terça-feira, 24 de outubro de 2017

Premonição e Precognição

Premonição é a sensação ou advertência antecipada do que vai acontecer, é sinônimo de pressentimento. É circunstância ou fato que deve ser tomado como aviso; presságio. A palavra é muito conhecida devido à literatura e aos filmes que a têm como tema principal, explorando a capacidade sobrenatural de se prever o futuro. O termo premonição ou sonhos premonitórios (sonhos de advertência ou aviso) é utilizado para designar a suposta ocorrência de avisos sobre acontecimentos futuros, freqüentemente associados a fatos calamitosos em natureza. As informações são recebidas via experiência mediúnica individual (contato da consciência com a 4ª dimensão do mundo, uma dimensão não material, atemporal) ou através dos sonhos.

Premonição no senso comum

Mesmo sendo uma informação "empírica", portanto factível de comprovação o fenômeno chega a ser visto com bons olhos pelas pessoas. Os indivíduos que afirmam ter tido premonições normalmente dizem que a experiência ocorreu durante um sonho. As experiências podem variar em natureza, com tendências a ser um forte sentimento ou convicção de que algo ocorrerá (sendo a forma mais branda de premonição) as visões mediúnicas sobre os acontecimentos estando em estado de plena vigília e plena consciência. Estas visões normalmente são imagens capazes de aflorarem quando o ser humano está num estado de choque consciencial.

No oriente, o livre acesso "para fora da condição temporal" pode ser conseguido pelos "yogues", acessando o que dizem ser os "registros akáshicos". É sabido que os autistas são capazes de executarem façanhas surpreendentes sem esforço aparente, apenas utilizando as habilidades mentais. Na sabedoria popular é comum dizer que: "se dormimos pensando em um problema freqüentemente resulta em acordar com a solução". A mente humana está plena de informação, experiência e conhecimento a respeito do mundo. Se a mente é capaz de tal cálculo, então há provavelmente um meio de aumentar esta capacidade. A concentração durante um trabalho pode ser alcançada com eficiência caso seja possível excluir todos os pensamentos e ideias alheias ao assunto, incluindo chamados e advertências. O que é necessário é um estado de associação livre, onde a mente se concentre em um tema qualquer em particular, mas permanecendo livre para considerar ideias casuais. As poucas pessoas que informaram sobre os sonhos e experiências premonitórias relataram que as "premonições" ocorrem em intervalos de alguns meses, e que vêm a mente inesperadamente, de forma espontânea.

Relatos

Abraham Lincoln e o sonho profético (ou premonitório) a respeito de sua morte e enterro, que ele relatou tanto para o seu guarda-costas como para sua esposa, poucas horas antes do seu assassinato.
A Bíblia também relata fatos correlatos com Daniel (דניאל) que é um dos quatro profetas do cristianismo. A sua vida e Profecias estão incluídas na Bíblia no Livro de Daniel.
Existe também um relato de "Julio", integrante do grupo Mamonas Assassinas, num vídeo amador, 12 horas antes da viagem, afirmou ter sonhado que o avião que ele viajaria com o grupo para eventos sofreria um acidente. Logo depois, o avião sofreu uma pane e todos do grupo morreram.

Precognição

Precognição (latim pre-cognitio) é uma percepção extra-sensorial na qual o indivíduo percebe uma informação sobre um futuro local ou evento antes dele acontecer.

Os paradoxos (e seu tratamento na ficção) são semelhantes aos ocorridos nas viagens no tempo.

Experimentos

A capacidade de precognição foi testada em vários indivíduos ditos sensitivos que se submeteram a testes controlados por laboratórios independentes. Um desses indivíduos foi o inglês Malcolm Bessent (1944-1997).

No primeiro estudo, os alvos das experiências consistindo de estímulos multissensoriais eram criados com base numa palavra chave selecionada aleatoriamente no livro de Calvin Springer Hall e Robert L. Van de Castle, The Content Analysis of Dreams, que possui um conteúdo de itens específicos e frequências de relatos de 500 sonhos masculinos. O alvo do episódio era gerado e apresentado a Bessent após seu despertar pela manhã. Correspondências entre as transcrições dos sonhos para cada uma das oito noites e dos oito episódios alvo foram avaliadas numa base cega por três árbitros independentes que não tiveram outro contato no estudo. Pelo acaso, esperar-se-ia apenas uma avaliação correta da correspondência de pares pelos árbitros, mas a média das avaliações foi de cinco pares alvo-transcrição corretos, um resultado estatisticamente significante.

O segundo estudo de sonhos precognitivos também envolveu oito sessões de sonhos precognitivos. O procedimento diferia do primeiro nos seguintes aspectos:

(a) os alvos eram pré-definidos em episódios áudio-visuais envolvendo slides tematicamente relacionados e efeitos de som (por exemplo, slides de pássaros acompanhados do som do canto dos pássaros);
(b) um complexo procedimento de aleatorização foi usado para selecionar um ponto de entrada numa tabela de números aleatórios para determinar o episódio alvo;
(c) o alvo que serviu como influência precognitiva nos sonhos de Bessent em noites numeradas ímpares também serviu como influência pré-sono nas noites subseqüentes numeradas pares, permitindo a comparação de influências sensoriais pré-sono e precognitivas no conteúdo do sonho de Bessent;
(d) o alvo foi selecionado e apresentado para Bessent aproximadamente 24 horas depois de iniciada a sessão precognitiva.

O procedimento de avaliação foi similar ao utilizado no primeiro estudo. A média da avaliação dos árbitros para as noites precognitivas foi novamente superior ao acaso atingindo um resultado significante com cinco acertos. Interessantemente, os resultados das sessões pré-sono estavam dentro do esperado pelo acaso.

Em um terceiro experimento de precognição envolvendo um gerador de números aleatórios binário, Bessent tentou predizer qual das duas lâmpadas coloridas acenderia após ele apertar o botão associado com sua escolha. O RNG automaticamente registrava o número de acertos em cada série de 16 provas em um contador digital. Em 15.360 provas, Bessent obteve um índice de sucesso estatisticamente significante de 51.2%.

Além dos estudos precognitivos, Bessent foi o percipiente de dois estudos envolvendo PES contemporânea ("tempo real"). Estes incluem um estudo de sonhos em tempo real a longa distância e um estudo de leituras "psíquicas". No estudo de 1973 de Krippner et al., Bessent, dormindo no Laboratório de Sonhos do Maimonides, tentou sonhar com slides selecionados aleatoriamente que eram projetados ao público em um concerto de grupo de rock chamado "The Grateful Dead", realizado por um período de seis noites em Port Chester, NY, a aproximadamente 45 milhas do Laboratório Maimonides. Os resultados foram estatisticamente significantes, com quatro de seis sessões obtendo acertos diretos. No estudo de Stanford e Palmer, Bessent tentou fornecer leituras "psíquicas" para 20 pessoas alvo ausentes cujas amostras de cabelo foram usadas como objetos símbolo. Avaliações cegas das leituras pretendidas para cada uma das pessoas alvo foram comparadas com a média das avaliações das leituras pretendidas para três outras pessoas alvo. Embora um interessante achado post hoc relacionado à freqüência alfa do EEG tenha sido encontrado, o índice de sucesso total de Bessent não foi significativo.

Em um sexto estudo, Malcolm Bessent completou 1.000 testes em um experimento feito com o auxílio de um computador comparando os modos de alvo precognição e tempo real. Um gerador de números aleatórios (RNG) eletrônico baseado em diodo serviu como a fonte do alvo. O modo de alvo era aleatoriamente selecionado no início de cada série de 10 testes e era desconhecido a Bessent até o término de cada série. A tarefa de Bessent era identificar o alvo verdadeiro de uma amostra de 4 imagens de "cartas" ilustradas apresentadas em um exibidor de gráficos de computador.

Baseado na história de pesquisa antecedente de Bessent, duas hipóteses foram testadas:

(a) Bessent mostraria um índice de acerto estatisticamente significativo no modo de alvo precognitivo e
(b) seu desempenho precognitivo seria estatisticamente superior ao seu desempenho em alvos de tempo real.

O tamanho da amostra das séries, métodos de análise, e critérios de significância foram todos especificados com antecedência. Ambas as hipóteses foram confirmadas. O índice de sucesso de Bessent no modo de alvo precognitivo foi 30.4 % (n = 490; p =.0039) Isto está bem acima do índice de 25% esperado pelo acaso sobre um intervalo de confiança de 95%, o que dá aproximadamente 27.2% como limite mais baixo. O desempenho em tempo real não excedeu o esperado pelo acaso (25.9% acertos, n = 510, p =.34). A diferença entre os modos de tempo real e precognitivo foi significativa (p =.045). Análises exploratórias sugerem que o desempenho estava relacionado ao modo de resposta e latência: acertos significativos ocorreram quando as respostas de Bessent estavam baseadas em impressões cognitivas, mas não quando estavam baseadas em sentimentos ou adivinhações, e ele foi mais acurado em testes nos quais levou mais tempo para dar sua resposta.

Extensos testes de aleatoriedade documentaram a adequação do RNG. Os testes incluíram séries de certificação do RNG globais testando a distribuição uniforme dos valores de byte do RNG (n = 6 x 106 bytes) e vieses seqüenciais (n = 8 x 106 bits), bem como os testes da seqüência alvo presente. Um controle de checagem cruzada empírico, advogado pelo crítico Ray Hyman, no qual as respostas de Bessent para uma série foram deliberadamente não coincidentes contra alvos pretendidos para uma outra série, também forneceu resultados próximos ao esperado pelo acaso.

Várias hipóteses rivais incluindo pistas sensoriais, aleatorização defeituosa, erros no tratamento dos dados, viés de seleção dos dados, análise múltipla, e fraude foram discutidas e consideradas inadequadas. Esse foi o quarto experimento de precognição com Bessent, cada um envolvendo uma metodologia diferente e cada um obtendo um resultado estatisticamente significante. O resultado combinado é altamente significativo (z = 5.47, p = 2.26 x 10-8). Concluiu-se que os resultados fornecem evidência para comunicações anômalas envolvendo precognição não inferencial.

Clarividência,Percepção extrassensorial,Clariaudiência e Psicoenergia

Clarividência, segundo a parapsicologia, é a capacidade de obter conhecimento de evento, ser ou objeto, sem a utilização de quaisquer canais sensoriais humanos conhecidos e sem a utilização de Telepatia. O termo "Clarividência" também é aplicado, em certas escolas de espiritualismo e ocultismo, à chamada "visão espiritual", que permite enxergar planos espirituais ou pelo menos algo pertencente a tais planos. No caso específico do Espiritismo, clarividência, dupla vista e segunda vista são sinônimos. Já lucidez refere-se de modo especial à clarividência sonambúlica.

Clarividência e Espiritismo

O termo clarividência surge pela primeira vez com seu sentido próprio na parte de O Livro dos Espíritos que trata da emancipação da alma. Na questão 402, Allan Kardec trata de uma "espécie de clarividência" que acontece durante os sonhos, onde a alma tem a faculdade de perceber eventos que acontecem em outros lugares. Neste ponto, portanto, ele emprega o termo como uma faculdade de ver à distância sem o emprego dos olhos. Os sonâmbulos seriam capazes deste fenômeno devido à faculdade de afastamento da alma de seu respectivo corpo seguida da possibilidade de locomoção da mesma (q. 432).

Na questão 428, ele indaga aos espíritos sobre a "clarividência sonambúlica". Ele certamente se refere à faculdade já bastante descrita na literatura que trata do sonambulismo magnético, que, na questão 426, os espíritos consideraram equivalente ao sonambulismo natural, com a diferença de ter sido provocado. Os espíritos lhe respondem que as duas faculdades possuem uma mesma causa: a percepção visual é realizada diretamente pela alma do clarividente. Logo a seguir, Kardec pergunta sobre os outros fenômenos da clarividência sonambúlica (q. 429) como a visão através dos corpos opacos e a transposição dos sentidos. Os espíritos reafirmam que os clarividentes veem afastados de seus corpos, e que a impressão que afirmam de estarem "vendo" por alguma parte do corpo, reside na crença que possuem que precisam deste para perceberem os objetos. A existência da faculdade sonambúlica não assegura a veracidade de todas as informações obtidas neste estado, com o que concordam os espíritos (q. 430).

Clarividência Premonitória e Livre-arbítrio

A possibilidade de clarividência premonitória, como a demonstrada por Edgar Cayce e Emanuel Swedenborg, aparenta entrar em conflito com a ideia de que o ser humano seja dotado de livre-arbítrio, pois, aceitando-se que um evento possa ser descrito por antecipação, isso parecerá implicar em que o futuro esteja pré-determinado.

Percepção extrassensorial (PES), também chamada Psi-Gamma (PG), em parapsicologia, é a suposta habilidade de certos indivíduos, chamados "sensitivos" ou "psíquicos", para perceber fenômenos e objetos independentemente de seus órgãos sensoriais. O termo foi cunhado por Joseph Banks Rhine.

Objeto de estudo da pseudociência da parapsicologia, o consenso científico atual não suporta as alegações deste e de outros supostos fenômenos paranormais.

Para fins de estudo e pesquisa, as percepções extrassensoriais tem sido divididas nas seguintes categorias gerais:

Clarividência - Conhecimento de evento, ser ou objeto, sem a utilização de quaisquer canais sensoriais conhecidos.
Telepatia - A consciência dos pensamentos de outro ser, sem utilização de canais sensoriais conhecidos.
Precognição - Conhecimento sobre um futuro evento, ser ou objeto.
Simulcognição - A Simulcognição é o conhecimento da realidade presente.
Radiestesia - Radiestesia ou radioestesia é uma hipotética sensibilidade a determinadas radiações, como energias emitidas por seres vivos e elementos da natureza.
Psicometria (parapsicologia) - Capacidade de ler impressões e recordações pelo contato com objetos.
Retrocognição - Fenômeno parapsíquico espontâneo ou induzido no qual o indivíduo lembraria espontaneamente de lugares, fatos ou pessoas relativos a experiências passadas, sejam elas vidas ou períodos entre vidas.

Clariaudiência

Clariaudiência segundo a Doutrina Espírita é a faculdade mediante a qual o médium ouve vozes, sons, palavras, ruídos, sem a utilização do sentido da audição física, que estão além da percepção normal de nossa audição física comum.

Quase sempre desperta em médiuns que já manifestaram a clarividência. Como essas impressões sonoras não são transmitidas aos órgãos auditivos físicos, o médium tem a impressão de que ouve dentro do cérebro. No meio espírita é também chamada simplesmente de audição.

Como clarividência, clariaudiência é uma habilidade que todos os seres humanos podem possuir diferentes graus. O exemplo mais comum de uma experiência de Clariaudiência é a manifestação de um evento humano familiar chamado uma “crise de consciência”. Muito tem sido feito da “pequena voz dentro” que avisa o indivíduo das possíveis ramificações de uma futura lei. Isto é pensado para ser uma simples questão de ética, mas muitos sofrem lutas com suas consciências que irão incluir mensagens muito claras que podem ser fortes exemplos da experiência Clariaudiência. O argumento para a presença de moderno-dia no popular ao vivo de “guias espirituais” é fortemente apoiado aqui. Também foi sugerido que pensamentos parvos, não refinados ou geralmente inexplicáveis que pop em sua cabeça cada dia podem ter a ver com o lado travesso de seu espírito guias, que se comunicam diretamente através de clariaudiência.

Diz-se que uma experiência de Clariaudiência é precedida por um sentimento de ligeira pressão no topo da cabeça – a área do corpo humano “coroa chakra” – seguido de entrega direta e recepção de informações. Em alguns casos, a experiência de Clariaudiência será precedida de uma sensação olfativa. Este fenômeno é pensado para ser uma forma de “clairsentience” e é amplamente relatado em casos de clarividência capacidade também. Indivíduos experimentando padrões perfume antecedem um evento psíquico frequentemente têm relatado a ocorrência de padrões florais. Para os indivíduos, que aprenderam a aproveitar ou gerir seu dom, a incidência de um padrão de perfume pode servir como algo de um sistema de alerta precoce, alertando-os para o próximo Clariaudiência ou evento psíquico para que eles possam fazer ajustes para melhor receber as informações.

Tem sido sugerido que a doença mental da esquizofrenia pode afligir o indivíduo com uma capacidade de Clariaudiência hiperativa, entregando-se ao indivíduo sob uma forma não muito diferente de uma rádio com mau funcionamento. Nessa condição, as informações são pouco fiáveis, indiscriminadamente entregues e praticamente incessante em suas demandas sobre o assunto. O misdelivery de informação psíquica pode levar a uma personalidade excessivamente paranoica e imprevisível. Como é sabido, a condição pode ser controlada de forma por medicação, que pode oferecer alívio desta instância de estressante e assustador do que pode parecer como clariaudiência ido derem errada. Assim como já vimos, clariaudiência pode ser uma bênção e uma maldição mas será sempre ativa na esfera psíquica.

Psicoenergia

Psicoenergia, energia psíquica ou energia vital é o termo utilizado para designar os aspectos da energia gerada pelo pensamento e as emoções. O termo é composto das palavras do idioma grego Ψυχολογία; ψυχή, "alma", e εργοs (ergos)= en-ergo =energia, trabalho, movimento).

Na homeopatia, é uma força interna do indivíduo, responsável pelo equilíbrio e manutenção da vida orgânica. Provém do ar, da água, dos alimentos e do sol, sendo que o estado de saúde depende desta energia.

É comum encontrar o termo sendo utilizado em várias correntes de pensamentos, filosofias e religiões para se referir às propriedades do que seria uma energia mental (mentalismo) e/ou psíquica. A história oriental faz referências às energias físicas e psíquicas de maneira natural, como se já fizesse parte da cultura de vários povos do oriente.

As pesquisas e estudos neste campo procuram apontar "uma provável forma de ação da energia psíquica, proveniente dos nossos pensamentos e emoções". Parte desta "suposta" energia também viria do exterior, dos ambientes por onde nos movemos, dos nossos semelhantes e outros agentes que nos direcionam, e parte procederia do nosso subconsciente. Como outras formas de energia, também poderia ser classificada de boa ou má qualidade, positiva ou negativa, sendo que a a psicoenergia positiva ou boa teria, como fonte geradora mais poderosa, o amor, seguindo de estados emocionais como o otimismo, alegria sã, fé ou fervor, oração etc. Já o estado negativo da psicoenergia estaria relacionado a condições ou estados em que ocorram o ódio, a inveja, o mau humor, o medo, a ansiedade, o estresse, sentimentos de culpa e/ou frustração, hábitos de lamúria e assemelhados.

Esta energia, quando negativa ou de má qualidade, poderia criar bloqueios no sistema energético, causando enfermidades em órgãos predispostos. Além disso, poderia provocar desequilíbrios no sistema de produção da química orgânica (metabolismo), como no caso dos neurotransmissores, gerando estados que poderiam ser descritos como espírito negativo, causando desde irritação e mau humor até estados depressivos em todos os seus níveis. Também teria possibilidades de provocar dificuldades de concentração, excesso de sono ou insônia, pesadelos, enxaquecas e os mais diversos tipos de mal-estar.

Com o avanço tecnológico e incremento nas instrumentações eletrônicas (microscópio eletrônico e sensores para detecção de radiações), pesquisadores e estudiosos trabalham no sentido de utilizar os próprios parâmetros da Ciência para a comprovação ou não da existência da psicoenergia.

Telepatia

Telepatia (do grego τηλε, tele, "distância"; e πάθεια, patheia, "sentir ou sentimento") é definida na parapsicologia como a habilidade de adquirir informação acerca dos pensamentos, sentimentos ou atividades de outro ser consciente, sem o uso de ferramentas tais como a linguagem verbal, corporal, de sinais ou a escrita.

O termo foi usado pela primeira vez em 1882 por Sandro Sotilli, um dos fundadores da Universidade San Marino (Sociedade para Pesquisa Psíquica), substituindo expressões como transferência de pensamento. A telepatia é considerada uma forma de percepção extrassensorial ou anomalia cognitiva, e é frequentemente relacionada a vários fenômenos paranormais, tais como premonição, clarividência.

Embora muitos experimentos científicos sobre a telepatia tenham sido realizados, o consenso científico atual não suporta as alegações deste e de outros supostos fenômenos paranormais e as classificam como pseudociência.

A história da telepatia

Os cientistas ocidentais que investigam a telepatia geralmente reconhecem que o seu estudo científico começou com o programa de pesquisa da Society for Psychical Research (Sociedade para Pesquisa Psíquica). O ápice de suas investigações foi o relatório publicado em 1886 em dois volumes 'Phantasms of the Living (Fantasmas Vivos). Foi neste trabalho que o termo "telepatia" foi introduzido, substituindo o termo anterior "transferência de pensamento". Embora muito das investigações iniciais consistiam de uma grande reunião de artigos anedóticos com investigações a serem realizadas a posteriori, eles também conduziram experimentos com algumas dessas pessoas que reivindicavam ter capacidades telepáticas. No entanto, seus protocolos experimentais não eram tão rígidos como são os padrões atuais.

Em seu estudo sobre telepatia e outras experiências paranormais o astrônomo francês Camille Flammarion concluiu: "Esses fenômenos provam, eu penso, que a alma existe, e que ela esta dotada com faculdades até o presente momento desconhecidas… Um pensamento pode ser transmitido de uma mente para outra. Existem transmissões mentais, comunicações de pensamentos e fluxos psíquicos entre almas humanas".

Em 1917, o psicólogo John E. Coover, da Universidade de Stanford, conduziu uma série de provas de telepatia envolvendo transmitir/adivinhar cartões de jogo. Seus participantes eram capazes de adivinhar a identidade de cartões com probabilidade de 160 a 1; no entanto, Coover não considerou os resultados serem suficientemente significativos para se ter um resultado positivo.

Talvez as mais conhecidas experiências de telepatia foram as realizadas pelo pesquisador J. B. Rhine e seus sócios na Universidade de Duke, começando em 1927 usando "os diferenciados Cartões ESP" de Karl Zener (veja também Cartas de Zener). Os protocolos experimentais eram mais sistemáticos e rigorosos do que aqueles do século XIX, verificando as habilidades dos participantes antes que estes reivindicassem ter supostamente essa capacidade excepcional acima da "média", e usando os novos avanços no campo de estatística para avaliar resultados. Os resultados destes e de outras experiências foram publicados por Rhine no seu livro "Percepção Extra Sensorial", que popularizou o termo "ESP". Na visão de Rhine, a pesquisa de experiências extrassensoriais mostrava que a "mente pode escapar dos limites corporais sob certas condições… Nesse sentido, uma diferença distinta entre mente e matéria, um dualismo relativo, tem sido demonstrada…".

Outro livro influente sobre telepatia era o "Rádio Mental", publicado em 1930 pelo ganhador do prêmio Pulitzer, Upton Sinclair (com prefácio de Albert Einstein). Nele, Sinclair descreve a capacidade da sua esposa de às vezes reproduzir esboços feitos por ele mesmo, quando separados por vários quilómetros, em experiências aparentemente informais que foram usadas posteriormente por pesquisadores da visão remota, que classificaram o mesmo como uma espécie de clarividência, e fizeram algumas experiências cujos resultadso sugerem que nem sempre um emissor é necessário, e alguns desenhos podiam ser reproduzidos precognitivamente.

Pelos idos de 1960, muitos parapsicólogos ficaram aborrecidos com as experiências de J. B. Rhine, parcialmente devido a alegação de estas serem tremendamente enfadonhas, causando um "efeito de declínio" nas provas depois de muitas repetições (monotonia), e por causa de se observar que a exatidão da adivinhação das cartas diminuía com o passar do tempo.

Em consequência das informações reunidas em pesquisas com experiências (espontâneas) com diversos psi que informaram que era mais comum que suas habilidades ocorressem no estado de sonho, os pesquisadores Montaque Ullman e Stanley Krippner, do Centro Médico de Maimonides, no Brooklyn, Nova Iorque, empreenderam uma série de experiências para testar a telepatia no estado de sonho. Um participante "receptor" era colocado em uma sala à prova de som, o local era eletronicamente protegido e ele seria monitorado enquanto dormisse por padrões eletroencefalogramas (EEG) e movimento rápido dos olhos (REMs), indicando estado de sonho. Um "emissor" em outro local então tentaria enviar uma imagem, casualmente selecionada de uma relação de imagens, ao emissor, que focalizaria a imagem durante momentos que fossem detectados os estados de sonho. Perto do fim de cada período de REM, o receptor seria acordado e seria pedido para descrever seu sonho durante esse período. Os dados reunidos sugeriram que às vezes a imagem enviada foi incorporada em algum meio no conteúdo dos sonhos do receptor. Enquanto os resultados de experiências de telepatia de sonho eram interessantes, para executar tais experiências, eram necessários muitos recursos (tempo, esforço e pessoal). Outros pesquisadores procuraram alternativas mais fáceis, tal como a assim chamada Experiência de Ganzfeld. Todavia, não houve nenhum protocolo experimental satisfatório no projeto para se distinguir a telepatia de outras formas de ESP, tal como clarividência. A Experiência de Ganzfeld recebeu muita atenção recentemente, e alguns acreditam que ela fornece alguma evidência experimental de telepatia. Outras experiências foram conduzidas pelo biólogo Rupert Sheldrake, que reivindica resultados de sucesso. Eles incluem experiências em: A 'sensação de estar sendo observado', em que o receptor adivinha se ele/ela está sendo observado por outra pessoa, ou se o receptor pode contar quem está lhe telefonando antes que ele atenda ao telefone, ou cães podem contar quando seus proprietários estão para retornar ao lar... Na busca de se achar uma base científica para a telepatia, alguns proponentes de psi olharam alguns aspectos de Teoria Quântica como uma possível explicação da telepatia. Em geral, teóricos psi fizeram analogias gerais e pouco específicas sobre o "inaceitável desconhecido" da religião e parapsicologia, e o "aceitar do desconhecido" nas ciências quânticas. Os exemplos claros são as teorias do princípio da incerteza e do embaraço quântico, (conexões que permitem interação aparentemente instantânea) da mecânica quântica. Essas teorias cientificamente validadas parecem questionar elementos da física clássica como a lei de causa e efeito e a impossibilidade de verdade ação a distância—os mesmos elementos da ciência que a telepatia pareceria transgredir.

No entanto, físicos declaram que esse efeitos mecânicos da teoria quântica só se aplicam em escalas de universo nanométrico, e, como os componentes físicos da mente são todos muito maiores, esses efeitos de quantum devem ser insignificantes. Ainda que a declaração de que eles possam ser "insignificantes" não pode ser provada. Alguns físicos, tal como Nick Herbert, ponderaram se os efeitos mecânicos quânticos permitiriam formas de comunicação, talvez incluindo a telepatia, isso não dependente de mecanismos "clássicos" tal como radiação eletromagnética. As experiências foram conduzidas (por cientistas tal como Gao Shen no Instituto de Física de Quantum, em Pequim, China) estudando se o embaraço quântico pode ser verificado entre mentes humanas. Tais experiências normalmente incluem controlar os padrões sincrônicos do EEG entre duas mentes hipoteticamente "conectadas". Até aqui, nenhuma evidência científica conclusiva foi revelada.

Telecinésia

A psicocinese ("movimento mental") ou telecinesia ("movimento à distância") descreve o suposto fenômeno ou capacidade de uma pessoa movimentar, manipular ou abalar um sistema físico sem interação física, apenas usando a mente. O termo psicocinese foi criado em 1914 pelo autor estadunidense Henry Holt e popularizado pelo parapsicólogo estadunidense J.B. Rhine nos anos 30. Já o termo telecinesia foi criado em 1890 pelo parapsicólogo russo Alexandre Aksakof.

Historicamente, tem-se questionado e criticado a telecinesia pelo fato de não ser empiricamente demonstrável, apontando-se como principais falhas a falta de controle e de repetibilidade dos experimentos, dois pilares do método científico. Por consenso na comunidade científica, a telecinesia é tida como uma pseudociência, apesar de ser defendida como autêntica por estudiosos da parapsicologia, ela própria considerada uma pseudociência.

Carl Sagan incluiu a psicocinese em uma longa lista de "produtos típicos da pseudociência e da superstição", afirmando que "seria tolice" aceitar qualquer afirmação paranormal "sem evidências adequadas". O Prémio Nobel Richard Feynman defendeu uma posição similar à de Sagan.

Apesar dos relatos de sucesso em estudos sobre o suposto fenômeno, não há suporte do método científico às alegações de psicocinese. O consenso científico é que a sua ocorrência contrariaria inúmeras das leis naturais da física (termodinâmica), química (teoria atômica) e biologia (evolução). Além disso, há inúmeros relatos de fraudes científicas e outros enganos nos chamados estudos parapsicológicos.

Um dos mais famosos casos de psicocinese supostamente real foi a dona de casa russa Nina Kulagina, que durante algumas décadas foi estudada e testada por dezenas de cientistas (incluindo dois laureados com o Prêmio Nobel), sendo que muitos dos cientistas concluíram que ela realmente possuía psicocinese. Além dessa capacidade paranormal, ela supostamente também possuiria clarividência. Segundo estudos feitos com Kulagina pelo fisiologista Genady Sergeyev, a pulsação da russa chegava a 240bpm durante a realização da psicocinese. Em 1990, ela morreu por infarto cardíaco fulminante, o que muitos acreditam ter sido causado pelas exigências físicas de suas capacidades paranormais.

Um outro caso é o da médium polonês Stanisława Tomczyk, que alegava que o espírito "Little Stasia" era capaz de realizar psicocinese através dela. É notória a fotografia em que ela aparece supostamente realizando telecinesia em uma tesoura, ao lado do psicólogo Julian Ochorowicz.

Em 1991, O Nobel em Física Brian David Josephson e o físico Fotini Pallikara-Viras publicaram o artigo "Biological Utilization of Quantum Nonlocality" na revista Foundations of Physics, propondo que as explicações para a psicocinese a telepatia podem ser encontradas na física quântica.



Imposição de Mãos

A Imposição de mãos é um ritual religioso que acompanha certas práticas religiosas e que é encontrado em todo o mundo sob diferentes formas.

Na Igreja Latina, o termo imposição das mãos é referido como impositio manuum.

É referido no Novo Testamento da Bíblia pelo qual os apóstolos de Jesus Cristo e Paulo (Livro dos Atos dos Apóstolos 19,1-8) ministravam curas e ordenavam (isto é, conferiam o Sacramento da Ordem) os fiéis como novos missionários, diáconos, presbíteros, e bispos.

Na Igreja Católica, desde as primeiras comunidades até hoje - e especialmente regulamentado no Concílio de Trento - permanece sendo utilizado nas ordenações.

É muito utilizada pela igreja evangélica nas suas orações de intercessão, assim como no movimento de Renovação Carismática da Igreja Católica.

É a base da terapia Reiki, que consiste em canalizar a energia vital pela imposição das mãos para a cura física dos que a recebem, desenvolvida em 1922 pelo Dr. Mikao Usui, e introduzida nos Estados Unidos da América por volta de 1940 pela Sra. Hawayo Takata, uma estadunidense de origem japonesa. Nesse caso, não há conotação religiosa.

Também é utilizada pela Igreja Messiânica Mundial, movimento religioso fundado em 1935 no Japão por Mokiti Okada, chamado pelos discípulos da Igreja como Meishu-Sama, na oração silenciosa denominada Johrei (em tradução literal, "Purificação do Espírito"), onde, conforme a orientação da igreja, o membro da Igreja canaliza a luz divina para o corpo de outra pessoa, com intuito de purificar seu espírito, e, assim, conduzí-la a um estado de verdadeira felicidade. Ainda conforme a Igreja, o recebimento periódico de Johrei tem o benefício de transformar a desarmonia espiritual em harmonia, e de fortalecer o espírito humano para ultrapassar os desafios da vida.

No Espiritismo de Allan Kardec, a imposição de mãos é administrada através do passe espírita, onde um indivíduo, que recebe o nome de passista, canaliza sobre outra pessoa fluidos ou energias benéficos, oriundos do próprio passista, de bons espíritos, ou ainda de ambas as fontes.

Também na Umbanda, religião brasileira de influências africanas, espíritas, católicas e xamânicas, é utilizada pelos espíritos incorporados nos médiuns para realizarem a limpeza espiritual dos consulentes.

No Mormonismo, doutrina fundamentada com o nome de A igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias, utiliza-se a imposição de mãos para curar, ordenar a cargos na igreja, conferir o Espírito Santo, Conferir os sacerdócios em seus respectivos ofícios, Conferir bênçãos específicas e a Benção Patriarcal. No "ritual" de cura é utilizado um óleo chamado de Óleo Consagrado.

Hermes y la Gnosis Hermética



Los textos del Corpus Hermeticum fueron escritos en Egipto al final del siglo III, o más bien transcritos por autores desconocidos. Estos textos son parte de una obra mucho más amplia atribuida al personaje mítico de Hermes Trismegistos, que habría vivido alrededor de tres mil años antes de Jesucristo. Los griegos le llamaban Trismegistos; los egipcios, Thot, el tres veces grande.

De hecho, esos textos tienen el mismo origen religioso y filosófico que el neoplatonismo, diversos comentarios de la sabiduría de Jesucristo y diferentes enseñanzas del «gnosticismo». Las múltiples relaciones entre los temas y la naturalidad con la que fueron tratados los contenidos muestran, una y otra vez, hasta qué punto la literatura de esa época forma un todo. Cada escrito aborda las grandes preguntas que preocupaban a los buscadores en la época, e intenta darles respuesta.

Los textos conocidos con el título de Corpus Hermeticum fueron reunidos en una obra en la época cultural del imperio bizantino (395 – 1453). Tras mil años de olvido –en Europa Occidental ya no se conocían estos escritos- en 1460 una copia cayó en manos de comerciantes al servicio de Lorenzo de Médicis. Marsilio Ficino, el animador de la recién fundada Academia de Florencia, debió dejar de traducir las obras de Platón para comenzar enseguida las del Corpus Hermeticum en latín, que fue publicado en 1463. Fue reeditado, al menos, veintidós veces en el siglo siguiente, siendo acogido con mucho entusiasmo.

Los libros fueron divididos en diferentes grupos. El Libro I, Poimandres, habla de una revelación de las cosas esenciales hecha a Hermes cuando Poimandres, el Alma-Espíritu, expresión del Espíritu Universal, se le aparece interiormente. Los ocho siguientes libros (del II al IX) se pueden clasificar con el título de Discurso general, son cortos diálogos o textos que transmiten algunos puntos fundamentales de la filosofía hermética. A continuación, el libro X, La Clave, da una breve idea de los textos del Discurso general. Los cuatro siguientes (libros XI a XIV) entran en los aspectos más místicos de la enseñanza de Hermes, El Espíritu habla a Hermes, El Espíritu que lo penetra todo, La conversación secreta en la montaña, y La carta de Hermes a Asclepios sobre la esencia del Todo. El conjunto se termina con los Aforismos. Una Carta de Asclepios al rey Amón, libro XVI, está probablemente compuesta por tres fragmentos de un escrito más largo.

EL DISCURSO GENERAL

«El discurso general», fue añadido en el año 1505 al Corpus Hermeticum, pero es de fecha anterior y nunca se perdió en Europa del Este. Ya en la Antigüedad fue traducido al latín por Lucio Apuleyo (125- 180, Madaura, Numidia, Norte de África). Su escrito más importante es Metamorfosis, muy difundida en la Edad Media con el título El asno de oro. El libro decimoprimero de esa obra contiene una de las mejores descripciones del culto a Isis en el mundo romano.

Agustín de Hipona cita ampliamente a Asclepios en su obra La ciudad de Dios, citas extraídas de la antigua traducción al latín, y en la Edad Media hasta el Renacimiento circulaban muchas copias de este escrito. Desgraciadamente se perdió el original en griego, aunque se encuentran citas de dicha obra en diferentes fuentes antiguas.

IMPORTANCIA DE LOS ESCRITOS HERMÉTICOS EN LA CULTURA EUROPEA

En el mundo de pensamiento filosófico y en los sistemas escolásticos de la Edad Media tardía de Europa, el Corpus Hermeticum cayó como una bomba. Los padres de las iglesias de los primeros siglos post-cristianos, que defendían con largos discursos su propio punto de vista basándose ampliamente en la literatura hermética, estaban convencidos de que Hermes Trismegistos era un sabio de la época de Moisés. También en el Renacimiento se estaba convencido de que el Corpus Hermeticum había influido en el pensamiento judío y griego, porque fragmentos de origen judío y griego aparecieron en textos herméticos.

En consecuencia se deducía que el Corpus Hermeticum sería la sabiduría más antigua de la humanidad. La filosofía hermética fue considerada como la propia tradición de la sabiduría del origen, y fue equiparada a la sabiduría de Egipto, la cual fue nombrada y elogiada en el segundo libro de Moisés, y en el Timaios de Platón. Por esto, la enseñanza de Hermes apoyó a todos aquellos pensadores que intentaban escapar de la mano del verdugo del pensamiento aristotélico –de la escolástica– que amenazaba con asfixiar el libre desarrollo del alma.

Por un lado, las autoridades espirituales de la época leyeron esas obras con diligencia, como el cardenal Patrizzi que se ocupó de que apareciera una edición completa en Ferrara en 1593, declarando muy alto que esperaba ver que esta enseñanza remplazara a la teología aristotélica de Tomas de Aquino en las escuelas y en los monasterios; por otro lado, un hermetista como Giordano Bruno no pudo escapar a una acusación de herejía y murió en la hoguera en 1600.

La enseñanza de Hermes contribuyó a reintroducir el pensamiento mágico en Europa, porque Hermes también fue conocido por otros caminos como la astrología, la alquimia y la magia. Se argumentaba que, como Hermes había sido un personaje histórico, los Padres de la Iglesia le citaban libremente y, sobre todo, se podía probar que estos escritos estaban en concordancia con las principales aserciones de la Iglesia y, por esto, se podría reconocer, sin ninguna duda, la enseñanza hermética como verdad, como autoridad. Las consecuencias son conocidas: los tiempos aún no estaban maduros. Incluso se puede avanzar que la sensibilidad a lo inexplicable de los hombres de los siglos XV y XVI, así como su auténtica receptividad a las doctrinas herméticas liberadoras, fueron más un inconveniente que una ventaja, por lo que enseguida aparecieron reacciones negativas.

Así pudo ocurrir que, en la nueva definición de cristianismo radical durante la Reforma y la Contrarreforma de los siglos XVI y XVII, fuesen quemados seres humanos por su forma de pensar, que dos siglos antes hubiera sido la más alta expresión de devoción y de fe.

A partir del siglo XVII, las concepciones del hermetismo fueron oficialmente relegadas y olvidadas por el público en general. Los racionalistas del Siglo de las Luces, y el rígido protestantismo, ajustaron sus cuentas tratándolas de supersticiones, y, hasta la mitad del último siglo, ningún universitario ha querido comprometerse ocupándose de estos pseudo-neoplatónicos anticristianos.

Pero, no obstante, el hermetismo no ha desaparecido nunca. Con la alquimia, la astrología y la magia, caminos tan desacreditados, Hermes Trismegistos siguió siendo, desde su descubrimiento en el Oeste, en todos los siglos, un punto de referencia en la búsqueda de una filosofía liberadora. Su presencia, en el universo de Jakob Böhme, en las tradiciones de la Rosacruz y de la Francmasonería, fue sacada a la luz por personalidades como H.P. Blavatsky y G.R.S. Mead.

COMO ES ARRIBA ES ABAJO

La Tabla Esmeralda, corazón de la filosofía hermética, contiene la clave de la antigua obra alquímica: «Lo que está abajo es como lo que está arriba». La interpretación podría ser: se exige que lo que está abajo –la naturaleza que sigue sus propios caminos– sea armonizado con lo que está arriba, el Espíritu.

El mundo de la naturaleza y del hombre está desorganizado, ya no es el reflejo de la armonía y de la belleza del Espíritu. Un proceso alquímico hace retroceder la antigua conciencia natural, despertándose completamente una nueva conciencia centrada en el Espíritu. La Tabla Esmeralda describe este proceso: es necesario esforzarse en extraer lo que es sutil de lo que es grosero.

Fuente: Revista Pentagrama, Rosacruz Áurea y La Gnosis Egipcia Original de Jan van Rijckenborgh

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Consciência e Psicoterapia

A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, autoconsciência, senciência, sapiência, e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito pesquisado na filosofia da mente, na psicologia, neurologia e ciência cognitiva.

Alguns filósofos dividem consciência em consciência fenomenal, que é a experiência propriamente dita, e consciência de acesso, que é o processamento das coisas que vivenciamos durante a experiência (Block 2004). Consciência fenomenal é o estado de estar ciente, tal como quando dizemos "estou ciente" e consciência de acesso se refere a estar ciente de algo ou alguma coisa, tal como quando dizemos "estou ciente destas palavras". Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana, por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que perceber-se no mundo, mas ser no mundo e do mundo, para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte.

Etimologia

"Consciência" vem do termo latino conscientia, de consciens, particípio presente de conscire = estar ciente (cum = com, partícula de intensidade e scire = sei). Também encontramos uma possível raiz formada de junção de duas palavras do latim; conscius+sciens: conscius (que sabe bem o que deve fazer) e sciens(conhecimento que se obtém através de leituras; de estudos; instrução e erudição).

Consciência - função alta da mente

Duas abordagens comuns à consciência são aqueles que (1) adotam o "modelo de bloco de construção" do tipo "LEGO", segundo a qual qualquer campo consciente é feita de suas diversas partes, e o (2) "modelo do campo unificado", segundo o qual devemos tentar explicar o caráter unificado de estados subjetivos de consciência.

Modelo de bloco de construção

Função mental de perscrutar o mundo, conforme afirma Steven Pinker, a consciência é a faculdade de segundo momento – ninguém pode ter consciência de alguma coisa (objeto, processo ou situação) no primeiro contato com essa coisa; no máximo se pode referenciá-la com algum registro próximo, o que permite afirmar que a coisa é parecida com essa ou com aquela outra coisa, de domínio.

A consciência, provavelmente, é a estrutura mais complexa que se pode imaginar atualmente.

António Damásio, em O Mistério da consciência, divide a consciência em dois tipos: consciência central e consciência ampliada. Inspirados na tese damasiana, entende-se que a faculdade em pauta é constituída com uma espécie de anatomia, que pode ser dividida, didaticamente, em três partes:

dimensão fonte - onde as coisas acontecem de fato, o aqui agora: o meu ato de escrever e dominar o ambiente e os equipamentos dos quais faço uso, o ato do internauta de ler, compreender a leitura e o ambiente que o envolve a todo os instantes etc. Essa dimensão da consciência não retrocede muito ao passado e, da mesma forma, não avança para o futuro; ela se limita a registrar os atos presentes, com um espaço-tempo (passado/futuro) suficiente para que os momentos (presentes) tenham continuidade.
dimensão processual - amplitude de sistema que abriga expectativas, perspectivas, planos e qualquer registros mental em aberto; aquelas questões que causam ruídos e impulsionam o ser humano à busca de soluções. Essa amplitude de consciência permite observar questões do passado e investigar também um pouco do futuro.
dimensão ampla - região de sistema que, sem ser um dispositivo de memória, alberga os conhecimentos e experiências que uma pessoa incorpora na existência. Todo os conhecimentos do passado e experimentações pela qual o ser atravessou na vida: uma antiga profissão que não se tem mais qualquer habilidade para exercer, guarda registros importantes que servirão como experiência em outras práticas. Qual dimensão processual, esse amplitude da consciência permite examinar o passado e avançar no futuro - tudo dentro de limites impostos pelo próprio desenvolvimento mental do indivíduo.
Além da anatomia de constituição, listada acima, a consciência humana também guarda alguns estados:

Condições de consciência (vigília normal, vigília alterada e sono com sonhos), modos de consciência (passivo, ativo e ausente) e focos de consciência (central, periférico e distante).

Modelo do campo unificado

O modelo do campo unificado é defendido pelo filósofo John Searle

Consciência, autoconsciência e autoconhecimento

Manfred Frank (em "Self-consciousness and Self-knowledge", ver bibliografia abaixo) apresenta a relação entre consciência, autoconsciência e autoconhecimento da seguinte maneira:

Consciência pressupõe autoconsciência. Não há como alguém estar consciente de alguma coisa sem estar consciente de estar consciente dessa coisa.
A autoconsciência é pré-reflexiva. Se a autoconsciência fosse o resultado da reflexão, então só teríamos autoconsciência após termos consciência de alguma coisa que fosse dada à reflexão. Mas isso não pode ser o caso, pois, como dissemos antes, consciência pressupõe autoconsciência. Logo, a autoconsciência é anterior à reflexão.
Autoconsciência e consciência são distintas logicamente, mas funcionam de maneira unitária.
O autoconhecimento—isto é, a consciência reflexiva ou consciência de segunda ordem—pressupõe a consciência pré-reflexiva, isto é, a autoconsciência.
De acordo com o esquema acima, a autoconsciência é o elemento fundamental da consciência. Sem ela não há consciência nem reflexão sobre a consciência.

Definições do Senso Comum

Ação do indivíduo ou grupo sem o intuito ou vigilância da área central de consciência.
Conjunto de processos e/ou fatos que atuam na conduta do indivíduo ou construindo a mesma, mas escapam ao âmbito da ferramenta de leitura e interpretação e não podem, por esta área, ser trazidos a custo de nenhum esforço que possa fazer um agente cujo sistema mental não possui o treinamento adequado. Essas atividades, entretanto, costumam aflorar em sonhos, em atos involuntários (sejam eles corretos e inteligentes ou falhos e inconsistentes) e nos estados alterados de consciência.

Definições concorrentes

Visão determinista: alguns entendem o inconsciente como ações inconscientes baseadas em informações do passado, experienciadas ou noticiadas.
Visão reducionista: o inconsciente é entendido como um neologismo científico reducionista para não explicar ou negar os estados alterados da consciência.

Alterações da consciência

Alterações Normais: sono (é um comportamento e uma fase normal e necessária. Tem duas fases distintas, que são: sono REM -Rapid Eye Movement- e o sono NÃO REM) e sonho (vivências predominantemente visuais classificadas por Freud como um fenômeno psicológico "rico e revelador de desejos e temores")
Alterações patológicas: qualitativas e quantitativas.
Quantitativas:
- Rebaixamento do nível de consciência: compreendido por graus, está dividido em 3 grupos principais: obnubilação da consciência(grau leve a moderado - compreensão dificultada), sopor(incapacidade de ação espontânea) e coma(grau profundo - impossível qualquer atividade voluntária consciente e ausência de qualquer indício de consciência).

- Síndromes psicopatológicas associadas ao rebaixamento do nível de consciência:

Delirium (diferente do "delírio", é uma desorientação tempo espacial com surtos de ansiedade, além de ilusões e/ou alucinações visuais)
Estado onírico (o indivíduo entra em um estado semelhante a um sonho muito vívido; estado decorrente de psicoses tóxicas, síndromes de abstinência a drogas e quadros febris tóxico-infecciosos)
Amência (excitação psicomotora, incoerência do pensamento, perplexidade e sintomas alucinatórios oniroides)
Síndrome do cativeiro (a destruição da base da ponte promove uma paralisia total dos nervos cranianos baixos e dos membros)
Qualitativas:
Estados crepusculares (surge e desaparece de forma abrupta e tem duração variável - de poucas horas a algumas semanas)
Dissociação da consciência (perda da unidade psíquica comum do ser humano, na qual o indivíduo "desliga" da realidade para parar de sofrer)
Transe: (espécie de sonho acordado com a presença de atividade motora automática e estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários)
Estado hipnótico (técnica refinada de concentração da atenção e de alteração induzida do estado da consciência)

Psicoterapia

A psicoterapia (do grego psykhē - mente, e therapeuein - curar; primeira referência ca. 1890) é um tipo de terapia cuja finalidade é tratar os problemas psicológicos, tais como depressão, ansiedade, dificuldades de relacionamento, entre outros problemas de saúde mental. É um processo dialético efetuado entre um profissional, o psicoterapeuta - que pode ser psicólogo ou psiquiatra - , e o cliente ou paciente (ver também: médico psicólogo).

Por ser uma área da saúde mental, a psicoterapia é a principal linha de tratamento para qualquer assunto referente ao psiquismo. Para isso, propõem intervenções psicológicas, cujos objetivos centrais são:

restabelecer o funcionamento psíquico ótimo do paciente;
permitir que o paciente compreenda as causas do que lhe acomete, para que possa encontrar recursos psíquicos para lidar com suas dificuldades, problemas etc;
desenvolver meios de agir no mundo, redefinindo seus traços de personalidade.
solucionar problemas pontuais, que o afligem, bem como observar questões de cunho mais existencial.

Características

Como todas as formas de intervenção em psicologia clínica e medicina (psiquiatria), a psicoterapia:

É executada por profissionais licenciados, junto ao conselhos de psicologia, para prover tratamentos aos distúrbios e transtornos mentais, melhorar o auto conhecimento, melhorar a convicção nas decisões do cotidiano, caminhar em busca da autonomia existencial, entre outras. As modalidades possíveis são: psicoterapia extensa, psicoterapia breve e aconselhamento psicológico clínico. Outros profissionais podem prover apenas aconselhamento não clínico;
é comumente precedida de um psicodiagnóstico, sendo a definição do diagnóstico, apresentada em codificação internacional, sendo utilizada preferencialmente a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde-10 da Organização Mundial da Saúde, por se tratar de uma linguagem comum entre profissionais de saúde. Em situações de crise, como no luto ou na perda de um emprego, procede-se a uma entrevista inicial, que pode durar até no máximo três sessões, para que se verifique a demanda e a queixa do paciente;
é um tratamento efetuado em ambiente clínico através de consultas de 50 minutos (normalmente 1 vez por semana), porém a gravidade do paciente pode determinar um número maior de sessões, tendo o profissional autoridade para isto;
usa exames, testes e técnicas psicológicas para atingir o objetivo, que varia desde a cura, passando pela diminuição do sofrimento (distresse, burn-out, crises de raiva etc.), restabelecimento de uma capacidade perdida, e até a compreensão de si mesmo. Neste caso, as técnicas e testes usados são determinados pela formação de origem do profissional - medicina ou psicologia -, lembrando que testes psicológicos são de uso exclusivo de psicólogos, regulamentados por leis federais no Brasil, podendo o profissional não psicólogo, que os usar, sofrer processo por exercício ilegal da profissão.
baseia-se no corpo teórico-científico das ciências psicológicas, que fazem parte das neurociências;
é aplicado em um determinado contexto formal (individual, casal, grupal, individual com a presença de familiares, mediação de conflitos, de acordo com a indicação).
Em linguagem técnica, o termo "psicologia" refere-se à ciência e "psicoterapia" ao uso clínico do conhecimento obtido por ela. Da mesma forma, costuma haver confusão entre os termos "psicoterapia" e "psicanálise": enquanto psicoterapia refere-se ao trabalho psicoterapêutico baseado no corpo teórico da ciência da psicologia como um todo, psicanálise refere-se exclusivamente ao trabalho baseado nas teorias oriundas do trabalho de Sigmund Freud; "psicoterapia" é, assim, um termo mais abrangente, englobando todas as linhas teóricas-científicas (com métodos e resultados) da psicologia moderna.

Estrutura básica da psicoterapia

Os vários tipos de psicoterapia, em todas as suas diferentes formas e métodos, possuem uma série de características em comum. Somente tendo em mente tais características, se pode compreender o funcionamento da psicoterapia em geral e as qualidades que definem cada uma das diferentes escolas.

Orlinsky e Howard procuraram descrever a interação dinâmica dos diferentes fatores que influenciam a psicoterapia, independentemente da linha específica. Primeiramente, as condições da terapia são organizadas por certas circunstâncias sociais que determinam, por um lado, a oferta de terapeutas, as instituições que oferecem terapia, o acesso (físico e financeiro) da população (estrutura do sistema de saúde), e, por outro, a formação dos psicoterapeutas e a aceitação de terapia por parte da população (fatores socioculturais). Sobre esse pano de fundo, filtrado pela presença de outras partes interessadas (pais, família, supervisores etc.), se desenrola, então, o processo terapêutico: entre o terapeuta e o paciente (em determinadas escolas, chamado cliente), cada um dos quais possuindo determinadas características profissionais e de personalidade, se fecha um contrato terapêutico, que define as regras do trabalho terapêutico para ambas as partes. Dois elementos, a técnica terapêutica e o relacionamento terapêutico, representam a base de trabalho e são ambas influenciadas por atributos tanto do terapeuta como do paciente. O trabalho técnico do terapeuta, por outro lado, só poderá dar frutos se o paciente mostrar abertura a esse trabalho. Os efeitos da terapia se apresentam em diferentes níveis, tanto em relação aos padrões de funcionamento do indivíduo quanto em relação a seus relacionamentos interpessoais.

Efetividade da psicoterapia

A disciplina que se dedica ao estudo - desenvolvimento, avaliação, melhoramento, explicação teórica - da psicoterapia é a pesquisa psicoterapêutica (Psychotherapieforschung). A pesquisa empírica (ou seja, usando métodos científicos) sobre a psicoterapia começou nos anos 1950, depois de o psicólogo britânico Hans Eysenk (1952) ter afirmado que psicoterapia não tinha efeito nenhum, ou seja, que era melhor ficar em casa do que buscar um terapeuta. Essa afirmação de Eysenk, de que ele próprio mais tarde (1993) se distanciou, foi o impulso necessário, para que a busca de uma compreensão mais aprofundada do processo terapêutico começasse.

A pesquisa dos efeitos da psicoterapia, baseada nos padrões da pesquisa farmacêutica, busca diferenciar o efeito da terapia em si, por um lado, e o efeito placebo (ou seja, a melhora nos sintomas devido à expectativa do paciente, e não à terapia em si) e a remissão espontânea (ou seja, a cura dos sintomas por si sós), por outro lado. Uma resposta à questão do efeito da psicoterapia não se dá no entanto, com apenas meia dúzia de estudos; pelo contrário, são necessários muitos deles, que são então reunidos em uma meta-análise, ou seja, um estudo que reúne e resume um grande número de estudos. Com base em várias meta-análises, pode-se afirmar, hoje, que a psicoterapia, pelo menos em suas formas tradicionais, é realmente efetiva - ou seja, tem efeitos mais fortes sobre a saúde psíquica do que o efeito placebo e a remissão espontânea. Cabe, no entanto, observar, com Klaus Grawe (1998), que a questão do efeito placebo se apresenta de maneira diferente em psicoterapia e em farmácia, pois, enquanto, nesta, se trata de um efeito indesejável (se quer de fato que o medicamento funcione por si mesmo), em psicoterapia trata-se de um forte efeito psicológico, que deve ser compreendido e que pode ser utilizado como parte da própria terapia.

O funcionamento da psicoterapia

Uma vez confirmado o efeito positivo da psicoterapia sobre a saúde mental dos pacientes, a pesquisa empírica começou a voltar a sua atenção a uma pergunta muito mais difícil de ser respondida: como, com que mecanismos, é que ela funciona?

Fases de mudança do paciente

O processo terapêutico começa, para o paciente, antes da terapia em si e termina somente muito depois de sua conclusão formal. Prochaska, DiClemente e Norcross (1992) propuseram um modelo em seis fases que descreve esse processo:

Fase "pré-contemplativa" (precontemplation stage): é a fase da despreocupação. O paciente não tem consciência de seu problema e não tem a intenção de modificar o seu comportamento - apesar de as pessoas a sua volta estarem cientes do problema. Nesta fase, os pacientes só procuram terapia se obrigados;
Fase "contemplativa" (contemplation stage): é a fase da tomada de consciência. O paciente se dá conta dos problemas existentes, mas não sabe ainda como reagir. Ele ainda não está preparado para uma terapia: está ainda pesando os prós e os contras;
Fase de preparação (preparation): é a fase da tomada de decisão. O paciente se decide pela terapia - nesta fase, o meio social pode desempenhar um papel muito importante;
Fase da ação (action): o paciente investe - tempo, dinheiro, esforço - na mudança. É a fase do trabalho terapêutico propriamente dito;
Fase da manutenção (maintenance): é a fase imediatamente após o fim da terapia. O paciente investe na manutenção dos resultados obtidos por meio da terapia e introduz as mudanças no seu dia a dia;
Fase da estabilidade (termination): é a fase da cura. Nesta fase, o paciente solucionou o seu problema e o risco de uma recaída não é maior do que o risco de outra pessoa para esse transtorno específico.
De acordo com o desenvolvimento do paciente através das diferentes fases, se classificam quatro tipos de progressão: (1) o transcurso estável, em que o paciente se estagna em uma fase; (2) o transcurso progressivo, em que o paciente se movimenta de uma fase para a próxima; (3) o transcurso regressivo, em que o paciente se movimenta para uma fase em que já esteve, e (4) o transcurso circular (recycling), em que o paciente muda a direção do movimento pelo menos duas vezes.

Fases da terapia

A terapia em si se desenvolve em quatro fases consecutivas, cada qual com objetivos próprios:

Definição do diagnóstico, por médico ou psicólogo (ambos têm habilitação para isto): decisão que define a prescrição terapêutica a ser desenvolvida (medicamentosa, que é exclusiva do psiquiatra no Brasil; psicoterápica, permitida a ambos os profissionais, médico ou psicólogo; e psicodiagnóstico, exclusivo do psicólogo no Brasil);
Estabelecimento de um contrato de trabalho verbal: Promoção de um relacionamento terapêutico e trabalho de clarificação do problema: a estruturação dos papéis (terapeuta e paciente), desenvolvimento de uma expectativa de sucesso, promoção do relacionamento entre paciente e terapeuta, transmissão de um modelo etiológico do problema;
Desenvolvimento do trabalho psicoterapêutico: no que se refere às abordagens teóricas: aquisição de novas competências (terapia cognitivo-comportamental), análise e experiência de padrões de relacionamento (psicanálise), reestruturação da autoimagem (terapia centrada na pessoa), mas é preciso observar que, particularmente na psicologia, existem as especialidades psicológicas, que se sobrepõem às abordagens, como psicologia do organizacional ou do trabalho, psicologia do trânsito (inclui porte de armas), psicologia clínica, neuropsicologia, emergência e urgência psicológicas (ainda não reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia, mas plenamente operante no Brasil), psicologia hospitalar etc.;
Avaliação: verificação do atingimento dos objetivos propostos, estabilização dos resultados alcançados, fim formal da terapia e da relação paciente-terapeuta.
As decisões tomadas na fase 1 não devem necessariamente permanecer imutáveis até o fim da terapia. Pelo contrário, o terapeuta deve estar atento a mudanças no paciente, a fim de adaptar seu métodos e suas decisões de trabalho à situação do paciente, que nem sempre é clara no começo da terapia. A isso, se dá o nome de indicação adaptável.

Mecanismos de mudança em psicoterapia

Vários autores se dedicaram à questão do funcionamento da psicoterapia: o que é que leva à mudança no paciente.

K. Grawe (2005) descreve cinco mecanismos básicos de mudança (Grundmechanismen der Veränderung) comuns a todas as escolas psicoterapêuticas:

Relacionamento terapêutico (therapeutische Beziehung): a qualidade do resultado de uma terapia é, em grande parte, influenciada pela qualidade do relacionamento entre o terapeuta e o paciente.
Ativação de recursos (Ressourcenaktivierung): a psicoterapia auxilia o paciente a mobilizar a força interna que ele possui para realizar a mudança necessária e estabilizá-la.
Atualização do problema (Problemaktualisierung): a psicoterapia expõe o paciente ao seu padrão normal de comportamento, como modo de tornar esses padrões conscientes e, assim, modificáveis. Exemplos são o trabalho com meios teatrais, como no psicodrama; os treinamentos de competências sociais, que podem ser contados como parte integrante da terapia comportamental; a técnica de focusing de Gendlin, e o trabalho com transferência e contratransferência, típico da psicanálise e de outras escolas psicodinâmicas;
Esclarecimento motivacional (Motivationale Klärung) ou Clarificação e transformação de interpretações (Klärung und Veränderung der Bedeutungen): a psicoterapia auxilia a clarificação de ambiguidades e obscuridades na experiência pessoal do paciente, ajudando-o a encontrar um sentido para aquilo que ele experiencia. Exemplos são os métodos de clarificação típicos da terapia centrada no cliente e os métodos de reestruturação cognitiva da terapia cognitiva;
Competência na superação dos problemas (Problembewältigung): a psicoterapia capacita o paciente a adquirir a capacidade de adaptação à realidade psíquica e social, capacidade esta que costuma estar ausente nos transtornos psíquicos. Exemplo típico de métodos que usam esse mecanismo de maneira explícita são os métodos de exposição, comuns à terapia comportamental;
Uma outra abordagem do problema oferecem Prochaska et al. (1992), ao descreverem dez processos de mudança diferentes. Tais processos são definidos como atividades e experiências pessoais que o paciente, de maneira direta ou indireta, realiza na tentativa de modificar seu comportamento problemático. Esses processos são: (1) Autoexploração ou autorreflexão (conscious raising), ou seja, o paciente procura se conhecer melhor, o que leva a uma (2) autorreavaliação, (3) autolibertação da convicção de que uma mudança não é possível, (4) contracondicionamento, ou seja, a substituição do comportamento problemático por outro, mais adequado, (5) controle dos estímulos, ou seja, o evitar ou combater estímulos que levam ao comportamento problemático, (6) Administração de reforços, ou seja, o paciente se dá uma recompensa cada vez em que se comporta da maneira desejada (ver condicionamento operante), (7) relacionamentos auxiliadores, ou seja, o paciente se abre à possibilidade de falar sobre seus problemas com uma pessoa de confiança (de maneira especial, o terapeuta), (8) alívio emocional através da expressão de sentimentos em relação ao problema e às suas soluções, (9) reavaliação ambiental, ou seja, o paciente percebe como o seu problema provoca estresse não apenas para si mas também para as pessoas à sua volta, e (10) libertação social, ou seja, o paciente realiza gestos construtivos para seu ambiente social (família, amigos, sociedade em geral).

Em seu modelo transteórico da psicoterapia, Prochaska et al. (1992) unem os processos acima descritos a seu modelo das fases de mudança (ver acima): os diferentes processos estão intimamente relacionados às diferentes fases e determinados processos são completamente inócuos se realizados em uma fase inadequada.

Efeitos da psicoterapia

Ainda sob um ponto de vista geral, ou seja, comum a todas as escolas psicoterapêuticas, os efeitos da psicoterapia podem ser analisados sob dois aspectos:

O aspecto processual, isto é, que se refere ao trabalho terapêutico em si. Aqui, podem se observar os seguintes efeitos: o fortalecimento do relacionamento terapêutico, a intensificação da expectativa de sucesso do paciente, sensibilização do paciente a fatores que ameaçam sua estabilidade psíquica, um mais profundo conhecimento de si mesmo (autoexploração) e a possibilidade de novas experiências pessoais.
O aspecto final, isto, que se refere às consequências da terapia na vida do paciente. Aqui, se diferenciam os microefeitos dos macroefeitos. Os microefeitos referem-se aos pequenos progressos que acontecem durante a terapia, entre as sessões: o paciente experiencia novas situações, emoções, novas facetas de si, novas formas de comportamento. Já os macroefeitos dizem respeito às consequências a longo prazo e às mudanças mais profundas, relacionadas às estruturas mais centrais da personalidade e do funcionamento psíquico: a pessoa adquire novas posturas em relação a si mesma e aos demais, adquire novas capacidades e competências. Sobretudo, uma terapia realizada com sucesso conduz a um aumento da autoeficácia (self-efficacy), ou seja, da convicção do paciente de ser capaz de lidar com os problemas que o faziam sofrer, o que leva a um aumento da autoestima. Outros efeitos são ainda uma compreensão maior dos problemas que afligem o paciente e da história de vida, que conduziu a eles.
Tanto os micro como os macroefeitos se podem dar em três níveis: (1) melhora do bem-estar, (2) modificação dos sintomas e (3) modificação da estrutura da personalidade. Mudanças na estrutura da personalidade só são possíveis depois de uma melhora do bem-estar e dos sintomas.

Tipos de psicoterapia

Apesar de terem tanto em comum, os diferentes tipos de psicoterapia se diferenciam na ênfase que dão em cada um desses aspectos comuns. Antes de serem concorrentes, os diferentes tipos de psicoterapia possibilitam uma maior adaptabilidade do tratamento às características individuais do paciente e podem ser classificados sob diversos pontos de vista:

Classificações sob aspectos formais

De acordo com o número de pessoas: psicoterapia individual, de casal, familiar ou de grupo;
De acordo com a duração: terapias curtas (ca. 6-15 sessões) e longas (até três ou mais anos);
De acordo com o setting (contexto): online ou pessoalmente;
De acordo com a delegação do "poder terapêutico": terapias diretivas (power to the terapist), em que o terapeuta trabalha com apenas um paciente; terapias de mediação (power to the mediator), em que o auxílio não é direcionado ao paciente diretamente, mas a pessoas relevantes para ele (pais, parceiro etc.); grupos de autoajuda (power to the person), em que pessoas com os mesmos problemas procuram, juntas, se ajudar mutuamente na superação do problema;
Alguns métodos têm por objetivo mudanças intrapessoais (nas funções psíquicas do indivíduo), outros têm por fim mudanças em sistemas interpessoais disfuncionais (pares, famílias, grupos de trabalho…);
De acordo com o fim da terapia: alguns tipos de psicoterapia têm, por fim, a superação de um problema (problembewältigungsorientiert); outras, objetivam uma clarificação dos motivos e objetivos pessoais do paciente (motivational-klärungsorientiert); por fim, outras buscam enfatizar as potencialidades do paciente, dando atenção mais às partes saudáveis da pessoa.

Classificação de acordo com a perspectiva teórica

M. Perrez e U. Baumann (2004),[2] baseados em trabalhos anteriores, classificam quatro grande famílias psicoterapêuticas:

Psicoterapias psicodinâmicas: explicam os problemas psíquicos com base em conflitos inconscientes originados na infância e seu objetivo é superação de tais conflitos. Para isso elas procuram compreender o presente a partir do passado e trabalham com métodos interpretativos. Objetos de interpretação podem ser as livres-associações, os fenômenos transferenciais, os atos falhos, os sonhos etc.

Psicoterapias cognitivo-comportamentais: explicam os transtornos mentais baseadas na história de aprendizado do indivíduo e nas interações dele com seu meio, e têm por objetivo o restabelecimento das competências do paciente de controlar seu comportamento e de influenciar suas emoções e percepções. Apesar de também ter um olho voltado para o passado, este grupo de terapias se concentra sobretudo no presente e trabalha com métodos como treinamentos, condicionamento operante, habituação, reestruturação cognitiva, o diálogo socrático, métodos psicofisiológicos, entre outros.

Psicoterapias existencial-humanistas: Esse tipo de terapia parte do princípio de que todo ser humano possui em si uma força interna que, se não for impedida por influência externa, o conduz à sua plena realização. Elas explicam assim os transtornos psíquicos como fruto da incongruência entre a autoimagem e a experiência pessoal e buscam fomentar as forças de autorrealização (selfatualisation) do indivíduo. Esse grupo de terapias se concentra na experiência atual da pessoa e procuram métodos de trabalho que possibilitem ao cliente (como é chamado por elas a pessoa que busca a terapia) desenvolver-se de maneira congruente a suas necessidades.

Psicoterapias orientadas na comunicação: consideram os transtornos do comportamento como expressão de estruturas de comunicação disfuncionais e buscam uma reorganização de tais estruturas ou a formação de novas, mais construtivas. Também tais terapias preocupam-se sobretudo com a situação presente e trabalham com métodos que possam gerar novas formas de compreensão da realidade e de si mesmo.

Essa classificação, apesar de possibilitar uma visão geral da área da psicoterapia, é no entanto muito genérica para englobar todas as formas existentes, sobretudo porque muitas são formas híbridas, que juntam em si elementos de diferentes tendências.

A página anexa Lista de psicoterapias oferece uma lista de diferentes tipos de psicoterapia e conduz aos respectivos artigos,

Abordagens transteóricas

Apesar de toda a complementariedade das diferentes escolas e linhas da psicoterapia - e apesar de muitos psicoterapeutas fazerem usos de ideias e técnicas de diferentes linhas - a relação entre elas está longe de ser amigável. As escolas psicodinâmicas e existencial-humanistas são muitas vezes atacadas por não serem suficientemente empiricamente fundamentadas enquanto as cognitivo-comportamentais são acusadas de serem mecânicas, cansativas e superficiais. A tentativa de proporcionar à prática psicoterapêutica uma base comum é feita por diferentes autores de diferentes maneiras:

Integração: é a busca de uma unificação da base teórica das diferentes escolas (Arkowitz, 1992).
Ecletismo: é uma posição mais prática. O objetivo é reunir os elementos efetivos das diferentes escolas, sem levar em conta possíveis diferenças teóricas.
A busca de variáveis transteóricas, que são os fatores comuns a todas as escolas, mas que recebem em cada uma delas um papel mais ou menos central. Ver acima "Mecanismos de mudança em psicoterapia".
A busca de uma psicoterapia geral (allgemeine Psychotherapie, Grawe et al., 1997[13]), que é a formação de uma estrutura teórica básica, que oferece uma possibilidade de localizar e descrever as diferentes escolas.
No curso de graduação de medicina, existe uma cadeira que estuda a contribuição da Psicologia nas doenças, e nos processos de recuperação da saúde, a qual dá-se o nome de Psicologia Médica.
Ainda não existe uma teoria geral que abarque todas as formas de psicoterapia. A moderna psicoterapia é um sistema aberto que tem ainda muito a se desenvolver por meio da pesquisa científica. Um importante papel na pesquisa atual desempenham os tratamentos voltados para transtornos específicos e não terapias genéricas. Exemplos de trabalhos transteóricos podem ser encontrados em diferentes novas abordagens de terceira geração da terapia comportamental bem como em grupos de pesquisa em diferentes países europeus, entre eles a Suíça.

Serviços psicológicos realizados por meios tecnológicos de comunicação a distância

No Brasil, a Resolução CFP nº 012/2005 limita a psicoterapia por computador a experimentos de pesquisa gratuitos, sendo, portanto, uma prática profissional proibida ao psicólogo. Porém, é permitido utilizar e-mails e outros recursos da internet de forma acessória ao tratamento, desde que respeitando questões éticas como confidencialidade e autenticidade. É permitida a utilização de testes psicológicos virtuais aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e de serviços de orientação psicológica e afetivo-sexual, orientação profissional, orientação de aprendizagem e escolar, desde que adequadamente cadastrados, administrados por psicólogo regulamentado e fiscalizados pelo CFP conforme as resoluções profissionais. Esta resolução foi substituída por uma de 2012, que expande estes serviços para até 20 sessões de orientação psicológica on-line (psicoeducação), podendo-se incluir sessões de aconselhamento clínico, mas não de psicoterapia. Para tanto, o profissional de psicologia deve cadastrar seu site junto ao CFP.

Bibliografia

Asendorpf, Jens B. (2004). Psychologie der Persönlichkeit (3. Aufl.). Berlin: Springer. ISBN 978-3-540-71684-6
Associazione svizzera degli psicoterapeuti (2010), Scienze psicoterapeutiche (SPT) - Rapporto sulle possibilità di sviluppo di un curriculum di studi indipendente in SPT e di un concetto integrale per la formazione professionale scientifica, Zurigo. Cfr. www.psychotherapie.ch.
Grawe, Klaus; Donati, Ruth & Bernauer, Friederike (1997). Psychotherapy in Transition: From Speculation to Science. Göttingen: Hogrefe. ISBN 0-88937-149-0 (Original: Grawe et. al., 1994. Psychotherapie im Wandel. Von der Konfession zu der Profession. Göttingen: Hogrefe.)
Grawe, Klaus (1998). Psychologische Therapie. Göttingen: Hogrefe. ISBN 3-8017-0978-7
Sachse, Rainer (2003). Klärungsorientierte Psychotherapie. Göttingen: Hogrefe. ISBN 3-8017-1643-0
Leahy, Robert L. (2007). Techniken kognitiver Therapie: ein Handbuch für Praktiker. Paderborn: Junfermann. ISBN 978-3-87387-661-3 (Original: Leahy, R. L. (2003). Cognitive therapy techniques - A practioner's guide. New York: Guilford Publications. ISBN 1-57230-905-9)
Perrez, Meinrad & Baumann, Urs (2005). Lehrbuch klinische Psychologie - Psychotherapie. Bern: Huber. ISBN 3-456-84241-4
Sachse, Rainer (2005). Von der Gesprächspsychotherapie zur Klärungsorientierten Psychotherapie: Kritik und Weiterentwicklung eines Therapiekonzeptes. Lengerich: Pabst Science Publ. ISBN 3-89967-212-7

Taumaturgia

  Taumaturgia (do grego θαύμα, thaûma, "milagre" ou "maravilha" e έργον, érgon, "trabalho") é a suposta capaci...