nome comum que seria inclusive de um santo da própria igreja.


Conheça São Lúcifer!


QUEM FOI LÚCIFER, O SANTO?


Lúcifer ou Lúcifer Calaritano nasceu no séc. IV, na Itália. Foi consagrado bispo de Cagliari na Sardenha e ficou muito conhecido pela sua oposição ferrenha ao arianismo, uma visão cristológica antitrinitariana sustentada pelos seguidores de Ário, presbítero cristão de Alexandria nos tempos da Igreja primitiva. Ário negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus, concebendo Cristo como um ser pré-existente e criado, subordinado a Deus e dele filho. Para Ário e os arianistas, Jesus não era Deus e sim um homem que dele descendia, como todos os outros que andavam sobre a Terra. Portanto, para São Lúcifer, Jesus era Deus feito carne, o próprio criador manifesto na matéria.


No Concílio de Milão em 354, São Lúcifer defendeu Atanásio de Alexandria e se opôs a arianos poderosos, o que fez o imperador Constantino II, simpatizante dos arianos, confiná-lo por três dias no palácio. Durante seu confinamento, Lúcifer debateu tão veementemente com o imperador que ele acabou por ser banido, primeiro para a Palestina e, depois, para Tebas, no Egito. Porém, como ninguém vive para sempre, Constantino II falece e em seu lugar assume Juliano, o que beneficia muito Lúcifer. Pouco depois, em 362, ele é solto e inocentado pelo imperador. Entretanto, Lúcifer se mantinha fiel às críticas ao arianismo, o que continuou lhe causando problemas.


Pouco depois, ele se opôs duramente ao bispo Melécio de Antioquia, que passou a aceitar o credo de Nicéia. Embora Melécio tivesse o apoio de muitos proponentes da teologia de Nicéia em Antioquia, Lúcifer apoiou o partido Eustatiano. Eustácio de Antioquia, também chamado de o Eustácio, o Grande, foi o bispo de Antioquia entre 324 e 332. Ele se tornou bispo de Antioquia imediatamente antes do Primeiro Concílio de Nicéia e se destacou como um opositor zeloso contra o arianismo. Após isso, Lúcifer teria retornado à Cagliari onde, de acordo com relatos, teria morrido em 370 d.C.


Também conhecemos a história de São Lúcifer através dos escritos de Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo, que se referem aos seguidores de Lúcifer como luciferianos, uma divisão que surgiu no início do século V.


No calendário católico, a festa de São Lúcifer ocorre em 20 de maio. Em sua homenagem, foi construída uma capela na Catedral de Cagliari e Maria Josefina Luísa de Savóia, rainha consorte e esposa de Luís XVIII da França, está enterrada lá.

NOMINALISMO: O GRANDE INIMIGO DE SÃO LÚCIFER

Infelizmente, o nominalismo atingiu em cheio São Lúcifer em função da associação de seu nome com a entidade suprema do mal, Satanás. Nominalismo é uma escola filosófica Idade Média Tardia que teve grande influência na história do pensamento humano. O nominalismo surgiu na sua forma mais radical no século XI por intermédio de Roscelino de Compiègne, filósofo e teólogo francês. Compiègne atribuía universalidade aos nomes, daí a origem do termo.


Nominalismo é um conceito denso de compreensão trabalhosa. Entretanto, podemos simplificar seu significado e colocar alguns exemplos que podem ajudar a compreender como esse pensamento provocou o esquecimento e ocultação de São Lúcifer. Pois bem, pensemos no peixe-boi. Segundo nominalismo, mesmo que ele não seja boi, ele deve ser obrigatoriamente peixe, já que seu nome afirma essa condição existencial. O que é um engano terrível, porque peixe-boi nem é peixe, nem é boi, mas sim um mamífero aquático da ordem Sirenia. Curiosamente, o peixe-boi na verdade é próximo dos elefantes, que pertencem a ordem Proboscidea. Mesmo não sendo um peixe, o peixe-boi tem aspecto de peixe, pois possui duas nadadeiras peitorais no lugar das patas dianteiras e uma grande nadadeira na região da cauda, no lugar das patas traseiras. Assim, segundo a tradição nominalista, peixe-boi é peixe ,pois, assim indica seu nome.


“Peixe-boi nem é peixe nem é boi”

Leandro Karnal


Um outro exemplo é a grande confusão política em torno do nazismo, que, especialmente em tempos de polarização política no Brasil atribui esse momento histórico à esquerda, um engano mais terrível do que dizer que peixe-boi é peixe. Isso porque o partido de Hitler chamava-se Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, embora tivesse uma orientação absolutamente alinhada a extrema-direita. Tanto é que os socialistas e comunistas foram os primeiros a inaugurar as fornalhas onde eram queimados os prisioneiros dos campos de concentração. Esse tipo de afirmação chamou a atenção tanto da Alemanha quanto de Israel, que não se cansa de corrigir esse erro crasso através de notificações oficiais, mas que, frente ignorância de certos brasileiros somada ao ódio e paixão que depositam na política, acabam por ser inúteis. Vale lembrar que o Brasil é o único país de que se tem notícia onde o nazismo é atrelado às ideologias de esquerda, pelo fato do governo de Hitler ter sido mortal e totalmente autoritário. E o nominalismo tem tudo a ver com isso! Ora, se o partido de Hitler continha a palavra socialista e trabalhadores no nome, só pode ser de esquerda. Não há aula de história que dê conta de cabeças tão adoecidas.


“Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência”

Santo Agostinho


Seguindo essa lógica, se o santo chama-se Lúcifer, trata-se de uma associação com o diabo. Movimentos a partir do século XIX deram a entender que luciferianos eram satanistas, logo, São Lúcifer foi escondido e seu nome evitado tanto pela igreja quanto pelos fiéis. Mas vale dizer que apesar de toda essa confusão, o culto a São Lúcifer não é proibido e nem a sua canonização corre risco de revisão.


Se você gostou de perceber a diferença entre significado e significante, aqui vai mais uma última informação que pode ser bastante indigesta: Lúcifer significa em latim “O Portador de Luz”.

SÃO LÚCIFER CALARITANO

Primeiramente temos que desmistificar a palavra lúcifer:

Muitos podem ficar horrorizados com um santo chamado Lúcifer, mas, nos primórdios do cristianismo o nome lúcifer não era sinônimo para Satã, muitos cristãos eram batizados com esse nome em homenagem a Jesus, já que não ousavam utilizar o nome do Filho de Deus. No latim lúcifer significa o que traz a luz.


Lúcifer, do latim formada por duas palavras “lux” (luz) e “ferre” (portar, carregar, trazer), lúcifer: o que traz a luz.


Jó 11,17: “et quasi meridianus fulgor consurget tibi ad vesperam et cum te consumptum putaveris orieris ut lucifer”.


Na 2ª Epístola de São Pedro, onde o Apóstolo diz “et lucifer oriatur in cordibus vestris” ou “e a Estrela da Manhã nasce em vossos corações”, Estrela da Manhã significa Jesus. “e estrela… e o mesmo Jesus ilumine por completo as vossas almas” – Comentário da Bíblia Sagrada traduzida pelo Padre Matos Soares, 13ª Edição, Edições Paulinas de 1961.


“Et habemus firmiorem propheticum sermonem, cui bene facitis attendentes quasi lucernae lucenti in caliginoso loco, donec dies illucescat, et lucifer oriatur in cordibus vestris (Epistula II Petri 1, 19)”


A forma como é utilizada a palavra lúcifer atualmente não é muito antiga, remonta do século XIX, por influência, de mais um erro protestante.


São Lúcifer Calaritano

Lúcifer Calaritano, Santo da Igreja Católica, morreu por volta do ano 370, sua festa litúrgica é comemorada no dia 20 de maio. Foi Bispo de Cagliari na Sardenha, conhecido pela sua luta contra o arianismo (o arianismo, que negava que Cristo fosse Deus, tratando-O como uma espécie de “semideus”, no que, para tanto, compunha canções a fim de espalhar tais ensinamentos).


Ário já havia sido combatido anteriormente por Santo Atanásio, a quem se atribui o Quicumque vult ou o Credo de Santo Atanásio que diz: “Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade. A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus. Sem confundir as Pessoas nem separar a substância. Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo. Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória e coeterna a majestade. Pelo que foi perseguido e exilado”.


São Lúcifer, no Concílio de Milão (354), defendeu violentamente Santo Atanásio de Alexandria e suas ideias, ao ponto de ser também exilado pelo imperador Constâncio II, que havia aderido à doutrina ariana. Juntamente com o bispo, outro santo foi exilado, Eusébio de Vercelli, defensor da plena divindade de Cristo. Escreveu obras contrárias às heresias, sempre criticando duramente o arianismo, de modo que, seus seguidores eram chamados luciferianos, que posteriormente foram liderados por São Gregório de Elvira. A seu respeito, escreveu São Jerônimo na Altercatio Luciferiani Et Orthodoxi.


Segundo os escritos de São Jerônimo, Lúcifer faleceu em 370, na cidade de onde é patrono, Cagliari.


Pois bem. Vemos, portanto, que o nome Lúcifer não foi o maior dos problemas para o santo, mas sim, a defesa inabalável de Nosso Senhor Jesus Cristo. Muitos podem pensar que seus pais não tinham muito amor ao chamá-lo assim. Todavia, lembramos mais uma vez que lucifer não designava Satanás, o que veio somente a veio a surgir com mais “popularidade” com São Jerônimo que concorda com a ideia de que Lúcifer é o estado anterior em que se encontrava o anjo caído antes de sua rebelião, da luz para a escuridão.


Outra evidência sobre a inadequação do referido nome é que na Liturgia, mais precisamente no Exsultet (Proclamação da Páscoa), a Igreja exalta a glória de Nosso Senhor designando-o como da Igreja, Nosso Senhor:


“Flammas eius lucifer matutínus invéniat: ille, inquam, lucifer, qui nescit occásum. Christus Fílius tuus, qui, regréssus ab ínferis, humáno géneri serénus illúxit, et vivit et regnat in sæcula sæculórum” (Que ele brilhe ainda quando se levantar o astro da manhã, aquele astro que não tem ocaso: Cristo Vosso Filho, que, ressuscitando de entre os mortos, iluminou o género humano com a sua luz e a sua paz e vive glorioso pelos séculos dos séculos).


Isto a Igreja, em sua santa sabedoria, o faz em conformidade com as Escrituras, pois o próprio Cristo diz “Eu, Jesus, enviei o meu Anjo para vos testificar todas estas coisas a respeito das Igrejas. Eu sou o Rebento da família de David, a brilhante estrela da manhã” em Apocalipse 22, 16 e noutro lugar “Pois também Eu recebi do Pai esse poder. Vou dar ao vencedor a Estrela da manhã”.


Não bastasse tudo isso, Santo Antônio de Pádua, falecido em 1231, nos brinda com belíssimas palavras, a fim de ratificar tudo isto que expusemos, não deixando dúvidas seu conhecimento e seu amor à Virgem Santíssima: “A estrela da manhã ou Lúcifer é Maria Santíssima, que, nascida no meio da névoa, afugentou a névoa tenebrosa, e na manhã da graça anunciou o sol da justiça aos que habitavam nas trevas. Dela diz o Senhor a Jó, És tu porventura que fazes aparecer a seu tempo a estrela da manhã (Jó 38,32).


Quando chegou o tempo da misericórdia (Salmo 101,14), o tempo de edificar a casa do Senhor, o tempo aceitável e o dia da salvação, o Senhor fez aparecer a estrela da manhã, Maria Santíssima, para luz dos povos. Os povos devem dizer o que disseram a Judite, como se lê no seu livro: O Senhor abençoou-te com a sua fortaleza, porque ele por ti aniquilou os nossos inimigos… Ó filha, tu és bendita do Senhor Deus altíssimo, sobre todas as mulheres que há sobre a terra”.


Bendita seja a Estrela Matutina! Bendita seja a Grande Mãe de Deus, Maria Santíssima!


Diz-se que o uso do substantivo lúcifer como o que estamos acostumados a ouvir remontado o século XIX e tem perdurado até os nossos tempos, indiscriminadamente, sem ao menos haver uma busca por maior compreensão.


Parece-nos que ocorreu algo semelhante a cruz invertida, símbolo do martírio de São Pedro, hoje, causa de escândalo para muitos por crerem que seja o símbolo do anticristo, sendo ostentados por “satanistas” ou ainda, servindo de ataque por parte dos protestantes à Santa Igreja de Deus.


Esclarecidas as coisas, não esqueçamos de pedir a intercessão de São Lúcifer, especialmente, no dia 20 de maio, em que a Igreja celebra sua memória, a memória de um grande santo, que defendeu com bravura Nosso Senhor Jesus Cristo e, consequentemente, a Santa Religião.


Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo deixaram muitas referências sobre a sua vida e obras.

São Lúcifer, defensor da Igreja


"Rogamos a São Lúcifer Calaritano, para que, como ele combateu ferozmente a heresia ariana, possamos também combater as diversas heresias da atualidade."

Muitos podem ficar horrorizados com um santo chamado Lúcifer, mas, nos primórdios do cristianismo o nome lúcifer não era sinônimo para Satã, muitos cristãos eram batizados com esse nome em homenagem a Jesus, já que não ousavam utilizar o nome do Filho de Deus. No latim lúcifer significa o que traz a luz.

Lúcifer, do latim formada por duas palavras “lux” (luz) e “ferre” (portar, carregar, trazer), lúcifer: o que traz a luz.

Jó 11,17 “ et quasi meridianus fulgor consurget tibi ad vesperam et cum te consumptum putaveris orieris ut lucifer”.  

Na 2ª Epístola de São Pedro, onde o Apóstolo diz “et lucifer oriatur in cordibus vestris” ou “e a Estrela da Manhã nasce em vossos corações”, Estrela da Manhã significa Jesus. “e estrela... e o mesmo Jesus ilumine por completo as vossas almas” - Comentário da Bíblia Sagrada traduzida pelo Padre Matos Soares, 13ª Edição, Edições Paulinas de 1961.

"Et habemus firmiorem propheticum sermonem, cui bene facitis attendentes quasi lucernae lucenti in caliginoso loco, donec dies illucescat, et lucifer oriatur in cordibus vestris (Epistula II Petri 1, 19)"

A forma como é utilizada a palavra lúcifer atualmente não é muito antiga, remonta do século XIX, por influência, de mais um erro protestante.

Lúcifer Calaritano, Santo da Igreja Católica, morreu por volta do ano 370, sua festa litúrgica é comemorada no dia 20 de maio. Foi Bispo de Cagliari na Sardenha, conhecido pela sua luta contra o arianismo e no Concílio de Milão defendeu Santo Atanásio opondo ferozmente contra os arianos, sendo banido, por ordem de Constâncio II.

Após a morte de Constâncio II, retornou do exilio continuando a combater a heresia ariana até a sua morte em 370. Seus seguidores eram chamados luciferianos.

Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo deixaram muitas referências sobre a sua vida e obras.

Há uma Capela dedicado a Santo Lúcifer Calaritano, talvez a única, local onde a rainha consorte de Luís XVIII de França, Maria Josefina de Saboia está sepultada.


terça-feira, 5 de outubro de 2021

Estela

Estela provém do termo grego stela, que significa "pedra erguida" ou "alçada". A palavra entrou no uso comum da arquitectura e da arqueologia para designar objetos em pedra individuais, ou seja, monolíticos, nos quais eram efetuadas esculturas em relevo ou textos. A sua função essencial era veicular um determinado significado simbólico, fosse este funerário, mágico-religioso, territorial, político ou propagandístico, etc.


Estelas maias

Grande parte da história da civilização maia está sendo resgatada pelos arqueólogos através da decodificação das várias estelas que nos legaram, já que estes costumavam erguer a cada katum (período de 20 anos) uma estela comemorativa, na qual inscreviam os principais eventos do período.

Nos sítios arqueologia existem de Copán 38 das mais belas estelas produzidas pela arte maia; em Tikal são 86, e quase um milhar de similares nesta civilização para documentar cerca de seis séculos (dos anos de 292 a 909).

Normalmente a estela maia tem seção quadrada ou retangular e raramente ultrapassam os três metros, havendo uma em Quirigua, datada do ano de 771, notável pelos seus onze metros e sessenta e cinco toneladas.


Estelas do Baixo Alentejo e Algarve (Portugal)

Foram encontradas estelas na região do Algarve e Baixo Alentejo, com inscrições ainda por decifrar, com uma escrita anterior à fixação dos fenícios na colónia de Abul, nas proximidades de Alcácer do Sal, ou em qualquer outro sítio da Península Ibérica, em data anterior ao século VIII a.C.

Picatrix

Picatrix é o nome usado hoje, para um livro de 400 páginas de magia e astrologia originalmente escrito em árabe sob o título غاية الحكيم Ghāyat al-Ḥakīm, que a maioria dos estudiosos supõe ter sido escrito originalmente em meados do século XI, por exemplo,  embora um argumento para a composição na primeira metade do século X tem-se feito.  O título árabe é traduzido como O Objetivo do Sábio ou O objetivo do sensato.  o trabalho árabe foi traduzido para o espanhol e, em seguida, para o latim durante o século XIII, época em que obteve o título latino "Picatrix". O título do livro "Picatrix" também é usado às vezes para se referir ao autor do livro.

Picatrix é um trabalho composto que sintetiza trabalhos antigos em Magia (hermética) e magia [astrologia]. Uma das interpretações mais influentes sugere que ele deve ser considerado como um "manual de magia talismânica"  Outro pesquisador resume-o como "a exposição mais completa da magia celestial em árabe", indicando as fontes para o trabalho como textos árabes sobre Hermetismo, Sabeísmo, Ismailismo, astrologia, alquimia e a magia produzida no Oriente próximo no século IX e X". Eugenio Garin declara: "Na realidade, a versão latina do Picatrix é tão essencial como o hermético Corpus Hermeticum ou os escritos de Albumasar para a compreensão de uma parte notável da produção do Renascimento, incluindo as artes figurativas"  Ele influenciou significativamente o esoterismo do Ocidente europeu; o esoterismo de Marsilio Ficino, no século XV, o de Thomas Campanella, no século XVII, etc. O manuscrito na Biblioteca Britânica passou por várias mãos: Simon Forman, Richard Napier, Elias Ashmole e William Lilly, entre outros.

De acordo com o prólogo da tradução latina, o Picatrix foi traduzido para o espanhol a partir do árabe por ordem de Alfonso X, de Castela e Leão, em algum momento entre os anos 1256 e 1258.A versão latina foi produzida algum tempo depois, baseada na tradução dos manuscritos espanhóis. Foi atribuída a Maslama al-Majriti (um matemático andaluz-islâmico), mas muitos colocaram essa questão em xeque. Consequentemente, o autor é por vezes indicado como sendo o "Pseudo-Majriti".

As versões em espanhol e latina foram as únicos conhecidas para os estudiosos ocidentais Até Wilhelm Printz descobrir uma versão em árabe algo em torno de 1920. 

O trabalho é dividido em seis livros, que exibem uma ausência marcante de exposição sistemática. Jean Seznec observou: "Picatrix prescreve tempos e lugares propícios e a atitude e gestos do suplicante; ele também indica que termos devem ser usados ​​para peticionar às estrelas". Como exemplo, Seznec então reproduz uma oração a Saturno, a partir do trabalho, observando que Fritz Saxl apontou que essa invocação exibe "o sotaque e até os próprios termos de uma oração astrológica grega a Cronos. Essa é uma indicação de que as fontes de "Picatrix" são em grande parte helenísticas.":

Ó Mestre do sublime nome e grande poder, supremo Mestre; Ó Mestre Saturno: Tu, o Frio, o Estéril, o Lúgubre, o Pernicioso; Tu, cuja vida é sincera e cuja palavra é certa; Tu, o Sábio e Solitário, o Impenetrável; Tu, cujas promessas são cumpridas; Tu que és fraco e cansado; Tu que cuida mais do que qualquer outro, que não conhece prazer nem alegria; Tu, o velho e esperto mestre de todos os artifícios, enganoso, sábio e judicioso; Tu que traz prosperidade ou ruína, e fazes homens felizes ou infelizes! Eu te conjuro, ó Pai Supremo, por Tua grande benevolência e Tua generosa recompensa, para fazer por mim o que eu peço [...]


De acordo com Garin:


O ponto de partida da obra é a unidade da realidade dividida em graus, planos ou mundos simétricos e correspondentes: uma realidade estendida entre dois pólos: o original, Deus a fonte de toda existência, e o homem, o microcosmo que, com sua ciência (scientia) traz a dispersão de volta à sua origem, identificando e utilizando suas correspondências 

De acordo com o prólogo, o autor pesquisou mais de duzentos trabalhos na criação do ‘‘Picatrix. No entanto, existem três influências significativas do Oriente Próximo: Jabir ibne Haiane, o Ikhwan al-Safa, e um texto chamado Nabataeanos (Agricultura Nabatéia). A influência de Jabir ibne Haiane vem na forma de um contexto cosmológico que remove práticas mágicas do contexto de influências diabólicas e reafirma rstas práticas como uma origem divina. O autor de "Picatrix" se serve da teoria neoplatônica da hipóstase que espelham o trabalho de Jabir. 


Autoria e significado do título

O historiador árabe, ibne Caldune, atribuiu autoria de Picatrix (Referindo-se à versão original em árabe, sob o título Gayat al-Hakim) a um matemático chamado al-Majriti, que morreu entre 1005 CE e 1008 CE (398 AH) No entanto, De acordo com Eric John Holmyard, a mais antiga atribuição manuscrita da obra a Maslama al-Majriti foi feita pelo alquimista Aidamir al-Jildakī, que morreu pouco depois de 1360, enquanto ibne Caldune morreu cerca de 20 anos mais tarde (depois de 1360). No entanto, nenhuma biografia de al-Majriti o menciona como o autor deste trabalho. 

Atribuições mais recentes de autoria variam de "a versão árabe é anônima" a reiterações da velha afirmação de que o autor é "o célebre astrônomo e matemático Abu l-Qasim Maslama b. Ahmad Al-Majriti". Um estudo recente em Studia Islamica sugere que a autoria deste trabalho deve ser atribuída a Maslama b. Qasim al-Qurtubi (falecido em 353/964), que de acordo com ibne Alfaradi era "um homem de encantos e talismãs".  Se esta sugestão estiver correta, colocaria a obra no contexto do sufismo e do batismo na Andaluzia . 

Atribuições de autoria, mais recentes, redundam que a "versão árabe é anônima" às reiterações da velha afirmação de que o autor é "o célebre astrônomo e matemático Abu l-Qasim Maslama b. Ahmad Al-Majriti". Um estudo recente em ‘Studia Islamica sugere que a autoria deste trabalho deve ser atribuído a Maslama ibne Alcácime Alcurtubi (morto em 353/964), que de acordo com ibne Alfaradi era "um homem de encantos e talismãs." Se esta sugestão estiver correta, colocaria a obra no contexto de sufismo e do batismo de Andaluzia. 

O estranho título em latim às vezes é explicado como uma transliteração desleixada de um "Buqratis", mencionado várias vezes no segundo dos quatro livros da obra.  Outros sugeriram que o título (ou o nome do autor) é uma maneira de atribuir o trabalho a Hipócrates (através de uma transcrição do nome Burqratis ou Biqratis no texto árabe).  Onde aparece no original em árabe, onde o texto em latim traduz o nome Burqratis como "Picatrix", mas isso ainda não estabelece a identidade de Burqratis. Em última análise, ligando o nome, "Picatrix", com Hipócrates, caiu em desgraça porque o texto cita separadamente Hipócrates sob o nome de "Ypocras". 


Antecipação do método experimental

Martin Plessner sugere que um tradutor do Picatrix estabeleceu uma definição medieval de experiência científica alterando uma passagem na tradução hebraica do árabe original, estabelecendo uma base teórica para o método experimental: "a invenção de uma hipótese para explicar um certo processo natural, então o arranjo de condições sob as quais aquele processo pode ser intencionalmente realizado de acordo com a hipótese, e finalmente, a justificativa ou refutação da hipótese, dependendo do resultado do experimento".

Plessner observa que é geralmente aceito que a consciência de "a natureza específica do método experimental - como algo distinto do uso prático - é uma conquista dos séculos XVI e XVII". No entanto, como a passagem pelo tradutor da versão hebraica deixa claro, a base teórica fundamental para o método experimental foi aqui estabelecida antes de meados do século XIII.

A passagem original em árabe descreve como um homem que testemunhou um tratamento para a picada de um escorpião (beber uma poção de incenso que tinha recebido marcas de sinetes) passou a experimentar diferentes tipos de incenso, supondo que esta fosse a causa para a cura, mas depois descobriu que as imagens do sinete (selo) foram a causa da cura, independentemente da substância sobre a qual eles foram impressionados. O autor do "Picatrix" continua narrando como a explicação da eficácia das curas que lhe foram passadas pelas autoridades foi provada a ele por sua própria experiência.


O tradutor hebraico mudou a passagem em questão para incluir o seguinte:


E essa foi a razão que me incitou "...para me dedicar à magia astrológica." Além disso, esses segredos já eram conhecidos pela natureza e a experiência os aprovava. O homem que lida com a natureza não tem nada a fazer senão produzir uma razão do que a experiência trouxe.

Plessner também observa que "nem a psicologia árabe do estudo nem a definição hebraica do experimento são traduzidas para o latim "Picatrix". O tradutor de latim omite muitas passagens teóricas ao longo do trabalho." 

Athame

Athame ou Atame é um punhal cerimonial, tradicionalmente de cabo preto e dois gumes, usado em varias vertentes magicas (Thelema, Magia Cerimonial, Magia do Caos, Wicca e em algumas linhas de bruxaria). Ele é utilizado para traçar o Círculo Mágico ou emblemas mágicos no ar, para direcionar a energia e para controlar e banir espíritos.

As origens da palavra athame foram perdidas na história. Alguns dizem que possa ter vindo de 'A Chave de Salomão' (1572) que se refere à faca como arthana, enquanto outros afirmam que athame vem da palavra árabe al-adhamme ("letra de sangue"), que se refere a uma faca sagrada usada na tradição mourisca. Em qualquer um dos casos, há manuscritos datados do século XI que abordam o uso de facas rituais na Magia. O uso de uma faca sagrada em ritos pagãos é bastante antigo. Há um desenho de um vaso grego datado de aproximadamente 200 a.c. que mostra duas bruxas nuas tentando invocar os poderes da Lua para a sua magia. Uma delas está segurando uma varinha e a outra segura uma pequena espada.

O Athame atualmente também é utilizado para representar o aspecto masculino da divindade e como um símbolo da vontade. As(os) bruxas(os) só usam seus Athames em rituais e feitiços, mas outros acreditam que, quanto mais for usado o Athame (mesmo em situações cotidianas), mais poderosa ela se torna.

Em uma jóia da Roma Antiga, há a figura de Hécate na forma tripla, onde seus três pares de braços seguram os símbolos de uma tocha acesa, um açoite e uma adaga mágica.

Uma xilogravura que ilustra a história de Gentibus Septenbrionalibus de Olaus Magnus, publicada em Roma em 1555, mostra uma bruxa controlando alguns fantasmas, brandindo um athame em uma mão e um punhado de ervas mágicas na outra.

O athame também é usado na confecção de varinhas. Para isso, é necessario um athame de cabo branco (Boline). Esse costume era muito usado na antiga cultura celta. As varinhas também são usadas para se direcionar a magia com mais precisão. O ATHAME é um punhal ritualístico de fio duplo sem corte, utilizado para absorver, potencializar e direcionar energias em RITUAIS. Normalmente usado para traçar o círculo mágico e desse modo afastar qualquer tipo de energia ou ser ESPIRITUAL que possa atrapalhar o ritual.

Representa o elemento AR, e é utilizado na celebração simbólica do Grande Rito, ao ser mergulhado no cálice sagrado. Tradicionalmente possui o cabo preto, porém pode possuir outras cores. É comum ter gravados em sua lâmina ou cabo símbolos e selos mágickos.

O ATHAME, normalmente, não possui nenhum uso de corte, quando não usado para direcionar energias em RITUAL é um instrumento decorativo que serve como símbolo do poder masculino no altar, já que representa um falo, enquanto que o cálice representa um útero. Por se tratar de um objeto que possui ponta, é muito importante que se tenha total cuidado com o seu uso e armazenamento para não gerar nenhum tipo de acidente.

Algumas pessoas utilizam facas de COZINHA novas, para substituir o punhal, visto que nem sempre conseguem adquirir um. Isto é válido, desde que tenha precaução, para que não ocorram acidentes, enquanto o objeto está sendo manuseado no rito.

Apesar de algumas pessoas acreditarem que os ATHAMES eram ou ainda são utilizados em rituais de sacrifício, na Wicca essa prática é rechaçada com veemência.

Ele simboliza o Deus no altar e só é retirado do mesmo, para traçar o círculo ou para efetuar a simbologia do Grande Rito, onde a união do ATHAME e do cálice simbolizam a união do Deus com a Deusa. É possível que alguma tradição dê outros usos ao Athame, porém, com toda certeza nenhum deles pode estar relacionado ao uso do ATHAME como arma.