segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz


Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz (título original: Die Chymische Hochzeit Christiani Rosencreutz. Anno 1459) é o terceiro dos manifestos que deram publicidade à Ordem Rosacruz no início do século XVII.


Manifestos Rosacruzes:


1614 - Fama Fraternitatis

1615 - Confessio Fraternitatis

1616 - Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz

Trata-se de um manifesto rosacruciano publicado em 1616 na cidade alemã de Estrasburgo (anexada à França em 1681). Sua autoria é originalmente desconhecida, tendo sido publicado por Lazarus Zetzner sem menção ao nome do autor. Mais tarde, em sua autobiografia, Johannes Valentinus Andreae (1586–1654) reivindicou tê-lo escrito em 1604. Sua versão em inglês foi publicada em 1690 pela editora Foxcroft, datando a tradução francesa somente de 1928. As traduções para a língua portuguesa começaram com Jan van Rijckenborgh, apresentando sua análise dos aspectos simbólicos presentes na obra. Outra tradução mais moderna para o português surgiu em 2016, por Tereno Telúrio Tertuliano (provavelmente pseudônimo), obtida diretamente do texto original em alemão.[1]


A ação se situa em 1459, “em uma noite antes do dia da Páscoa”, durante os preparativos e meditações do autor/protagonista, Christian Rosenkreuz (CRC), que inusitadamente recebe, por um anjo, o convite para comparecer à festa de núpcias do Rei e da Rainha. O texto é alegórico, poético e satírico, seguindo a tradição dos grandes textos alquímicos, narrando em primeira pessoa as experiências de CRC nos sete dias que se seguem ao convite, culminando com sua instalação como Cavaleiro da Pedra Dourada. Curiosamente, foi na Páscoa de 1459 que a Constituição dos Francomaçons de Estraburgo foi primeiramente assinada, em Regensburg, com uma segunda assinatura pouco depois em Estrasburgo. Essa data se aproxima também da data de impressão da Bíblia de Gutemberg, que começou a ser impressa em Mainz, Alemanha, em 1455, e da primeira Bíblia em alemão, a Bíblia de Mentel, concluída em Estrasburgo em 1466. A obra foi majoritariamente escrita em alemão, contendo ainda trechos em latim e termos latinizados. Nas marginálias ainda se encontram vez ou outra termos em grego e símbolos alquímicos.


A folha de rosto original indica seu conteúdo codificado e esotérico pela inscrição:


"Arcanos publicados de valor; e em favor dos profanos perdidos. Logo: não atira Pérolas a porcos, ou deita rosas a um Burro."


(Arcana publicata vileſcunt; & gratiam prophanata amittunt. Ergo: ne Margaritas obijce porcis, ſeu Aſino ſubſterne roſas.)


De uma grande qualidade literária, esta obra se presta a numerosas interpretações. Ali se revelam aspectos alquímicos, teológicos, astrológicos, alegóricos, psicológicos, espirituais, numerológicos, herméticos e cabalísticos que revelam interesse pela matemática, mecânica, magia e pansofia, de sorte que este manifesto tem sido fonte de inspiração para poetas e alquimistas (os quais têm por objetivo o "Casamento Sagrado") através da força de seu ritual de iniciação envolvendo procissões, enigmas, purificações, morte, ressurreição e ascensão, bem como por causa de seu simbolismo, encontrado desde o início do texto, com no convite para assistir às Bodas Reais. Este convite contém a Mônada Hieroglífica (ou Monas Hieroglyphica), associada a John Dee.


Existem diversas semelhanças nesta alegoria alquímica com passagens bíblicas, como as que fazem referência ao convite para a festa no castelo:


"O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho." (Mateus 22:2)


Parágrafo Inicial

A estória segue-se exatamente à Páscoa e aos sete dias de pães ázimos. As instruções para o ritual da Páscoa no livro de Êxodo (Êx.12:15) também podem ser encontradas em detalhes nos livros Levítico, Números e Deuteronômio. O abate e o preparo do cordeiro pascal ocorrem na noite anterior. Do mesmo modo, as Núpcias Alquímicas começam à véspera da Páscoa, com CRC sentado à mesa com seu cordeiro pascal e seu pão ázimo. Isso poderia indicar que CRC fosse judeu. Entretanto, as palavras "Pai das Luzes" são curiosamente empregadas no primeiro parágrafo, não sendo este um nome ou título de Deus tradicionalmente empregado pelos judeus. Na verdade, a expressão "Pai das Luzes" somente aparece uma vez na Bíblia, no Novo Testamento.


Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das Luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade. (Epístola de Tiago I, 17)

Essa evidência ajuda a reforçar a ideia do viés cristão de seu autor, explicitado mesmo na escolha do nome do protagonista.


Segue um trecho do primeiro parágrafo, o qual é acompanhado por uma nota marginal contendo a palavra Meditatio (do latim, meditação):


"Em uma noite antes do Dia da Páscoa, eu me sentei a uma mesa e, tendo (como era de meu costume) em minha humilde oração suficientemente conversado com meu Criador e refletido sobre muitos grandes mistérios (os quais sua Majestade, o Pai das Luzes, tem me deixado ver não poucos), e estando agora pronto para preparar no meu coração, juntamente com meu amado Cordeiro Pascal, um pequeno e imaculado pão ázimo, muito subitamente surgiu uma horrível tempestade, de modo que eu não pensei outra coisa, senão que a colina sobre a qual minha pequena casa estava fundada devesse explodir com grande violência."


Resumo da Obra

Dia 1.

O Convite

As "Núpcias" se iniciam à véspera da Páscoa, momento em que CRC recebe um convite de uma "belíssima menina, cujas vestes eram totalmente azuis com estrelas douradas, como se graciosamente deslocadas do Céu", e com "grandes e lindas asas repletas de olhos, em toda a extensão e mesmo através". Essa virgem lhe entrega uma pequena carta informando sobre o convite para as Bodas Reais, mas também advertindo para os riscos de se apresentar sem haver-se suficientemente preparado.


O Primeiro Sonho de CRC

Depois de fervorosa prece e rogo pela aparição de seu bom anjo, CRC adormece e tem um sonho. Ao fundo de uma torre profunda e obscura, juntamente com outras pessoas acorrentadas e lutando umas contra as outras, ele descreve os vãos esforços da humanidade em sua ignorância e desespero. A cobertura da torre é elevada, mas o mínimo raio de luz que se infiltre só torna a realidade mais insuportável e caótica. Uma corda é lançada por sete vezes e todos se digladiam para serem libertados. CRC é erguido e liberado na sexta vez que a corda desce, mas é obrigado a ajudar a retirar o último grupo, apesar de suas graves feridas.


Seus salvadores lamentam não poderem salvar a todos e lhe presenteiam com uma insígnia dourada contendo a inscrição D.L.S (Deus Lux Solis, ou Deus Laus Semper: Deus Luz do Sol, ou Deus seja eternamente louvado).


Depois de desperto, CRC deixa sua choupana pleno de esperança e alegria e se coloca em caminho na direção da montanha onde deveriam ocorrer as Núpcias.


Dia 2.

Os Quatro Caminhos

CRC avista três altos cedros e se dirige a eles para descansar a sua sombra. Sobre um deles estava afixada a tabuleta com orientações do Noivo sobre os quatro caminhos que levam às Núpcias.


"O primeiro é curto, mas perigoso, e te conduzirá em vários penedos, através dos quais mal poderás passar."

"O segundo é mais longo e ainda te conduz em círculos; não leva muito longe; ele é plano e fácil, se pela ajuda do Magneto tu não te desviares, nem para a direita, nem para a esquerda." 

"O terceiro é um verdadeiro caminho Real, que, através de variadas delícias e espetáculos de nosso Rei, proporciona-te uma jucunda jornada; mas a esse até agora dificilmente um dentre mil se lançou." 

"Pelo quarto, nenhum homem alcançará o Real, pois é uma via muito exigente, conveniente apenas aos corpos incorruptíveis." 

Diz o texto que CRC deve escolher o caminho que deseja seguir e não mais retornar, sob risco de vida caso tente retroceder. Na tentativa de proteger uma pomba (símbolo da alma/anima) do ataque de um corvo, ele acaba entrando sem consideração em seu caminho predestinado, o segundo, de acordo com nota marginal. Na ocasião, ele deixa seu pão para trás.


No Castelo das Núpcias

Depois de atravessar dois portais, comprando de seus guardiões duas insígnias por sal e água, CRC finalmente chega ao castelo e descobre uma grande quantidade de convidados, os quais em sua maioria, ridicularizam e zombam de sua piedade. A grande decepção de CRC é interrompida pela entrada da uma "belíssima Virgem, trazida em um glorioso e triunfante trono dourado que se movia por si mesmo". A Virgem anuncia que no dia seguinte haverá a aferição dos pesos dos Artistas (palavra usada no sentido de alquimistas, no caso, os convidados). Aqueles que não passassem pelo teste da balança seriam expulsos com humilhação, mas aqueles que espontaneamente se reconhecessem indignos seriam liberados sem culpa.


O Segundo Sonho de CRC

Tendo se reconhecido indigno, CRC é amarrado com outros voluntários e deixado para pernoitar em um canto do salão, enquanto aqueles que se submeteriam ao teste foram recolhidos em câmaras confortáveis. Durante o sono, CRC sonhou com uma multidão de pessoas presas ao céu por pequenos fios, vindo voando um velho senhor com uma tesoura a cortar-lhes os fios. Quem muito se elevou teve uma queda mais sofrida.


Dia 3.

A Preparação do Julgamento

CRC e seus companheiros se preparam para observar a prova. Todos são confrontados com 7 pesos de tamanhos diferentes sobre uma balança de ouro colocada no meio do salão. Sete companhias de guardas são formadas para receber aqueles que fracassassem na prova, de acordo com o peso que não suportassem.


A Balança dos Artistas

Primeiramente foram submetidos à balança os imperadores e nobres, que resistiram a algum peso em particular, ou a vários, mas raros foram os que chegaram ao termo da prova resistindo a todos os pesos. Depois vieram os sábios, os falsificadores, os fabricantes de pedras filosofais e todos que abusaram da ignorância do povo. Todos os reprovados foram expulsos da balança sob pontapés, vaias e zombaria, sendo conduzidos como prisioneiros para a companhia respectiva.


Ao final, foi proposto que os voluntários que espontaneamente se reconheceram indignos também fossem provados, sem risco de vida, apenas por diversão. CRC triunfa sobre todos os pesos, suportando adicionalmente o peso de mais três guardas que se penduraram na balança. Com isso, ele foi liberado e teve ainda o direito de libertar mais um prisioneiro a sua escolha.


Jantar

Os aprovados formam uma comissão, tendo a Virgem por presidente, para definir a forma de execução dos réprobos. Depois das deliberações, estes são exaltados em um jantar solene, durante o qual recebem diversos presentes por parte do Noivo.


Execução dos Réprobos

Os numerosos reprovados são conduzidos para o jardim onde cada um é tratado de acordo com seu demérito. O espetáculo sangrento é encerrado com a entrada de um Unicórnio que reverencia o Leão.


Passeio pelo Castelo

Os legítimos convidados são conduzidos por pajens para diversas partes do castelo, segundo o desejo de cada um. CRC visita primeiramente o sepulcro e a biblioteca, onde encontra sinais de grande conhecimento. No entanto, deve guardar segredo de tudo, pois é posteriormente advertido de que aqueles locais eram interditos à visitação pelo Rei. Por fim, CRC se dirige ao Globo terrestre, onde verifica que sua aprovação já fora prevista pelo velho Atlas, o astrônomo do Rei.


Banquete

Ao final deste longo dia, é preparado um banquete em homenagem aos convidados. A Virgem conduz as conversas por meio de intrincados enigmas sobre amor e fidelidade, culminando com o Enigma do Nome, provado pela pergunta de CRC, ao que a Virgem responde:


“Meu Nome contém cinquenta e cinco, e tem, contudo, apenas oito letras. A terceira é a terça parte da quinta, e adicionada à sexta, produzirá um número cuja raiz excederá a terceira mesma apenas pela primeira, e a qual é a metade da quarta. Agora, a quinta e a sétima são iguais. A última e a primeira são também iguais, e fazem com a segunda tanto quanto a sexta, a qual contém apenas quatro mais que a terceira triplicada. Agora, dizei-me, meu senhor, como eu me chamo?” 


Procissão das 7 Virgens

Sete Virgens especiais são apresentadas, a sétima (chamada no texto de Rainha e na marginália de Duquesa) merecendo reverência inclusive da Virgem Presidente. Estas Virgens fizeram uma demonstração de elevação de pesos


O Terceiro Sonho de CRC

O autor foi conduzido a sua câmara "regiamente decorada com belas tapeçarias e pinturas penduradas" e se admirou do conhecimento de seu pajem. CRC dormiu calmamente mais teve um sonho perturbador pois não tentava sem êxito durante toda a noite abrir certa porta, que, ao final, conseguiu.  


Dia 4.

Fonte Hermética

O quarto dia começa com uma confrontação com a fonte hermética, onde um Leão protege uma antiga tábua com a inscrição:


"PRÍNCIPE HERMES, DEPOIS DE TANTOS DANOS INFLIGIDOS AO GÊNERO HUMANO, PELO DESÍGNIO DE DEUS, COM AUXÍLIO DA ARTE, AQUI FLUO UMA ELABORADA MEDICINA SALUBRE. Beba de mim quem puder; lave-se quem quiser; perturbe quem ousar. BEBEI, IRMÃOS, E VIVEI. 1378."


Os convidados se lavam, bebem da água da fonte, trocam seus hábitos e acedem ao palácio do Rei.


Laboratório Arqueado

O acesso à sala real se dá por uma escada caracol de 365 degraus. Os convidados subiram acompanhados de músicos e se maravilharam com o esplendor e a presença das 6 Personalidades Reais.


"Esta sala era quadrada na frente, cinco vezes mais larga do que comprida, mas no Oeste ela tinha uma grande arcada, como um pórtico, onde, em círculo, estavam três gloriosos tronos reais, sendo o do meio um pouco mais alto que os demais. Em cada trono sentavam-se duas pessoas. No primeiro se sentavam um Rei ancião com barba cinza, embora sua consorte fosse extraordinariamente bela e jovem. No terceiro trono se sentava um Rei negro de meia idade, ao lado de uma delicada mãezinha anciã, não coroada, mas coberta com um véu. Ao meio, sentavam-se os dois jovens. Eles tinham como que coroas de louro sobre suas cabeças, mas ainda sobre si pendia uma grande e valiosa coroa. Embora eles não fossem neste momento tão belos quanto eu imaginei antes comigo mesmo, isso deveria ser assim."


Altar

No meio da sala erguia-se um altar, contendo elementos rituais descritos com precisão: um livro de veludo negro, apenas um pouco adornado com ouro; uma pequena vela sobre um candelabro de marfim; uma esfera, ou globo celeste; um pequeno relógio; uma pequena fonte tubular de cristal; um crânio, dentro do qual estava uma serpente branca.


Banquete

Durante o banquete, as virgens realizaram um jogo que demonstrou a ingenuidade dos convidados.


Comédia

Uma representação teatral em 7 atos foi encenada. Nos interlúdios, seres míticos e ornamentos simbólicos foram apresentados.


Jantar

Os hóspedes são convidados a jantar com o Rei e a Rainha. Após o jantar, as 6 Personalidades Reais são decapitadas. O carrasco é decapitado em seguida e os sete corpos são recolhidos. A Virgem dispensa os convidados, incumbindo-se de guardar os corpos durante a noite.


Visão Noturna

A câmara de CRC era a única cuja janela estava voltada para o lago. Assim, só ele pode ver quando os corpos foram carregados para sete navios e levados para o mar, acompanhados por 7 flamas que acompanhavam os navios.  


Dia 5.

Senhora Vênus

Pela manhã, CRC descobre uma cripta onde repousa, como morta, a Senhora Vênus. Inscrições em caracteres estranhos nas portas revelam seu mistério.


"Aqui jaz enterrada VÊNUS, a bela senhora, que a tantos GRANDES HOMENS para felicidade, honra, bênção e prosperidade tem trazido."


"Quando o Fruto de minha Árvore estiver completamente derretido, eu vou despertar e uma mãe ser de um Rei."


Viagem em 7 Navios

Depois de Cupido o repreender por ter chegado tão perto de sua mãe, CRC se junta aos outros convidados. Estes partem em 7 navios mar adentro, onde encontram ninfas e sereias que lhes presenteiam com uma canção e uma bela pérola. Cada navio carrega como símbolo um dos sólidos platônicos, uma esfera ou uma pirâmide.


A Torre do Olimpo

Simbolicamente, a Torre do Olimpo é o local onde deve-se completar a ressurreição das personalidades reais, ou de outra forma, o Rei (Espírito) e a Rainha (Alma) na pessoa de CRC (Corpo). Esta Torre tem sete andares e se encontra em uma ilha perfeitamente quadrada.


O quinto dia termina no andar inferior da Torre, que se trata de um laboratório, onde CRC e seus companheiros devem lavar plantas e pedras preciosas e extrair sua essência para pequenos frascos. Depois de caída a noite, CRC contempla sozinho o mar e observa uma peculiar conjunção de planetas. Com o deflagrar repentino de uma violenta tempestade, ele retorna para a Torre cheio de espanto.


Dia 6.

Sorte/Destino

Os convidados devem sortear o meio pelo qual subirão para os andares superiores da Torre. Alguns sorteiam para si escadas pesadas que devem carregar continuamente; outros têm asas firmemente amarradas no corpo e podem subir voando; outros ainda recebem cordas leves, mas que machucam as mãos durante a subida.


Obtenção das Cinzas

Numerosas e elaboradas operações são realizadas nos andares superiores, envolvendo a decocção dos corpos dos decapitados para obtenção de um liquor, a partir do qual se obtém um ovo. Segue-se a isso o chocamento do ovo e alimentação, escaldamento, tingimento, decapitação e cremação do pássaro para obtenção de cinzas.


Segregação do Trabalho Espúrio

No sexto andar os convidados são divididos em dois grupos. O primeiro segue para o sétimo andar para realizar a obra menor, a produção de ouro. Em segredo, CRC e mais três companheiros são levados para o oitavo andar, sob o teto, onde realizam a grande obra, a ressurreição do Rei e da Rainha. No entanto, apenas CRC compreende todo a obra, pois só ele viu o momento em que a alma entrou no corpo. Estes quatro hóspedes privilegiados são instruídos a não revelar aos seus companheiros o trabalho que realizaram, mas a fingir terem sido excluído da gloriosa consecução da alquimia.


Conclusão do Verdadeiro Trabalho

Os dois homúnculos criados foram alimentados com o sangue do pássaro até que cresceram e adquiriram a forma original do Rei e da Rainha. Quando despertaram, tiveram a impressão de apenas terem dormido desde o momento da decapitação, mas foram saudados por Cupido e reconduzidos em navios para o Castelo.


Ceia

Todos os convidados foram convidados a cear na companhia do Ancião da Torre e a percorrer as câmaras de artes do interior da muralha. Depois disso, todos dormiram ainda na ilha.


Dia 7.

Saudação aos Cavaleiros

CRC e seus companheiros saem das muralhas da Torre, recebem hábitos amarelos e velocinos de ouro e são pela Virgem declarados Cavaleiros da Pedra Dourada (ou da Pedra Áurea). Os 12 navios que os esperam para conduzi-los de volta à cidadela têm cada um como símbolo um dos 12 signos do zodíaco. CRC segue no navio da Libra (Balança).


Réu de Delito

Depois de desembarcar, CRC segue o cortejo rumo ao castelo ao lado do Rei em agradável conversação, quando presencia o Rei sendo informado de que alguém descobrira a Senhora Vênus, cometendo grave delito. CRC se vê na iminência de ser acusado e perder todas as honrarias que conquistara, mas permanece calado aguardando momento oportuno. Caso o culpado fosse encontrado, este deveria tomar o lugar do guardião do primeiro Portal e ali servir perpetuamente, até que alguém fosse pego em delito tão grave.


Jantar

Enquanto o caso estava sendo averiguado, os convidados foram levados para o jantar, depois do qual se fizeram ler os artigos sobre os quais a Ordem deveria jurar:


I.    Vós, Senhores Cavaleiros, deveis jurar que, a cada momento, vós tributareis a vossa Ordem a nenhum Diabo ou Espírito, mas somente a Deus, vosso Criador, e à sua serva, a Natureza.


II.  Que vós abominareis toda a prostituição, a fornicação e a impudicícia, e não contaminareis a vossa Ordem com tais vícios.


III. Que vós, através de vossos dons, prestareis ajuda a todos os que forem dignos e necessitados deles.


IV. Que vós não desejareis empregar tal honra para orgulho mundano e alto prestígio.


V.   Que vós não desejareis viver mais tempo do que Deus o tem desejado.


Ao assinar seu nome, CRC ainda acrescentou as palavras "Suma sabedoria é nada saber".


Confissão

Por um ato de extrema gratidão, CRC opta por libertar o guardião do Portal e assumir a culpa pelo descobrimento de Vênus. Como consequência, ele é privado dos benefícios da Ordem e é mandado dormir em um alojamento comum, na companhia de Atlas e do Ancião da Torre.


Final

É de se esperar que CRC, herói dessa jornada simbólica, fosse terminantemente condenado a passar o resto dos seus dias sob o Portal. Contudo, o texto impresso traz uma mensagem final que tranquiliza o leitor quanto ao destino do herói, ao mesmo tempo em que deixa claro que o trecho final do manuscrito foi perdido antes da impressão, de modo que cabe ao leitor a única opção de confiar na versão do editor, que afirma que CRC voltou para casa na manhã seguinte.


"Aqui faltam cerca de dois quartos de folheto, e, enquanto imaginava que devia ser Guardião do Portal pela manhã, ele (seu autor) voltou para casa."


Tratado de Alquimia - Splendor Solis

 

A origem da ciência química e da medicina modernas

O manuscrito All.113 da Bibliothèque Nationale de France é um dos mais antigos e mais refinados Splendor Solis sobreviventes. Foi um modelo para cópias posteriores, incluindo o manuscrito Harley 3469 da Biblioteca Britânica.

– Considerado a origem da ciência química e da medicina moderna, o seu texto é atribuído a Solomon Trismosin, um suposto alquimista que investigou o segredo da pedra filosofal, na presença da qual todos os metais se transformam em ouro, e do elixir da longa vida.

– As ilustrações do Splendor Solis fazem dele o mais refinado manuscrito alquímico, evocando a obra dos seus contemporâneos Dürer, Hans Holbein e Lucas Cranach.

– Muitos foram os autores que lhe dedicaram a sua atenção, incluindo escritores como Umberto Eco, James Joyce e Butler Yeats.

– Edição única limitada a 999 exemplares numerados e autenticados.

Os Templários e a Pedra Filosofal
Os seus ensaios tornaram-se proeminentes e difundidos na Europa durante a Idade Média e o Renascimento, e tornaram possível o desenvolvimento da química e da medicina modernas. Os Templários, que possuíam grandes quantidades de ouro e prata, foram acusados da sua prática, cujo conhecimento adquiriram enquanto guardavam a Arca da Aliança, que continha todos os segredos e conhecimentos do Universo e se encontrava no Templo de Salomão, em Jerusalém. Os principais monarcas europeus interessaram-se por esta arte, que se situava algures entre a ciência e a magia. Filipe II mandou construir em El Escorial o mais importante laboratório de destilação da Europa. Não perca a nossa magnífica coleção

Secretum Templi – Processus contra Templarios
O Santo Graal dos Manuscritos

O QUE É UM TRATADO DE ALQUIMIA?
Um tratado alquímico é um tipo de trabalho escrito que discute teorias, práticas, experiências e filosofias relacionadas com a alquimia. Estes tratados foram escritos por alquimistas ao longo dos séculos, desde a Antiguidade até à Idade Moderna, e cobrem uma vasta gama de tópicos no domínio da alquimia.

Conteúdo
Os tratados alquímicos incluem frequentemente informações pormenorizadas sobre processos alquímicos, como a transmutação de metais, a preparação de elixires e remédios, o fabrico da “pedra filosofal” e da “panaceia universal”, entre outros. Podem ainda abordar temas como a astrologia, a simbologia, a teoria dos elementos e a filosofia hermética.

Objectivos
Os tratados alquímicos têm uma variedade de objectivos, que vão desde a procura da transmutação de metais comuns em ouro e da obtenção da pedra filosofal até à busca da iluminação espiritual e da sabedoria universal. Estes objectivos podem variar de acordo com a corrente alquímica e as crenças individuais do autor.

Estilos e abordagens
Os tratados alquímicos podem apresentar uma grande variedade de estilos e abordagens. Alguns podem ser altamente técnicos e detalhados, com descrições pormenorizadas de processos e experiências alquímicas, enquanto outros podem adotar um tom mais poético e filosófico, explorando os aspectos espirituais e simbólicos da alquimia.

Significado histórico
Os tratados alquímicos são importantes documentos históricos que reflectem o pensamento e as práticas de um vasto leque de culturas e períodos de tempo. Embora muitos dos processos alquímicos descritos nestes tratados tenham sido desacreditados pela ciência moderna, continuam a ser valiosos para compreender a evolução do pensamento humano e a interação entre ciência, filosofia e espiritualidade ao longo da história.

Em suma, um tratado de alquimia é uma obra escrita que oferece uma visão detalhada e diversificada do fascinante mundo da alquimia, desde os seus aspectos práticos e técnicos até às suas dimensões filosóficas e espirituais.

Outros tratados de alquimia da Patrimonio Ediciones que podem interessar-lhe: O Manuscrito Voynich.

SPLENDOR SOLIS: UM MAGNÍFICO TRATADO DE ALQUIMIA
A alquimia é central na relação com o fac-símile “Splendor Solis”. Este fac-símile é uma representação visual e textual de um antigo manuscrito alquímico que data do século XVI. A alquimia é um sistema filosófico e protocientífico que englobava diversas áreas como a química, a física, a medicina e a espiritualidade, e que procurava transmutar metais comuns em ouro, bem como obter a “pedra filosofal” e a “panaceia universal”.

Simbolismo alquímico em Splendor Solis
O fac-símile “Splendor Solis” está repleto de símbolos e alegorias alquímicas. As ilustrações detalhadas e as descrições textuais do fac-símile contêm elementos alquímicos como o sol e a lua, os quatro elementos (terra, água, ar e fogo), os sete planetas tradicionais, bem como figuras mitológicas e herméticas. Estes símbolos alquímicos representam conceitos abstractos e processos espirituais que os alquimistas procuravam compreender e dominar.

Procura de sabedoria e transformação no Splendor Solis
A alquimia não se limitava apenas à transformação dos metais, mas englobava também a procura da sabedoria interior e a transformação espiritual. O fac-símile Splendor Solis reflecte esta dimensão mais profunda da alquimia, uma vez que apresenta ensinamentos simbólicos sobre a viagem do alquimista em direção à iluminação e à perfeição espiritual. Através das suas imagens e do seu texto, o fac-símile convida o leitor a refletir sobre a natureza do universo e do ser humano, bem como sobre o processo de transformação pessoal.

Splendor Solis: Arte e Misticismo
O fac-símile “Splendor Solis” é uma obra de arte em si, e sua beleza estética serve como veículo para transmitir princípios e ensinamentos alquímicos. A combinação de ilustrações elaboradas e texto poético cria uma experiência visual e emocional que cativa o leitor e o mergulha no mundo místico e enigmático da alquimia.

Este fac-símile não só documenta o conhecimento e as práticas alquímicas da época, como também incorpora os ideais e as aspirações espirituais dos alquimistas do Renascimento. Através das suas imagens e textos, Splendor Solis convida-nos a explorar os mistérios do universo e a embarcar numa viagem de auto-descoberta e transformação.

PORQUE É QUE SE CHAMA SPLENDOR SOLIS?
O tratado alquímico “Splendor Solis” recebe o seu nome do latim, que se traduz como “O Esplendor do Sol”. Este nome reflecte a importância simbólica do sol na alquimia e na filosofia hermética. O sol, como símbolo universal de luz, conhecimento e poder, desempenha um papel central em muitas tradições espirituais e alquímicas.

O sol como símbolo alquímico
Na alquimia, o sol representa a perfeição espiritual, a iluminação e a busca do conhecimento transcendental. É visto como uma fonte de energia e vitalidade que impulsiona o processo de transformação alquímica, tanto a nível material como espiritual. A alquimia vê o sol como um símbolo da divindade interior do ser humano e do seu potencial para alcançar a perfeição e a sabedoria.

Esplendor e brilho
O termo “esplendor” sugere brilho radiante ou esplendor, evocando a ideia da luminosidade do sol e a sua capacidade de iluminar e revelar a verdade escondida. No contexto de “Splendor Solis”, este esplendor refere-se não só à luz física do sol, mas também à iluminação espiritual e ao conhecimento revelado através da prática alquímica.

Significado espiritual e filosófico de Splendor Solis
O nome “Splendor Solis” encerra o objetivo espiritual e filosófico da alquimia, que consiste em alcançar a iluminação e a sabedoria através da procura da pedra filosofal e da transmutação espiritual. O sol, como símbolo supremo da luz e do conhecimento, representa o destino final do alquimista: a realização do seu verdadeiro eu e a união com o divino.

Em suma, o nome “Splendor Solis” resume a essência e os ideais da alquimia, que são a busca da luz, da sabedoria e da transformação espiritual. É uma lembrança do poder e da beleza do sol, tanto no mundo físico como no mundo interior do alquimista individual.

Splendor Solis

 






















La Estrella Flamigera - Baron de Tschoudy

 

El Barón de Tschoudy, una figura emblemática en el mundo de la masonería y el esoterismo del siglo XVIII, es conocido principalmente por su obra más notable, “La Estrella Flamígera”. A pesar de que los detalles específicos sobre su vida son limitados y a menudo envueltos en misterio, se reconoce ampliamente su influencia en los círculos esotéricos y masónicos de su tiempo. Su dedicación a las prácticas alquímicas y ocultas le otorgó un estatus de autoridad en estas áreas, y su legado perdura a través de su contribución literaria a la masonería.

“La Estrella Flamígera”, publicada en el siglo XVIII, representa un hito en la literatura masónica y esotérica. Este periodo histórico fue testigo de un auge en la popularidad y la práctica de la masonería en Europa, influenciado por movimientos como la Ilustración, el misticismo y, por supuesto, la alquimia. La obra de Tschoudy se distingue por su intrincado simbolismo y su enfoque en temas esotéricos, proporcionando una perspectiva única sobre las enseñanzas y prácticas masónicas de la época. Su importancia no solo radica en su contenido esotérico, sino también en su papel en el entendimiento de la historia y evolución de la masonería.

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Análisis del Simbolismo en ‘La Estrella Flamígera’

El simbolismo en “La Estrella Flamígera” es un componente esencial de la obra, reflejando la profunda conexión entre la masonería, la alquimia y el esoterismo. El Barón de Tschoudy utiliza una variedad de símbolos para explorar y comunicar conceptos complejos, cada uno con múltiples capas de significado. Por ejemplo, el uso de la estrella misma como símbolo es significativo, representando la búsqueda de la luz y la sabiduría, un tema recurrente en la masonería. Esta estrella simboliza la iluminación espiritual y el conocimiento oculto, objetivos centrales tanto en la alquimia como en la masonería.

Otro elemento simbólico clave en la obra es la referencia a los procesos y materiales alquímicos. Tschoudy utiliza estos símbolos para hacer analogías con la transformación espiritual y moral que se busca en la masonería. Por ejemplo, la transmutación de metales base en oro no es solo un proceso físico en la alquimia, sino también una metáfora de la elevación espiritual y la purificación personal en la práctica masónica. Este paralelismo entre la alquimia y la masonería es central en la obra de Tschoudy, ilustrando cómo los aspectos físicos y espirituales de la existencia están interconectados.

Además, Tschoudy utiliza una gama de símbolos tradicionales masónicos, como el compás y la escuadra, para hablar sobre la moralidad, la ética y la búsqueda de la verdad. Estos símbolos, comunes en la masonería, adquieren un nuevo nivel de profundidad en su obra, vinculándolos con conceptos alquímicos y esotéricos. Este enfoque refleja la visión del autor sobre la masonería no solo como una sociedad fraternal, sino también como un camino hacia el conocimiento y la iluminación espiritual.

El simbolismo en “La Estrella Flamígera” no solo es fundamental para entender la obra en sí, sino también para apreciar la riqueza y la complejidad de la tradición masónica y alquímica del siglo XVIII. Al analizar estos símbolos, se revelan las capas de significado y las conexiones entre diversas prácticas y creencias esotéricas de la época. Este análisis simbólico no solo es fascinante desde una perspectiva histórica y cultural, sino que también ofrece valiosas percepciones sobre los principios y las enseñanzas que aún influyen en la masonería contemporánea.

Influencia y Legado de ‘La Estrella Flamígera’ en la Masonería Moderna

La influencia de “La Estrella Flamígera” de Barón de Tschoudy en la masonería moderna es tanto profunda como duradera. Este libro no solo se ha convertido en una pieza clave en la literatura masónica, sino que también ha influido significativamente en cómo se percibe y practica la masonería en la actualidad. La obra de Tschoudy proporciona una perspectiva única sobre los principios esotéricos y filosóficos de la masonería, ofreciendo un enfoque más profundo y meditativo que contrasta con las interpretaciones más rituales y ceremoniales de la práctica.

En “La Estrella Flamígera”, Tschoudy explora temas que van más allá de los rituales y ceremonias masónicos, adentrándose en las esferas de la alquimia y la búsqueda espiritual. Esta exploración ha resonado a lo largo de los siglos, inspirando a los masones a ver su práctica no solo como una serie de rituales, sino como un camino hacia la iluminación personal y el entendimiento espiritual. La obra ha contribuido a moldear una visión de la masonería como una jornada de crecimiento personal y descubrimiento espiritual, en lugar de limitarse a sus aspectos más tangibles y ceremoniales.

Además, “La Estrella Flamígera” ha servido como un puente entre la masonería y otras tradiciones esotéricas, destacando las conexiones y similitudes entre estas prácticas. La influencia de la alquimia, en particular, es notable, ya que Tschoudy utiliza simbolismos y metáforas alquímicas para enriquecer la comprensión de los rituales y enseñanzas masónicos. Esta integración de diferentes tradiciones esotéricas ha fomentado un enfoque más holístico y abierto en la práctica masónica contemporánea.

La relevancia actual de “La Estrella Flamígera” en los estudios esotéricos y místicos también es notable. La obra se estudia no solo dentro de los círculos masónicos, sino también por aquellos interesados en la historia del pensamiento esotérico y místico. Su influencia se extiende más allá de la masonería, alcanzando a aquellos interesados en la alquimia, el misticismo y el simbolismo espiritual.

“La Estrella Flamígera” de Tschoudy ha dejado una huella imborrable en la masonería y en el estudio del esoterismo. Su enfoque en el simbolismo, la filosofía y la interconexión de diversas tradiciones esotéricas ha contribuido significativamente a la evolución de la masonería, transformándola en una práctica que abarca tanto el desarrollo personal como la búsqueda espiritual. Este legado perdura en la masonería moderna, evidenciando la importancia duradera de la obra de Tschoudy en la historia del pensamiento esotérico.

Comparación con Otras Obras Esotéricas de la Época

Al comparar “La Estrella Flamígera” de Barón de Tschoudy con otras obras esotéricas contemporáneas del siglo XVIII, se destaca su enfoque único y su contribución distintiva al campo del esoterismo y la masonería. Durante este período, hubo un notable interés en el esoterismo, la alquimia y las sociedades secretas, lo que resultó en una proliferación de literatura relacionada con estos temas. Sin embargo, “La Estrella Flamígera” se distingue por su profundo simbolismo y su integración de la alquimia con los principios y prácticas masónicos.

Otras obras de la época, como las de alquimistas famosos y autores esotéricos, tendían a enfocarse más en los aspectos prácticos de la alquimia o en la exploración de sistemas filosóficos y místicos específicos. En contraste, Tschoudy fusionó estas áreas de estudio, presentando una visión holística que abarcaba tanto la transformación espiritual como la material. Su habilidad para entrelazar el simbolismo alquímico con los rituales y enseñanzas masónicos lo diferenciaba de sus contemporáneos, quienes a menudo se centraban en un solo aspecto del esoterismo.

Además, al comparar “La Estrella Flamígera” con otras obras masónicas del siglo XVIII, se nota que muchas de ellas se concentraban principalmente en los aspectos organizativos y estructurales de la masonería, así como en la descripción de rituales y grados masónicos. Por otro lado, Tschoudy se adentró en la dimensión más filosófica y espiritual de la masonería, proporcionando una interpretación más profunda y reflexiva de sus símbolos y rituales.

Esta aproximación de Tschoudy a la masonería, enriquecida con su comprensión de la alquimia y otros sistemas esotéricos, lo sitúa en una posición única entre los escritores de su tiempo. Mientras que otros autores contribuyeron significativamente a la literatura esotérica y masónica, la obra de Tschoudy se destaca por su enfoque integrador y su profundidad simbólica. Este enfoque integral no solo aportó a la comprensión contemporánea de la masonería y el esoterismo, sino que también ha influenciado cómo se perciben e interpretan estas tradiciones en la actualidad.

Al comparar “La Estrella Flamígera” con otras obras esotéricas del siglo XVIII, se evidencia su singularidad y su contribución significativa al campo del esoterismo. El enfoque holístico de Tschoudy, que combina la alquimia, el misticismo y la masonería, ha dejado una huella indeleble en la historia de estas prácticas y continúa siendo una fuente de inspiración y estudio en el mundo del esoterismo moderno.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Estructura del Grados del Rito Antiguo y Primitivo de Memphis


El Rito Antiguo y Primitivo de Memphis, como todo rito masónico se estructuran desde el Primer Grado, pero en su caso particular llega hasta el 95. Este rito está dividido en una serie de tres, sin contar los tres primeros grados pertenecientes a las Logias Simbólicas o Azules, los cuales son gobernados por la Gran Logia.


Todos los grados en el Rito de Memphis son conferidos por Iniciación a diferencia de otros ritos donde algunos de sus grados se confieren por Comunicación.


Primera Serie,

Capítulo Rosacruz.


Esta Primera Serie de Grados se comprende desde el 4to. hasta el 18comienza con el 4to. y terminando en el 18, conocido como Capítulo Rosacruz. Estos grados enseñan la moralidad, dan la explicación de los símbolos, dispone a los novicios a la pesquisa filosófica, y los hace comprender la primera parte de la historia.


Los grados son:



Ø  4° Maestro Discreto

Ø  5° Perfecto Maestro Arquitecto

Ø  6° Secretario Intimo o Sublime Maestro

Ø  7° Maestro Preboste y Juez

Ø  8° Caballero Intendente de los Edificios

Ø  9° Caballero Maestro Electo de los Nueve

Ø  10° Ilustre Caballero de los Quince

Ø  11° Sublime Caballero Electo

Ø  12° Caballero Gran Maestro Arquitecto

Ø  13° Caballero del Arco Real

Ø  14° Caballero Gran Electo de la Bóveda Sagrada, Gran Escocés de la Bóveda Sagrada de Jaime VI

Ø  15° Caballero de la Espada o de Oriente

Ø  16° Caballero Príncipe de Jerusalén

Ø  17° Caballero de Oriente y Occidente

Ø  18° Caballero Príncipe Rosa Cruz de Kilwinning o de Heredon, Ritual Caballero de la Águila y del Pelicano o Soberano Príncipe R+C, Ritual Caballero Rosa Cruz, Ritual Hermanos de la Rosa Cruz o de los Adeptos


Segunda Serie,

Senado de Filósofos Herméticos.


El Senado de los Filósofos Herméticos, trabaja con los grados desde el 19 al 43 inclusive, es decir, la segunda serie de los grados. Ocupándose este de enseñar la Ciencias Naturales, la Filosofía de la Historia; y explica los mitos de la antigüedad. Su objetivo es el de estimular la pesquisas de las causas y los orígenes, y el de desarrollar los sentidos humanitarios.



Ø  19° Caballero Gran Pontífice de Jerusalén o Sublime Escocés de la Jerusalén Celeste.

Ø  20° Venerable Gran Maestro de las Logias o Caballero Gran Maestro del Templo de Sabiduría.

Ø  21° Caballero o Patriarca Noaquita o de la Torre

Ø  22° Caballero del Líbano o Real Hacha

Ø  23° Caballero Jefe del Tabernáculo

Ø  24° Caballero del Águila Roja o Príncipe del Tabernáculo

Ø  25° Caballero de la Serpiente de Airain o de Cobre

Ø  26° Caballero de la Ciudad Santa o Escocés Trinitario, Príncipe de Misericordia

Ø  27° Caballero Soberano Gran Comendador del Templo

Ø  28° Caballero de Joan o del Sol

Ø  29° Caballero Gran Escocés de San Andrés Maestro Escocés de San Andrés del Cardo

Ø  30° Caballero Gran Electo Kadosch

Ø  31° Gran Inspector Inquisidor Comendador

Ø  32° Sublime Príncipe del Real Misterio

Ø  33° Caballero Gran Inspector General

Ø  34° Caballero de la Escandinavia

Ø  35° Grande Caballero del Templo, o Caballero Templario Kadosh de la Palestina

Ø  36° Caballero Philalethes o Sublime Negociant

Ø  37° Caballero del Shota o Sabio de la Verdad o Caballero Teutónico

Ø  38° Sublime Electo de la Verdad o Sublime Electo del Águila Roja

Ø  39° Gran Electo de los Aeons

Ø  40° Perfecto Sabio Savaiste o Caballero de la triple Cruz

Ø  41° Caballero del Arco de los Siete Colores

Ø  42° Príncipe de la Luz o Grande Alejandro de la Confianza

Ø  43° Sublime Sabio Filosofo Hermético, Adepto o Aprendiz Filósofo Sublime y Desconocido


Tercera Serie,

Sublime Consejo, Templo Místico


La Tercera Serie se comprende desde el Grado 44 hasta el 90, y son trabajados en el Sublime Consejo, Templo Místico que hace conocida completamente la restante porción de la historia del Rito. Se ocupa así mismo de la Alta Filosofía; estudia los mitos religiosos de las diferentes edades de la humanidad y admite las más avanzadas labores teosóficas.


El Templo Místico es la representación del Soberano Santuario en todo Oriente. Todo Templo Místico es conocido como el Gran Imperio de los Soberanos Príncipes de Memphis, conducidos por el Gran Pontífice, que es el portavoz del Soberano Gran Conservador General del Rito y guardián de las Sagradas Tradiciones.


Para pertenecer al Templo Místico hay que ostentar el Grado 90, los grados son los siguientes:



Ø  44° Sublime Pontífice de Isis o Príncipe del Zodiaco

Ø  45° Sublime Sabio de los Misterios Sublimes

Ø  46° Rey Pastor de Hutz

Ø  47° Caballero de las Siete Estrellas

Ø  48° Sublime Príncipe Guardián del Monte Sagrado

Ø  49° Sublime Sabio de las Pirámides

Ø  50° Sublime Filósofo de la Samotracia o Infante del Arpa

Ø  51° Sublime Titán del Caucasus o Caballero del Fénix

Ø  52° Sabio del Laberinto o Minero Clave Masónica Grado 1

Ø  53° Sabio Caballero de la Sphinx o Lavador Clave Masónica Grado 2

Ø  54° Sublime Scalde, Poeta o Caballero del Pelicano o Soplador Clave Masónica Grado 3

Ø  55° Sublime Sabio Orphico o Fundidor Clave Masónica Grado 4

Ø  56° Sabio Pontífice de Cadmia o Escudero Novicio

Ø  57° Jefe Sublime o Caballero Bienhechor de la Ciudad Santa

Ø  58° Sabio o Professo Caballero Bienhechor de la Ciudad Santa

Ø  59° Sublime Sabio o Gran Professo Caballero Bienhechor de la Ciudad Santa

Ø  60° Sublime Guardián de los Tres Fuegos

Ø  61° Sublime Juez Filosofo Desconocido o Caballero del Templo de la Verdad

Ø  62° Sublime Sabio de Eléusis o de Heliópolis

Ø  63° Sublime Kawi o Caballero de las tres Águilas de Oro o Coronadas

Ø  64° Sabio Pontífice de Mitras

Ø  65° Guardián del Santuario o Gran Instalador

Ø  66° Grande Arquitecto de la Ciudad Misteriosa o Gran Consagrador

Ø  67° Guardián del Nombre Incomunicable o Gran Eulogista

Ø  68° Patriarca Príncipe de la Verdad

Ø  69° Sabio Caballero de la Rama Dorada de Eléusis

Ø  70° Príncipe de la Luz o Patriarca de los Planisferios

Ø  71° Sublime Grande Kador o Caballero del Temple

Ø  72° Supremo Maestro de la Sabiduría o Caballero de los Argonautas

Ø  73° Patriarca de los Fuegos Sagrados o Muy Sabio Mouni

Ø  74° Supremo Maestro de la Sloaka o Sublime Maestro de la Stoka

Ø  75° Sublime Caballero

Ø  76° Interprete de los Jeroglíficos, o Patriarca de Isis

Ø  77° Sublime Caballero o Sabio Teósofo

Ø  78° Gran Pontífice de la Thebiad

Ø  79° Sublime Caballero, Sabio del Redoubtable Sadah

Ø  80° Sublime Electo del Santuario de Mazias, Caballero del Vellón Dorado

Ø  81° Patriarca de Memphis, Sublime Caballero del Triángulo Luminoso

Ø  82° Gran Electo del Templo de Midgard

Ø  83° Sublime Electo del Valle de Oddy

Ø  84° Patriarca de los Izeds

Ø  85° Sublime Sabio, Caballero de Kneph

Ø  86° Sublime Filósofo del Valle de Kab, Sublime Maestro del Anillo Luminoso

Ø  87° Sublime Príncipe de la Masonería

Ø  88° Gran Electo de la Sagrada Cortina

Ø  89° Patriarca de la Ciudad Mística o Verdadero Masón Académico

Ø  90° Sublime Maestro de la Gran Obra


El Soberano Santuario

Grados Oficiales e Iniciáticos


El Soberano Santuario es el que se encarga de gobernar todo lo concerniente a los Capítulos, Senados y Sublimes Consejos, Templo Místicos.



Ø  91° Gran Defensor de la Orden, Soberano Príncipe de Memphis Jefe del Gobierno de la Orden

Ø  92° Príncipe de Memphis, Gran Catequista de la Orden

Ø  93° Príncipe de Memphis, Gran Regulador General de la Orden

Ø  94° Príncipe de Memphis Gran Administrador de la Orden

Ø  El último Grado es el No. 95 y pertenece al Príncipe Patriarca Gran Conservador General de la Orden, Soberano Príncipe de los Jefes del Santuario de Memphis, Gran y Poderoso Soberano Imperial de la Orden.

La Estrella Flamígera


Uno de los símbolos más universalmente utilizados en Masonería es la Estrella Flamígera[1]. Se la encuentra prácticamente en todos los Ritos; es la “marca” fundamental del grado de Compañero y uno de los emblemas más inspiradores que la Orden le ofrece a sus miembros. Ahora bien, ¿qué simboliza realmente la Estrella Flamígera?

Algunos Rituales del Rito York afirman que simboliza a Dios, o a lo Divino en general. Desde mi punto de vista, esta interpretación es inaceptable, no sólo por su carácter religioso, sino porque no se entiende de qué forma el símbolo se relaciona con lo simbolizado.

Tampoco aporta demasiado decir que la Estrella Flamígera era un signo pitagórico de salutación, porque en tal caso se trataría de un emblema convencional, elegido en pie de igualdad con muchos otros.

Mackey dice que la Estrella Flamígera simboliza la prudencia, pero esto parece una interpretación exotérica de poco valor iniciático. Eventualmente, más que la «prudencia» en un sentido convencional, deberíamos vincularla con el concepto griego de «frónesis», del que la prudencia es una derivación secundaria.

En la Ética a Nicómaco, de Aristóteles, la frónesis (del griego: Φρόνησις, phronesis, y esta de «phroneo», comprensión) es la virtud del pensamiento moral, normalmente traducida como 'sabiduría práctica', a veces también como 'prudencia' (en cierto sentido se contrapone a la hibris o ‘desmesura’). A diferencia de la Sofía (o sabiduría superior), la frónesis es la habilidad para pensar cómo y por qué debemos actuar para cambiar las cosas, especialmente para cambiar nuestras vidas para mejor. La frónesis es un momento de reflexión antes de actuar, no por mera prudencia, sino por el ejercicio de la sabiduría. Según Aristóteles, la frónesis es el fundamento y la matriz de la praxis.

La interpretación precedente puede ser interesante, pero a todas luces es poco satisfactoria. Entre la idea simbolizada y el objeto que la simboliza debe existir algún tipo de conexión, algo en la forma del símbolo que lo relacione con el concepto del que busca ser la síntesis y la imagen figurativa.

En ese orden de ideas, la Estrella Flamígera refiere, obviamente, a algo de tipo astronómico, y creemos que es en la astronomía donde podemos hallar su verdadero significado.


La Estrella Flamígera

A lo largo del tiempo, se han propuesto cuatro objetos astronómicos como candidatos a ser simbolizados por la Estrella Flamígera: el Sol, la Estrella Polar, la estrella Sirio y el planeta Venus.

Descartemos el Sol, porque eso implicaría repetir un símbolo que ya se encuentra en el Oriente de los Templos masónicos.

La Estrella Polar es una opción interesante porque, cuando nos situamos en el Hemisferio Norte, todo el cielo parece girar en torno de la misma. Por ello, la Estrella Polar representa el “punto fijo”, el motor inmóvil en torno del cual se desarrolla todo movimiento. Es, en cierto, modo, el punto en el centro del círculo. Asimismo, las estrellas circumpolares que, por encontrarse próximas a la Polar, giran en circunferencias de radio pequeño y nunca llegan a ocultarse detrás del horizonte, también han encontrado un lugar en el simbolismo iniciático, que no desarrollaremos por exceder los límites del presente trabajo.

Sin embargo, entre la Estrella Polar y la Estrella Flamígera propiamente dicha existe una diferencia. Ubicar la Polar en el Oriente, entre el Sol y la Luna, no tiene demasiado sentido. Por el contrario, cuando la Estrella Flamígera se dibuja en el techo del Templo, en el centro exacto del mismo[2], sí puede asociarse significativamente con la Polar. Tal asociación se hace aún más relevante cuando de la Estrella desciende una plomada, que “cae” exactamente sobre el Altar, en el punto preciso en que la escuadra y el compás descansan sobre el Libro. En tal diseño simbólico, si la Estrella representa el Centro del Mundo, la plomada indica el Eje correspondiente.

Por lo tanto, podemos concluir que, entre la Estrella Flamígera y la Estrella Polar existe una relación simbólica, pero la misma no es significativa cuando la Flamígera se representa en el Oriente, como es la situación más habitual.

Pasemos a examinar la Estrella Sirio. Esta era la “estrella perro” de los antiguos egipcios[3], dado que su salida helíaca[4] anunciaba el próximo desborde del Nilo. Sirio, “como un fiel perro guardián” advertía a los egipcios de la cercanía de la inundación que fertilizaba el valle del Nilo.

Sirio es la estrella más brillante del firmamento, y en ese sentido podría calificarse de “flamígera”. Además, Sirio desempeñó un papel importante en numerosas mitologías y religiones antiguas. Sin embargo, no podemos encontrar para este astro una aplicación específicamente masónica.

Entonces, ¿a qué corresponde la Estrella Flamígera? Considero que podemos encontrar una respuesta en la religión sumeria del tercer milenio antes de Cristo.

En la referida religión, la estrella Sirio cumplía una función importante, tanto en la determinación del ciclo agrícola como en su condición de divinidad en sí misma. Su nombre sumerio significa “flecha del cielo”[5].

Ahora, si bien Sirio era considerada como una de las divinidades principales, estaba subordinada a “la estrella dominante de Dios sobre el resto de los objetos celestes”, que para los sumerios era el planeta Venus.

Y es con Venus con quien queremos relacionar, precisamente, el simbolismo de la Estrella Flamígera.


Venus

Obviamente, Venus no es una estrella, sino un planeta, y esto era perfectamente conocido por los antiguos. Sin embargo, visto a ojo desnudo Venus aparece como una estrella brillante, lo que justifica los calificativos de “Lucero de la Mañana” y “Lucero de la Tarde” que ha recibido[6].

Precisamente, Venus siempre se observa un poco antes del amanecer o un poco después del anochecer, lo que la asocia al Sol, cerca del que se encuentra la Estrella Flamígera en los Templos masónicos. Es posible que en la antigüedad Venus se viera mucho más luminosa que desde las ciudades actuales, por lo que los egipcios la calificaron de “una estrella giratoria que difunde su fuego en la tempestad”, mientras que para los mesopotámicos era “un diamante tan destellante como el Sol, siempre rodeada y coronada por llamas”. En las enseñanzas Martinistas, se dice que los sumerios consideraban a Venus como hija de la Luna y hermana del Sol.

Las observaciones astronómicas más elementales revelan que Venus presenta fases como la Luna, y desde antiguo se la ha asociado con ciclos de muerte y renacimiento.

Joseph Campbell ha estudiado ampliamente el significado del sacrificio ritual del Rey, una práctica relativamente habitual en las culturas antiguas[7]. En efecto, fue una costumbre en numerosas culturas neolíticas que el Rey fuese sacrificado periódicamente (muchas veces por su propia mano, en un suicidio ritual totalmente ajeno al pensamiento moderno) y que tal sacrificio supuestamente se realizara para garantizar la fertilidad de la tierra y la prosperidad de la población[8]. El Rey era entonces, mitológica y simbólicamente, comparado con el planeta Venus.

¿Cuál es, en Masonería, ese Rey simbólico que es sacrificado? Hiram Abiff.

Quizás la respuesta pueda sorprender, porque efectivamente Hiram Abiff no era Rey, como sí lo eran los otros dos Grandes Maestros: Salomón, Rey de Israel e Hiram, Rey de Tiro. Pero aquí la condición “real” no guarda relación con el gobierno o el ejercicio del poder, sino que está vinculada con el Rey arquetípico de la cábala y de la alquimia.

En los Rituales masónicos más antiguos, y en algunos Rituales actuales del Rito York, la Cámara del Medio era el lugar donde los Compañeros recibían su salario, y no la Logia donde se reúnen los Maestros, como es el uso actual. El candidato a ser recibido Compañero, tras superar la prueba del Guardatemplo, ingresaba a la Cámara y contemplaba la Estrella Flamígera. Era como si el nuevo Compañero viera, por primera vez, al Gran Maestro cara a cara.

¿Qué tiene, entonces, Venus para ofrecer dentro del simbolismo masónico, en su relación con la Estrella Flamígera? En primer lugar, analicemos el emblema tradicional de Venus:

Se compone de un círculo, que representa lo infinito, y de una cruz, que corresponde al mundo finito. Por lo tanto, este símbolo implica una cierta mediación entre el micro y el macrocosmos, mediación que Hiram, como héroe civilizador, como encarnación viviente del Logos, representa perfectamente, así como también lo hacen los rayos de una Estrella, que se originan en el Cielo pero llegan hasta la Tierra. El símbolo de Venus es similar a la cruz ansata de los antiguos egipcios, símbolo de la vida. Pero la vida, en el sentido de su generación, sustento y procreación, está estrechamente vinculada con lo femenino, en su sentido mitológico, y sobre ese aspecto quisiéramos extendernos.


La Gran Madre Arcaica

En las distintas culturas antiguas, Venus siempre se ha relacionado con divinidades de sexo femenino: Ishtar en Asiria, Astarté en Fenicia; Afrodita en Grecia; la misma Venus en Roma, entre muchas otras. De una forma u otra, se trataba de la Gran Madre, la Divina y Celeste Madre Universal, a veces compasiva de la humanidad sufriente, a veces, como la Kali de la India, sedienta de la sangre de sacrificios humanos. Una diosa, por lo tanto, con dos rostros: uno amante, otro terrible.

No es, por lo tanto, casual, que la Estrella Flamígera, símbolo del planeta Venus, presida en la Cámara del Medio, ese sacrificio ritual del Rey que la Masonería conoce como la muerte de Hiram[9].

La Gran Madre, el eterno femenino, es también uno de los símbolos universales de la Belleza, y recordemos que, en la tríada de los Grandes Maestros, Hiram Abiff corresponde a la Belleza, así como Salomón lo hace con la Sabiduría e Hiram de Tiro con la Fuerza o Fortaleza.

Se podrá afirmar que estas asociaciones son un tanto confusas. De hecho, lo son. Es que en la Masonería, institución de origen definidamente masculino, encontramos una búsqueda inconsciente y casi caótica de lo femenino. Símbolos como las “Marianas masónicas”[10], como la rosa, la Sophia, las representaciones femeninas de la gnosis, etc., representan una forma de buscar, a tientas, la representación de lo femenino, como un intento de alcanzar la expresión completa de lo humano, que incluye tanto lo masculino como lo femenino.

La Estrella Flamígera, en el Oriente de los Templos masónicos, es una presencia viva del principio femenino, aunque no siempre se la reconozca como tal.


La conjunción de los opuestos

En distintas oportunidades se ha interpretado la Estrella Flamígera como símbolo del Hombre, y se ha llegado a representar el miembro viril en la intersección de las dos “piernas” de la Estrella. En nuestro estudio, la Estrella Flamígera se ha revelado como un símbolo de lo femenino.

Esto no es contradictorio, ni tampoco debe sorprendernos. Más allá del carácter “fluido” de cualquier símbolo de naturaleza esotérica, que le permite representar tanto un idea como su contrario, la Estrella aparece entonces como un emblema de la conjunción de los opuestos, de la fusión de las polaridades, del tercer término equilibrador, de la síntesis que, armonizando los opuestos complementarios, al mismo tiempo los trasciende.

No es casual, por lo tanto, que en el Oriente la Estrella se sitúe entre el Sol y la Luna, entre el positivo y el negativo, pues ella manifiesta y expresa la conjunción de los opuestos.


A modo de conclusión

Distintos autores han intentado vincular el simbolismo masónico con la astronomía[11]. Son conocidas las obras de Dupuis y Volney sobre el tema, así como los extensos trabajos de Ragón sobre la misa católica, los antiguos misterios, los ritos masónicos y sus referencias celestes[12].

Sin embargo, es un error pensar que el simbolismo masónico reproduce literalmente objetos y/o hechos astronómicos, pues en tal caso no sería un simbolismo, sino una mera reproducción de lo ya existente.

Muchos de los símbolos masónicos han sido tomados o se han inspirado en “esas cosas que se ven en el cielo”, parafraseando a Carl Jung. Sin embargo, esto se ha hecho con el propósito de representar algo más, de avanzar un paso, de “traer el cielo al Templo masónico”, con el objetivo de servir de soporte simbólico a abstractas ideas metafísicas. En este trabajo hemos buscado mostrar cómo, a través de la Estrella Flamígera, asociada con el planeta Venus, el Eterno Femenino “asoma” dentro del contexto esencialmente masculino de la Masonería, y avanza hacia la noción de la conjunción de los opuestos, objetivo final de la Iniciación.

Análisis similares pueden realizarse respecto de otros símbolos masónicos. Decir, por ejemplo, que Hiram representa al Sol y los tres Asesinos a los meses del invierno, en realidad es empobrecer el símbolo. Queda planteado, por lo tanto, para futuros trabajos, emplear las referencias astronómicos como un puente levantado para otorgar profundidad, y no para banalizar, los símbolos masónicos.


[1] “Estrella Flamenante”, “Estrella Resplandeciente”, etc.

[2] Como ocurre en algunos Templos del Rito York y en Templos antiguos de distintos Ritos.

[3] El calificativo “estrella perro” explica por qué Sirio forma parte de la constelación denominada “Can Mayor”.

[4] La salida helíaca de una estrella es su primera aparición por el horizonte oriental después de su período de invisibilidad –aproximadamente seis meses–.  

[5] Sería interesante relacionar este nombre mitológico con la flecha simbólica que aparece en algunos grados del Rito Escocés, tales como el 21° (Noaquita), en el que la flecha desciende desde el cielo hacia la tierra, y el 26° (Escocés Trinitario), en el que una flecha tricolor reemplaza el mazo del Maestroi.

[6] Estas dos apariciones del mismo astro lo califican, a su vez, como un símbolo apropiado de la ley de dualidad.

[7] Ver “Las Máscaras de Dios”, especialmente el volumen sobre “Mitología Primitiva”.

[8] Se ha dicho que, en la versión evangélica convencional, el hecho de entregar a Jesús (el “rey” de los judíos) para que fuese ajusticiado fue una expresión más de esta práctica.

[9] No es contradictorio que la misma Estrella sea el héroe sacrificado y la diosa que preside tal sacrificio. Tales asociaciones son comunes en el pensamiento mitológico. Además, aquí tenemos una primera aproximación al tema de la conjunción de los opuestos.

[10] Muy difundidas durante la Revolución Francesa.

[11] Ciencia que, en cualquier caso, se relaciona con el simbolismo masónico por formar parte del Cuadrivium.

[12] Ver, por ejemplo, “La Misa y sus Misterios”, J.M. Ragon, Editorial Berbera, México, 2009.

Arquitectura de la Masonería Rectificada


Jean-Baptiste Willermoz ha estructurado su sistema o régimen mediante una arquitectura concéntrica, organizándola en dos clases o círculos sucesivos, dotándolas de una enseñanza doctrinal progresivamente más precisa y explícita que se va desgranando a lo largo de los distintos grados, por medio de unas “Instrucciones” que forman parte integrante del ritual de cada grado.


UNA ARQUITECTURA CONCÉNTRICA

Esta concepción del conjunto, arquitectura del Régimen y doctrina, fue oficialmente aprobada en dos etapas. En primer lugar a nivel de los territorios franceses, por el convento de las Galias, celebrado en Lyon (noviembre-diciembre de 1778) en el que se aprobó entre otros, el Código Masónico de las Logias Reunidas y Rectificadas y el Código de la Orden de los Caballeros Bienhechores de la Ciudad Santa, que continúan siendo lo textos de referencia del Régimen explícitamente mencionados por la Constitución y Reglamentos Generales para la Orden Rectificada, aprobada y promulgada por el Gran Priorato de Hispania el 9 de septiembre del 2011.

Luego a nivel europeo, esta arquitectura fue aprobada por el convento de Wilhelmsbad, celebrado en Alemania (agosto-septiembre de 1782), tenido bajo la presidencia del duque Ferdinand de Brunswick-Lunebourg y del príncipe Charles de Hesse, principales dirigentes de la Estricta Observancia, que se adhirieron a lo que en la época se conocía por la “Reforma de Lyon”.


DOS CLASES, UNA MASÓNICA Y OTRA CABALLERESCA

Así pues, el convento de Wilhelmsbad de 1782, referente general para la práctica del Régimen Escocés Rectificado y que determina la Regularidad para la práctica del mismo, aprobó una estructura dividida en dos clases, así como los rituales precisos, que juntamente con los dos Códigos fundacionales, constituyen nuestros textos de referencia y por así decirlo el corpus doctrinal:


La Orden Masónica

La Orden Caballeresca


LA ORDEN MASÓNICA

La clase simbólica u Orden Masónica, es en la que se confiere y conduce a su término la iniciación masónica. Esta clase está subdividida a su vez en cuatro grados: los tres practicados en las logias de San Juan, dichas logias azules por razón del color de sus decoraciones; más el grado de Maestro Escocés de San Andrés, practicado en las logias de San Andrés o logias Escocesas, dichas logias verdes por las mismas razones.

Sin este cuarto grado, recibido ritualmente mediante la correspondiente ceremonia, la iniciación masónica queda incompleta. La ceremonia de recepción a este grado, hace una recapitulación de los tres grados anteriores y culmina el contenido iniciático y doctrinal de los grados precedentes, llevándolos a su cumplimiento. En ese grado le es dada al Maestro Escocés de San Andrés la posibilidad de contemplar todo lo que le aguarda hasta su reintegración en la Jerusalén celeste, objetivo final de la iniciación cristiana.


LA RECONSTRUCCIÓN INTERIOR DEL HOMBRE

Estos cuatro grados giran en torno a la reconstrucción interior del hombre mediante la profundización en la Fe y la práctica asidua de las Virtudes Cristianas. Cuando el Maestro Escocés de San Andrés da muestras de haber alcanzado el grado de realización espiritual requerido, probando con ello que efectivamente ha puesto en práctica la iniciación masónica, puede tener entonces acceso a la Orden Interior.


LA ORDEN CABALLERESCA

La Orden Interior es una orden de caballería cristiana. No es en modo alguno asimilable, ni a un sistema de altos grados, ni a los grados filosóficos. Queda claro también que no se trata tampoco de la orden del Temple restablecida, lo que el convento de Wilhelmsbad condenó vigorosamente.


La Orden Interior comporta dos etapas.

La primera es una etapa preparatoria y transitoria: la de Escudero Novicio. La calidad de Escudero Novicio es conferida por la ceremonia de Investidura. Esta calidad es sin embargo revocable. En efecto, el Escudero Novicio tiene como única tarea la de prepararse durante como mínimo un año, para convertirse en Caballero; pero si se muestra inapto para adquirir esta calidad, puede e incluso debe, de acuerdo a lo prescrito al respecto en el Código de los C.B.C.S., ser retrotraído y devuelto a su condición de Maestro Escocés de San Andrés, que no perderá en cualquier caso.

La segunda etapa es la de Caballero Bienhechor de la Ciudad Santa (de siglas C.B.C.S.). No se trata de un grado más, sino de una cualidad que es conferida por la ceremonia de Armamento celebrada por el Gran Maestro/Gran Prior de la Orden de los C.B.C.S. o en su lugar, por un Visitador o Gran Dignatario delegado por el Gran Maestro. Esta ceremonia se trata verdaderamente de un adobamiento a la manera de la caballería medieval.


UNA BENEFICENCIA ACTIVA E ILUMINADA

El Caballero tiene, como por otra parte tenían sus hermanos de la Edad Media, el deber de obrar activamente en la Orden y en el mundo por una puesta en práctica de las enseñanzas morales, religiosas y doctrinales recibidas en las logias de San Juan y San Andrés, que no abandona en absoluto, sino que por el contrario, y ahora más que nunca en virtud de su nueva condición, a dedicarse al servicio de sus Hermanos y al de toda la humanidad, mediante el ejercicio de la beneficencia, entendida ésta no como mera solidaridad social, sino como hacer el bien en todos los sentidos, en todos los aspectos y hacia todos los hombres y mujeres.

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