sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Rezas de São Cipriano


Oração que se lê ao enfermo para se saber se a moléstia e natural ou sobrenatural

Esta oração diz-se em latim para que o enfermo não possa usar de impostura, porque, não entendendo o enfermo quando se há de mover ou estar quieto, desta forma não pode enganar o religioso. Se o religioso entender que é demônio ou alma perdida, diga a ladainha; no fim da ladainha ponha-lhe o Preceito que está adiante, em português.


Praecipitur in Nomine Jesus, ut desinat nocere aegroto, statim cesse delírium, et illudo ordinate discurrat. Si cadat, ut mortuus, et sine mora surget at praeceptu. Exorcistae factu in Nomine Jesus. Si in pondere assicitur, ut a multais hominibus elevaret non aliqua parte corporis si dolor, vel tumor, et ad signo Crucis, vel imposito proaecepto in nominee, Jesus cessat, Si side causa velit sibi morte inserre, se praecipite dure. Quando imaginationi, se praesentar res inhorestae contra Imagines Christi, et Sanctorum, et si eodem tempore sentiant in capit, ut plumbum, ut aguam frigidam, vel ferrum ignitem, et hoc fugit ad signum Crucis vel invocato Nomine Jesus. Quando Sacramenta, Reliquas, et res sacros odit; quando nulle prœcedente tribulation, desperat, se dilacerat. Quando subito patenti lumen aufertur, et subito restitur; quando diurno tempore nihil vidit, et nocturno bene vidit, et sine fuce lugit epistolam; si subito siat surdus, te postea bene audiat, non solum materialia, sed spiritualia. Si per septem, vel no vem dies nihil, vel par-um comedens fortis est, et pinguis, sicut antea. Si liquitur de Mysteris ultra suam capacitatem, quando non custat de illus sanctitate. Quando ventus vehemens discurrit per totum corpus ad mudum formicarum; quando elevatur corpus contra volutatem patientes, et non apparet a quoleventur. Clamores, scissio vestium, arrotationes dentium, quando potiens non est stultus: vel quando homo satura debilis non potest teneri a multis. Quando habet linguam tumidam, et nigram, quando guttur instatur, quando audiuntur regitus leonum, balatus ovium, latratus canun, porcorum grumitus, et similiu. Si varie praeter naturam vidente, et audiunt, si homines maximo odio perseuntur; si praecipitis si exponunt, si oculos horribiles habent, remanent, sensilus


destitutio. Quando corpus talibenedictit, quando ab Ecclesia fugit, et aquam benedictam non consenti; quando iratos se ostendunt contra Ministros superdonestes Relíquias capiti (eti occulte). Quando Imagines Christi, et virginis Maria nolunt inspicere sed conspuunt, quando verba sacra nolun, proferre, vel si proferant, illa corrumpunt et balbat cienter student proferre. Cum superposita capiti manu sacra ad lectionem Evangeliorum conturbatum agro tus, cum plusquam solitum palpitaverit, sensus occupantum, gattae sudoris destuunt, anxietates senit; stridores usque ad Caelum mittit, sed posternit, vel similia facit. Amém.


Ao demônio, para não mortificar o enfermo (Durante todo o tempo da esconjura)

Eu, como criatura de Deus, feita à sua semelhança e remida com o seu santíssimo sangue, vos ponho preceito, demônio ou demônios, paraque cessem os vossos delírios, para que esta criatura não seja jamais por vós atormentada com as vossas fúrias infernais.


Pois o nome do Senhor é forte e poderoso, por quem eu vos cito e notifico que vos ausenteis deste lugar para fora. Eu vos ligo eternamente no lugar que Deus Nosso Senhor vos destinar; porque com o nome de Jesus vos piso e rebato e vos aborreço mesmo do meu pensamento para fora. O Senhor seja comigo e com todos nós, ausentes e presentes, para que tu, demônio, não possas jamais atormentar as criaturas do Senhor. Fugi, partes contrárias, que venceu o leão de Judá e a raçade David.


Amarro-vos com as cadeias de S. Pedro e com a toalha que limpou o santo rosto de Jesus Cristo, para que jamais possas atormentar osviventes. (Faça-se o ato de contrição.)


Deve-se repetir muitas vezes, principalmente às mulheres gravidas, para que não aconteça algum vômito com os fortes ataques que os demônios causam nesta ocasião.


Em seguida, deve dizer-se a oração de S. Cipriano, para desfazer toda qualidade de feitiçaria e conjurações dos demônios, espíritos malignos ou


ligações que tenham feito homens ou mulheres, ou para rezar em uma casa que se desconfie estar possessa de espíritos malignos, ou finalmente, para tudo que diz respeito a moléstias sobrenaturais.


(Nesta oração, diz-se muitas vezes: “Eu, Cipriano, servo de Deus, desligo tudo quanto tenho ligado”. Mas o religioso não deve pronunciar onome do santo, dizendo: “Eu desligo tudo quanto estar ligado”).


Outra oração de São Cipriano

Eu, Cipriano, servo de Deus, a quem amo de todo o meu coração, corpo e alma, pesa-me por vos não amar desde o dia em que me destes o Porém, Vós, meu Deus e meu senhor, sempre Vos lembraste dum dia deste vosso servo Cipriano.


Agradeço-vos, meu Deus e meu Senhor, de todo o meu coração, os benefícios que de Vós estou recebendo, pois agora, ó Deus das alturas, dai-me força e fé para que eu possa desligar tudo quanto tenho ligado, para o que invocarei sempre o Vosso santíssimo nome. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.


E certo, Nosso Deus, que agora sou Vosso servo Cipriano, dizendo- vos: Deus forte e poderoso, que morais no grande cume que é o céu, onde existe o Deus forte e santo, louvado sejais para sempre!


Vós vistes as malícias deste Vosso servo Cipriano! E tais malícias pelas quais eu fui metido debaixo do poder do diabo! Mas eu não conhecia o Vosso santo nome; ligava as mulheres, ligava as nuvens do céu, ligava as águas do mar para que os pescadores não pudessem navegar para pescarem o peixe para sustento dos homens! Pois eu, pelas minhas ma- lícias, minhas grandes maldades, ligava as mulheres prenhes para que não pudessem parir, e todas estas coisas eu fazia em nome do demônio. Agora, meu Deus e meu Senhor, conheço o Vosso nome e invoco e torno a invocar para que sejam desfeitas e desligadas as bruxarias e feitiçarias da máqui- na ou do corpo desta criatura (fulano). Pois Vos chamo, 6 Deus poderoso, para que rompas todos os ligamentos dos homens e das mulheres t .


Caia a chuva sobre a face da terra para que de seu fruto as mulheres tenham seus filhos; livre de qualquer ligamento que lhe tenha feito, desligue o mar para que os pescadores possam pescar. Livre de qualquer


perigo, desligue tudo quanto está ligado nesta criatura do Senhor; seja desatada, desligada de qualquer forma que o esteja; eu a desligo, desalfineto, rasgo, calco e desfaço tudo, monecro ou monecra que esteja em algum poço ou levada, para secar esta criatura (fulano), pois todo o maldito diabo e tudo seja livre do mal e de todos os males ou maus feitos, feitiços, encantamentos ou superstições, artes diabólicas. O Senhor tudo destruiu e aniquilou: o Deus dos altos céus seja glorificado no céu e na terra, assim como por Emmanuel, que é o nome de Deus poderoso. Assim como a pedra seca se abriu e lançou água de que beberam os filhos de Israel, assim o Senhor muito poderoso com a mão cheia de graça, livre este vosso servo (fulano) de todos os malefícios, feitiços, ligamentos, encantos e em tudo que seja feito pelo diabo ou seus servos, e assim que tiver esta oração sobre si e a trouxer consigo ou tiver em casa, seja com ela diante do paraíso terreal, do qual saíram quatro rios, cinquenta e seis Tigres Eufrates, pelos quais mandastes deitar água a todo o mundo, por cujos vos suplico. Senhor meu Jesus Cristo, filho de Maria Santíssima, a quem entristecer ou maltratar pelo maldito maligno, espírito nenhum, encantamento nem maus feitos façam nem movam causa alguma má contra esse Vosso servo (fulano), mas todas as coisas aqui mencionadas sejam obtidas e anuladas, para o qual eu invoco as setenta e duas línguas que estão repartidas por todo o mundo e qualquer dos seus contrários sejam aniquiladas as suas pesquisas pelos anjos, seja absoluto este vosso servo (fulano) com toda a sua casa e coisas que nela estio, sejam todos livres de todos os malefícios e feitiços pelo nome de Deus Pai que nasceu sobre Jerusalém, por todos os mais anjos e santos e por todos os que servem diante do paraíso ou na presença do alto Deus Pai todo Poderoso, para que o maldito diabo não tenha poder de em perecer a pessoa alguma.


Qualquer pessoa que esta oração trouxer consigo, ou lhe for lida, ou onde estiver algum sinal do diabo, de dia ou de noite, por Deus, Jacques e Jacob, inimigo maldito seja expulso para fora; invoco a comunhão dos Santos Apóstolos de N. S. J. C., São Paulo, orações das religiosas, pela empresa e formosura de Eva, pelo sacrifício de Abel, por Deus unido a Jesus, eterno Pai, pela castidade dos fiéis, pela bondade deles, pela fé em Abrahão, pela obediência de Nossa Senhora quando ela livrou a Deus, pela oração de Magdalena, pela paciência de Moysés, sirva a oração de S. José para desfazer os encantamentos. Santos e Anjos valei-me; pelo sacrifício de S. Jonas, pelas lágrimas de Jeremias, pela oração de Zacarias, pela profecia e por aqueles que não dormem de noite e estão sonhando com Deus Nosso Senhor J. C., pelo profeta Daniel, pelas


palavras dos S. Evangelistas, pela coroa que deu a Moysés em línguas de fogo, pelos sermões que fizeram os apóstolos, pelo nascimento de N. S. J. C., pelo seu santo batismo, pela voz que foi ouvida pelo Pai Eterno, dizendo: “Este é meu filho escolhido e bem-amado: deve-me muito apreço porque toda a gente o teme e porque faz abrandar o mar e fez dar frutos à terra”, pelos milagres dos anjos que juntos a ele estão, pelas virtudes dos Apóstolos, pela vinda do Espírito Santo que baixou sobre eles, pelas virtudes e nomes que nesta oração estão, pelo louvor de Deus que fez todas as coisas pelo pai t, pelo filho t, pelo Espírito Santo t, (fulano), se te está feita alguma feitiçaria nos cabelos da cabeça, roupa do corpo, ou da cama, ou no calçado, ou em algodão, seda, linho ou lã, ou em cabelos de cristãos, ou de mouros ou de hereges, ou em osso de criatura humana, de aves ou de outro qualquer animal, ou em madeira, ou em livros, ou em sepulturas de cristãos em sepulturas de mouros, ou em fonte ou ponte, ou altar, ou rio, ou em casa, ou em paredes de cal, ou em campo, ou em lugares solitários, ou dentro das igrejas, ou repartimentos de rios, em casa feita de terra ou mármore, ou em figuras feitas de fazenda, ou em sapo ou saramantiga, ou bicha ou em bicho do mar ou do rio ou do lameiro, ou em comidas ou bebidas, ou em terra do pé esquerdo ou direito, ou em outra qualquer coisa em que se possa fazer feitiços… Todas estas coisas sejam desfeitas e desligadas deste servo (fulano) do Senhor, tanto as que eu, Cipriano, tenho feito, como as que têm feito essas bruxas servas do demônio; isto tudo seja ao seu próprio ser que antes tinha, ou em sua própria figura, ou em que Deus a criou.


Santo Agostinho e todos os santos e santas, por santo nome, que façam que todas as criaturas sejam livres do mal do demônio. Amém.


Conjuração

Esta conjuração deve ser feita pelo religioso, com todo o respeito e fé, e quando veja que o enfermo está aflito e o de mônio ou mau espírito não quer sair, deve-lhe tornar a ler o pre ceito anterior, no fim da ladainha, ou o


que está em latim no inicio deste capitulo.


Eu, Cipriano, digo, eu (fulano), da parte de Deus Nosso Se nhor Jesus Cristo, absolvo o corpo de (fulano) de todos os maus feitiços, encantos, encanhos, empates, que fazem e requerem homens e mulheres em nome de


Deus N. S. J. C., Deus de Abrahão, Deus muito grande e poderoso glorificado seja, para sempre sejam em seu santíssimo Nome destruídos, desfeitos, desligados, reduzidos ao nada, todos os males de que padece este vosso ser vo (fulano); venha Deus com seus bons auxílios, por amor de misericórdia, que tais homens ou mulheres que são causadores destes males que sejam já tocados no coração para que não con tinuem com esta maldita vida.


Sejam comigo os anjos do céu, principalmente S. Miguel, S. Gabriel, S. Raphael e todos os santos, santas e anjos do Se nhor, e os apóstolos do Senhor, S. João Batista, S. Pedro, S. Paulo, S. André, S. Thiago, S. Mathias,


Lucas, S. Filipe, S. Marcos, S. Simão, S. Anastácio, Santo Agostinho e por todas as ordens dos santos Evangelistas, João, Lucas, Marcos, Matheus e por todos os querubins e serafins, Migueis criados por obra e graça do divino Espírito Santo.

Pelas setenta e duas línguas que estão repartidas pelo mun do e por esta absolvição e pela voz que deu quando chamou Lázaro do sepulcro, por todas estas virtudes seja tudo ao seu pró prio ser que dantes tinha ou à sua própria saúde que gozava an tes de ser arrebatado pelos demônios, pois eu em nome do Todo Poderoso mando que tudo cesse do seu desconcerto sobrena tural.


Ainda mais pela virtude daquelas santíssimas palavras por que Jesus Cristo chamou: Adão, Adão, Adão, onde estás? Por estas santíssimas palavras absolvamos, por esta virtude de quan do Jesus Cristo disse a um enfermo: ‘Levanta-te e vai para a tua casa e não queiras mais pecar’, de cuja enfermidade havia de estar três anos, pois absolva-te Deus que criou o céu e a terra e ele tenha compaixão de ti, criatura (fulano), pelo profeta Da niel, pela santidade de Israel, e por todos os santos e santas de Deus, absolvei este vosso servo ou serva, (fulano), e abençoai to da a sua casa e todas as mais coisas sejam livres do poder dos de mônios por Emmanuel, pois Deus seja com todos nós. Amém.


Pelo santíssimo nome de Deus N. S. J. C., todas as coisas aqui nomeadas sejam desligadas, desenfeitiçadas, desalfinetadas de todos os empates que sejam formados por arte do demônio ou seus companheiros, seja tudo destruído; que o mando eu da parte do Onipotente, para que já, sem apelação, sejam desliga dos e se desliguem todos os maus feitiços e ligamentos e toda a má ventura por Cristo Senhor Nosso. Amém.


Oração para livrar o enfermo do poder de satanás

Senhor meu Jesus Cristo, dou-vos infinitas graças, pois pelos merecimentos de vossa paixão santíssima, de vosso precioso sangue, e por vossa bondade infinita Vos dignaste livrar-me do demônio, ou feitiços e de seus malefícios; e assim vos peço, e suplico agora, vos digneis de preservar-me e guardar-me para que o demônio daqui por diante não possa jamais molestar-me de modo algum, porque eu pretendo e quero viver e morrer debaixo da proteção do vosso santíssimo nome. Amém. P.N.A.M.


Como se há de fechar a morada

Se, no fim de todas estas orações, o enfermo não ficar de todo livre, o religioso, ao fim de três dias, deve ir perguntar pelas melhoras do enfermo; quando veja que ainda está possesso do demônio (e para o saber, deve tornar a ler os signos que estão em latim, certo de haver malefícios), é o caso de uma morada aberta, e deve logo tratar de fechar da forma que se segue.


Como se há de abençoar a chave

Toma-se uma chave de aço de tamanho pequeno e deites-lhe a bênção da forma seguinte:


O Senhor lance sobre ti a sua santíssima bênção e o seu santíssimo poder para que te dê a virtude eficaz, para que toda a morada ou porta por onde entra Satanás por ti seja fechada e jamais o demônio ou seus aliados, por ela possam entrar, pois, abençoada seja em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Jesus seja contigo.


Deita-se água benta em cruz sobre a chave.


Palavras santíssimas que o religioso deve dizer quando estiver a fechar amorada

A chave deve estar sobre o peito do enfermo, como se estivesse a fechar uma porta:


O Deus Onipotente, que do seio do eterno Pai viestes ao mundo para salvação dos homens, dignai-vos, pois, Senhor, de por preceito ao demônio ou demônios, para que eles não tenham mais o poder e atrevimento de entrar nesta morada. Seja fechada a sua porta assim como Pedro fecha as portas do céu às almas que lá querem entrar sem que primeiro expiem as suas faltas.


O religioso simula que está a fechar uma porta no peito do enfermo.


Dignai-vos, Senhor, permitir que Pedro venha do céu à terra fechar a morada onde os malditos espíritos querem entrar, quando muito bem lhes parece.


Pois eu, (fulano), em Vosso santíssimo nome, ponho preceito a esses espíritos do mal, para que desde hoje para o futuro não possam mais fazer morada no corpo de (fulano), que lhe será fechada esta porta perpetuamente, assim como lhe é fechada a do reino dos espíritos puros. Amém.


No fim da oração, escrevam em um papel o nome de Satanás e queimem- no, dizendo:


Vai-te, Satanás, desaparece, assim como o fumo da chaminé.


Sobre fantasmas que aparecem nas encruzilhadas

Que são fantasmas?


São visões que aparecem a certos indivíduos fracos de espirito e crentes de que vêm a este mundo as almas daqueles que já deixaram de existir, Pois os fantasmas aparecem só aos crentes nos seres espirituais e não aos incrédulos, porque nisso nada aproveitam ou, antes pelo contrário,


recebem maldições.


Ah! Que será daqueles que assim o fizer, infeliz deste mundo, que não tratou senão de escarnecer dos servos do Senhor, que vêm a este mundo buscar alivio e encontram penas? Dobram-se lhe os tormentos!


Ah! Que será de vós no dia em que fordes sentenciados? Se não tiverdes bons amigos que tenham pedido por vós ao Juiz supremo, se não tiverdes amigos, sereis punidos com todo o rigor da justiça.


Pois cultivai bons amigos para que naquele dia tremendo eles roguem ao Criador por vós; fazei como faz o lavrador que, para colher no S. Miguel muito fruto, deita na terra bons elementos.


Notai bem, irmãos, estas palavras não são obra do bico de pena, mas sim inspiradas do fundo do coração! Quando vos aparecer uma visão, não a esconjureis, porque então ela vos amaldiçoará, vos empecerá em todos os vossos negócios, e tudo vos correrá torto; porém, quando sentirdes uma visão, recorrei à oração que neste livro vai mencionada, com o titulo: Oração pelos bons espíritos


Porque logo aliviareis aquele mendigo que busca esmolas pelas pessoas caritativas. Olhai, irmãos, o diabo poucas vezes aparece em fantasma, porque os demônios eram anjos e não têm corpos para se revestir; por isso vos recomendo que quando virdes um fantasma em figura de animal, então é certo ser demônio, e deveis conjurá-lo e fazer-lhe uma cruz t. Mas se o fantasma for em figura humana, não é o demônio, mas sim uma alma que busca alivio às suas penas.


Deveis logo fazer a oração, porque não perdeis nada com isso, pois que aquela alma que vás livrastes é convosco sempre que a chamardes.


Não vos fieis em mim; fazei a experiência e depois vereis. Orai, orai por esses desgraçados espíritos e invocai-os em todos os vossos negócios e em tudo que vos aprouver, que sereis bem sucedido.


Feliz da criatura que é perseguida pelos espíritos, porque é certo essa pessoa ser boa criatura que os espíritos perseguem para que ela ore ao Senhor por eles, que é digna de ser ouvida do Criador. É por esta razão que uns são mais perseguidos de fantasmas.


Ora, há muitos espíritos que não adotam o sistema de aparecer em fantasmas, mas aparecem nas casas dos seus parentes fazendo de noite barulho, arrastando cadeiras, mesas e tudo quanto há na casa; um dia matam um porco, outro dia uma vaca, e assim corre tudo para trás naquela casa (por falta de inteligência dos habitantes), porque se recorressem logo às orações,


ficariam livres do espirito e cometeriam uma obra de caridade, e no último dia da sua vida lhes seriam abertas as portas do céu.


Oração pelos bons espíritos

Sai, alma cristã, deste mundo, em nome de Deus Pai Todo Poderoso, que te criou; em nome de Deus vivo, que por ti padeceu; em nome do Espirito Santo, que copiosamente se te comunicou. Aparta-te deste corpo ou lugar em que estás, porque Deus te recebe no seu reino; Jesus, ouve a minha oração e sê meu amparo, como é amparo dos santos, anjos e arcanjos; dos tronos e dominações, dos querubins e serafins; dos Profetas, dos santos Apóstolos e dos Evangelistas; dos santos Mártires, Confessores, Monges, Religiosos e Eremitas; das santas Virgens e esposas de Jesus Cristo e de todos os santos e santas de Deus, o qual se digne dar-te lugar de descanso, e goze da paz eterna na cidade santa da celestial Sião, onde o louves portodos os séculos. Amém.


Oremos:

Deus misericordioso, Deus clemente, Deus que segundo a grandeza de vossa infinita misericórdia perdoai os pecados deste espirito que tem dor de os haver cometido, e lhe dai literal absolvição das culpas e ofensas passadas; ponde os olhos da vossa piedade neste vosso servo que anda neste mundo a penar; abri-lhe, Senhor, as portas do céu, ouvi-o propicio e concedei-lhe o perdão de todos os seus pecados, pois de todo o coração vo- lo pede por meio de sua humilde confissão, Renovai e reparti, ó Pai piedosíssimo, as quebras e ruínas desta alma, e os pecados que fez e contraiu ou por sua fraqueza, ou pela astúcia e engano do demônio, Admiti- o e incorporai-o no corpo de vossa Igreja triunfante, como membro vivo dela, remido com o sangue piedoso do vosso Filho; compadecei-vos, Senhor, dos seus gemidos, que as suas lágrimas e os seus soluços vos movam, que as suas e nossas súplicas vos enterneçam, Amparai e socorrei a quem não tem posto sua esperança senão na vossa misericórdia, e admiti-o em vossa amizade e graça, pelo amor que tende a Jesus Cristo, vosso amado Filho, que convosco vive e reina por todos os séculos dos séculos. Amém, alma, que andas a expiar as tuas faltas, te encomendo a Deus Todo Poderoso, irmão meu caríssimo, a quem peço te ampare e favoreça como criatura sua, para que, acabando de pagar com a morte a punição desta vida, chegues a ver o Senhor todo soberano artífice, que do pó da terra te formou; quando


tua alma sair do corpo, te saia a receber o exército luzido dos santos anjos para acompanhar-te, defender-te e festejar-te; o glorioso colégio dos santos Apóstolos te favoreça, sendo juízes defensores da tua casa; as triunfadoras legiões dos invencíveis mártires te amparem, a nobilíssima companhia dos i lustres confessores te recolha no meio, e com a suave fragrância dos I (rios e açucenas que trazem nas mãos, símbolo da fragrante suavidade de suas virtudes, te confortem; os coros das santas virgens, alegres e contentes, te recebam; toda aquela bem-aventurada companhia celestial e cortesãos com estreitos abraços de verdadeira amizade te deem entrada no seio glorioso dos Patriarcas; a face do teu Redentor Jesus Cristo se te represente piedosa e aprazível e ele te dê lugar entre os que para sempre assistem em sua presença. Nunca chegues a experimentar o horror das trevas eternas, nem os estalos de suas chamas, nem as penas que atormentam os condenados. Renda-se o maldito satanás com todos os seus aliados, e ao passardes por diante deles, acompanhado de anjos, trema o miserável e retire-se temeroso às espessas trevas de sua escura morada.


Vai, alma; acabe-se o teu martírio, que já não pertences a este mundo corporal, mas sim ao celestial! Livre-te Deus, se é em teu favor, e desbarate todos os inimigos que te aborrecem; fujam da sua presença, desfaçam-se como o fumo no ar e como a cera no fogo, os rebeldes e malditos demônios, seguramente à mesa de seu Deus. Confundam-se e retirem-se afrontados os exércitos infernais, e os ministros de satanás não se atrevam a impedir o teu caminho para o céu, livre-te Cristo do inferno, que por ti foi crucificado, livre-te desses tormentos em que andas neste mundo a atormentares e a seres atormentado.


Cristo, que por ti deu a vida, ponha-te Cristo, Filho de Deus vivo, entre os prados e florestas do Paraiso, que nunca se secam nem se murcham, e como verdadeiro pastor te reconheça como ovelha do rebanho, Ele te absolva de todos os teus pecados, e te assente à sua mão direita entre os escolhidos e predestinados; faça-te Deus tão ditoso, que assistindo sempre em sua presença, conheças com bem-aventurados olhos a verdade manifesta de sua divindade, e em companhia dos cortesãos do céu gozes da doçura da sua eterna contemplação por todos os séculos, Amém.


Salvador do pecador

Quais são as principais virtudes do céu que podem salvar o pecador?


Ei-las:

O sol, mais claro que a lua.


As duas tábuas de Moisés, onde Nosso Senhor pôs os seus sagrados pés. As três pessoas da Santíssima Trindade e toda a família da cristandade. São os quatro evangelistas: João, Marcos, Mateus e Lucas.


São as cinco chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, que tanto sofreu para quebrar as tuas forças, Lúcifer!


São os seis círios bentos que iluminaram em torno à sepultura de Nosso Senhor Jesus Cristo, e me iluminaram a mim para me livrar das astúcias de Lúcifer, o deus dos infernos.


São os sete Sacramentos da Eucaristia, porque sem eles ninguém tem salvação.


São as oito bem-aventuranças.


São os nove meses em que a Virgem Maria trouxe no ventre o seu amado Filho, Jesus Cristo, e por esta virtude somos livres do teu poder,Satanás!


São as onze mil virgens que pedem incessantemente ao Senhor por todos nós.


São os doze Apóstolos que acompanham sempre Nosso Senhor Jesus Cristo até a hora da sua morte e depois na sua eterna redenção.


São os treze raios do sol que eternamente te esconjuram, Satanás!


Nesta ocasião, Satanás submerge-se acompanhado de um trovão e relâmpago enviados por Deus Nosso Senhor. Esta oração deve ser dita completa. Sendo necessário repete-se três vezes.


Oração para assistir aos doentes na hora da morte

Esta oração é tão eficaz, diz S. Cipriano, que nenhuma alma se perde quando é dita com devoção e fé em Jesus Cristo.


Diz S. Cipriano, no capítulo XII, que é de tanta virtude esta oração, que de todos os enfermos a quem a lia tirava um cabelo da cabeça e o lançava dentro de um vidro d’água, para com esta água lavar as chagas dos doentes, cujas moléstias eram incuráveis pela medicina, lançando lhe uma gota e


dizendo:

Eu, Cipriano, te curo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.


Amém.


Jesus, meu Redentor, em vossas mãos, Senhor, encomendo a alma deste servo, para que vás, Salvador do mundo, a leveis para o céu na companhia dos anjos.


Jesus, Jesus, Jesus seja contigo para que te defenda; Jesus esteja na tua alma, para que te sustente; Jesus esteja diante de ti para que te guie; Jesus esteja na tua presença para que te guarde; Jesus, Jesus reina, Jesus domina, Jesus de todo o mal te defenda. Esta é a cruz do Divino Redentor: fugi, fugi, ausentai-vos, inimigo das almas, remidas com o sangue preciosíssimo de Jesus Cristo.


Jesus, Jesus, Jesus, Maria, Mãe de Graça, Mãe de Misericórdia, defendei-me do inimigo e amparai-me nesta hora. Não me desampareis, Senhora, rogai por este vosso servo (fulano) a vosso Amado Filho, para que com vossa intercessão saia livre do perigo de seus inimigos e das suas tentações.


Jesus, Jesus, Jesus: recebei a alma deste vosso servo (fulano); olhai-o com olhos de compaixão, abri-lhe Vossos braços, amparai-o, Senhor, como a vossa misericórdia, pois é feitura de vossas mãos, e a alma imagem vossa.


Jesus, Jesus, Jesus: De vás, meu Deus, lhe há de vir até o remédio; não lhe negueis a vossa graça nesta hora, pois eu (fulano), vos chamo, ó Deus Poderoso, para que venhais sem demora receber esta alma nos vossos santíssimos braços; vinde em seu socorro, assim como viestes em socorro de Cipriano quando estava em batalha com Lúcifer.


Jesus, Jesus, em vossas mãos, meu Deus, ofereço e ponho o meu espírito, que justo é que torne a Vós o que de Vós recebi; sede, pois, por nossa alma, justo e salvai das trevas.


Defendei-a, Senhor, de todos os combates, para que eternamente vá contar no céu as vossas infinitas misericórdias.


Misericórdia, dulcíssimo Jesus; misericórdia, amabilíssimo Jesus; misericórdia e perdão para todos os vossos filhos, pelos quais sofrestes na cruz. É, pois, justo que nos salvemos. Amém.

72 Conclusões da Cabala Cristã


Aqui estão as 72 Teses conclusivas de Pico della Mirandola, parte final de sua obra “Conclusiones philosophicae, cabalisticae et theologicae“, nas quais ele elencou 900 teses com o objetivo de destacar os méritos da Cabala Cristã para serem apresentadas ao Papa. O documento tratava-se em verdade de uma preparação para um debate perante o Bispo em Roma, contudo, antes que o debate público pudesse se realizar, algumas dessas teses foram consideradas heréticas pelo comitê eclesial organizador. Em uma tentativa de se defender contra as acusações Pico escreveu uma outra obra cabalista “Apologia Ioannis Pici Mirandolani, concordiae comitis” e foi prontamente excomungado da Igreja após sua publicação.


AS SETENTA E DUAS CONCLUSÕES CABALÍSTICAS DE ACORDO COM AS MINHAS OPINIÃO, CONFIRMANDO FORTEMENTE A RELIGIÃO CRISTÃ USANDO OS PRINCÍPIOS DOS SÁBIOS HEBREUS

Giovanni Pico della Mirandola

(1486)


Independentemente do que outros cabalistas afirmam, em uma primeira divisão, distingo a ciência da Cabala em ciência dos Sefirotes e Shemot, ou seja, em ciências práticas e especulativas.

Independentemente do que outros cabalistas afirmam, divido a parte especulativa da Cabala, a ciência dos nomes, em quatro categorias correspondentes às quatro divisões da filosofia que geralmente adoto. A primeira é o que denomino ciência do alfabeto, correspondente à parte da filosofia que chamo de filosofia universal. As segunda, terceira e quarta correspondem à Merkabah tríplice, o Carro, que se relaciona às três partes da filosofia particular sobre as naturezas divinas, intermediárias e sensíveis.

A ciência, que constitui a parte prática da Cabala, abrange toda a metafísica formal e a teologia inferior.

Einsof não deve ser contado com as outras numerações, porque é a unidade abstrata e incomunicável dessas numerações, e não a unidade coordenada.

Todo cabalista hebreu, seguindo os princípios e ensinamentos da ciência da Cabala, é inevitavelmente levado a reconhecer, sem adições, omissões ou variações, exatamente o que a fé católica dos cristãos professa sobre a Trindade e cada uma das pessoas divinas: Pai, Filho e Espírito Santo. Corolário: não apenas quem nega a Trindade, mas também quem a propõe de maneira diferente daquela adotada pela Igreja Católica, como os arianos, sabelianos e semelhantes, podem ser claramente refutados se os princípios da Cabala forem aceitos.

Quem se profundar na ciência da Cabala pode compreender que os três grandes nomes de quatro letras de Deus, que existem nos segredos dos cabalistas por apropriação miraculosa, devem ser atribuídos às três pessoas da Trindade da seguinte forma: o nome Aye é do Pai, o nome Yod He Vav He do Filho e o nome Adonai do Espírito Santo.

Nenhum cabalista hebreu pode negar que o nome de Jesus, se interpretado seguindo os métodos e princípios da Cabala, signifique precisamente isso e nada mais: Deus, o Filho de Deus e a sabedoria do Pai unida à natureza humana na unidade da assunção por meio da terceira pessoa de Deus, que é o fogo mais ardente de amor.

Da conclusão anterior, podemos compreender por que Paulo afirma que a Jesus foi dado o nome que está acima de todo nome e por que se diz que todos no céu, na terra e no inferno se ajoelham em nome de Jesus, que também é altamente cabalístico e qualquer pessoa profunda na Cabala pode entender isso por si mesma.

Se alguma previsão humana pode ser feita sobre os últimos eventos, podemos descobrir através do caminho mais secreto da Cabala que o fim do mundo ocorrerá 514 anos e 25 dias a partir de agora, isto é, a partir de 1º de janeiro de 2000.

Aquilo que entre os cabalistas é chamado de Metatron é, sem dúvida, aquilo que Orfeu chama de Palácio, Zoroastro de Mente Paternal, Mercúrio de Filho de Deus, Pitágoras de Sabedoria e Parmênides de Esfera Inteligível.

O modo pelo qual as almas racionais são sacrificadas pelo arcanjo a Deus, não explicado pelos cabalistas, ocorre apenas através da separação da alma do corpo, não do corpo da alma, exceto acidentalmente, como acontece na morte por beijo, sobre a qual está escrito que preciosa aos olhos do Senhor é a morte de seus santos.

Quem não for racionalmente intelectual não pode operar através da pura Cabala.

Quem opera na Cabala sem a mistura de qualquer elemento extrínseco, se persistir no trabalho, morrerá da morte por beijo e, se errar no trabalho ou se aproximar dele impuro, será devorado por Azazel através da propriedade do julgamento.

Pela letra Shin, que media no nome de Jesus, é cabalisticamente indicado a nós que o mundo então descansou perfeitamente como se em sua perfeição, quando Yod foi unido a Vav, o que ocorreu em Cristo, que foi o verdadeiro Filho de Deus e homem.

Pelo nome Yod He Vav He, que é o nome inefável que os cabalistas dizem que será o nome do Messias, é claramente conhecido que ele será Deus, o Filho de Deus feito homem através do Espírito Santo e que após ele o Paráclito descerá sobre os homens para a perfeição da humanidade.

Do mistério das três letras na palavra Shabbat, podemos interpretar cabalisticamente que o mundo sabotará quando o Filho de Deus se tornar homem e que, em última análise, o sábado virá quando os homens forem regenerados no Filho de Deus.

Quem sabe o que é o vinho mais puro entre os cabalistas entende por que Davi diz que será embriagado pela abundância de tua morada e o que a embriaguez, que o antigo vidente Museu diz ser a felicidade e o que tantos báquicos significam em Orfeu.

Quem junta astrologia à Cabala verá que parar o trabalho e descansar se torna mais apropriado após Cristo no dia do Senhor do que no dia do sábado.

Se explicarmos cabalisticamente a fala do profeta de que venderam o justo por prata, isso nos indica apenas isso, a saber, Deus como Redentor foi vendido por prata.

Se os cabalistas voltarem sua interpretação para essa palavra as, que significa então, eles serão grandemente iluminados sobre o mistério da Trindade.

Quem junta a fala dos cabalistas afirmando que a numeração que é chamada justa e redentora também é chamada Zee com a fala dos talmudistas afirmando que Isaac partiu assim como Zee carregando sua cruz, verá que aquilo que foi prefigurado em Isaac foi cumprido em Cristo, que era o verdadeiro Deus vendido por prata.

Pelas palavras dos cabalistas sobre a vermelhidão de Esaú e aquela fala no livro Barashith Rabá que Esaú estava vermelho e vermelho vingou-o de quem está dito por que estão vermelhas suas vestes, é expressamente conhecido que Cristo, sobre quem nossos doutores expõem o mesmo texto, será aquele que se vingará sobre poderes impuros.

Por aquela fala de Jeremias, ele lacerou tua palavra, segundo a exposição dos cabalistas, temos que entender que Deus lacerou Deus, o Santo e Bendito, em nome dos pecadores.

Pela resposta dos cabalistas à pergunta de por que no livro dos Números a seção sobre a morte de Maria está ligada à seção sobre a novilha vermelha e por sua exposição daquele trecho onde Moisés, no pecado envolvendo o bezerro de ouro, disse “destrua-me” e pelas palavras no Zohar naquele texto “e fomos curados por suas feridas”, esses hebreus que afirmam que não era adequado que a morte de Cristo satisfizesse o pecado da humanidade são inevitavelmente refutados.

Todo cabalista tem que admitir que o Messias deveria ter libertado-os do cativeiro diabólico, não do temporal.

Todo cabalista deve reconhecer, pelas palavras daqueles que são versados nesta ciência, que o pecado original será expiado pela vinda do Messias.

Pelos princípios dos cabalistas, pode-se claramente deduzir que a necessidade da circuncisão é removida pela vinda do Messias.

Pela palavra “et”, que é colocada duas vezes no texto “No princípio, Deus criou os céus e a terra”, acredita-se que Moisés esteja se referindo à criação da natureza intelectual e da natureza animada, que, na ordem natural, precedeu a criação dos céus e da terra.

O que os cabalistas dizem, que uma linha verde circunda o universo, fala apropriadamente à conclusão final que eu declarei da mente de Porfírio.

Seguindo seus próprios princípios, os cabalistas devem necessariamente admitir que o verdadeiro Messias é tal que, sobre ele, é verdadeiramente dito que ele é Deus e o Filho de Deus.

Quando você ouve que os cabalistas postulam a forma na teshuva, entenda “forma” como antecedência à forma, e não privação dela.

Se juntarmos os dois “alephs” que estão no texto “O cetro não será tirado” etc., aos dois “olefs” que estão no texto “Deus me possuía desde o começo” e os dois “alleps” que estão no texto “A terra estava vazia”, pelo caminho da Cabala, entendemos que lá Jacó falou daquele verdadeiro Messias que era Jesus de Nazaré.

Por essa palavra que está escrita “aleph yad e sin” e significa “homem”, que é atribuída a Deus e ele é chamado de “homem de guerra”, pelo caminho da Cabala somos perfeitamente advertidos quanto ao mistério da Trindade.

Pelo nome “que é homem”, que está escrito com as três letras “hey vav e alef”, o nome é muito apropriadamente atribuído a Deus, algo em harmonia não apenas com os cabalistas, que frequentemente expressam isso, mas também com a teologia de Dionísio, o Areopagita, pelo caminho da Cabala, o mistério da Trindade e a possibilidade da encarnação são revelados para nós.

Se Deus é conhecido em si mesmo como infinito, como um e como existindo por si mesmo, reconhecemos que nada procede dele, mas conhecemos sua separação das coisas e seu fechamento total em si mesmo e sua retração extrema, profunda e solitária nos recessos mais remotos de sua divindade, e o reconhecemos enquanto ele se esconde internamente no abismo de sua escuridão e de nenhuma maneira se revelando na dilatação e profusão de sua bondade e esplendor fontil.

Da conclusão anterior, podemos saber por que os cabalistas dizem que Deus se vestiu com dez vestimentas quando criou o mundo.

Quem entende a subordinação da piedade à sabedoria na ordem da mão direita entende perfeitamente, pelo caminho da Cabala, de que maneira Abraão, em seu dia, viu o dia de Cristo pela linha direita e se alegrou.

Os efeitos que seguiram a morte de Cristo devem convencer todo cabalista de que Jesus de Nazaré era o verdadeiro Messias.

Dessa conclusão e da declaração acima, segue-se que todo cabalista deve admitir que Jesus, quando perguntado quem ele era, respondeu muito corretamente dizendo “eu sou o começo que fala contigo”.

Os cabalistas inevitavelmente têm que admitir isso: que o verdadeiro Messias purificará os homens através da água.

Pode ser conhecido na Cabala, através do mistério do “mem fechado”, por que, depois dele, Cristo enviou o Paráclito.

É conhecido, através dos princípios da Cabala, que Jesus disse corretamente, antes que Abraão nascesse, “eu sou”.

Através do mistério das duas letras “vav e yod”, é conhecido de que maneira o Messias, como Deus, foi o começo de si mesmo como homem.

Através do mistério da parte norte, é conhecido pela Cabala por que Deus julgará o mundo através do fogo.

É muito abertamente conhecido na Cabala por que o Filho de Deus vem com águas batismais e o Espírito Santo com fogo.

Através do eclipse do sol que ocorreu na morte de Cristo, pode ser conhecido, seguindo os princípios da Cabala, que então o Filho de Deus e o verdadeiro Messias sofreram.

Quem conhece a propriedade do norte na Cabala sabe por que Satanás prometeu a Cristo o reino do mundo se, caindo, ele o adorasse.

Independentemente do que outros cabalistas digam, eu afirmo que as dez esferas correspondem às dez numerações assim: começando pelo edifício, Júpiter corresponde à quarta, Marte à quinta, o Sol à sexta, Saturno à sétima, Vênus à oitava, Mercúrio à nona, a Lua à décima; então, acima do edifício, o firmamento à terceira, o primum mobile à segunda e o céu imperial à primeira.

Quem conhece a correspondência dos dez mandamentos através da conjunção da verdade astrológica com a verdade teológica verá, a partir da fundação que estabeleci na conclusão anterior, independentemente do que outros cabalistas dizem, que o primeiro mandamento corresponde à primeira numeração, o segundo à segunda, o terceiro à terceira, o quarto à sétima, o quinto à quarta, o sexto à quinta, o sétimo à nona, o oitavo à oitava, o nono à sexta e o décimo à décima.

Quando os cabalistas afirmam que o sol deve ser buscado da sétima e da oitava, essas petições na merkabah inferior devem ser interpretadas dessa maneira, para que uma seja pedida para concedê-las, a outra para não proibi-las. Quem é conhecedor em astrologia e Cabala pode entender, das conclusões anteriores, qual concede e qual proíbe.

Assim como a lua cheia estava em Salomão, assim o sol pleno estava no verdadeiro Messias, que era Jesus. Sobre a correspondência diminuída em Zedequias, qualquer um que seja profundo na Cabala pode conjecturar.

Da conclusão anterior, pode-se saber por que o evangelista Mateus omitiu certas pessoas nas quatorze gerações que ele nomeia antes de Cristo.

Já que para que a luz seja feita é apenas participar da luz, aquela exposição dos cabalistas é muito apropriada, em que “Haja luz” significa entender o espelho brilhante e em “a luz foi feita”, o espelho não brilhante.

O que os cabalistas afirmam sobre sermos beatificados no espelho brilhante, restaurado aos santos no mundo futuro, é exatamente o mesmo, seguindo seus princípios, que dizemos sobre os santos serem beatificados no sol.

O que os cabalistas afirmam, que a luz restaurada no sétimo dia brilha mais do que a luz deixada para trás, concorda milagrosamente com a aritmética pitagórica.

Quem sabe desdobrar o quatérnio no denário terá o método, se for hábil na Cabala, para deduzir o nome das setenta e duas letras do nome inefável.

Da última conclusão, qualquer um conhecedor em aritmética formal pode entender que operar através do Shem HaMephorash é próprio da natureza racional.

Seria mais correto explicar que beckadmin, que a glosa caldeia coloca sobre a palavra bereshit, diz respeito às ideias sapientes, em vez dos trinta e dois caminhos, como outros cabalistas dizem, embora ambos estejam corretos na Cabala.

Quem considera profundamente o estado quadripartido das coisas—o primeiro, sobre a unidade e estabilidade da morada interior; o segundo, sobre a precessão; o terceiro, sobre a reversão; o quarto, sobre a reunião beatífica—verá que a letra bet opera o primeiro com a primeira letra, o meio com a letra do meio e os últimos com as últimas letras.

Da última conclusão, um homem contemplativo pode entender por que a lei de Deus, da qual está escrito que é imaculada, que foi unida a ele enquanto ele criava, que converte almas e que produz fruto em seu tempo, começa com a letra bet.

Pela mesma conclusão, pode-se saber que o mesmo Filho, que é a sabedoria do Pai, é aquele que une todas as coisas no Pai e através do qual todas as coisas foram feitas e por quem todas as coisas são convertidas e em quem, por fim, todas as coisas subsistem.

Quem considera profundamente as nove bem-aventuranças no evangelho segundo Mateus verá que essas concordam milagrosamente com as nove numerações que estão abaixo do primeiro, que é o abismo inacessível da divindade.

Assim como Aristóteles disfarçou e escondeu a filosofia mais divina que os antigos filósofos velaram sob contos e fábulas, assim o rabino Moisés, o egípcio, no livro que os latinos chamam de guia para os perplexos, enquanto na casca superficial das palavras parece mover-se com os filósofos, em percepções profundas de um sentido profundo envolve os mistérios da Cabala.

No texto “Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é um Senhor”, é mais correto entender a coleta do inferior ao superior e do superior ao inferior do que do inferior ao superior duas vezes.

É mais correto que Amen signifique Tiferet e Reino, como é mostrado através do caminho do número, do que que signifique apenas Reino, como alguns prefeririam.

Adapto nossa alma às dez sefirot da seguinte forma: pela sua unidade, ela está com a primeira; pelo intelecto, com a segunda; pela razão, com a terceira; pela paixão sensual superior, com a quarta; pela paixão irascível superior, com a quinta; pela livre escolha, com a sexta; por todas essas, enquanto se converte para coisas superiores, com a sétima; por todas essas, enquanto se converte para coisas inferiores, com a oitava; por uma mistura de ambas, mais por adesão indiferente ou alternada do que por inclusão simultânea, com a nona; e pelo poder pelo qual habita na primeira habitação, com a décima.

Pelos ditos dos cabalistas, os céus são feitos de fogo e água, mostrando-nos simultaneamente tanto a verdade teológica dos próprios sefirot quanto a verdade filosófica de que os elementos no céu existem apenas conforme seu poder ativo.

Quem sabe o que é o denário na aritmética formal e reconhece a natureza do primeiro número esférico sabe aquilo que até agora não li em nenhum cabalista, e isso é o que é o princípio na Cabala do grande jubileu secreto.

Do princípio na conclusão anterior, pode-se igualmente conhecer o segredo dos cinquenta portões da inteligência e da milésima geração e do reino de todas as eras.

Pelo método de ler sem pontos, isto é, sem sinais de vogal, na lei, nos são mostrados tanto o método de escrever coisas divinas quanto a união e contenção de coisas divinas através de um compasso ilimitado.

Por aquilo que os cabalistas dizem sobre o Egito e a experiência confirma, temos que acreditar que a terra do Egito está em analogia e insubordinação à propriedade do poder.

Assim como a verdadeira astrologia nos ensina a ler no livro de Deus, assim a Cabala nos ensina a ler no livro da lei. Fim.

Essas conclusões não serão disputadas até depois da epifania. Enquanto isso, serão publicadas em todas as universidades italianas e, se algum filósofo ou teólogo, mesmo dos confins da Itália, desejar vir a Roma para debater, seu senhor, o debatedor, promete pagar as despesas de viagem de seus próprios fundos.

Igreja Gnóstica Universal

 

No ano de 1890, um certo Jules Doinel fundou a Igreja Gnóstica Universal, uma das vertentes da Sagradas Gnose acima mencionadas na França. Alega-se que ele foi consagrado como Patriarca do próprio Jesus Cristo e dois Bispos de Bogomil em uma visão milagrosa. Doinel assumiu essa posição patriarcal com o nome Tau Valentin II e consagrou três bispos. Esses três bispos eram Papus (Dr. Gerard Encausse), Sedir e Chamuel, e eram, por direito próprio, líderes de prestígio em Ordens Arcanas ativas na França. Eles formaram o Sínodo Sagrado da Ecclesia Gnóstica e, através da ação de Fabre des Essarts, poeta simbolista francês e amigo próximo de Houssaye, também bispo gnóstico (Tau Synesius), comprometeram-se a entrar na Igreja Universelle Gnostique na comunhão da Eglises Gallican (Catholique).

Em 21 de julho de 1913, Louis François Giraud consagrou Jean Bricaud, um ex-monge trapista (com o nome Tau Jean II), na Igreja Galicana em Saint-Amond, Roche-Savine. Bricaud alcançou seu novo status com credenciais muito ilustres, pois, nessa época, ele possuía os títulos de Presidente da Sociedade Ocultista Modaile, Patriarca da Igreja Gnóstica Universal, Presidente do Supremo Conselho da Ordem Martinista e Grande Hierofante do Rito Antigo e primitivo de Memphis-Mizraim e retificador da Rose Croix. Tau Jean II reuniu como seguidores em Lyon, França, membros fortes do clero gnóstico e leigos e, em 5 de maio de 1918, consagrou Victor Blanchard sob o nome de Tau Targilus. Tau Jean adoeceu em 1933 e, em 24 de fevereiro de 1934, passou para a luz além da sombra.

Ele foi substituído por Constant Martin Chevillon, eleito para o Patriarcado e consagrado como tal por Mons. Giraud em 5 de janeiro de 1936 com o nome Tau Harmonius. Tau Harmonius, como seu antecessor, era um homem de realizações, mas também de caráter corajoso e santo. Portanto, não é de surpreender que ele tenha sofrido o maior medo e ódio de Adolf Hitler. Depois que o governo fantoche de Vichy suprimiu a Ecclesia, Chevillon foi morto a tiros em 22 de março de 1944 pelos milicianos nazistas e franceses sob a subserviência da Gestapo de Klaus Barbie, também conhecido como “o açougueiro de Lyon”.

A Sucessão Católica Romana do Brasil e a Igreja Gnóstica

Com a mortal mortalha da segunda guerra mundial recuando, a Igreja Gnóstica Católica e Apostólica começou a se espalhar da França para Portugal, Itália, Bélgica, norte da África e América do Sul, especialmente o Brasil, onde eventualmente fundiu sua sucessão com a sucessão romana através da Igreja Católica Apostólica Brasileira. A Igreja Católica Nacional Brasileira foi fundada em algum momento após junho de 1945 por Mons. Carlos Duarte Costa (1888-1961), que fora arcebispo de Botacatu, mas foi excomungado pela Cúria Católica Romana por seus ataques contra o Papa Pio XII por este ter prestado bênção às tropas nazistas e fascistas na Praça de São Petersburgo, em 1943. No final da Segunda Guerra Mundial, a interdição papal do arcebispo Costa foi suspensa, embora o arcebispo tenha recusado um convite para retornar ao seu posto na Igreja Romana e fundado a Igreja Católica Nacional do Brasil.

Em 27 de dezembro de 1970, na Igreja de Santa Catarina em Porto Alegre, Dom Antidio Vargas, ex-Bispo Ortodoxo do Brasil e Arcebispo da Igreja Católica Brasileira, consagrou Pedro Freire como Patriarca da Eglise Gnostique Apostolique com o nome Mar Petrus-Johannes XIII. O Dr. Freire foi anteriormente o Primaz da América do Sul. Como patriarca, sucedeu a Andre Mauer, Tau Andreas, eleito pelo Sínodo da Igreja em 1969.

Pedro Freire fez muito para propagar a Igreja nas Américas. Em 31 de dezembro de 1970, ele estabeleceu o Primado para a América do Norte e nomeou para este cargo de Primaz Metropolita Roger St. Victor Herard, na Ecclesia nomeado Tau Charles, em Chicago, Illinois. Com a morte de Pedro Freire, em 1977, o Sínodo da Eclesia Católica e Apostólica Gnóstica deixou de eleger um sucessor e permitiu à Ecclesia tornar-se autocefalia (independente da autoridade externa e patriarcal).

O Ministério Sacramental

O ministério apostólico da Ecclesia Católica Gnóstica está em sua origem estabelecido para instituir o ministério sacramental das Ordens Arcanas da Iniciação em todo o mundo, separado da Santa Sagrada Igreja após a primeira revolução francesa de Clemente XIV, Bispo de Roma, e que continua a ser mantida hoje pelo atual ocupante desta cadeira.
A Ecclesia Católica Gnóstica continua a reconhecer e manter uma concordância com numerosas cadeias de tradições antigas e clássicas de iniciação.

Reconhecemos e defendemos a unidade e a hipóstase da Santíssima Trindade e de Cristo, nosso Senhor, o Logos, que, permanecendo no coração do Divino Pleroma, confere aos seus fiéis a salvação pela graça, que é inseparável na essência da Santa Gnose.
“Reconhecemos Uma Igreja Católica e Apostólica Sagrada, a comunhão dos Santos Éons e santos, guardiões da sabedoria essencial da raça, que pregam a grande lei, que vivem e trabalham desinteressadamente dedicados ao progresso de todos os seres.” Nós olhamos para a vinda Parousia do Logos e a absorção deste mundo na Vontade Universal, acabando assim com o Universo dos Demiurgos, e sua roda de existências, a derradeira perfeição e unidade.
Proclamamos a necessária intercessão de Nossa Santa Mãe Sophia e o destaque esotérico do Trono de João, Amado de nosso Senhor e a quem Ele deu Suas revelações.

Destas confissões somos profundamente realizados e tornamos público a todos os seres diariamente na Liturgia Gnóstica de São João Crisóstomo, o Santo Sacrifício da Missa.

A Sucessão Apostólica da Igreja Católica Gnóstica

A Igreja Apostólica Gnóstica tem sua origem na afiliação à muito importante Igreja de Antioquia, que era anterior à Igreja Alexandrina que era o mais importante centro intelectual do cristianismo e que deu origem à Igreja de Edessa . Aqui está o resumo de sua Sucessão Apostólica.

A seguir, o relatório dos “ANTIQUITATES ANTIOCHENAE” de Simon Pierre, o Apóstolo, Primeiro Bispo de Antioquia, até o 125º grau de sucessão:

Simão Pedro Apóstolo consagrou Evodius, o Bispo e Patriarca de Antioquia;
Inácio Pedro III, Patriarca de Antioquia e Sé Oriental, que consagrou em 1877 DC;
Mar Paul Athanasius, bispo siríaco de Kotayan, que consagrou em 29 de julho de 1889;
Júlio I, Antoine François Xavier Alvarez, bispo do Ceilão, que consagrou em 29 de maio de 1892;
Mar Timotheus, J. Renee Vilatee, que consagrou 6 de maio de 1900;
Paulo, Paolo Miraglia, que consagrou 4 de dezembro de 1904;
Julio, Julien Houssaye, que consagrou 21 de junho de 1911;
François, Louis François Giraud, que consagrou 12 de julho de 1913;
Jean II, Jean Bricaud, que consagrou 5 de maio de 1918;
Targelius, Victor Blanchard, que consagrou 7 de janeiro de 1945;
Éon II, Roger Menard, que consagrou 10 de junho de 1946;
Jean III, também conhecido por Robert, bispo de Samaria, Robert Ambelain, que consagrou 26 de janeiro de 1958;
Andreas, Andre Mauer, segundo Patriarca da Igreja Apostólica Gnóstica;
Tau Jean, Roger Pommery, consagrado por Robert Ambelain em 26 de maio de 1958, consagrado em 16 de setembro de 1967;
Tau Guillaume, Willer Vital-Herne, que consagrou 7 de setembro de 1970;
Tau Charles I, Roger Victor Herard.

A Ecclesia Gnóstica Católica nas Américas
A ordem de Krumm-Heller

O Dr. Krumm-Heller foi autorizado no início deste século por Papus (Tau Vincent) a estabelecer ordens da Grande Obra, ou seja, as ordens martinista, maçônica e rosacruz da França, no México e na América do Sul. Ele também era um bispo afiado da linha Doinel da Igreja Gnóstica. Embora haja muito pouca documentação disponível sobre seus empreendimentos, sabe-se que ele assumiu o nome na igreja de Tau Huirarchoca (Hauirachoca é o equivalente maia de Quetzalcoatl, “a serpente emplumada”, que certos escritores mórmons identificaram com a figura hebraica Melquisedeque ) Krumm-Heller certamente foi atraído pelos mistérios das civilizações maia e inca e era conhecido por passar grande parte de suas longas viagens pela América do Sul e Centro-Americana nas terras altas, e não nas grandes cidades. Entre os nativos dessas regiões, ele estabeleceu a “Fraternitas Rosicruciana Antiqua”, que sobrevive até hoje.

Na Venezuela, Colômbia e regiões afins, os membros desta sociedade são notáveis por suas mantas vermelhas extravagantes e grandes chapéus de turbante que lembram os usados pelos sumos sacerdotes assírios. Nas últimas décadas, circulou um texto construído a partir de fontes cátaras com o nome “liturgia de Krumm-Heller”. Infelizmente, não conseguimos garantir a segurança deste documento para exame.

A recuperação pós-Segunda Guerra Mundial do Universel

Igreja Gnóstica e A Expansão Americana do E.G.A.
Devido aos esforços do Dr. Krumm-Heller a mando de “PAPUS” no início deste século, bem como ao aumento da migração de europeus que fugiram para a América do Sul da opressão manifestada pela Segunda Guerra Mundial, a quantidade de ocultistas e esotéricos na América Latina cresceu para assim produzir um forte renascimento. Enquanto isso, na Europa, Robert Ambelain ascendeu ao trono patriarcal e iniciou a recuperação da Igreja Gnóstica ao fundar seu próprio ramo, e cujo nome ele mudou da Igreja Gnóstica Universal (Católica), como era conhecido desde o patriarcado de Jean Bricaud. (Tau Jean II) e o martírio Constant Martin Chevillon (Tau Harmonius), para Igreja Apostólica Católica Gnóstica, ou também conhecida como Ecclesia Gnostica Apostolica (EGA). Durante a década de 1950, Sua Bem-aventurança Robert Ambelain (Tau Jean II) foi autor e tradutor de muitas obras gnósticas e maçônicas e recuperou os arquivos gnósticos. Infelizmente, uma de suas obras mais notáveis, Jesus e O Segredo Mortal dos Templários, foi recebida na Europa com tanta controvérsia que acabou levando a sua saída prematura da liderança ativa da Igreja. Robert Ambelain, no entanto, também deve ser creditado por seu reconhecimento do crescente espírito gnóstico nas Américas. Em 1956, consagrou Pedro Freire (Tau Petrus) de Porto Alegre, Brasil, como Bispo Primaz da América Latina, que consagrou Fermin Vale Amesti (Tau Valentinus III), Primaz da Venezuela e da América Central. Mais tarde, após sua partida do Escritório Patriarcal na década de 1960, Roger Pommery (Tau Jean IV) assumiu o ressurgimento americano e, em 1967, Willer Vital-Herne foi consagrado em Paris como Tau Guillaume, Primaz das Antilhas e do Caribe. Após a perda de Roger Pommery, em 1969, Andre Mauer (Tau Andreas) subiu brevemente ao trono patriarcal e, sob ele, o consenso foi feito para eleger um bispo norte-americano. Este foi Roger St. Victor Herard, que foi consagrado bispo de Betânia (Tau Charles) em 7 de setembro por Tau Gillaume na cidade de Nova York. Tau Charles era um refugiado político que tinha vindo para os Estados Unidos para escapar da opressão e possível assassinato do governo Duvalier no Haiti. O monsenhor Roger Herard era um maçom e martinista altamente célebre em sua terra natal, bem como na América do Norte e na Europa. Ele era muito respeitado pelos chefes de numerosas fraternidades esotéricas, especialmente A Ordem Martinista e Philippe Encause, seu grão-mestre, que era filho de “Papus”, Dr. Gerard Encause.

O Santo Apostolado Gnóstico na América
Patriarcado e Primazia Norte-Americana

Quando Tau Andreas se demitiu em 1º de agosto de 1969, o Alto Sínodo elegeu, em um movimento estranho, o Primaz da América Latina, Pedro Freire, que foi consagrado originalmente em 1956 por Robert Ambelain. Foi a primeira vez na história que o patriarcado foi retirado não apenas da própria França, mas também do hemisfério e para as Américas.

O Dr. Freire era um homem muito amado e respeitado, não apenas na Eglise Gnostique Apostolique, mas também entre muitos outros clérigos de ritos apostólicos em todo o mundo. Ele recebeu uma grande coroação e instalação no Patriarcado em 17 de dezembro de 1970 por Mons. Dom Antides Vargas, (Patriarca Titular de Theoupolis e Decano da Catedral da Igreja Católica Nacional do Brasil na cidade de Lajes, estado de Santa Catarina, Brasil.) Mons. Vargas, que foi assistido por bispos da Igreja Armênia, ficou famoso por sua própria renúncia à Igreja de Roma, depois de críticas ao papa Pio XII por colaboração política com as tropas nazistas na Segunda Guerra Mundial. Mons. Vargas era agora o Patriarca da Antiga Igreja Católica Romana do Brasil. Ele nomeou o Dr. Freire Mar Petrus-Johannes XIII seguindo o estilo católico oriental e não o gnóstico. Vale ressaltar que o reinado de Petrus-Johannes XIII parecia começar uma tendência de ecumenismo que continuou na carreira de Roger Saint Victor Herard, a quem ele nomeou Primaz da América do Norte em 31 de dezembro de 1970. Infelizmente em seus sete anos de patriarcado, Petrus-Johannes não conseguiu encontrar uma solução para a profunda divisão entre os bispos em relação a ordenação de mulheres.

Logo depois que Roger St. Victor Herard assumiu a cadeira sob o nome de Tau Charles I, ele instituiu igrejas em Nova York, Chicago e Washington DC. Essas igrejas eram predominantemente membros do Haiti e, em 1972, ele nomeou um ex-militar do Haiti, Clement. Lucien Papillon (Tau Paul) será seu assistente em Chicago, onde Mons. Herard havia se mudado para casa depois de se mudar de Nova York. Em 1973, Herard tornou Gaspard Mervilus (Tau Louis) arcebispo de Nova York e, mais tarde, o título “coadjutor cum jure succcessiones”, isto é, o direito exclusivo à sucessão (Herard). Mons. Mervilus também era um ex-militar haitiano e ambos exigiam respeito dentro de sua comunidade. Roger Herard, por outro lado, era um refugiado do governo de “Papa Doc” Duvalier e, como advogado e professor da escola no Haiti, lutou contra forças de opressão do governo, que tentava atropelar a população camponesa. Infelizmente, Mons. Herard foi obrigado a deixar sua terra natal em 1966 com o Ton Ton Mechauthe em seus calcanhares. Como bispo da Igreja e maçom grandioso e altamente célebre do Haiti e martinista do Ordre Martiniste de Papus parisiense, Herard conquistou grande admiração e respeito. Ele procurou usar isso para ajudar a apoiar e consolar seus concidadãos no Haiti; ele escreveu artigos publicados em periódicos maçônicos em Porto Príncipe e falou na rádio haitiana com transmissão para haitianos aqui e no Haiti. No entanto, na medida em que ele mantinha respeito nacional e internacional, as dificuldades nas fileiras do clero haitiano se tornaram aparentes. Mons. Herard descreveu, em um diário anterior da Athenea Theologica, o poder joga entre seus dois bispos, para sua grande consternação.
Logo depois que Roger St. Victor Herard assumiu a cadeira sob o nome de Tau Charles I, ele instituiu igrejas em Nova York, Chicago e Washington DC. Essas igrejas eram predominantemente membros do Haiti e, em 1972, ele nomeou um ex-militar do Haiti, Clement. Lucien Papillon (Tau Paul) como seu assistente em Chicago, onde Mons. Herard ali se estabelecendo depois de se mudar de Nova York. Em 1973, Herard tornou Gaspard Mervilus (Tau Louis) arcebispo de Nova York e, mais tarde, lhe conferiu o título de “coadjutor cum jure succcessiones”, isto é, lhe conferiu o direito exclusivo à sucessão (Herard). Mons. Mervilus também era um ex-militar haitiano e ambos exigiam respeito dentro de sua comunidade. Roger Herard, por outro lado, era um refugiado do governo de “Papa Doc” Duvalier e, como advogado e professor da escola no Haiti, lutou contra forças de opressão do governo, que tentava atropelar a população camponesa. Infelizmente, Mons. Herard foi obrigado a deixar sua terra natal em 1966 com o Ton Ton Mechauthe em seus calcanhares. Como bispo da Igreja e maçom grandioso e altamente célebre do Haiti e martinista da Ordem Martinista de Papus, Herard conquistou grande admiração e respeito. Ele procurou usar isso para ajudar a apoiar e consolar seus concidadãos no Haiti; ele escreveu artigos publicados em periódicos maçônicos em Porto Príncipe e falou na rádio haitiana com transmissão para haitianos nos Estados Unidos e no Haiti. No entanto, na medida em que ele mantinha respeito nacional e internacional, as dificuldades nas fileiras do clero haitiano se tornaram aparentes. Mons. Herard descreveu, em uma edição da Athenea Theologica, que o poder joga entre seus dois bispos, para sua grande consternação.

As coisas vieram à tona quando Mons. Herard registrou a nomeação de Gaspard Mervilus como seu coadjutor no Brasil com nosso Patriarca após tomar conhecimento da tentativa frustrada de Mons Papillon de fundar uma filial da Igreja da Nova Aliança na América do Norte e no Haiti (a Igreja do Haiti, sem compreender o que estava tentando fazer, pensou que estava formando uma Igreja “Nova Adventista” e repudiou o seu esforço). No entanto, um golpe final ainda estava por vir, pois, em 23 de abril de 1977, Mar Petrus-Johannes XIII faleceu. Em 22 de setembro de 1977, Edmond Fieschi (Tau Siabul,) Primaz dos Gauleses, foi eleito pelo Santo Sínodo Gnóstico como Patriarca; no entanto, é relatado por Mons. Herard que Mons. Papillon exerceu influência sobre Mons. Fieschi e, em uma ação escandalosa, tentou convencê-lo  a firmar o acordo da Nova Aliança pois Hagio Pneuma (O Espírito Santo) havia deixado a Igreja Gnóstica. Tau Siabul renunciou em dezembro de 1977, abdicando em favor de seu coadjutor Mons. Fermin Vale-Amesti, Tau Velentinus III, Primaz da América Central, com sede apostólica em Caracas, Venezuela, mas Mons. Vale-Amesti recusou-se a aceitar essa indicação e “proclamou a independência das províncias eclesiásticas em 7 de abril de 1978” (Athena Theological No. 3, p. 22). Roger Herard também observa que Papillon, por razões desconhecidas, tentou influenciar o Colegiado da Igreja a reverter essa aparente abolição de um patriarcado internacional, mas sem sucesso. Depois disso, Mons. Papillon renunciou ao seu status na Igreja e, em sua carta a Mons. Herard, ele também citou a alegação de que o Hagio Pneuma havia deixado a Igreja. Na ausência de um patriarca internacional, a E.G.A. reivindicaria o status de autocefalia, que Roger Herard apoiou em 1979 após a declaração da Vale-Amesti. Isso deixou René Chambellant como patriarca constitucional ou patriarca titularire no sul da França, pois René Chambellant (Tau Renatus) manteve o título de “Primaz dos gauleses” depois de ter sido eleito sucessor de Chevillon.

No final da década de 1970, Roger Herard havia consagrado mais dois bispos em Chicago: Mons. Carl St. Cyr (Tau Patrick) em 1978, e Mons. Alphonse Douyon para Washington DC; os dois homens eram clérigos de descendência haitiana. Durante esse tempo, Mons. Herard também começou a ampliar suas relações com clérigos pertencentes a outras igrejas gnósticas, embora não necessariamente da E.G.A. Antes de tudo, reconheceu o patriarcado de Mons. George Boyer, na Inglaterra (Tau Georgius de Londres), cuja linhagem gnóstica descende de Richard Powell, duque de Palatine e também de outro George, Mons. George Brister (Tau Georgius), Arcebispo de Oklahoma City para a Velha Igreja Católica, e um Bispo em concordância com a Ecclesia Gnostica em Hollywood, Califórnia, sob o Bispo Regional Stephen A. Hoeller, também da linhagem de Palatine. A aproximação dessas duas sucessões acaba se tornando mais proeminente, como veremos mais adiante. No entanto, a partir dessas relações, Mons. Herard começou a receber vários itens de interesse gnóstico impressos em inglês, incluindo a Missa de Palestina, que Mons. Herard eventualmente aprovaria os adeptos americanos de nossa Igreja.

No início dos anos 80, Mons. Herard voltou seu foco para outras comunidades da cultura americana, especialmente com o objetivo de abrir a Igreja a todos os americanos cuja língua principal era o inglês e que eram cidadãos naturais dos Estados Unidos. Foi nesse período que o autor [Tau Charles Harmonius II] foi apresentado a Mons. Herard através de um amigo em comum e discípulo da Igreja, Rev. Steven A. Godlewski. Roger havia inspirado meu interesse na Igreja Gnóstica. Embora minha única intenção original fosse buscar estudos na Ordem Martinista da França (L’Ordre Martiniste), eu concluí os cursos necessários para ser ordenado presbítero em junho de 1985. Mons. Nesse momento, Herard havia voltado sua atenção para a expansão da Ecclesia Gnostica Apostolica para atingir uma parcela maior da população americana (especialmente de língua inglesa) e suas subculturas. Mons. Herard, me apresentou uma missa gnóstica em inglês, que ele havia recebido de nosso bom e querido irmão Mons. Georgius em Oklahoma City, e me disse que, com alguns ajustes, essa seria a liturgia perfeita para a Igreja Americana. Nessa época, a maior parte dos clérigos da nossa igreja estava usando uma adaptação francesa da missa Novus Ordo, adaptada para uso gnóstico.

Em agosto de 1984, fui eleito Bispo de Wisconsin e Auxiliar Metropolitano de Chicago, com o missão de desenvolver Igrejas para o povo americano (principalmente para a população anglófona) e após minha consagração em novembro do mesmo ano, fui autorizado a participar da liderança Igreja nos Estados Unidos e para selecionar entre o clero americano membros para o seu Conselho de Curadores,, o que fiz em 29 de novembro de 1984. Mons. Herard aprovou o título administrativo de Diocese do Centro-Oeste para nossos escritórios registrados na época, uma vez que nossa principal missão aos congregantes americanos se concentrava nos estados do Centro-Oeste. Mons. Herard não incluiu o clero haitiano nessa estrutura corporativa, afirmando que era seu plano ter uma corporação separada para as congregações haitianas. Mons. Herard tinha a mesma política em mente para outras culturas imigrantes nos EUA e no início de 1985, Mons. Herard ordenou e consagrou Jorge Enrique Rodriguez Villa como arcebispo de Bogotá, Columbia e Miami, Flórida, a fim de supervisionar o ministério para os membros hispanófonos da igreja. Mons. Rodriguez fundou igrejas na Columbia e manteve uma igreja em Chicago. Sua liturgia era exclusivamente de natureza latina e tridentina e, além disso, Mons. Rodriguez preferiu a adaptação ortodoxa, talvez seguindo a prática de nosso amigo e também um bispo concordante com nossa Igreja, o arcebispo Roberto Toca, da igreja católica do rito antioqueno.

No final de 1985 ou no início de 1986, Mons. Rodriguez fundou a Iglesia Catholica Orthodoxa Apostolica no Estado de Illinois, assumindo o título de Patriarca para esta Igreja, que funcionava de acordo com as antigas linhas católicas e não era gnóstica. Neste período Mons Herard estava focado nas congregações haitianas da costa leste, quando novamente surgiram certas rivalidades e dificuldades. Desta vez, foi entre os bispos Alphonse Douyon e Mons. Gaspard Mervilus, que estavam em uma disputa por jurisdição. Mons. Douyon estava recrutando padres em Nova York, quando então recebeu um pedido de Mons. Herard para desistir dessa atividade; no entanto, Mons. Douyon não deu atenção a esse aviso e supostamente ordenou dois homens em Nova York sem a permissão do primaz, ao custo de ser deposto da Igreja por Mons. Herard.
Os problemas não terminaram, no entanto, como Mons. Mervilus, que tinha reputação de buscar seus próprios interesses sobre os outros dentro da Igreja, que procurou limitar a correspondência dos membros do clero, que também eram membros da Ordem Martinista com o Grão-Mestre em Paris, dizendo que a correspondência deveria passar por ele, pois ele era o Grande Delegado Nacional da Ordem nos Estados Unidos. Mons. Herard ficou irritado ao saber do posicionamento de Mons. Mervilus, e afirmou que tal restrição era uma violação de um direito concedido aos iniciantes da Ordem em virtude da “sagrada cadeia de iniciação”. Essa controvérsia acabou por terminar com a renúncia de Mons. de Mervilus da Ordem Martinista e da Ecclesia, onde ele era coadjutor do Primaz. Isso provocou uma série de mudanças nas duas organizações. O Grão-Mestre da Ordem Martinista (agora Emilio Lorenzo, após a morte de Philippe Encausse) decidiu que não mais um iniciador da Ordem manteria simultaneamente o posto de bispo na Igreja. Isso foi um golpe para Mons. Herard e a Igreja, dada a estreita concordância entre as duas ordens desde 1911, quando o Patriarca e Grão-Mestre da Ordem Martinista Jean Bricaud (Tau Jean I), as uniu em união exclusiva. Isso estava tão em voga até o presente momento que, no final da década de 1970, Roger Herard iniciou o processo de eleição e nomeou seu bom amigo, o grão-mestre Philippe Encausse (filho de Papus) em Paris, como bispo da E.G.A. No entanto, Philippe recusou essa dignidade.

Após a partida de Mons. Mervilus, Mons. Herard aboliu a arquidiocese de Nova York e fez com que os novos bispos presidissem as dioceses do Brooklyn e do Queens. Eles eram mons. Louis Etienne (Tau Franciscus) e Mons. Luxy Achille Claude (Tau Jean.) Mons. Herard continuou a focar-se nas relações ecumênicas com outras igrejas gnósticas nos EUA e também começou a trabalhar em direção ao seu objetivo de ordenar e consagrar uma mulher dentro da igreja em um futuro próximo. Mais ou menos nessa mesma época, com entusiasmo de Mons. Herard, eu iniciei uma série de correspondências e conversas telefônicas com a renomada Evêque Lady Rosamonde Miller (Tau Rosa) em Palo Alto, Califórnia. Mais ou menos na mesma época, nos associamos a Mons. Stephan Hoeller (Tau Stephanus,) Bispo regional da Ecclesia Gnostica, cuja residência apostólica era Hollywood, Califórnia. Ele foi o bispo que transmitiu as sucessões do falecido Richard Duc de Palatine ao bispo Rosa Miller e ao nosso irmão Tau Georgius em Oklahoma. Mons. Herard estava ansioso por ver uma unificação com essas duas importantes figuras do gnosticismo na América.

Em novembro de 1988, tive a oportunidade de conhecer Mons. Hoeller (Tau Stephanus), que palestraria na sede da Sociedade Teosófica na América, localizada em Wheaton, Illinois. Mons. Herard me encorajou bastante. Fiz a palestra e fui recebido com muito carinho e afeto por Tau Stephanus, que imediatamente me reconheceu de uma foto da minha consagração. Ele tinha visto a foto na casa de Rosamonde Miller (Tau Rosa) enquanto a visitava. Tau Rosa havia sido consagrada por Tau Stephanus, Neil P. Jack e Gregory Forest Barber em janeiro de 1982, e conversamos muito sobre o episcopado feminino em geral e outros importantes assuntos inter-eclesiásticos, incluindo o já firme relacionamento entre Tau Georgius e Tau Charles (Mons. Herard.) Mons. Herard ficou extremamente satisfeito ao saber da troca de informações (muitas das quais eram novas para ele) e esperava muito um contato mais pessoal com Tau Stephanus.

Em fevereiro de 1989, eu me encontrei na residência de Mons. Herard com o Mons. Karl St. Cyr, Mons. Bispo Chanceler de Herard. Nesse momento, fomos avisados pelo Mons. Herard sobre a sua intenção de ordenar a Rev. Yanick Morin, uma senhora de ascendência haitiana, como a primeira bispo de nossa igreja nos Estados Unidos; ambos Mons. St. Cyr e eu concordamos plenamente com essa decisão. Mons. Herard solicitou que o bispo Rosamonde Miller fosse o bispo consagrado, fundindo assim sua sucessão na nossa de uma maneira intercomunitária, da mesma maneira que ele desejava que Tau Georgius pudesse fazer no caso de minha própria consagração, embora fosse impossível na época, devido a uma série de dificuldades. Tau Rosa informou Mons. Herard que, tanto quanto ela também desejava, lamentou não poder comparecer devido ao fato de estar programada para viajar para a França na data oficialmente designada para este evento (22 de julho, festa de Maria Madalena.) Mons. O próprio Roger Herard presidiu e oficiou a consagração do Rev. Yanick Morin como Tau Magdalen, bispo de Nova Jersey, e com o mandato especial de proteger sucessões subsequentes de ordenanças femininas nos EUA, para que não fossem ignoradas pelos bispos masculinos que no futuro pudessem vir a discordar desta decisão. Mons. Herard conhecia bem os perigos que poderiam vir a ocorrer devido a sua decisão.

Ao retornar de Nova York para Chicago no final de julho de 1989, Mons. Herard estava notavelmente fatigado e observou que para o nosso próximo passo no trabalho de alavancar ainda mais a Igreja Americana seria necessário ordenar um bispo assistente (Pe. Godlewski), para que nossos esforços pudessem se expandir e ganhando mais um alicerce. Contudo, isso não viria a acontecer, pelo menos não de acordo com o plano de Herard, pois nas primeiras horas de uma manhã de agosto, Mons. Herard caiu em sua casa e foi levado para o Hospital da Universidade de Chicago em coma. Ironicamente, em 16 de agosto, um dia após a Assunção da Santa Sofia, o dia favorito do bispo, e com a lua cheia em eclipse, suas ondas cerebrais cessaram e ele emergiu na Luz além da sombra, como os iniciados costumam dizer. Sua vida foi celebrada naquela época por muitos dignitários e iniciados em todo o mundo e ele foi cremado após a alta e santa cerimônia gnóstica e maçônica. Suas cinzas ainda aguardam a remessa para uma cripta familiar em Porto Príncipe, tão logo governo permita. Assim foi o gnóstico em seu caminho (como afirma nossa oração), não apenas um homem de sabedoria e gnose, mas um homem compassivo, um advogado que procurava proteger a terra dos pobres agricultores haitianos, um professor que procurava elevar os incultos na sociedade.

Em 1990, o Sínodo dos Bispos da América do Norte se reuniu em Nova Jersey para iniciar uma discussão sobre o futuro da Igreja sem o seu Primaz. Nenhuma mudança significativa foi feita nas atividades operacionais das Dioceses. Um momento de grande importância ocorreu em 13 de julho de 1991, véspera do dia da Bastilha, quando celebrei a Missa da Hagia Pneuma e troquei sucessões com Mons. Hoeller, Tau Stephanus I, na capela em Villa Park, Illinois. Este evento histórico foi testemunhado e assistido por Mons. Karl St. Cyr (Tau Patrick,) Rev. S. Godlewski e Rev. Carmen Izguerdo. Este evento representou a muitos o culminar de relações antigas e fraternas da linhagem duque da Palestina que Mons. Herard reconhecia como paralelo à nossa própria herança francesa. Com a força de nossa Igreja parecia estar ganhando, haveriam ainda mais dificuldades em reconciliar diferenças culturais e em governar questões na ausência de nosso Primaz e sem um coadjutor ou sucessor claro.

Lembrando o conselho que me foi dado há muito tempo por Mons. Herard, (“Se algo acontecer comigo, entre em contato com René. Ele o ajudará.”) Entrei em uma correspondência com Sua Beatitude René Chambellant, na Ecclesia Tau Renatus, Patriarca de acordo com a constituição de Synesius de 1906, dado que Tau Renatus havia mantido o cargo e o título de “Primaz dos gauleses”, o que lhe concedeu sucessão patriarcal automática. Tau Renatus ofereceu conselhos instrutivos e reconfortantes e apoiou bastante nossos esforços em direção ao ecumenismo dos ritos gnósticos associados, que eram o nosso foco na época. Infelizmente, no entanto, vimos Chambellant pela última vez em 1º de setembro de 1993. Embora o ditado “quando uma porta se fecha, outra se abre é verdade nesse caso, a passagem de René nos levou a um relacionamento mais próximo com sua colegiado episcopal sobrevivente, liderada por Tau Johannes, Tau Gilbertus e Tau Christianus. O ano seguinte trouxe mais uma perda e também outra descoberta, quando nosso querido amigo, irmão Peter Maydon faleceu. Ele havia sido um amigo próximo de Mons. Herard, além de um alto iniciado martinista, rosacruz e maçônico do Canadá, respeitado e admirado internacionalmente. Ele tinha sido o líder do Episcopado do Canadá e em todas as províncias nomeado pelo Primaz da Igreja, Mons. Ronald Cappello (Tau Mikael) em 12 de setembro de 1994, na Igreja dos Templários, onde recebeu o nome de Tau Petrus. Tau Petrus faleceu dormindo quase exatamente um mês após sua elevação. Em nosso Santuário da Gnose, em Villa Park, Illinois, entrei em nosso contato com nosso querido irmão em 4 de novembro. Notificamos o bispo Cappello sobre isso e anunciamos nosso desejo de buscar a comunhão espiritual com a Igreja dos Templários e com Mons. Cappello concordou. As notícias desse desenvolvimento foram anunciadas a nossos irmãos na França, onde tanto o falecido irmão Peter quanto o bispo Cappello eram bem conhecidos e onde essa decisão também foi aclamada com entusiasmo.

Isso nos deixa no final de 1996, no limiar do próximo século e, não menos, no começo de mais um milênio para a teologia cristã, da qual o gnosticismo também fez parte integrante (embora menos apreciado pela história passada das igrejas). Só podemos esperar que a fortaleza, e às vezes em face de um perigo horrendo, o ecumenismo de nossos Mestres Passados, provem uma base maior para a colegialidade futura com dedicação à Grande Obra de Nosso Senhor.

A Comunidade Pneumática Visível
Por Jules Doinel

Você que faz parte da Igreja do Paracleto, une-se a seus irmãos. É através de suas orações, seus estudos, sua obediência aos seus mestres invisíveis e por seu esforço em evitar seu egoísmo pessoal e por evitar ações que possam afrontar a caridade, que você conseguirá estabelecer, em fundações sólidas e profundas, a comunidade visível dos Pneumáticos que o as MANIFESTAÇÕES do Altíssimo nos anunciam e prometem.

(Da seção VII da “Première Homélie” (1890) de Jules Doinel)