quarta-feira, 1 de junho de 2016

Biografia Johann Conrad Dippel


Johann Conrad Dippel (10 de agosto de 1673 no Castelo Frankenstein (Bergstrasse) - 25 de abril de 1734 no Castelo Wittgenstein, próximo de Bad Laasphe) foi um alquimista, teólogo, e médico alemão (na área de anatomia), conhecido por utilizar técnicas bizarras. Utilizava dois pseudônimos: Christianus Democritus e Ernst Christoph Kleinmann. Sob o pseudônimo de Christianus Democritus publicou muitos livros, a maioria deles ainda está preservado. Dippel disse "Que religião não deve ser um dogma, deve ser amor e auto-sacrifício."

Estudou alquimia, filosofia e teologia na Universidade de Geissen, onde conseguiu um grau mestre em teologia no ano de 1693.

Dippel morou no Castelo Frankenstein em Bergstrasse. Lá Dippel praticou alquimia, trabalhando com nitroglicerina, notou o uso medicinal dessa substância, existem boatos que dizem que devido ao manuseio da nitroglicerina, Dippel explodiu a torre do castelo, e que foi expulso da região pela população local, mas nada disso tem confirmação histórica. Neste período ele elaborou um óleo animal, chamado de Óleo de Dippel, alguns acreditam que seria o Elixir da Longa Vida. Há quem diga que Dippel trabalhava com cadáveres em tentativas de trazê-los de volta à vida. Segundo o folclore, algumas vezes Dippel assinava seu nome nos cadáveres como sendo "von Frankenstein" (nome da família que construíra o castelo), mesmo não tendo descendência da família. Mary Shelley pode ter ouvido o folclore quando esteve com a família em Genebra e se inspirado para criar o conto, apesar de nunca ter feito referência à isso.

Assim como Paracelso, Dippel foi outro alquimista que tentou criar o homunculus, um ser humano artificial criado através de alquimia, ele fecundava ovos de galinha com sêmen humano e tapava o orifício com sangue de menstruação. Em 1704 em Berlim, o químico e pintor Heinrich Diesbach tentava produzir um pigmento vermelho, mas devido ao uso de uma porção impura de carbonato de potássio o pigmento tornou-se azul. A porção contaminada foi cedida de Diesbach para Dippel, ambos trabalharam mais na receita do pigmento azul e se mudaram para Paris, fundando uma fábrica. A receita era um segredo de negócio, mas em 1724 tornou-se conhecida. Este pigmento se tornou conhecido como Azul da Prússia, substância muito usada atualmente na coloração de tecidos e em tintas para parede. Dippel morreria em 1734 provavelmente de ataque cardíaco, porém há quem diga que foi por envenenamento.


Biografia Johann Georg Faust


Johann Georg Faust (c. 1480 – c. 1540), ou Georg Faust, foi um alquimista, astrólogo e mago da época do Renascimento alemão. Sua vida inspirou os contos populares sobre o Doutor Fausto que foram adaptados a várias obras literárias a partir dos anos 1580, entre as quais figuram a peça de teatro A Trágica História do Doutor Fausto do inglês Christopher Marlowe (1604) e o drama de Johann Wolfgang von Goethe, Fausto (1808).

Georg Faust nasceu por volta de 1480 em Knittlingen (Vurtemberga), no sul da Alemanha  Pouco se sabe sobre sua formação acadêmica, mas parece haver estado associado às universidades de Heidelberg e Wittenberg.Levava uma vida itinerante como astrólogo, médico e filósofo natural e, apesar de haver sido perseguido por autoridades de várias cidades como Ingolstadt, Wittenberg e Nuremberga,também foi contratado como astrólogo por personalidades da nobreza e até da Igreja.Os humanistas e teólogos da época, porém, consideravam-no um charlatão.

Faust aparentemente foi vítima de uma morte não-natural no sul da Alemanha por volta de 1540.O reformador Philipp Melanchthon menciona que "Johannn Faust" morreu de maneira violenta e que seu corpo parecia haver sido mutilado pelo demônio.Em escritos publicados em 1566, Martinho Lutero assinalava-o como um instrumento do demônio, algo que deve ter contribuído na criação de lendas sobre ele.O próprio Faust pode haver estimulado as histórias de bruxaria durante sua vida com fins propagandísticos.

Lenda

As histórias que circulavam sobre Georg Faust, que incluíam um pacto com o demônio, voos noturnos e a invocação mágica de espíritos, somado à sua morte misteriosa, foram compiladas e impressas por primeira vez em Frankfurt do Meno em 1587.A obra, chamada A história de Dr. Johann Faust, famoso mago e adivinho, foi editada por Johann Spiess mas é de autoria anônima. Consiste de uma simples coleção de episódios que incluem o pacto de Fausto com Mefistófeles, que durante 24 anos lhe concede todos os desejos.A partir deste ponto a história sobre Fausto foi recontada em várias diferentes edições, espalhando-se a outras regiões da Europa. Antes de 1592, surgiu na Inglaterra uma tradução do livro de 1587 que inspirou o escritor Christopher Marlowe a criar A Trágica História do Doutor Fausto, publicada em 1604. A peça de teatro de Marlowe, por sua vez, inspirou as que se seguiram, inclusive a obra-prima Fausto, do alemão Johann Wolfgang von Goethe, publicada em duas partes a partir de 1808.

Biografia Heinrich Khunrath


Heinrich Khunrath (Dresden ou Leipzig, c. 1560-Dresden ou Leipzig, 9 de setembro de 1605), foi um médico, filósofo hermético e alquimista da Alemanha.

Estudou possivelmente na Universidade de Leipzig em torno de 1570 com o pseudônimo Henricus Conrad Lips, e pode ter usado outros nomes ao longo de sua vida. Em maio de 1588 matriculou-se na Universidade de Basileia, onde obteve o grau de Doutor em Medicina. Foi também discípulo de Paracelso, e praticou medicina em Dresden, Magdeburgo e Hamburgo. Depois de 1588 viajou extensamente e permaneceu algum tempo na corte do império, onde encontrou John Dee, que possivelmente foi seu mentor no Hermetismo. Em 1591 foi indicado médico do conde Rosembeck em Trebona. Seus estudos de ocultismo o levaram a criar uma síntese de magia natural com o Cristianismo. Sua primeira obra publicada foi Amphitheatrum Sapientiae Aeternae (Hamburgo, 1595, ilustrado), que se tornou um clássico da alquimia, foi uma influência para o Luteranismo e para os Rosacruzes.

Outras obras suas foram:

De signatura rerum naturalium theses, 1588
Confessio de chao physico-chemicorum catholico: in quo catholice habitat azoth sive materia prima mundi, h.e. mercurius sapientum : ubi magnesiae (subjecti videlicet lapidis philosophorum catholici) conditiones fideliter recensentur, 1595
Von hylealischen das ist, pri-materialischen catholischen, oder algemeinemx natürlichen...chaos der naturgemässen alchymiae und alchymisten, wiederholete, verneuerte und wolvermehrete naturgemäss-alchymisch- und recht-lehrende philosophische Confessio oder Bekandtniss ... Deme beygefügt ist eine treuhertzige Wahrnungs-Vermahnung an alle wahre Alchymisten, sich vor den betrügerischen Arg-Chymisten zu hüten, 1597
Naturgemes-alchymisch symbolum, oder, gahr kurtze Bekentnus ... : von allgemeinem, nat¸rlichen, dreyeinigen, wunderbaren, und wunderth”tigen, allergeheimbsten Chao der naturgemessen Alchymisten: desz philosophischen universal und grossen Steins rechten nat¸rlichen unnd eigenen Subjecto, oder, waren und einiger Materia, 1598
Magnesia catholica philosophorum, das ist, höheste Nothwendigkeit in Alchymia, auch mügliche uberkommung augenscheinliche Weisung, vnd genugsame Erweisung catholischer verborgener Magnesiae ; des geheimen wunderthetigen vniversal Steins naturgemess-chymischer philosophorum Rechten vnd allein wahren pri-materialischen Svbiecti, 1599
Wahrhafter Bericht vom philosophischen Athanor und dessen Gebrauch und Nutzen..., 1603
Quaestiones tres, per-utiles ... : cum curationem, tum praecautionem absolutam ... Arenae, Sabuli, Calculi, Podagrae, Gonagrae, Chiragrae, aliorumque morborum tartareorum microcosmi ... hominis puta, concernentes: das ist, hochnützliche ... drei Fragen, die gründliche, vollkommene und warhafftige Curation oder Genesung, so wol auch Precaution, oder Verhutung Sandes, Grieses Steins, Zipperleins und anderer mehr tartarischer Kranckheiten microcosmi ... oder des Menschen betreffende, 1607
De igne magorum philsophorumque secreto externo & visibili; das ist, Philosophische Erklahrung, von, und uber dem... Gludt und Flammenfewer der uhralten Magorum oder Weysen ... Beneben andern zweyen Tractätlein: deren das erste in ... Judicium ... eines erfahrnen Cabalisten und Philosophen uber die 4. Figuren desz grossen Amphitheatri, 1608
Lux in tenebris; das ist ... Liecht vnd Wegnuss vnd Irrthumb vmbgeben..., 1614
Medulla Distillatoria & Medica, 1638

Referências

Faksimile: ''Amphitheatrum Sapientiae Aeternae – Schauplatz der ewigen allein wahren Weisheit'' (= ''Clavis Pansophiae.'' Bd. 6). Reprint des Erstdrucks von Hamburg 1595 und des zweiten und letzten Drucks Hanau 1609. Mit einer Bibliographie der Drucke und Handschriften Khunraths, Namenregister und Konkordanz der beiden Ausgaben sowie der Transkription einer aus dem 18. Jahrhundert stammenden deutschen Übersetzung des ''Amphitheatrum Sapientiae Aeternae''. Herausgegeben von Carlos Gilly, Anja Hallacker, Hanns-Peter Neumann und Wilhelm Schmidt-Biggemann. Frommann-Holzboog, Stuttgart 2013, ISBN 978-3-7728-1628-4.

Biografia Michał Sędziwój


Michał Sędziwój (Michael Sendivogius) (2 de Fevereiro de 1566 - 1636) foi um alquimista, filósofo e médico polonês.

Um pioneiro da Química, ele desenvolveu formas de purificação e criação de vários ácidos, metais e outros compostos químicos. Descobriu que o ar não é uma substância única e contém uma substância revigoradora - mais tarde chamada de oxigênio - 170 anos antes de Scheele e Priestley. Ele corretamente identificou esse 'alimento da vida' com o gás (também oxigênio) desprendido por aquecimento do nitrato de potássio (salitre). Esta substância, o 'nitrato central', tinha uma importância central no esquema do universo de Sendivogius. Um pioneiro da química, ele também desenvolveu métodos para isolar e purificar vários ácidos, metais e outros compostos químicos.

Embora tenha se esforçado para conhecer o segredo da Pedra filosofal, não é oficialmente sabido que ele tenha tido bons resultados em sua busca. No entanto, foi feito prisioneiro diversas vezes por príncipes alemães, que o torturaram a fim de que contasse sobre seus segredos. Na década de 1590 Sendivogius esteve atuante em Praga, na famosa corte liberal de Rodolfo II. Na Polônia ele apareceu na corte do Rei Sigismundo III Vasa por volta de 1600, e rapidamente adquiriu notoriedade, uma vez que o rei polonês era também um entusiasta alquimista e chegou até a fazer experimentos com Sedziwoj. No castelo de Wawel na Cracóvia, o laboratório onde seus experimentos eram realizados ainda está intacto. Os nobres poloneses mais conservadores logo o recriminaram por encorajar o rei a gastar altas somas em dinheiro nas experiências de química. Os aspectos mais práticos de seu trabalho na Polônia envolveram o projeto de minas e fundições de metal. Seu grande relacionamento internacional o levou a ser utilizado como um diplomata por volta de 1600.

Seus trabalhos e livros, sendo o mais famoso deles 'Uma Nova Luz de Alquimia' (original em latim publicado em 1605), foram escritos na linguagem dos alquimistas, na realidade um código secreto que era compreensível apenas por outros alquimistas. Além de uma exposição relativamente clara da teoria de Sendivogius sobre a existência de um 'alimento da vida' no ar (isto é, do oxigênio), seus livros continham várias teorias científicas, pseudocientíficas e filosóficas e foram repetidamente traduzidas e divulgadas por pessoas ilustres tais como Isaac Newton no século XVIII.

Em seus últimos anos, Sędziwój passou mais tempo na Boêmia e Morávia (atualmente na República Tcheca), onde o imperador dos Habsburgos lhe havia garantido terras. Quase no final de sua vida, Sędziwój se estabeleceu em Praga, na corte de Rodolfo II, onde ele ganhou ainda mais fama como um projetista de minas e fundições de metal. Contudo a Guerra dos Trinta Anos de 1618-1648 tinha efetivamente encerrado com a era dourada da alquimia: os ricos mecenas agora gastavam seu dinheiro para financiarem a guerra ao invés de especulações sobre a química e Sendivogius morreu em um relativo esquecimento.

Sędziwój na ficção

O primeiro aparecimento de sua personagem na ficção ocorreu em um livro de 1845 "Sędziwoj" por Józef Bohdan Dziekoński, um escritor dos tempos do Romantismo na Polônia.

Hoje em dia ele aparece em diversos livros do escritor polonês Andrzej Pilipiuk (Kuzynki, Księzniczka). Ele foi também apresentado (ligeiramente disfarçado) como o alquimista Sendivius em uma série de televisão polonesa na década de 1980.

O pintor realista polonês do século XIX Jan Matejko representou em óleo sobre tela Sędziwój demonstrando uma transmutação de um metal básico em ouro diante do Rei Zygmunt III Wasa.

Referências

Michael Sendivogius, The Alchemical Letters of Michael Sendivogius to the Rosicrucian Society, Holmes Pub Group Llc, ISBN 155818404X
Zbigniew Szydlo, Water which does not wet hands. The alchemy of Michael Sendivogius, London-Warsaw 1994
Rafal T. Prinke, Michael Sendivogius e Christian Rosenkreutz The Unexpected Possibilities, The Hermetic Journal, 1990, 72-98


Biografia Elias Ashmole


Elias Ashmole (23 de maio de 1617 — 18 de maio de 1692) foi um antiquário, político, oficial de armas, e estudante de astrologia e alquimia britânico.

Tendo apoiado a realeza durante a Guerra Civil Inglesa e, na restauração de Charles II, foi recompensado com vários ofícios lucrativos. Ao longo de sua vida, tornou-se um ávido colecionador de curiosidades e artefatos. Muitos foram adquiridos através do viajante, botânico e colecionador John Tradescant, e a maioria foi doada para a Universidade de Oxford onde criou o Ashmolean Museum. Ele também doou a sua biblioteca e a sua inestimável coleção de manuscritos para Oxford.

À parte aos passatempos por ele colecionandos, Ashmole ilustra o transcurso da visão mundial pré-científica no século XVII: enquanto ele se imergia em estudos alquímicos, mágicos e astrológicos, sendo consultado em perguntas astrológicas por Charles II e sua corte, estes estudos eram essencialmente retrógrados. Embora ele fosse um dos membros fundadores da Royal Society, uma instituição fundamental no desenvolvimento de ciência experimental, ele nunca chegou a participar ativamente dela.

Biografia Isaac Newton


Isaac Newton (Woolsthorpe-by-Colsterworth, 25 de dezembro de 1642 (Calendário Juliano, equivalente a 4 de Janeiro de 1643 no Calendário Gregoriano) — Londres, 31 de março de 1727)foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo.

Sua obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, é considerada uma das mais influentes na história da ciência. Publicada em 1687, esta obra descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica.

Ao demonstrar a consistência que havia entre o sistema por si idealizado e as leis de Kepler do movimento dos planetas, foi o primeiro a demonstrar que os movimentos de objetos, tanto na Terra como em outros corpos celestes, são governados pelo mesmo conjunto de leis naturais. O poder unificador e profético de suas leis era centrado na revolução científica, no avanço do heliocentrismo e na difundida noção de que a investigação racional pode revelar o funcionamento mais intrínseco da natureza.

Newton construiu o primeiro telescópio refletor operacional e desenvolveu a teoria das cores baseada na observação que um prisma decompõe a luz branca em várias cores do espectro visível. Ele também formulou uma lei empírica de resfriamento e estudou a velocidade do som.

Além de seu trabalho em cálculo infinitesimal, como matemático Newton contribuiu para o estudo das séries de potências, generalizou o teorema binomial para expoentes não inteiros, e desenvolveu o método de Newton para a aproximação das raízes de uma função, além de muitas outras contribuições importantes.

Newton também dedicou muito de seu tempo ao estudo da alquimia e da cronologia bíblica, mas a maior parte de seu trabalho nessas áreas permaneceu não publicada até muito tempo depois de sua morte.

Em uma pesquisa promovida pela Royal Society, Newton foi considerado o cientista que causou maior impacto na história da ciência.De personalidade sóbria, fechada e solitária, para ele, a função da ciência era descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional.

Primeiros anos

Newton nasceu em 4 de janeiro de 1643 em Woolsthorpe Manor, embora seu nascimento tivesse sido registrado como no dia de Natal, 25 de dezembro de 1642, pois àquela época a Grã-Bretanha usava o calendário juliano. Seu nascimento foi prematuro, não tendo conhecido seu pai, um próspero fazendeiro que também se chamava Isaac Newton e morreu três meses antes de seu nascimento.Sua mãe, Hannah Ayscough Newton, passou a administrar a propriedade rural da família. A situação financeira era estável, e a fazenda garantia um bom rendimento. Com apenas três anos, Newton foi levado para a casa de sua avó materna, Margery Ayscough, onde foi criado, já que sua mãe havia se casado novamente (com um pastor chamado Barnabas Smith). O jovem Isaac não havia gostado de seu padrasto e brigou com sua mãe por se casar com ele, como revelado por este registro em uma lista de pecados cometidos até os 19 anos de idade: "Ameaçar meu pai Smith e minha mãe de queimar sua casa com eles dentro."Tudo leva a crer que o jovem Isaac Newton teve uma infância muito triste e solitária, pois laços afetivos entre ele e seus parentes não são encontrados como algo verdadeiro.

Um ser de personalidade fechada, introspectiva e de temperamento difícil: assim era Newton, que, embora vivesse em uma época em que a tradição dizia que os homens cuidariam dos negócios de toda a família, nunca demonstrou habilidade ou interesse para esses tipos de trabalho. Por outro lado, pensa-se que ele passava horas e horas sozinho, observando as coisas e construindo objetos.[carece de fontes] Parece que o único romance de que se tem notícia na vida de Newton tenha ocorrido com a senhorita de nome Anne Storer (filha adotiva do farmacêutico e hoteleiro William Clarke), embora isso não seja comprovado.

Os primeiros anos na escola

A partir da idade de aproximadamente doze até os dezessete anos, Newton foi educado na The King's School, em Grantham (onde a sua assinatura ainda pode ser vista em cima de um parapeito da janela da biblioteca).Ele foi retirado da escola em outubro de 1659 para viver em Woolsthorpe-by-Colsterworth, onde sua mãe, viúva, agora pela segunda vez, tentou fazer dele um agricultor; mas ele odiava trabalhar na agricultura.Henry Stokes, diretor da The King's School, convenceu sua mãe a mandá-lo de volta à escola para que pudesse completar sua educação.Um caderno escolar de Newton revela alguns dos assuntos que ele estudou nas aulas de Stokes neste período: aritmética, agrimensura, trigonometria e construções geométricas que incluíam as aproximações de Arquimedes para o número π. De acordo com o historiador V. F. Rickley: "Isso ia muito além de qualquer coisa ensinada nas universidades da época; consequentemente, ao contrário da tradição, Newton tinha um conhecimento superior de matemática antes de ir para Cambridge."

Especula-se que Newton estudou latim, grego, hebreu e a Bíblia. Alguns autores destacam a ideia de que era um aluno mediano, até que uma cena de sua vida mudou isso: uma briga com um colega de escola fez com que Newton decidisse ser o melhor aluno da classe e de todo o prédio escolar.

Universidade e resumo das suas realizações

Newton estudou no Trinity College de Cambridge, e graduou-se em 1665. Um dos principais precursores do Iluminismo, seu trabalho científico sofreu forte influência de seu professor e orientador Barrow (desde 1663), e de Schooten, Viète, John Wallis, Descartes, dos trabalhos de Fermat sobre retas tangentes a curvas; de Cavalieri, das concepções de Galileu Galilei e Johannes Kepler.

O matemático francês Abraham de Moivre, um dos melhores amigos de Newton, lhe indagou sobre as origens do interesse de Newton por matemática, e pediu detalhes a respeito de seus estudos. Descobriu que o interesse de Newton começou em 1663, aos 20 anos, quando ele comprou um livro de astrologia e não conseguiu entender a matemática usada nele. Assim, Newton comprou um livro de trigonometria, e não conseguindo entender as demonstrações, começou a estudar Os Elementos de Euclides, que leu inteiro. Prosseguiu para o Clavis Mathematicae, de Oughtred, e então para o La Géométrie, de Descartes. Seguiu o estudo com Exercitationum mathematicarum, de Schooten, e então o Opera Mathematica, de Viète. E finalmente para os dois livros de Wallis: Arithmetica infinitorum e Tractatus duo. Estudos que Newton realizou como autodidata em pouco mais de um ano.

Em 1663, formulou o teorema hoje conhecido como Binômio de Newton. Fez suas primeiras hipóteses sobre gravitação universal e escreveu sobre séries infinitas e o que chamou de teoria das fluxões (1665), o embrião do Cálculo Diferencial e Integral.

Por causa da peste negra, o Trinity College foi fechado em 1666 e o cientista foi para a casa de sua mãe em Woolsthorpe-by-Colsterworth. Foi neste ano de retiro que construiu quatro de suas principais descobertas: o Teorema Binomial, o cálculo, a lei da gravitação universal e a natureza das cores. Construiu o primeiro telescópio de reflexão em 1668, e foi quem primeiro observou o espectro visível que se pode obter pela decomposição da luz solar ao incidir sobre uma das faces de um prisma triangular transparente (ou outro meio de refração ou de difração), atravessando-o e projetando-se sobre um meio ou um anteparo branco, fenômeno este conhecido como dispersão. Optou, então, pela teoria corpuscular de propagação da luz, enunciando-a em 1675 e contrariando a teoria ondulatória de Huygens.

Tornou-se professor de matemática em Cambridge (1669) e entrou para a Royal Society (1672). Sua principal obra foi a publicação Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (Princípios matemáticos da filosofia natural — 1687), em três volumes, na qual enunciou a lei da gravitação universal (Vol. 3), generalizando e ampliando as constatações de Kepler, e resumiu suas descobertas, principalmente o cálculo. Essa obra tratou essencialmente sobre física, astronomia e mecânica (leis dos movimentos, movimentos de corpos em meios resistentes, vibrações isotérmicas, velocidade do som, densidade do ar, queda dos corpos na atmosfera, pressão atmosférica, etc.).

De 1687 a 1690, foi membro do parlamento britânico, em representação da Universidade de Cambridge. Em 1696 foi nomeado Warden of the Mint e em 1701 Master of the Mint, dois cargos burocráticos da Casa da Moeda britânica. Foi eleito sócio estrangeiro da Académie des Sciences em 1699 e tornou-se presidente da Royal Society em 1703. Publicou, em Cambridge, Arithmetica universalis (1707), uma espécie de livro-texto sobre identidades matemáticas, análise e geometria, possivelmente escrito muitos anos antes (talvez em 1673).

Contribuições

Matemática

O trabalho de Newton foi descrito como "Um Trabalho distinto, que avançou cada ramo da matemática".Sua obra sobre o assunto normalmente referido como cálculo, foi visto em um manuscrito no mês de outubro de 1666, agora publicado entre os papéis matemáticos de Newton.

Newton mais tarde se envolveu em uma disputa com Leibniz sobre a autoria no desenvolvimento do cálculo infinitesimal. A maioria dos historiadores modernos acreditam que Newton e Leibniz desenvolveram cálculo infinitesimal de forma independente, embora com diferentes notações. Ocasionalmente, tem sido sugerido que Newton publicou quase nada sobre isso até 1693, e não deu um relato completo até 1704, enquanto Leibniz começou a publicar um relato completo de seus métodos em 1684. A Notação de Leibniz e o "Método diferencial", hoje reconhecidos como notações muito mais convenientes, foram adotados por matemáticos da Europa continental, e depois de 1820, também por matemáticos britânicos.

Tal sugestão, no entanto, não consegue esclarecer o conteúdo do cálculo que os críticos da época de Newton e dos tempos modernos têm apontado em Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. O Principia não é escrito na linguagem de cálculo ou como nós o conhecemos hoje, ou como Newton (mais tarde) usaria sua notação para escrevê-lo.

Mas o seu trabalho amplamente usa um cálculo infinitesimal em forma geométrica, com base em valores limite das proporções de pequenas quantidades: no Principia o próprio Newton deu uma demonstração deste sob o nome de "o método do primeiro e do último rácio",e explicou por que ele colocou as exposições desta forma.

Devido a isso, o Principia foi chamado de "um livro denso com a teoria e aplicação do cálculo infinitesimal", e "lequel est Presque tout ce de calcul" ("quase tudo é o cálculo"), na época de Newton.

O cálculo de Newton em forma geométrica é frequentemente objeto de fascínio de muitos dos estudos sobre Newton. Após estudar o Principia, o físico indiano Chandrasekhar afirmou: "seus conhecimentos físicos e geométricos eram tão penetrantes que as provas emergiam inteiras em sua mente". O matemático russo V. I. Arnold também expressou seu fascínio em relação a este aspecto do Principia: "Comparando hoje os textos de Newton com os comentários de seus sucessores, é impressionante como a apresentação original de Newton é mais moderna, mais compreensível e rica em ideias do que as traduções realizadas por seus comentadores de suas ideias geométricas para a linguagem formal do cálculo de Leibniz."

Newton tinha sido cauteloso em publicar o seu cálculo porque temia controvérsia e críticas.Ele era amigo do matemático suíço Nicolas Fatio de Duillier. Em 1691, Duillier começou a escrever uma nova versão de Principia e enviou a Leibniz.Em 1693, a relação entre Duillier e Newton acabou, e o livro nunca foi concluído.

A partir de 1699, outros membros da Royal Society (da qual Newton era um membro) acusaram Leibniz de plágio, e a disputa eclodiu com força total em 1711. A Royal Society proclamou em um estudo que foi Newton o verdadeiro descobridor e rotulou Leibniz de uma fraude. Este julgamento foi posto em dúvida quando se descobriu mais tarde que o próprio Newton escrevera considerações finais do estudo sobre Leibniz. Newton é creditado geralmente pelo binómio de Newton, válido para qualquer expoente, descobriu as identidades de Newton, o Método de Newton, fez contribuições substanciais para a teoria do operador de diferença, e foi o primeiro a usar índices fracionários para empregar na geometria analítica para obter soluções para a equação diofantina, além de ter sido o primeiro a usar coordenadas polares.Newton foi nomeado Professor lucasiano de Matemática, em 1669, por recomendação de Isaac Barrow.

Óptica

Newton realizou descobertas fundamentais em óptica. Em 1666, Newton observou que a luz que entrava por um orifício circular ao ser refratada por um prisma em posição de desvio mínimo, formava uma imagem oblonga, em vez de circular, como seria esperado matematicamente pela lei de Snell. Com isto, Newton conjecturou que o prisma refrata cores diferentes por ângulos diferentes, e realizou sistematicamente diversas experiências com o fim de corroborar ou falsear tal hipótese.

Entre 1670 e 1672, Newton trabalhou intensamente em problemas relacionados com a óptica e a natureza da luz. Ele demonstrou, de forma clara e precisa, que a luz branca é formada por uma banda de cores (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta) que podiam separar-se por meio de um prisma.

Como resultado de muito estudo, concluiu que qualquer telescópio "refrator" sofreria de uma aberração hoje denominada "aberração cromática", que consiste na dispersão da luz em diferentes cores ao atravessar uma lente. Para evitar esse problema, Newton construiu um "telescópio refletor" (conhecido como telescópio newtoniano). Isaac Newton acreditava que existiam outros tipos de forças entre partículas, conforme diz na obra Principia. Essas partículas, capazes de agir à distância, agiam de maneira análoga à força gravitacional entre os corpos celestes.Em 1704, Isaac Newton escreveu a sua obra mais importante sobre a óptica, chamada Opticks, na qual expõe suas teorias anteriores e a natureza corpuscular da luz, assim como um estudo detalhado sobre fenômenos como refração, reflexão e dispersão da luz.

Newton colocou na parte final do Óptica uma lista de questões pendentes e possíveis respostas a elas, seção que Newton ainda viria a expandir nas edições seguintes. Nestes anos, ele foi capaz de se permitir fazê-lo — a autoridade de Newton após o Principia era inquestionável, e eram poucos que ousavam fazer objeções. Várias hipóteses revelaram-se proféticas. Em particular, Newton previu:

Deflexão da luz em um campo gravitacional;
O fenômeno da polarização da luz;
Interconversão de luz e matéria.

Lei da gravitação universal

No verão de 1684, houve uma reunião entre Robert Hooke, Edmond Halley e Christopher Wren em que discutiram sobre gravitação. Halley, que mantinha uma boa amizade com Newton, visitou-o em agosto de 1684, e lhe apresentou um problema que eles não tinham conseguido resolver: "Qual é a forma da órbita de um planeta atraído pelo Sol por uma força que varia com o inverso do quadrado da distância?" Newton respondeu imediatamente: "Uma elipse." Desconcertado, Halley perguntou: "Como sabe?", ao que Newton lhe respondeu que já havia resolvido esse problema. Newton procurou o papel com a prova mas não o encontrou, mas prometeu reconstruí-la e lhe enviá-la, e assim Halley teve que aguardar, e só recebeu a prova em novembro de 1684, sob o título De Motu Corporum in Gyrum ("Sobre o movimento dos corpos em órbita"). Halley imediatamente percebeu a importância do resultado e do método empregado por Newton, e o visitou novamente, decidido a convencê-lo a publicar suas descobertas. E assim Newton começou a escrever o Principia, cujos custos de publicação foram todos arcados por Halley (a Royal Society estava muito mal financeiramente, e Newton não queria gastar dinheiro com a publicação).

Com uma lei formulada de maneira simples, Newton procurou explicar os fenômenos físicos mais importantes do universo. A lei da gravitação universal, proposta por ele, tem a seguinte expressão matemática:

onde
F12 é a força, sentida pelo corpo 1 devido ao corpo 2, medida em newtons;
G é a constante gravitacional universal, que determina a intensidade da força,
m1 e m2 são as massas dos corpos que se atraem entre si, medidas em quilogramas;
r é a distância entre os dois corpos, medida em metros; e
é o versor do vetor que liga o corpo 1 ao corpo 2.

A constante gravitacional universal foi medida anos mais tarde por Henry Cavendish. A descoberta da lei da gravitação universal se deu em 1685 como resultado de uma série de estudos e trabalhos iniciados muito antes. Em 1679, Robert Hooke comunicou-se com Newton por meio de cartas, e os assuntos eram sempre científicos.

Na verdade, foi exatamente em 1684 que Newton informou seu amigo Edmond Halley de que havia resolvido o problema da força inversamente proporcional ao quadrado da distância. Newton relatou esses cálculos no tratado De Motu e os desenvolveu de forma ampliada no livro Philosophiae naturalis principia mathematica. A gravitação universal é muito mais do que uma força relacionada ao Sol. É também um efeito dos planetas sobre o Sol e sobre todos os objetos do universo. Newton explicou facilmente a partir de sua Terceira Lei da Dinâmica que, se um objeto atrai um segundo objeto, este segundo também pode atrair o primeiro com a mesma força. Concluiu-se que o movimento dos corpos celestes não podiam ser regulares. Para o célebre cientista, que era bastante religioso, a estabilidade das órbitas dos planetas implicava reajustes contínuos sobre suas trajetórias impostas pelo poder divino.

A queda da maçã e a dúvida de Newton

O próprio Newton contou muitas vezes de que a inspiração para formular sua teoria da gravitação foi a observação da queda de uma maçã de uma árvore.Há muitos estudos que analisam esta história.Embora alguns afirmem que a história da maçã é um mito e que ele não chegou à sua teoria da gravidade de maneira repentina,conhecidos de Newton (tais como William Stukeley, cujo relato manuscrito de 1752 foi disponibilizado pela Royal Society)confirmam, de fato, o incidente, embora não a versão caricata de que a maçã bateu na cabeça de Newton. Stukeley registrou em seu Memoirs of Sir Isaac Newton's Life uma conversa que teve com Newton em Kensington no dia 15 de abril de 1726 em que cita uma história envolvendo a suposta maçã e a ideia da gravitação.

Em termos similares, Voltaire escreveu em seu Ensaio Sobre Poesia Épica (1727): "Sir Isaac Newton teve o primeiro pensamento do seu sistema de gravitação ao ver uma maçã cair de uma árvore enquanto caminhava em seus jardins."

John Conduitt, assistente de Newton na Casa da Moeda e marido da sobrinha de Newton, também descreveu o evento, quando escreveu sobre a vida de Newton:

No ano 1666, se afastou novamente de Cambridge para a casa de sua mãe em Lincolnshire. Enquanto ele estava pensativo caminhando em um jardim veio-lhe ao pensamento de que a influência da gravidade (que levou uma maçã de uma árvore ao chão) não era limitada a uma certa distância da Terra, mas que esta influência deve se estender muito além do que se costuma pensar. 'Por que não tão alto quanto até a Lua?', disse ele a si mesmo, 'Isso deve influenciar seu movimento e talvez mantê-la em sua órbita', ao que ele começou a calcular qual seria o efeito dessa suposição.

Sabe-se de seus cadernos de anotações que Newton estava analisando no final da década de 1660 a ideia de que a gravidade da Terra se estendia, em proporção inversa ao quadrado da distância, até a Lua; no entanto, levou duas décadas para desenvolver a teoria plenamente.A pergunta não era se a gravidade existia, mas se ela se estenderia tão longe da Terra que poderia também ser a força que prende a Lua à sua órbita. Newton mostrou que, se a força diminuísse com o quadrado inverso da distância, poderia então calcular corretamente o período orbital da Lua. Ele supôs ainda que a mesma força seria responsável pelo movimento orbital de outros corpos, criando assim o conceito de "gravitação universal".

As três Leis de Newton

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiae Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos e foi um extenso trabalho no qual ele dedicou-se. A forma original na qual as leis foram escritas é a seguinte:

Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare.
Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele. É também conhecido como princípio da inércia.

Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, et fieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur.
A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida. É também conhecido como princípio da dinâmica.

Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi.
A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas. É também conhecido como princípio da ação e reação.

Alquimia
O seu primeiro contato com caminhos da alquimia foi através de Isaac Barrow e Henry More, intelectuais de Cambridge. Por volta de 1693, escreveu Praxis, uma obra que sugere uma filosofia que via na natureza algo diferente do que admitiam as filosofias mecanicistas ortodoxas. Newton dedicou muitos de seus esforços aos estudos da alquimia. Escreveu muito sobre esse tema, fato que soube-se muito tarde, já que a alquimia era totalmente ilegal naquela época.[carece de fontes]

Visão religiosa

O formulador da Lei da gravitação universal teve uma aproximação com um clérigo, o seu próprio padrasto Barnabas Smith, que possuía bacharelado em Oxford. Newton possuía uma extensa biblioteca de teologia e filosofia ao seu dispor, incluindo desde estudos de línguas até todos os tipos de literatura clássica e bíblica, o que pode ter vitalizado seu espírito para inspiradoras abstrações. Adquirindo uma grande fama como cientista, Newton foi influenciado pela política e acabou não se ordenando clérigo, mas permaneceu fiel à sua crença no Universo, embora tenha comportado-se como um bom cristão anglicano, atendendo serviços na capela do Trinity Colege e, mais tarde, em Londres.Iniciou uma série de correspondências com o filósofo John Locke.

Entre suas obras teológicas, destacam-se An Historical Account of Two Notable Corruption of Scriptures, Chronology of Ancient Kingdoms Atended e Observations upon the Prophecies. Algumas das coisas em que ele acreditava eram o tempo, sempre igual para todos os instantes, e os seis mil anos de existência que a Bíblia dá à Terra. Considerava que a mecânica celeste era governada pela gravitação universal e, principalmente, por Deus, sobre o qual relata: "A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta." 

Pontos de vista do fim do mundo

Em um manuscrito que ele escreveu em 1704 no qual ele descreve sua tentativa de extrair informações científicas a partir da Bíblia, ele estima que o mundo não iria terminar antes de 2060.

Em 2007, a Biblioteca Nacional de Israel divulgou três manuscritos atribuídos a Isaac Newton nos quais ele calcula a data aproximada do apocalipse, relacionando profecias com história política e religiosa europeia daquela época. Em um dos manuscritos (datado do início do século XVIII), Newton, por meio de análise dos textos bíblicos do Livro de Daniel (do antigo testamento), conclui que o mundo deveria acabar por volta do ano de 2060, ao escrever "Ele pode acabar além desta data, mas não há razão para acabar antes". Em outra análise, o cientista interpreta as profecias bíblicas sobre o retorno dos judeus à terra prometida antes do apocalipse. "A ruína das nações más, o fim do choro e de todos os problemas, e o retorno dos judeus ao seu próspero reino", escreveu.

Em Escatologia, Isaac Newton investiga uma parte da teologia e da filosofia preocupado com o que se acredita ser o apocalipse (último acontecimento na história do mundo, ou o derradeiro destino da humanidade) vulgarmente designado o fim do mundo.

Newton escreveu muitas obras que passariam a ser classificadas como estudos ocultos. Estas obras exploraram o ocultismo, a cronologia, alquimia e escritos bíblicos, propondo-lhes interpretações especialmente do Apocalipse.

O movimento rosa-cruz

A sociedade secreta rosa-cruz foi possivelmente a que exerceu maior influência sobre Newton. Apesar de o movimento rosa-cruz ter causado uma grande curiosidade entre os acadêmicos europeus durante o século XVII, na época de Newton já havia atingido a maturidade e se tornara algo menos sensacionalista. O movimento teve uma profunda influência sobre Newton, particularmente nas pesquisas sobre alquimia e filosofia.

A crença rosa-cruz de serem especialmente escolhidos para comunicarem-se com os anjos ou espíritos ecoa nas crenças proféticas de Newton. Os rosa-cruzes proclamavam também ter a habilidade de viver para sempre usando o elixir vitae e a habilidade de produzir um sem limite de quantidade de ouro a partir do uso da pedra filosofal, a qual diziam possuir. Tal como Newton, os rosa-cruzes foram profundamente filósofos místicos, declaradamente cristãos e altamente politizados. Newton teve muito interesse nas pesquisas sobre alquimia, mas também nos ensinamentos esotéricos antigos e na crença em indivíduos iluminados com a habilidade de conhecer a natureza, o universo e o reino espiritual.

Ao morrer, a biblioteca de Newton apresentava 169 livros sobre o tópico da alquimia, e acreditava-se que teria consideravelmente mais livros durante os anos de formação em Cambridge, embora possivelmente os tenha vendido antes de mudar-se para Londres em 1696.

Os últimos anos de vida

Newton foi respeitado como nenhum outro cientista e sua obra marcou efetivamente uma revolução científica. O matemático italiano Joseph-Louis Lagrange frequentemente dizia que Newton foi o maior gênio que já viveu, e uma vez acrescentou que Newton foi também "o mais afortunado, dado que não se pode descobrir mais de uma vez o sistema que governa o mundo".

Seus estudos foram como chaves que abriram portas para diversas áreas do conhecimento cujo acesso era impossível antes de Newton.

Newton, em seus últimos dias, passou por diversos problemas renais que culminaram com sua morte. No lado mais pessoal, existem biógrafos que afirmam que ele teria morrido virgem.

Ele faleceu na noite de 20 de março de 1727 (calendário juliano). Foi enterrado junto a outros célebres homens da Inglaterra na Abadia de Westminster.

A causa provável de sua morte foram complicações relacionadas ao cálculo renal que o afligiu em seus últimos anos de vida.

Seu epitáfio foi escrito pelo poeta Alexander Pope:

A natureza e as leis da natureza estavam imersas em trevas; Deus disse "Haja Newton" e tudo se iluminou.

Newton tinha sido mais modesto em relação a suas próprias realizações, sendo célebre a sua carta a Robert Hooke em fevereiro de 1676, em que escreveu:

Se enxerguei mais longe, foi porque me apoiei sobre os ombros de gigantes.
Mais tarde, em um livro de memórias, Newton escreveu:

Não sei o que posso parecer aos olhos do mundo, mas aos meus pareço apenas ter sido como um menino brincando à beira-mar, divertindo-me em encontrar de vez em quando um seixo mais liso ou uma concha mais bonita que o normal, enquanto o grande oceano da verdade permanece completamente desconhecido à minha frente.

Newton teve grande influência sobre os cientistas posteriores. Albert Einstein mantinha um retrato de Newton na parede de sua sala de estudos, juntamente com os de Michael Faraday e James Clerk Maxwell.

Obras publicadas

Method of Fluxions (1671);
Philosophiae naturalis principia mathematica (1687);
Opticks (1704);
Tractatus de Quadratura Curvarum (1704);
Arithmetica Universalis (1707);
Optical Lectures (1728);
The Chronology of Ancient Kingdoms Amended (1728).

Referências

Isaac Newton em Mathematics Genealogy Project
Isaac Newton (1643 - 1727) (em inglês) BBC Historic Figures. Visitado em 4 de janeiro de 2010.
Newton beats Einstein in polls of scientists and the public (em inglês) The Royal Society. Visitado em 12 de abril de 2008.
Christianson, Gale E.. Isaac Newton and the scientific revolution. [S.l.]: Oxford University Press, 1996. p. 74. ISBN 0195092244
Richard S. Westfall. A Vida de Isaac Newton (tradução de Vera Ribeiro), pg. 7.
Cohen, I.B. (1970). Dictionary of Scientific Biography, Vol. 11, p.43. New York: Charles Scribner's Sons


Biografia Nicolau Copérnico


Nicolau Copérnico (Toruń, 19 de fevereiro de 1473 — Frauenburgo, 24 de maio de 1543) foi um astrônomo e matemático polaco que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cónego da Igreja Católica, governador e administrador, jurista, astrólogo e médico.

Sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente Teoria Geocêntrica (que considerava a Terra como o centro), é considerada como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia moderna.

Nicolau Copérnico, em polaco.Mikołaj Kopernik, nasceu quando sua cidade natal, Toruń, fazia parte da província da Prússia Real, no Reino da Polônia (1385–1569). Seu pai era um comerciante de Cracóvia e sua mãe era filha de um abastado comerciante de Toruń. Nicolau era o mais jovem de quatro filhos. Seu irmão André tornou-se um cônego da Ordem dos Agostinianos em Frombork (Frauenburgo). Sua irmã Bárbara, mesmo nome de sua mãe, tornou-se uma religiosa da Ordem dos Beneditinos e, em seus últimos anos, priora de um convento em Chełmno (Kulm); tendo morrido após 1517. Sua irmã Catarina casou-se com Barthel Gertner, também importante comerciante e edil da cidade de Toruń, com quem teve cinco filhos, cuidados por Copérnico até o fim de seus dias, não tendo ele próprio se casado ou tido filhos.

A origem da teoria heliocêntrica

Na teoria de Copérnico, a Terra move-se em torno do Sol. Mas, seus dados foram corrigidos pelas observações de Tycho Brahe. Com base nelas e em seus próprios cálculos, Johannes Kepler reformou radicalmente o modelo copernicano e chegou a uma descrição realista do sistema solar. Esse fenômeno já havia sido estudado e defendido pelo bispo de Lisieux, Nicole d'Oresme, no século XIV. O movimento da Terra era negado pelos partidários de Aristóteles e Ptolomeu. Eles argumentavam que, caso a Terra se movesse, as nuvens, os pássaros no ar ou os objetos em queda livre seriam deixados para trás. Galileu combateu essa ideia, afirmando que, se uma pedra fosse abandonada do alto do mastro de um navio, um observador a bordo sempre a veria cair em linha reta, na vertical. E, baseado nisso, nunca poderia dizer se a embarcação estava em movimento ou não. Caso o barco se movesse, porém, um observador situado na margem veria a pedra descrever uma curva descendente – porque, enquanto cai, ela acompanha o deslocamento horizontal do navio. Tanto um observador quanto o outro constataria que a pedra chega ao convés exatamente no mesmo lugar: O pé do mastro. Pois ela não é deixada para trás quando o barco se desloca. Da mesma forma, se fosse abandonada do alto de uma torre, a pedra cairia sempre ao pé da mesma – quer a Terra se mova ou não.

O cardeal São Roberto Belarmino presidiu o tribunal que proibiu a teoria copernicana. Culto e moderado, ele conseguiu poupar Galileu. Estimulado pelo novo papa Urbano VIII, seu grande admirador, o cientista voltou à carga. Mas o Papa sentiu-se ridicularizado num livro de Galileu. E isso motivou sua condenação.

A teoria heliocêntrica

A teoria do modelo heliocêntrico, a maior teoria de Copérnico, foi publicada em seu livro, De revolutionibus orbium coelestium ("Da revolução de esferas celestes"), durante o ano de sua morte, 1543. Apesar disso, ele já havia desenvolvido sua teoria algumas décadas antes.

O livro marcou o começo de uma mudança de um universo geocêntrico, ou antropocêntrico, com a Terra em seu centro. Copérnico acreditava que a Terra era apenas mais um planeta que concluía uma órbita em torno de um sol fixo todo ano e que girava em torno de seu eixo todo dia. Ele chegou a essa correta explicação do conhecimento de outros planetas e explicou a origem dos equinócios corretamente, através da vagarosa mudança da posição do eixo rotacional da Terra. Ele também deu uma clara explicação da causa das estações: O eixo de rotação da terra não é perpendicular ao plano de sua órbita.

Em sua teoria, Copérnico descrevia mais círculos, os quais tinham os mesmos centros, do que a teoria de Ptolomeu (modelo geocêntrico). Apesar de Copérnico colocar o Sol como centro das esferas celestiais, ele não fez do Sol o centro do universo, mas perto dele.

Do ponto de vista experimental, o sistema de Copérnico não era melhor do que o de Ptolomeu. E Copérnico sabia disso, e não apresentou nenhuma prova observacional em seu manuscrito, fundamentando-se em argumentos sobre qual seria o sistema mais completo e elegante.

Da sua publicação, até aproximadamente 1700, poucos astrônomos foram convencidos pelo sistema de Copérnico, apesar da grande circulação de seu livro (aproximadamente 500 cópias da primeira e segunda edições, o que é uma quantidade grande para os padrões científicos da época). Entretanto, muitos astrônomos aceitaram partes de sua teoria, e seu modelo influenciou muitos cientistas renomados que viriam a fazer parte da história, como Galileu e Kepler, que conseguiram assimilar a teoria de Copérnico e melhorá-la. As observações de Galileu das fases de Vênus produziram a primeira evidência observacional da teoria de Copérnico. Além disso, as observações de Galileu das luas de Júpiter provaram que o sistema solar contém corpos que não orbitavam a Terra.

O sistema de Copérnico pode ser resumido em algumas proposições, assim como foi o próprio Copérnico a listá-las em uma síntese de sua obra mestra, que foi encontrada e publicada em 1878.

As principais partes da teoria de Copérnico são:

Os movimentos dos astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de vários círculos (epiciclos).
O centro do universo é perto do Sol.
Perto do Sol, em ordem, estão Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno, e as estrelas fixas.
A Terra tem três movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de seu eixo.
O movimento retrógrado dos planetas é explicado pelo movimento da Terra.
A distância da Terra ao Sol é pequena se comparada à distância às estrelas.
Se essas proposições eram revolucionárias ou conservadoras era um tópico muito discutido durante o vigésimo século. Thomas Kuhn argumentou que Copérnico apenas transferiu algumas propriedades, antes atribuídas a Terra, para as funções astronômicas do Sol. Outros historiadores, por outro lado, argumentaram a Kuhn, que ele subestimou quão revolucionárias eram as teorias de Copérnico, e enfatizaram a dificuldade que Copérnico deveria ter em modificar a teoria astronômica da época, utilizando apenas uma geometria simples, sendo que ele não tinha nenhuma evidência experimental.

O modelo heliocêntrico

Os filósofos do século XV aceitavam o geocentrismo como fora estruturado por Aristóteles e Ptolomeu. Esse sistema cosmológico afirmava (corretamente) que a Terra era esférica, mas também afirmava (erradamente) que a Terra estaria parada no centro do Universo enquanto os corpos celestes orbitavam em círculos concêntricos ao seu redor. Essa visão geocêntrica tradicional foi abalada por Copérnico em 1537, quando este começou a divulgar um modelo cosmológico em que os corpos celestes giravam ao redor do Sol, e não da Terra. Essa era uma teoria de tal forma revolucionária que Copérnico escreveu no seu De revolutionibus orbium coelestium (do latim: "Das revoluções das esferas celestes"): "quando dediquei algum tempo à ideia, o meu receio de ser desprezado pela sua novidade e o aparente contra-senso quase me fez largar a obra feita".

Naquele tempo a Igreja Católica aceitava essencialmente o geocentrismo aristotélico, embora a esfericidade da Terra estivesse em aparente contradição com interpretações literais de algumas passagens bíblicas. Ao contrário do que se poderia imaginar, durante a vida de Copérnico não se encontram críticas sistemáticas ao modelo heliocêntrico por parte do clero católico. De fato, membros importantes da cúpula da Igreja ficaram positivamente impressionados pela nova proposta e insistiram para que essas ideias fossem mais desenvolvidas. Contudo, a defesa, quase um século depois, por Galileu Galilei da teoria heliocêntrica vai deparar-se com grandes resistências no seio da mesma Igreja Católica.

Como Copérnico tinha por base apenas suas observações dos astros a olho nu e não tinha possibilidade de demonstração da sua hipótese, muitos homens de ciência acolheram com cepticismo as suas ideias. Apesar disso, o trabalho de Copérnico marcou o início de duas grandes mudanças de perspectiva. A primeira diz respeito à escala de grandeza do Universo: avanços subsequentes na astronomia demonstraram que o universo era muito mais vasto do que supunham quer a cosmologia aristotélica quer o próprio modelo copernicano; a segunda diz respeito à queda dos graves. A explicação aristotélica dizia que a Terra era o centro do universo e portanto, o lugar natural de todas as coisas. Na teoria heliocêntrica, contudo, a Terra perdia esse estatuto, o que exigiu uma revisão das leis que governavam a queda dos corpos, e mais tarde, conduziu Isaac Newton a formular a lei da gravitação universal. Ainda que imperfeita, pois indicava que as órbitas dos planetas seriam circulares e não elípticas como se veio a descobrir, a teoria de Copérnico abriu caminho para as grandes descobertas astronômicas.

Cronologia

1473 – 19 de Fevereiro – nasce Nicolau Copérnico, em Thorn, Prússia Real uma provincia da Polónia.
1483 – Morre o pai de Copérnico, que vai ser criado pelo tio materno, Lucas Watzenrode.
1489 – Lucas Watzenrode, tio de Copérnico é eleito Bispo de Warmia.
1491 – Copérnico vai para a Universidade de Cracóvia.
1497 – Copérnico vai para a Itália, estudar Direito Canónico na Universidade de Bolonha.
1497 – 9 de Março – Copérnico registra sua primeira observação astronómica: uma ocultação da estrela Aldebarã.
1499 – Copérnico viaja para Roma.
1503 – Copérnico recebe seu diploma em Direito Canônico, em Ferrara.
1503 – Copérnico retorna para a Prússia Real.
1504 – É eleito Cônego em Frauenburgo.
1512 – Morre o tio de Copérnico, o bispo Lucas Watzenrode, que o educou.
1517 – 31 de Outubro – Martinho Lutero publica as 95 teses de sua Reforma.
1534 – Alessandro Farnese é eleito papa sob o nome de Paulo III.
1539 – Rheticus torna-se discípulo de Copérnico, em Frauenburgo.
1542 – O Papa Paulo III restabelece a Inquisição.
1543 – Rheticus, em nome de Copérnico, publica a obra "De Revolutionibus Orbium Coelestium" em Nuremberga.
1543 – Em 24 de Maio morre Copérnico, em Frauenburgo, no mesmo dia da publicação de sua obra "Da revolução de esferas celestes".
1545 – O Papa Paulo III convoca o Concílio de Trento.
2010 – Os restos mortais de Copérnico são enterrados novamente na catedral de Frombork, 467 anos após sua morte.


Referências

 Iłowiecki, Maciej (1981). Dzieje nauki polskiej (in Polish). Warszawa: Wydawnictwo Interpress. p. 40. ISBN 83-223-1876-6.

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