quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Jacques Bergier - Melquisedeque

 

Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. Ele era sacerdote do Altíssimo . E ele o abençoou e disse : “Bendito seja Abraão , em nome do Altíssimo , senhor dos Céus e da Terra. E abençoado seja o Deus Altíssimo , que arrebatou o escuro dos teus inimigos e os entregou às tuas mãos”. E Abraão lhe deu o décimo de tudo.”(Gênese, XIV, 18-20).

Isso se passou por volta do ano 2.200 após a criação do mundo. Poderia ser uma indicação quantitativa útil, se soubéssemos o que os hebreus entendiam por ano e por “criação do mundo”. Mas séculos de discussão não conseguiram elucidar esses dois termos . O que faz com que seja absolutamente impossível determinar datas quanto a Melquisedeque. Entretanto , de qualquer forma as breves indicações da Bíblia já são curiosas . É a primeira vez na história da humanidade que se trata da questão dum Deus Único, todo-poderoso, criador das estrelas e mestre do Universo. 

Notemos de passagem , essa curiosa coincidência. Era realmente natural que puritanos , para batizar a cidade que acabavam de fundar numa colônia do continente norte-americano, escolhessem o nome de Salem. É menos natural que essa cidade fosse o centro de fenômenos de bruxaria, em seguida dos processos antifeiticeiros mais importantes de toda a América do Norte. No que concerne a Salem da Palestina, nada conhecemos , nem se existiu nem onde se encontrava.

Melquisedeque , desde a sua entrada em cena, possui um estatuto curiosos. Ele não é um profeta. Não é também um patriarca. Apareceu a Abraão , e coisa singular, continua a aparecer um pouco em todas as partes do mundo , mesmo em nossos dias. Assim, o Frances-Soir relata em 26 de novembro de 1973 uma das aparições , bastante burlesca, é verdade. Segundo o diário , o personagem , uma espécie de mago, estaria atualmente num hospital psiquiátrico.

“Êle se intitulou Príncipe Carlos Magno Esses. Mas nenhuma investigação permitiu a descoberta de
sua verdadeira identidade. Ignora-se quem é , de onde vem. Segundo um de seus discípulos, uma poetisa de cinquenta e dois anos chamada Cyna , que compareceu por violação dum selo judicial, esse misteriosos personagem não é outro senão um contemporâneo de Abraão, o rei de Salem, Melquisedeque, um messias imortal encarregado de reformar o mundo.”

Não é possível absolutamente, apesar do nosso desejo , ter conhecimento disso. Esse gênero de fenômeno é comparável à ponta de um iceberg. A totalidade da parte que permanece sob a água nos será sempre desconhecida. Aceito que haja uma confusão de personagens. Mas não é porque loucos pretendem ser Napoleão que Napoleão não existiu . Há um manicômio americano , atualmente, onde três alienados se tomam por Jesus Cristo . Tal coisa não nos faz duvidar da existência e da historicidade de Jesus Cristo. Observemos simplesmente que em novembro o mito de Melquisedeque ainda está presente entre nós e exerce ainda um poder carismático.

Eis um outro exemplo do retorno de Melquisedeque, este nada burlesco, mas ao contrário manifestando uma espécie de grandeza épica. Sua descrição nos foi feita por um grande repórter, que era também um grande escritor , Artur Machen.

A estória se passou em 1917 no país de Gales , num pequeno povoado de pescadores, Llandrisant.

Desconhecidos haviam aparecido já desde há vários dias e proclamavam que faziam parte do Feiriadwyr Malcisidec , isto é, ao sacerdocio de Melquisedeque . Celebraram em junho de 1917 a missa do Santo Graal na igreja protestante de Llandrisant . Os assistentes dessa missa ouviram e repetiram palavras do grego antigo, o que ninguém em Llandrisant conhecia. Em seguida houve milagres , atestados mesmo por quem não era habitante do povoado . Uma gigantesca rosácea de chamas, que tinha a igreja por centro, iluminou a região e atraiu particularmente a atenção do Alto Comando Inglês , o qual a tomou primeiramente por um sinal luminoso dirigido aos submarinos alemães . Militares , marinheiros , habitantes dos povoados vizinhos testemunharam o fenômeno , que começou por volta de meia-noite e vinte.

Nessa noite, diversos doentes , num raio de cinquenta quilometro , foram curados. Merece atenção o caso duma jovem, Olwens Phillips, de Croeswen, próximo a Llandrisant , que morria de tuberculose. Ela estava à beira da morte e o médico que tinha vindo naquela manhã a fim de assinar o atestado de óbito , encontrou-a completamente curada. Ele declarou que se tratava duma impossibilidade científica e escreveu a respeito ulteriormente numa revista médica: “Era impossível, seu corpo estava completamente doído pela tuberculose”. Ora, naquela noite, a jovem Olwen teve a visão de três homens que portavam um objeto que conforme a descrição feita por ela correspondia ao Graal. E ela nunca ouvira falar do Graal. Uma mulher total e irremediavelmente surda foi igualmente curada escutando os sinos da igreja badalar enquanto os sacerdotes de Melquisedeque lá celebravam a sua missa.

Arthur Machen observa que todos os enfermos curados declaram ter experimentado visões comparáveis àquelas que produzem a mescalina ou o Anhelonium Lewinii . Mas , em 1917, faltavam quarenta anos para Aldous Huxley escrever “As portas da Percepção” ; é pouco provável que alguém em Llandrisant pudesse dispor de mescalina; quanto ao LSD não havia ainda surgido.

Os marinheiros e os elementos da policia marítima não estavam certamente sob o efeito da mescalina e portanto viram a rosácea flamejante . Ouviram também um sino – não o pequeno sino da igreja , mas um grande sino, que segundo testemunhas “era como o coro perpétuo dos anjos”.

As testemunhas ouviram na própria igreja o pastor , um protestante racionalista da pior espécie, declarar: “Estes são os sacerdotes de Melquisedeque, os três pescadores de almas sagradas estão entre nós. Glória! Glória! “. E durante essa oração viram os três personagens : silhuetas humanas tão luminosas que não podiam manter o olhar nelas . E esses três personagens seguravam um objeto sem forma precisamente discernível, mas que correspondia às descrições do Graal.

Escutaram ser pronunciadas várias vezes a palavra Melquisedeque e palavras em grego antigo.

Artur Machen nada conclui e se contenta em lembrar a existência de alucinações telepáticas coletivas, mas que também certos fenômenos estão além e acima de nossa ciência . E acrescenta:

“Os personagens que o Sr. Kipling chama de Senhores da Vida e da Morte tomam o cuidado de impedir que vejamos o que vejamos o que não temos o direito de ver.”

Em 1972, a Flyng Saucers Review, retomando a história de Llandrisant em 1917, e recordando uma história análoga em 1905. dá-nos enfim uma explicação racional: nada mais era senão discos voadores! “Como em Fátima” , acrescenta a revista com uma ingenuidade tocante!

Por que não? Mas por que não também o juízo final!

Geoffrey Ashe, o arqueólogo inglês que descobriu a Távola Redonda do Rei Artur e outras relíquias de Avalon , observa com muita justeza em seu livro , Le doigt et la Lune que o racionalismo moderno pode ser definido como “a filosofia do ora, é apenas isto …”

As aparições de Melquisedeque se repetem em todas as épocas da história. Na Idade Média , no Irã, no Oriente Próximo. Desde a Idade Média o mito se estabeleceu . Foi dito que Melquisedeque não reside sobre a terra, mas alhures com os profetas Elias e Enoque. E que está “fora do tempo” ; a expressão é repetida dezenas de vezes nos textos judaicos.

A respeito desse problema como a respeito de outros, espera-se que os Manuscritos do Mar Morto tragam precisões. E na verdade trazem , mas muito difíceis de ser interpretadas.

E eis a razão disso. A Bíblia , como todos os livros de história , segue uma cronologia linear : o passado precede o presente, o qual precede o futuro. Ao contrário, os Manuscritos do Mar Morto seguem uma cronologia cíclica . Os ciclos se repetem ssendo diferentes dos ciclos precedentes . O derradeiro ciclo será o da vingança, o qual terminará com uma guerra de quarenta anos entre os Filhos da Luz e os Filhos das Trevas. Por três vezes , os Filhos da Luz estarão a ponto de vencer, por três vezes os Filhos das Trevas quase conseguirão vencer. Numa sétima vez os Filhos da Luz triunfarão definitivamente “no espaço constelado de estrelas ao redor da terra”.

Depois disso virá a hora do favor divino: Deus renovará a aliança com seu povo e os ciclos serão findos.

De forma que as diversas alusões a Melquisedeque , “o Mestre dos Mestres da Justiça” não nos são muito úteis porque não são situáveis numa história linear.

Do mesmo modo , as tentativas de interpretar os Manuscritos do Mar Morto no sentido de um pré-cristianismo , fracassaram. O estranho abade Tritemio apresenta Melquisedeque como um “eldil” , isto é , uma criatura inferior a Deus mas superior aos anjos. Reencontramos essa categoria no século XVII com Natuilius , depois no século XX com C.S. Lewis , citando Natuilius , precisa que um “eldil” não pode ser situado nem no espaço e nem no tempo.

A Idade Média judaica relata numerosas aparições de Melquisedeque a rabinos ou mesmo aos investigadores da Cabala, aparições que se situam entre os séculos VII e XVIII da era cristã . Cada vez sublinha-se o fato de Melquisedeque vir de outra parte e retornar a sua vontade.

É preciso aproximar esse fato do fato de que a ideia duma viagem ao passado é de origem judaica; voltaremos a isso.

É tentador comparar a história de Melquisedeque do Livro de Enoque. O problema é que não estamos absolutamente seguros da autenticidade do livro. Com referencia a isso apresentamos uma versão oficial dada por Edmond Fleg em sua Antologia Judaica, pg. 597:

“ENOQUE (LIVRO DE) , obra pseudo-epigráfica, cujas diversas seções foram redigidas em hebreu pelos juízes judeus entre 170 e 64 A.C., e que chegou a nós numa tradução etíope. Vê-se aí a Queda dos Anjos , Enoque transportado à morada da tempestade e da luz, a nova Jerusalém onde os Gentios convertidos adorarão o verdadeiro Deus, a danação dos Maus e a alegria dos Eleitos, etc. Essa obra exerceu uma influencia profunda no cristianismo nascente e nos Padres da Igreja. Conta-se mais de 70 textos do Livro de Enoque dos quais encontramos os equivalentes nos escritos no Novo Testamento, sem considerar os traços numerosos que foram deixados nas obras de São Irineus, São Clemente de Alexandria , Tertuliano, Orígenes, Lactâncio , São Hilário, São Jerônimo, Santo Agostinho, etc. ( p. 109,110,11,112) V. Pseudo-epigrafias, Messianismo, Cristianismo.”

Em contrapartida , numerosos historiadores acham que a tradução etíope original jamais existiu e que a versão inglesa que possuímos é algo falso do século XVIII D.C. Caso em que o Livro de Enoque perde todo seu interesse.

Todavia, se é tão antigo assim como se diz, narra um fenômeno muito curioso. Enoque viaja durante períodos que não lhe pareceu exceder alguns meses, e , quando retorna, vários séculos se passaram. Viu-se nisto uma prova do conhecimento da contração relativa do tempo. Constitui em particular a tese de muitos pesquisadores russos. Pode-se ver ai também uma primeira descrição duma viagem através do tempo, do passado para o futuro.

Mas voltemos a Melquisedeque.

Poder-se-ia esperar que com a quantidade de escavações feitas em Israel , a critica racionalista moderna nos trouxesse ensinamentos importantes sobre esse personagem. Não foi assim.

Por exemplo, o Professor Helmer Ringgren que ensina na Universidade de Upsala não descobriu em parte alguma , no espaço e no tempo , qualquer vestígio da cidade de Salem. Isto o leva a uma pura e simples identificação de Salem e Jerusalem.

Quando se conhece o hebreu e o aramaico pode-se dizer que a semelhança não é de deslumbrar. O eminente Professor Rinngren pensa igualmente que a história de Mequisedeque foi imaginada no tempo do Rei Davi, no século X antes da nossa era, e que reflete a situação política da época . Segundo ele, Melquisedeque foi designado como sacerdote de El Elyon , divindade local.

No entanto , o Gênese descreve El Elyon como “o dono do céu e da terra”. Se não se trata do Criador das Estrelas , trata-se ao menos – a observação é de Anatole France – dum importante procônsul local galático!

Apesar de todo o respeito que merece o Professor Rinnggren , sua tese é tão razoável quanto pretender que Guilherme , o Conquistador que devemos os alinhamentos de Stonehenge. Se se falava de Melquisedeque à época do Rei Davi, falava-se também em 1917 e em 1973 . Não vamos concluir disso que Melquisedeque foi inventado pelo Frances-Soir!

A interpretação que H. Ringgren dá ( pag. 73 da obra citada ) do nome do Melquisedeque é própriamente delirante. Enquanto esse nome significa: o imperador dos sábios, ele o traduz por “meu rei é Sedeque”. Mark Twain diria assim que Mendelsohn deriva de Moisés já que é suficiente substituir oisés por endelsohn!

O racionalismo moderno não nos esclarece grande coisa, portanto, no que se refere a Melquisedeque . Particularmente , não insiste sobre os diversos textos judaicos onde está afirmado que Melquisedeque não era apenas o sacerdote do Altissimo , mas também o sacerdote de El Shadai. O que é, todavia, interessante: segundo o próprio Ringgren , Shadai é o deus da Força e da Energia.

Um texto alexandrino diz: “Em nome de Melquisedeque e de Shadai, o que está no alto é como o que está embaixo” Sempre segundo Ringgren, o nome de Shadai aparece desde o fim da idade do bronze. Infelizmente , ele indica numa nota que não dispomos de referencias precisas.

Melquisedeque aparece em todo caso, mesmo para a critica racionalista , como o homem que inventou Deus. Ringgren escreve ( pag 51) empregando as iniciais JHWH, que designam Deus e das quais ignoramos a significação: “JHWH estava presente , mas invisivel, e era o Senhor , e Israel não dispunha de poder sobre ele”.

O homem que teve uma ideia ou informações tão extraordinárias não era certamente de espécie comum. Rei de uma cidade inencontrável, profeta de um Deus novo e terrível deteve como característica , por outro lado, uma mobilidade no tempo bastante rara.

Mircea Eliade escreve com muita propriedade num capitulo de seu livro, intitulado “O tempo pode ser dominado”, as seguintes palavras:

Tocamos aqui um problema capital não somente para a inteligência do mito , mas sobretudo para o desenvolvimento ulterior do pensamento mítico. O conhecimento da origem e da história exemplar das coisas confere uma espécie de domínio mágico sobre as coisas. Mas tal conhecimento abre igualmente uma via para especulações sistemáticas sobre a origem e as estruturas do mundo. Voltaremos a esse problema . No entanto, é necessário desde já precisar que a memória é considerada como o conhecimento por excelência. Aquele que é capaz de se relembrar dispõe duma força mágica-religiosa mais valiosa ainda que aquele que conhece a origem das coisas.”

Como bem disse H.P Lovecraft: “A única atividade digna do homem é o combate contra o tempo”. –

domingo, 10 de novembro de 2024

Stanislas de Guaita - Las Flores del Abismo

 

El ocultista francés Stanislas de Guaita (Alteville 1861 – 1897) advierte en su escrito respecto de la atracción del abismo. Fragmento del libro «El templo de Satán». Edición, Raimon Arola y Lluïsa Vert.

Una última palabra para los interesados en la magia negra. Asomados con nosotros sobre el abismo, del que han podido percatarse de su declive e imaginar su noche vertiginosa, quizá habrán podido ver, no sin sorpresa, cómo en sus bordes se abrían ciertas flores de una belleza salvaje y fatal, de un penetrante y turbador perfume. ¿Ignoran que el Mal tiene su poesía? Del mismo misterio de la abominación se desprende un ideal fantástico, atrayente y funesto, por el que muchos se han dejado atraer a lo largo de los tiempos.

¿Ignoran que el Mal tiene su poesía? Del mismo misterio de la abominación se desprende un ideal fantástico

¡Que los curiosos tengan cuidado! Es el gran peligro de las excursiones excéntricas hacia los mundos prohibidos a los caprichos profanos. Quien se aventura sin guía en el camino de las emociones inéditas, sin saberlo, pisa ya el sendero de su próxima perdición: todo, a su alrededor conspira para ser su ruina. Sobre la puerta que van a cruzar, Dante hubiera podido grabar el amenazante terceto: “Per me si va nella citta dolente; Per me si va nell´eterno dolore; Per me si va tra la pereduta gente!” Ellos, es verdad, sólo piden a la brujería el encanto inherente del arte, para ellos el peligro es menor. Se limitan a lo pintoresco bastante superficial de los grimorios, sus dientes sólo muerden la corteza del fruto prohibido.

Pero hay otros, temerarios, que saborean la poesía íntima del Mal. La tentación fue demasiado fuerte y no supieron resistirse. El espíritu de la malicia los sedujo y ahora los posee. Vagan para siempre en el torrente fluídico de la perversión, hacia el abismo de la inconsciencia que un día se los tragará. Este suicidio está al final de su destino…, lejos de crearse un “yo” ficticio, sólo podrán disolver su “yo” real.

Otros, temerarios, saborean la poesía íntima del Mal. La tentación fue demasiado fuerte y no supieron resistirse. El espíritu de la malicia los sedujo y ahora los posee

¡El abismo del inconsciente! He aquí el Maëlstrom hacia donde el gran Seductor atrae insensiblemente sus pobres nervios, fascinando sus ojos de piloto con la fantasmagoría de sus espejismos impostores… Los iniciados saben por qué el inconsciente es el elemento propio de Satán-Panteo. El punto central, hacia donde, fatalmente, la inflexible lógica de las ciencias ocultas lleva a sus fieles, directos o indirectos… Si se nos invitara a precisar por qué clase de síntomas se manifiesta en sus adeptos, conscientes o no, este proceso hacia la inconsciencia responderíamos que, de entrada, se descubre por la abolición de las facultades lógicas; por el proselitismo de las filosofías negativas del libre arbitrio y de la inmortalidad… Bajo esta rúbrica de la brujería indirecta pueden catalogarse unos ejemplares menos dignos de atención: artistas y pensadores, que se pierden, no menos fatalmente, en la búsqueda del toisón de oro. Les atormenta la nostalgia de algún imaginario Olimpo donde ellos serían el Júpiter atronador. Y también la fiebre de un altruismo impracticable, o el parto de una concepción extraña, a la vez monstruosa y sublime de la filosofía,  la ciencia o el arte. Con toda seguridad son maníacos de genio, esos patriarcas de la brujería moderna; tienen derecho, a pesar de su misma aberración, a todo nuestro interés, incluso a toda nuestra simpatía… Ícaros de un inefable firmamento, han planeado muy alto antes de ser precipitados, su caída fulgurante ilumina las profundidades del mal, ¡aquí está el secreto de nuestra simpatía hacia ellos!

Les atormenta la nostalgia de algún Olimpo y también la fiebre de un altruismo impracticable, o el parto de una concepción extraña, a la vez monstruosa y sublime de la filosofía, la ciencia o el arte.

Eternamente vuelve a ejercer el encanto seductor del abismo, y otros a su vez, se dejarán atraer… No os asoméis… Un aroma embriagador emana desde abajo. Es una exhalación lasciva y lánguida, que flota en el aire; se infunde más y más… He aquí que el contagio parece haber ganado hasta las flores del barranco, cuyo cáliz se inclina y vacila, vuelto pesado por el amor. Y como cansadas de sí mismas y enfermas por su propio aliento perfumado, todas las corolas solicitan la mano que las cogerá. Una visión falaz se enciende en las negras profundidades de lo desconocido: es, en una gloria ciega, el mismo Satán transfigurado, travestido en ángel de luz. Esta visión deslumbra y da vértigo. Y, ¡esta voz! Asciende desde el fondo de la sima, melodiosa y pérfida como la de las sirenas, culpable de negación, instigadora de una voluptuosa desesperanza…Su canto enturbia el entendimiento y marea. Esta voz, que parece exhalar la esencia misma de las cosas, habla al alma perdida un lenguaje disolvente, muy amargo y muy dulce, que el alma entiende, ¡ay!, sin jamás haberlo aprendido. Se diría que es el murmullo confidencial de los ambientes, como si la naturaleza viva se revelara entera en esta voz, que se identifica tan profundamente con vuestro verbo íntimo, que habla a la vez en vosotros y fuera de vosotros.

Esta voz, que parece exhalar la esencia misma de las cosas, habla al alma perdida un lenguaje disolvente, muy amargo y muy dulce, que el alma entiende, ¡ay!, sin jamás haberlo aprendido

Y he aquí que en el interior se descorre una cortina, todas las ideas oscuras un día se aclaran de pronto… Un misterio de incertezas, de languideces, de desgana se apodera con fuerza del libre albedrío y lo vence, el Yo enloquece al sentirse rodeado, penetrado, violado, por el No-yo. Pronto, los dos contrarios se confunden. Dudáis de todo y de vosotros mismos. Nada es verdad, ni nada parece posible. Esta duda universal ¿quién la formula? ¿Es vuestro Yo el que habla, o el Sí colectivo de las entidades exteriores al Yo? Lo ignoráis. La voz de Satán-Panteo es ondulante y múltiple, como este universo físico en el que se halla el alma. A cada uno le habla su lenguaje familiar: al artista le habla de arte; habla de ocultismo al místico, e intriga al hombre de acción. Pero sea lo que sea lo que haya dicho, cuando ha hablado, todas las nociones confusas dejan al alma delirante, presa de esta única convicción, que la roe como un cáncer: todo es vano, nada es seguro… De este caos de inseguridad se desprende un último concepto imperativo, perentorio: la urgencia de la abdicación moral individual. En último análisis, ¿qué afirma esta voz? Negación, la negación del verbo humano, he aquí lo que demuestra; la regresión hacia el instinto, he aquí lo que propone; la apoteosis del inconsciente, he aquí lo que celebra. Y como medio para alcanzar este falso ideal, asesino del alma, sugiere hundirse el río sin orillas y sin fondo de la vida psíquica universal. Este suicidio es el alfa y el omega de la Goetia.

¿Qué afirma esta voz? Negación, la negación del verbo humano, he aquí lo que demuestra; la regresión hacia el instinto, he aquí lo que propone; la apoteosis del inconsciente, he aquí lo que celebra.

Y de hecho, las artes, la literatura, la filosofía y la teología incluso, han estado en todas las épocas más o menos impregnadas del fermento acre del pesimismo que el gran Seductor inocula a las generaciones, como el medio más seguro de hacerles escuchar su voz, instigadora del suicidio moral. Adaptable a todos los travestimientos, Satán-Panteo, no deja de transfigurarse en Cristo glorioso, o véase Buda. Cierta literatura, como cierta filosofía, como cierto misticismo, como cierto arte, revelan de un modo inmediato o mediato la Goetia. Pues no hay manera de que cualquier actividad ejercida por el hombre, no pueda ser invadida o impregnada por el satanismo. Así como la inspiración divina pueda volver virtuoso o ennoblecer. La razón profunda está en la esencia del “Verbo humano”. Agente demiúrgico y mediador entre lo absoluto y lo relativo, entre el espíritu y la materia, entre Dios y Satán. Sea buen o mala, la potencia mágica reside enteramente el “Verbo humano”. El verbo humano aparece como un agente intermediario y convertible: el trazo de unión entre el cielo y la tierra.

Sea buen o mala, la potencia mágica reside enteramente el “Verbo humano”. El verbo humano aparece como un agente intermediario y convertible: el trazo de unión entre el cielo y la tierra.

En su relación con la verdad absoluta, el Verbo humano se formula por una virtud activa: la fe. En sus relaciones con la realidad contingente, se manifiesta por una virtud pasiva: la ciencia. En sus relaciones con el Verbo divino, el Verbo humano se expresa por una potente identificación de lo relativo con lo absoluto, de lo finito con lo infinito, de lo múltiple con la unidad: la conciencia, que es neutra, es decir activa con respecto a la ciencia y pasiva con respecto a la fe. El Verbo humano se reconoce en su propio espejo, la “conciencia”, su orientación hacia la ciencia o hacia la fe abre al hombre individual una doble esfera de acción, positiva y mística, donde desplegar sus potencialidades. Se comprenderá mejor que el arte tiene también su magia tenebrosa o espléndida, nefasta o bienhechora; puesto que el Arte no es más que el Verbo humano modelado según el molde de cada individuo, irradiándose en emanaciones que se incorporan en las formas adecuadas, simbólicamente expresivas de este verbo individual. Toda obra de arte a primera vista no deja de parecer “una encarnación de un pensamiento”, un pensamiento no muere porque tome cuerpo. Al igual que el alma se encarna para afirmarse en el plano material, toma un aspecto sensible para actuar sobre los sentidos, esta misma forma le sirve de medium, de vehículo y de instrumento, para desplegar su energía en una nueva esfera. Toda obra de arte está pues preñada de una virtud latente de realización que necesitará más pronto o más tarde de una serie de efectos reales, consecuentes con su principio innato: estos efectos producidos serán la traducción mágica de la idea, incluida en esta obra.

Toda obra de arte está preñada de una virtud latente de realización que necesitará de una serie de efectos reales: estos efectos producidos serán la traducción mágica de la idea

De donde podemos concluir como resumen: toda obra de arte es una obra mágica, buena o mala; el ideal, que es su alma, inclina su potencial eficacia a la derecha o a la siniestra; la virtud de realización latente en ella constituye el agente mágico de su determinismo, para el bien o para el mal. Todo artista, en fin, es un mago o un hechicero, desgraciadamente, más a menudo un hechicero que un mago. ¡Los magos del arte puro, los que se dedican a la Goetia del arte impuro! ¡Teúrgia o nigromancia de la pluma, de la música y del pincel.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Manly Palmer Hall - El Mecanismo de la Magia

 

54.- El hombre se compone de tres partes principales: espíritu, mente y cuerpo. A su vez, el cuerpo consta de vehículos y esencias. Las esencias, a su vez, se clasifican en dos categorías: una emanación quintaesenciada de la conciencia corporal llamada alma y los arquetipos o moldes. Éstos, a menudo, son designados como los patrones, estructuras o diseños según los cuales se crean y conforman los cuerpos.
55.- El hombre posee cuatro vehículos, cada uno de los cuales posee su molde respectivo dentro de los cuales han sido fundidos, si bien conservará una condición fluídica o cambiante. Estos cuerpos son: el cuerpo físico, compuesto de sólidos, líquidos y gases; el cuerpo vital, compuesto de dos substancias atómicas y dos esencias elementales; el cuerpo astral o emocional, compuesto de siete niveles de volátiles átomos ígneos llamados asteroides; y el cuerpo mental, compuesto de dos subdivisiones superiores llamadas rupa y arupa por los hindúes, y conocidas comúnmente como mundos de pensamiento con forma y sin forma, o mente concreta y mente abstracta. Estos cuatro cuerpos constituyen, a la vez, la cadena de cuerpos que conocemos como naturaleza inferior del hombre y los cuerpos invisibles que accionan y reaccionan en la materia física o a través de ella. En la India estos cuerpos son llamados el collar de cuentas enhebradas con el hilo de vida o conciencia que conecta unos con otros. Esta idea está bellamente expresada por Krishna en el Bhagavad Gita.
56.- Desde el Hombre Macrocósmico irradian cuatro áreas de actividad que culminan con la formación del cuerpo humano (ver diagrama II). Desde la boca del Prototipo Adámico fue eyectado Brahma, el nacido con mente, como una personificación del antiguo elemento de aire. Sin el elemento del fuego y luz, esa manifestación, el aire, era incoloro, y era considerado por los antiguos como la verdadera oscuridad. El gran Roberto Fludd llamaba a esto la Corona del Caos. Es la verdadera oscuridad que precede a la luz, y bien puede ser llamada la Matriz del Cosmos. Debe recordarse que esta alegoría representa solamente a Brahma en el aspecto de Shiva, o el creador del mundo de la forma. Es el Querubín de Cuatro Cabezas descripto por Josefo, y también el Brahman hindú en su aspecto tetracápite después que su quinta cabeza, el akasha, fuera destruida por Shiva. En lenguaje más sencillo, diremos que la figura representa los planos inferiores de nuestro sistema planetario y solar, aquellos niveles de fuerza vibratoria que reaccionan tangibles o intangiblemente sobre las substancias conocidas como inteligencia, sensación o percepción.
57.- Sabemos que nuestro esquema de mundos comenzó como formas de pensamiento o, como a la ciencia le place expresarlo, como nebulosas obscuras. Esta oscuridad es la sustancia original a partir de la cual se diferenciaron los cuerpos mentales de la actual raza humana. La palabra “sustancia”, aquí, se refiere a la intangible masa de mentoides que integraron el cuerpo mental del Adam arquetípico. En la actualidad, los Señores de la Mente o devas amorfos del aire, actúan en cuerpos compuestos de esta tenue sustancia, que Herbert Spencer define como la base del poder del pensamiento. Fue a partir de ese “primum hyle” que se diferenció el universo visible, cuando la nebulosa obscura, en el proceso de su esfuerzo - para emplear la terminología de Jacob Boehme - se hicieron visibles por la luz generada por la fricción de los átomos obscuros.
58.- El pensamiento despertó al sentimiento, y nacieron los mundos ardientes, y nuestro sistema celeste y terrestre surgió como una nebulosa flameante. (Los filósofos ocultos están en parte de acuerdo con la llamada hipótesis nebular referente al origen de nuestro sistema solar. Por su parte, ellos enseñan que los planetas nunca se desprendieron del padre sol o núcleo, sino que en realidad siguen siendo centros individualizados dentro del cuerpo áurico del globo padre).
Los mundos de fuego, según los brahmines, nacieron de los brazos y hombros del hombre arquetípico. Fueron llamados los Hijos Rojos, o nacidos del fuego, y las contorsiones y el crepitar de las llamas eran símbolo de sus luchas. Representan el cuerpo astral o emocional del hombre, porque todo lo de fuego en la naturaleza humana es una expresión del eterno principio del fuego en el hombre cósmico.
59.- La emoción dio origen al impulso, la vitalidad quedó establecida, y nació el hombre moreno de las vísceras del prototipo divino. Era el nacido del agua, y fue ordenado que laborara en los campos y en las cosechas, porque fue el principio de la fuerza y de la energía. Los geólogos y los astrónomos saben que cuando los planetas estaban en proceso de enfriamiento, grandes nubes de vapor envolvían al planeta en fusión. Este éter húmedo era considerado por los antiguos como los velos de la Virgen del Mundo. Bajo su influencia se individualizaron los dioses de la faz lunar, los de la oscuridad o de las sombras. Ello corresponde al cuerpo vital del hombre. Finalmente, la cristalización de la humedad tuvo por resultado la tierra sólida, vinculada al hombre negro, llamado a menudo “sudra” o criatura nacida en la esclavitud, predestinado a vivir encadenado hasta que la noche de los dioses remueva sus grilletes. Éste es el cuerpo físico de todas las cosas, que testimonia con sus funciones y poderes su constitución cuaternaria.
60.- Es interesante cotejar cuán estrecho es el paralelismo de la mitología de los brahmines con los últimos descubrimientos de la ciencia. En los antiguos himnos budistas se encuentran muchas referencias a átomos todavía sin desenvolver. Millares de años antes de la era cristiana, los tibetanos sabían que el átomo era como el sistema solar, pero como sus ideas eran expresadas simbólicamente, no se dio crédito a esta penetración filosófica de la mente oriental.
61.- Así como el universo comenzó como una obscura nebulosa de materia mental, así el hombre, ese pequeño universo creado a semejanza de su Padre, y que sirve de canal a las funciones de su modelo creativo, también comenzó su manifestación física como una forma mental mineral. Más tarde surgió como altivo vegetal, y gradualmente, después de muchas edades de transición, este vegetal devino un animal sagrado provisto de un cuerpo de éter húmedo. Más tarde, a semejanza de su arquetipo, encarnó en el mundo físico como ser humano.
62.- Como forma de pensamiento no tenía sino un cuerpo; como planta astral dos:
uno de éter mental y otro de éter de fuego; como un animal sagrado etérico, agregó a esos dos cuerpos otro de éter ácueo; y como ser humano añadió un cuarto, compuesto de éter físico-químico denso.
63.- De acuerdo con la Sabiduría Antigua, el hombre permanece en el mundo físico por aproximadamente ochocientas vidas terrestres, durante las cuales pasa por una infinita diversidad de formas humanas y ambientes, y aprende a dominar las diversas cualidades orgánicas de que están compuestos los vehículos físicos densos. Su tarea más importante durante ese lapso, es dominar el elemento tierra, y luego incorporar gradualmente en sus cuerpos de agua, fuego y aire las cualidades y esencias que extrajo de sus experiencias en la materia densa.
64.- El hombre posee además tres cuerpos superiores, los cuales, aunque invisibles, son todopoderosos. Sin su cuerpo vital sería un mineral, porque las rocas y los metales no han individualizado ningún otro vehículo aparte de la estructura física densa. En la actualidad, los cuerpos de agua, fuego y aire se manifiestan sólo a través del organismo físico (terrestre) y en el que el elemento aire otorga el poder del pensamiento, el elemento fuego el poder de moción y emoción, y el elemento agua el poder de reproducción y crecimiento. Por lo que antecede se observa que, si bien no son percibidos, hay manifestaciones y funciones que atestiguan el poder de la parte invisible de la constitución del hombre.
65.- Los ocultistas llaman cuerpo mental al elemento de aire oscuro, cuerpo astral al elemento de flamígero fuego; cuerpo vital al elemento de ácuea humedad y cuerpo físico al elemento químico denso. Estos cuerpos, uno dentro de otro, o más bien, interpenetrándose uno con otro, integran lo que la mente humana reconoce como su vehículo de conciencia.
Mediante el cuerpo mental, el hombre consigue esa facultad de pensamiento y reflexión que le hacen superior al animal; con el cuerpo astral, la de movimiento y emoción - sensación, color y sentimientos, entre otras cualidades - cuya expresión hacen superior al animal con relación al vegetal; y mediante el cuerpo etérico o vital, gana el poder de reproducción de su especie y también las funciones de asimilación y excreción, porque en ese aspecto el vegetal es superior al animal. Naturalmente que el mineral, con su existencia concreta, prueba su superioridad sobre miríadas de esencias amorfas y turbulentas que no han adquirido todavía ni el poder de manifestarse en el plano físico.
66.- A través de los canales que ofrece esta constitución cuaternaria, la conciencia o ego (espíritu) observa, conoce, percibe y reflexiona sobre su medio ambiente. Aquellos cuerpos podrían ser considerados como los pies y las manos del espíritu. Son las herramientas con las cuales el hombre abstracto produce resultados concretos. Los cuerpos físico y etérico pueden considerarse como correspondiendo a los pies, porque son el basamento, y los cuerpos astral y mental a las manos, porque son elementos de atracción, repulsión y destreza. El espíritu, si bien es superior a todos ellos, no puede manifestarse si no es por medio de esa agrupación de vehículos. Esta chispa divina queda limitada por la calidad de sus cuerpos. En la inmensa mayoría de los casos, se ve sometida a los que deberían ser sus subordinados. En realidad, en vez de gobernar a su mundo mediante una sucesión apostólica el espíritu es doblegado y abrumado por las incesantes exigencias de su naturaleza inferior. Los apetitos, deseos e inclinaciones egoístas aprisionan al espíritu, mientras que un falso y cruel monarca usurpa el poder.
67.- Algunos de los antiguos griegos solían simbolizar al hombre con una mano, en la que los cuatro dedos paralelos representaban al cuerpo y sus cuatro grandes divisiones, mientras que el pulgar, que actúa, por así decirlo, contra los restantes, simbolizaba la conciencia. En las Escrituras se afirma que Dios se puso en contra de sus propios hijos. Es interesante observar que el hombre es la única criatura que posee un dedo pulgar que actúa en oposición a los demás dedos, pues aún en los monos más evolucionados, el pulgar actúa en el mismo sentido que los demás dedos, pudiendo considerárselo como un dedo extra.
68.- Algunos estudiantes de la antigüedad habían relacionado todavía las tres falanges del pulgar con la Trinidad. La primera falange (o distal) que incluye a la uña, era consagrada al Padre, y de sus dimensiones y conformación se podía determinar el poder de la Voluntad; la segunda falange era tenida en cuenta para establecer las facultades mentales reflexivas del sujeto, mientras que la tercera falange, generalmente más amplia, integrante de la palma de la mano, y que muy desarrollada era considerada como indicadora de una recia naturaleza animal o física, era consagrada al Espíritu Santo o el Shiva hindú.
69.- Estos cinco elementos, la conciencia y sus cuatro cuerpos, eran simbolizados
por la estrella de cinco puntas o pentagrama. Los alquimistas de la Edad Media conocían a este signo como la Estrella de Belén y cuando se mostraba invertido como el símbolo diabólico de la pezuña hendida. De acuerdo con el sistema pitagórico de geometría, el mandil masónico, con sus cuatro esquinas y el punto descendente de su faldilla triangular simbolizan lo mismo. La faldilla baja simboliza el asesinato de Hiram; el levantamiento de la misma, su resurrección.
70.- El individuo cociente no advierte que la vida; la conciencia y la inteligencia son algo aparte de la sustancia física, y que lo que solamente hacen es actuar a través de cuerpos químicos durante el lapso temporal que llamamos vida en el mundo químico. Una de las grandes leyes ocultas dice que: para actuar en cualquier esfera o plano de sustancia determinada es necesario poseer un cuerpo sensible y capaz de asimilarse a ese plano. El estudiante ha de saber que cada cuerpo puede dominar a los otros, así como ser dominado por cuerpos o fuerzas superiores. Desarrollar cualquier aspecto parcial de la propia naturaleza es crearse un tirano que dominará y vampirizará al resto de la propia constitución.
71.- El poder que otorgan la sabiduría y el conocimiento es lo que hacen al ocultista superior a sus semejantes, siendo esta superioridad proporcional a su elevada inteligencia.En todos los aspectos de la vida el no iniciado se verá enfrentado con misterios. Así, para el hombre corriente, el funcionamiento de un motor a explosión será tan misterioso como el cálculo infinitesimal para un niño de jardín de infantes, pero una frecuentación más íntima y el estudio conducirán a esa familiaridad que hace fácil el manejarlos y conducirlos. Se ha dicho que nadie es un desconocido para su valet. El filósofo es un servidor de Dios, y el perfecto servicio muy pronto lo capacita para comprender cabalmente los deseos y dictados de su divino Maestro.
72.- Hay una verdadera ciencia aún en el clavetear zapatos. Después de años de aprendizaje puede el hombre aspirar a la maestría en su oficio. A pesar de lo estricto del sistema de castas de la India, es interesante observar que cuando un individuo sobresale aún en la cosa más simple, es reconocido y puede mezclarse con los de una casta superior. Pero son muy pocos los que sobresalen en algo, mientras que los mediocres en todos los aspectos de la vida son numerosísimos. ¿No han visto nunca cómo un individuo manipula impunemente potenciales eléctricos enormes?. Al verlo os daréis cuenta de que el conocimiento es poder. El electrotécnico está a salvo porque conoce las leyes que rigen la energía que está manipulando, pero si él se descuida un instante, o uno que no conoce la materia intentase hacer lo mismo, correrían un peligro mortal.
73.- Las leyes de la Naturaleza no obedecen al hombre. No conocen ni la virtud ni el pecado. A semejanza de los Cíclopes griegos, de un solo ojo, son gigantes que cumplen con su prefijado propósito, sin inmutarse por el buen o mal uso de su poder. El sabio se sujeta a las leyes de la energía que está empleando y con ello hace que accedan a trabajar para él. Pero en cuanto quebranta las leyes que gobiernan las energías que está controlando, se volverán contra él y lo destruirán sin discriminación ni escrúpulo alguno.
74.- Un ocultista es un experto en la ciencia de la vida. Como mago operativo puede manejar fuerzas de la Naturaleza para la satisfacción de cualquier finalidad que se proponga ¡Pero guay de aquél cuyos fines no estén en armonía con el plan de la Naturaleza!. Con sus poderes puede obrar milagros, como los magos de la India; pero sus proezas aparecen como milagros solamente ante aquellos que no conocen como él las leyes relativas a las fuerzas sutiles de la Naturaleza.

75.- El dominio que otorga el conocimiento sobre la ignorancia en los planos espirituales es mucho mayor que el que da la riqueza sobre la pobreza en el plano físico. La riqueza puede ser una bendición o una maldición, lo mismo que el conocimiento, que es riqueza mental. El sabio será siempre superior al ignorante, porque posee una mentalidad capaz de imponer respeto y el ignorante deberá inclinarse ante lo que no comprende. En todas las épocas, unos pocos han logrado la actualización de los tremendos poderes de la Naturaleza, y de un modo u otro, legítimo o no, se han convertido en detentadores momentáneos del cero serpentino. Alguien puede robar dinero y seguir rico hasta que caiga a disposición de la ley, y así, del mismo modo, un mago negro puede robar una cierta cantidad de poder divino y emplearlo para la satisfacción de sus propios fines hasta que al final, el abuso del poder será causa de su propia destrucción.

76.- Durante la existencia del mundo atlante, y también en nuestra actual civilización, ha habido y hay mentes poderosas pero no virtuosas, y no siempre estas dos palabras son sinónimas. Algunos de esos poderosos seres son hoy semidioses, tan gloriosos como el mismísimo Satanás, pero sus fechorías y falsedades los arrojan al olvido, como astros extraviados en el espacio. Estos dioses demoníacos hacen renacer la magia negra (la perversión del poder) en las mentes de los hombres, y fomentada hoy por el pecado del egoísmo.
77.- El mal nunca cesará de existir hasta que el egoísmo y la codicia sean desechados como factores determinantes de las actitudes de los hombres. Para la mente concreta, es corriente sacrificar lo eterno por lo temporal. El hombre, limitándose al reducido recinto de lo conocido, pierde de vista los efectos de sus acciones en la región ilimitada de lo desconocido. La cortedad de miras es causa de miseria sin fin. La miopía moral desemboca en el vicio, la miopía filosófica en el materialismo, la miopía religiosa en el dogmatismo y la miopía racional en el fanatismo.
78.- Sabio es el que sirve a las finalidades más amplias. Cualquiera sea el costo, aquello que el hombre llama armonía y que la Naturaleza conoce como perfecto ajuste, vale todo cuanto haya que pagar por ella. Una adaptación tal es el establecimiento de relaciones armoniosas entre los planos universales de la Naturaleza y los centros individuales de conciencia en el hombre.
79.- El egoísmo promueve el autointerés y la autosatisfacción. El mundo poco a poco se desvanece y el alma vive cada vez más para el logro de sus propios deseos y, antes de no mucho, el reinado de Mammón se habrá establecido totalmente en esa vida. Esto significa que lo mejor muere y sólo permanece la cáscara externa de la personalidad; que la ardiente aspiración ya no es sentida y que el espíritu inmortal y superior queda encadenado al servicio de un organismo animal, condenado al suplicio del aprisionamiento entre los muros de la perversión.
80.- Vivimos en una época que brilla en todo cuanto al cuerpo se refiere pero calamitosamente ignorante en lo concerniente a lo divino. Cada día el espíritu del mercantilismo se nutre con la sangre de millones de seres, y cada día la lucha y la competencia absorben más la energía y el tiempo del hombre, hasta que la parte mas sutil de su naturaleza sucumbe por falta de atención, y la virtud es considerada un impedimento para el avance del materialismo avasallador. Este punto de vista siniestro es la fuente nutricia de las larvas de la magia negra, la maldición de la raza humana.
81.- La magia negra es una enfermedad. Es un cáncer racial; sus ramificaciones se
asemejan a los tentáculos de un pulpo. Infesta por igual al estado y a la iglesia; se introduce en la choza del pobre como falsa esperanza, llevándolo hacia el crimen y la propia aniquilación. Entra también en los salones del opulento como ambiciones y cambia el corazón humano en un órgano creador de planes para la acumulación de riquezas. La magia negra se nutre con el egoísmo, con la codicia, y es tolerada solamente por la hipocresía; es el fruto corriente de esta época mercantilista.
82.- La magia no es una superstición medieval dominada por la ignorancia: es un hecho concreto. Esta época, considerada como iluminada es en realidad una transferencia del énfasis de una función mental a otra; y mientras la arrogancia y el egoísmo sigan arraigados en el alma de los hombres, venderán su alma, como Fausto, para gratificación del yo, o mejor dicho, del no yo. La honestidad es una joya inapreciable y las fuerzas del mal ejercen poca influencia sobre una vida vivida de acuerdo a principios. El hombre, en su ambición, ha de poner primero su alma en venta, para que el Demonio esté en situación de comprarla.
83.- La Naturaleza es un ámbito de entrelazadas energías, y quienes tienen el poder necesario, pueden someterlas a su obediencia para bien o para mal, y la fuerza - que carece de discernimiento entre uno y otro - obedecerá. Pero así como la fuerza tiene sus leyes, también tiene sus sanciones, y el hombre ha de acatar a aquellos o sufrirá las consecuencias e su insensatez. El mago negro en su exacerbado egoísmo, se cree superior a Dios o a la ley y viola reiteradamente las leyes de la fuerza; pero, tarde o temprano, también como el Doctor Fausto, será destruido por las mismas fuerzas que hasta entonces le servían. (Se dice que el Dr. Fausto existió realmente, en Alemania, al comienzo de la Edad Media. Tenía a su servicio a un espíritu familiar. Cierto día, el Dr. Fausto fue hallado muerto con un puñal en su espalda, y la gente del pueblo creía que su elemental lo había matado).
84.- En nuestro mundo moderno, la magia negra encuentra suelo fértil en los deseos del hombre. Edad tras edad, sus propios deseos lo aniquilan. En su ignorancia, juega con fuego y asombra de que sobre su cabeza se desencadenen tempestades y que la lava y las cenizas volcánicas sepulten sus ciudades, de que la guerra asole sus campos y de que poderosos cataclismos hagan desaparecer continentes y naciones en un día. No obedece a las leyes de las fuerzas ni tampoco reconoce que la ley de causa y efecto lo gobierna todo, y que por ello, día tras día, siembra insensatez y cosecha miserias.
85.- El mago blanco consagra su vida al estudio, a la meditación y al servicio, a fin e conocer las leyes de las fuerzas y dirigirlas hacia objetivos señalados. Se adapta al Plan, integra su divino ritmo sacrificándose a sí mismo y abdicando sus deseos se somete a la voluntad del Infinito, pidiendo tan sólo se le indique cuál es su deber y cómo ser más útil para el mayor número.
86.- Por el contrario, el mago negro se encierra en su creencia de que sabe bien lo que necesita, cuando en realidad sólo sabe lo que desea. Trata de amoldar el Plan a sus propios deseos. Está convencido de que el Universo entero espera que él sobresalga de entre todos sus semejantes, cuando en realidad el Todo Cósmico ignora que existe aparte de su papel de mero átomo que marcha junto a miríadas de otros análogos hacia un fin señalado.
87.- Veamos ahora cómo el mago, con su conocimiento de lo invisible, opera con las fuerzas invisibles de la Naturaleza. En primer lugar, el estudiante debe grabar en su mente el hecho de que el sabio siempre trata de saber qué es lo que la Naturaleza espera de él, mientras que el arrogante siempre sabe y trata de forzarla a actuar al compás de sus propios deseos.
88.- En ninguna parte es más evidente la magia negra como en las modalidades
actuales de la religión. Tanto en las antiguas como en las nuevas doctrinas, en lugar de establecer la voluntad del Logos como la ley para los hombres, se enseña al estudiante que hay que peticionar al Infinito y que Él debe obedecer. Nadie puede exigir nada justificadamente que no sea el fruto de su propio trabajo. Sin embargo, son millones los que sirviéndose de la psicología y la metafísica tratan de cosechar donde no han sembrado, creyendo que la posesión de un conocimiento les da superioridad sobre sus semejantes y derecho a esclavizar a quienes son más débiles o menos ilustrados.
89.- Consideremos ahora los cuatro cuerpos del hombre como elementos dentro del proceso mágico y establezcamos netamente la diferencia entre su recta función y la que no lo es.
90.- En primer término estudiemos todos los cuerpos como formando un conjunto.
Podemos afirmar que fueron creados para ser auxiliares de su amo, el espíritu, simbolizados por Eva, creada del costado de Adán. Los atributos de estos cuerpos son numerosos, y cada uno tiene sus propios rasgos. También puede decirse de los cuerpos del hombre lo que de los niños: permítaseles cuando jóvenes hacer sus caprichos y cuando lleguen a adultos no irán a ninguna parte. A nuestra naturaleza no puede permitírsele un crecimiento caprichoso, así como a los niños no se les permite la frecuentación promiscua en su medio ambiente si se quiere esperar algo de ellos; nuestra naturaleza debe ser entrenada y debe existir un claro discernimiento de quién es el amo y quién el servidor.
91.- Un seudo filósofo permite a su mente vagar de aquí para allá creando una multitud de abominables y absurdos entrelazamientos de vacuos pensamientos. Se enreda a sí mismo, y a los demás, en argumentaciones, disensiones e inacabables series de autocontradicciones.
Trata de resolver la situación económica, de crear nuevas religiones, sin estudiar las viejas, siendo su principal función en la vida el estar siempre destruyendo algo.
Es como algunos escritores de la literatura medieval que se empeñaban en hacer ver que otros autores mentían.
92.- Su mente, que debería servir para aclarar los hechos de la vida, no hace sino complicarlos y sólo la emplea como un medio para dar satisfacción a sus sentidos y excitación a sus nervios. Su sistema emocional es un conglomerado de apetitos y caprichos.
Toma la ambición por aspiración, la cobardía por prudencia, la codicia por economía y la lujuria por amor. Podemos ver así, que la conciencia, en todo este encadenamiento de cuerpos, en lugar de aclararse mediante ellos, queda cada vez más desesperadamente enredada en ellos. Podemos decir, a modo de definición, que la magia blanca es el servicio a lo real, la consagración de la vida a la protección y desarrollo de lo real. Es el empleo de las fuerzas de la Naturaleza para el bien de todos. La magia negra es la utilización de la sabiduría y el poder que implica, para la satisfacción de la sensación, la ambición, los deseos, la codicia y de toda esa mezcla confusa de funciones que es lo que llamemos personalidad. Su resultado inevitable es el aniquilamiento de toda la estructura física y espiritual.
93.- El mago blanco procura lograr control sobre sí mismo; el mago negro trata de obtenerlo sobre los demás. El hombre posee cuatro centros de conciencia, cuatro puntos de partida concretos para consagrarse a la conquista de la realidad: su mente, su corazón, su vitalidad y su cuerpo físico. Un hombre podría ser obligado a servir a otro si éste pudiera lograr, temporaria o permanentemente, dominio sobre alguno de esos cuatro centros. El dominar el cuerpo físico de otro es convertirlo en esclavo. El ejercer dominio sobre su cuerpo vital es robarle su vitalidad como en el vampirismo, en el que un individuo extrae la esencia vital de otro. Un ejemplo común es el que ofrecen los jóvenes que conviven con ancianos. La radiante energía de los niños es compartida por los ancianos, y como consecuencia, los niños son nerviosos y raramente fuertes. Otro ejemplo del control del sistema vital es el caso de la mediumnidad, en el que espíritus desencarnados extraen el ectoplasma del bazo del médium para conseguir materializarse, lo cual se traduce en agotamiento, tanto físico como nervioso, del médium, porque ha entregado su propia vitalidad como vehículo para el agente externo.
94.- El cuerpo astral es dominado mediante los excesos emocionales, tales como el
frenesí religioso, el dolor, el temor o el odio. Cuando alguien se da cuenta de que puede influir sobre otros cuando su razonamiento está obstaculizado por un exceso emocional, y si además procura despertar esos excesos con la finalidad de dominar a otros, esa mente instigadora es un mago negro. El irradiar hacia otros amor, odio o sentimientos similares, para despertar en ellos emociones análogas con fines egoístas o personales, también es magia negra.
95.- La magia negra mental es mucho más compleja, porque incluye prácticamente todo: prosperidad, metafísica, autosugestión, sugestión mental, procedimientos ocultos, influencia sobre el medio ambiente, abuso del hipnotismo mesmerismo, culto de la personalidad y otras modalidades demasiado numerosas para seguir enumerándolas. De un modo u otro, incluyo prácticamente toda clase de deshonestidades religiosas y económicas; de hecho, abarca todos los procedimientos que una persona emplea sobre otra para engrandecimiento del más fuerte. Abarca todas las formas de lograr superioridad sobre otros, ajenas al mérito personal, pues quienes puede hacer las cosas mejor que lo s demás no necesitan de la magia negra para sobresalir Así, como perversión de esta idea, tenemos la psicología en el arte de vender, etc. Los procedimientos ejercitados actúan admirablemente bien, pero acarrean infortunio incesante a quienes han acudido a ellos.
96.- Quienes emplean esos falsos sistemas, en su mayoría tratan de justificarse a sí mismos en base a dos argumentos inconsistentes: 1) que Dios destinó al hombre para conseguir los antojos de su mezquino intelecto; 2) que el hombre sabe lo que quiere. Ambas son falsas premisas, pues el hombre no ha sido creado por Dios para que sea rico, inteligente, sano, gracioso, bien educado o para conseguir un matrimonio feliz. Tampoco significa esto que el Señor tenga objeciones para alguna o todas esas situaciones, sino que simplemente significa que si el hombre desea esas cosas, habrá de seguir ganándose el pan con el sudor de su frente, como se le ordenó a Adán, y no con el sudor de la frente de otros.
97.- El aura espiritual del hombre es su hogar, su recinto feudal, y aún cuando sea exilado de su casa, de su mundo, ése es su santuario. Nadie, ni para bien ni para mal, tiene el derecho de entrar en él que no sea por la puerta de entrada, así como nadie tiene derecho a entrar en la casa de nadie por la ventana de la cocina. La puerta de entrada del santuario es, en este caso, el mundo físico, porque en él todos tienen el privilegio de poder ver a su adversario, y en este mundo todos tienen la oportunidad de poder luchar contra aquellas cosas que no desean; en él, nuestros semejantes tienen ocasión de poder rechazar o de aceptar nuestros ofrecimientos, según sean sus deseos. Pueden permitirnos entrar o mantenernos fuera de su santuario, según les sea conveniente, pues, al menos, hay alguna igualdad. Los hombres pueden decir “sí” o “no” según sus impulsos morales, y pueden gozar del privilegio de defender con su vida su integridad.
98.- Uno puede dirigirse a un amigo y decirle: “deseo que no sigas fumando, no debes seguir haciéndolo”, pero a lo que uno no tiene derecho, independientemente de cuán virtuosos o altruistas puedan ser nuestros deseos, es a introducirse subrepticiamente en su cerebro e implantar allí una idea que él no pueda combatir porque ignora que ha sido puesta allí. Quien así proceda, asume la responsabilidad de la vida a la que ha apartado de su curso natural.
99.- Los mismos Maestros, nuestros Hermanos Mayores, jamás penetran en el santuario del hombre a menos que sean invitados, pues ellos respetan el derecho de todo ser a vivir su propia vida. Si un ocultista se quebrase ambas piernas y pidiese de alguna manera que un experto sanador acudiese a curarle la pierna izquierda, este así lo haría y se volvería, aún sabiendo que la otra también está quebrada, y no la tocaría, porque sólo ha sido autorizado a actuar sobre una sola pierna.
100.- La sabiduría no se da al hombre hasta que no la busca empeñosamente, pues en la Naturaleza le es acordada a toda criatura la posibilidad de poder desarrollar su propio destino y ser cuidado y protegido por aquellas inteligencias allí ubicadas a tal propósito. Aquellos de entre quienes nos rodean que tratan de interferir en la vida de otros, están desdeñando la ley del desarrollo individual, siempre perjudican y nunca hacen bien.
101.- Una vez, un anciano sabio chino expresó sus deseos de viajar hasta una lejana ciudad, y envió un mensajero para que comunicara a la buena gente que iba a darle albergue que le prepararan únicamente arroz para su comida; pero cuando llegó encontró una mesa llena de abundantes y variados platos, porque esa familia sintió que así era como debía honrar su presencia. El filósofo reprobó esto y dijo: “Pedí arroz y me habéis servido maíz; pedí arroz y me habéis servido carne; pedí arroz y me habéis servido dulces; y en medio de todo esto no habéis servido arroz”. Observando que la familia se sintió herida por esas palabras, prosiguió:
“He vivido muchísimos años y después de haber estudiado cuidadosamente este cuerpo que Dios me ha dado, he llegado a la conclusión que puede vivir noblemente alimentado con arroz; es con sabiduría que ordené mi arroz y es con ignorancia que vosotros me habéis insultado ofreciéndome otros alimentos. Vosotros me tenéis por un gran filósofo, sostenéis que soy más sabio que todos los demás y sin embargo no me consideráis lo suficientemente sabio como para poder disponer de mi propia comida”. Del mismo modo, cuando un hermano nuestro nos pide arroz, no tenemos derecho a ofrecerle carne por el hecho de que nosotros pensemos que eso es lo que se le debe dar. No importa que la carne sea física o espiritual y que el arroz sea real o simbólico.

102.- Ningún enfermo recuperará su salud por el mero hecho de quejarse; deberá asimilar la lección implícita en la enfermedad que él mismo se ha acarreado. Simplemente afirmar de palabra la salud es una tontería. Lo adecuado y sabio es investigar las causas que lo afligen, contrarrestarlas y recuperar la salud. Y mejor filosofía aún es ser moderado, sabio y cuidadoso para no caer enfermo. Es magia negra - y de la peor especie - cualquier clase de interferencia en la independencia individual y mental de cualquier ser humano. Si este individuo es peligroso para la sociedad, podrá llegar a ser necesario encarcelarlo, para bien de la comunidad, pero esto en nada interferirá el funcionamiento consciente de su mente.
103.- Si un hecho demuestra a alguien el error de los medios que empleó, bien estará; pero cualquiera que sea el resultado de lo emprendido, tal individuo ha permanecido como rector de su propio destino y capitán de su alma, y por lo menos ha vivido su propia vida y elegido el modo de morir; habrá razonado bien y habrá fracasado; ha desdeñado recomendaciones y ruegos, y todos han hecho lo humanamente posible. Que nadie irrumpa en el santuario del espíritu, ni aún en el del alma criminal, porque el espíritu es una parte de Dios, dotado con el inalienable poder de elección; y la venganza del Creador caerá sobre quien intente así penetrar furtivamente y obscurecer la chispa divina contra su propia voluntad. Muchos son los que han causado estragos en las leyes de la Naturaleza al no permitir a otros seres humanos cumplir su propio destino.
104.- Nunca podremos decir por qué las almas encarnan siguiendo un destino de pobreza o riqueza, por qué algunas crecen fuertes y sobreviven y otras sucumben; pero lo que sí podemos afirmar es que la ley de Karma rige todas esas cosas, la cual ubica a cada vida en el lugar preciso para mejor aprender la lección que la hará crecer. Algunas deben aprender en el dolor y la enfermedad; otras en la alegría y el gozo; algunas han de aprender a ser exaltadas, otras a humillarse; pero todas están aquí para salvar sus almas con el sudor de su frente, a amasar el pan de su propia existencia, aunque tengan que hacerlo con su propia sangre.
105.- ¿Quién habrá de ser tan miope como para osar decretar la salud para el enfermo o la enfermedad para el sano?. ¿Quién se atrevería a establecer: éste debe ser pobre y aquél rico?. ¿Conocería las razones para ello?. ¿Conocería las virtudes y vicios que, desde el pasado, son las causas determinantes de su condición actual?. ¿Conocería las razones de ser de las condiciones ambientes en que ahora se halla o los impulsos que lo han conducido a su estado presente?. Si así no fuere, deberá guardar silencio.
106.- No queremos decir con esto que el mundo sea inmisericorde e incapaz de auxilio; lo que sí decimos es que la ayuda debe ser simplemente dada y no forzadamente impuesta a nadie. Se quiere significar que cada cual debe servir, ayudar y amar a los demás sin tratar jamás de obtener por ello ventajas de nadie ni de la Naturaleza.
107.- ¿Qué derecho tiene nadie a creer que el hombre ha venido a este mundo para ser feliz?. En las “Mil y una Noches” está escrito que la “felicidad debe ganarse”. Nacemos con ciertos derechos divinos de nacimiento: una mente, un corazón, dos manos y dos pies.
Si alguno de ellos falta en el momento de nuestro advenimiento, tendremos alguna otra función proporcionalmente más desarrollada para reemplazarla. Es con esas herramientas que ha de seguirse el esfuerzo tras la felicidad, pero no tenemos ningún derecho a imaginar siquiera que ella nos haya de ser prestada o dada. Venimos aquí para adquirir experiencia, como un niño que va a la escuela; podremos tener éxito en nuestros estudios o deberemos seguir cursándolos durante toda nuestra vida. El sabio es feliz cumpliendo su deber; cuando queremos imponer al universo que sane al enfermo o que enriquezca al pobre no sabemos lo que hacemos, porque en nuestro celo ignorante podemos causar un daño irreparable a quienes amamos, como los padres que no pueden rehusar a sus hijos las golosinas que desean; gratificando sus deseos hacemos peligrar su vida y su capacidad futura.
108.- Colaboremos para que todos se adapten a las cosas tal como ellas son, ayudándoles a construirse un más noble destino, no tratando de darles algo o forzarlos a lo desconocido, sino ayudando a desarrollar aquellas facultades que los harán merecedores de las cosas que desean y de aquella paz que todos ansían. Cuando roguemos al Padre Infinito que nos conceda aquellos beneficios de que carecemos o que enderece los tortuosos caminos por los que andamos, agreguemos siempre a nuestra larga lista de deseos, esta afirmación: Señor, que estos deseos me sean concedidos si es que han de ser lo mejor para mí, si no, que se haga tu voluntad y no la mía”. Subordinemos siempre el logro de nuestros deseos personales, con gran deferencia, a la Voluntad Divina, que es la única que obra con perfecta exactitud. Y ello servirá de garantía a nuestra marcha, y esta humildad nos salvará del gigantesco adversario del orgullo que nos susurra al oído que somos más grandes que lo Infinito. Como dijo Milton: seremos expulsados del cielo cada vez que tratemos de sentirnos superiores al Poder que crea todas las cosas.
109.- Todos queremos lo mejor de la vida; todos queremos estar rodeados de amigos, pero no esperemos obtener nada de eso a menos que por nuestra vida nos hayamos hecho merecedores a ser honrados, respetados y admirados. La lucha, en medio de nuestra moderna ética competitiva, es muy dura, pero ofrece un premio al vencedor por mantenerse firme en ella. El ambiente que ofrecen las actuales condiciones sociales fue creado por cualidades y temperamentos humanos, y el hombre se ubica en medio de eso para aprender a adaptarse a sus complicaciones e incertidumbres. La victoria consiste en el control que obtiene sobre sí mismo, sobre su propio punto de vista, su temperamento y sus hábitos.
110.- El hombre ha creído que la felicidad consiste en dominar a los demás. Através de edades, ha luchado ya por imitar ya por dominar a los otros, en lugar de lograr autodominio y desarrollar su individualidad, que es la que lo diferencia de los otros seres y la que le da la posibilidad de superarlos en algo. Cuando el hombre cambia su vida diaria de servicio por atajos mentales y trata de justificar sus vicios en lugar de dominarlos, es que ya está cayendo bajo el dominio de la magia negra, sutil poder que nutre lo peor de él. La gente siempre trata de esquivar las dificultades en lugar de superarlas. El resultado siempre será fatal, porque el problema evadido será constantemente un problema ingobernable.
111.- En el diagrama I vemos los cuerpos áuricos del individuo; en el centro está el cuerpo físico, el núcleo material denso; encima y en torno de éste se irradian líneas de fuerza, a las que denominamos cuerpos sutiles. Estos cuerpos sutiles requieren dominio, siendo causa constante de esclavitud, descansando la responsabilidad de los mismos sobre los hombros del que los posee. Rodeando esta silueta negra del cuerpo físico sigue la “armadura de enfermedad”, llamada aura vital, representada por un área cuadriculada debido al entrecruzamiento e interpenetración de los dos éteres superiores con los dos éteres inferiores. Bajo condiciones normales, este cuerpo etérico o vital se irradia a través de los poros de la piel en forma análoga a un forro de fina piel que se extiende varias pulgadas hacia afuera del cuerpo físico. El ocultismo enseña que los gérmenes son más astrales y suprafísicos que físicos; mientras el aura vital irradie desde el cuerpo, protege al hombre de malas influencias y fuerzas negativas de los mundos físico y etérico. Si decae, se debilita o su fuerza vital disminuye, esta aura vital pierde su poder y ello permite a miles de influencias externas abatir su fuerza y su valor; resultando de ello que penetran los elementos de la enfermedad y el resultado a menudo es fatal.
112.- Externamente al vital, sigue el cuerpo astral, de conformación ovoidea, cuyo centro de gravedad es el hígado y con su extremo más ancho rodeando las áreas de máxima sensación. Es de color siempre cambiante, y a través de él desfilan incesantes sombras e imágenes que expresan el conjunto de emociones y sentimientos del hombre. Es glorioso, radiante, opalino, sin aparecer dos veces seguidas igual a sí mismo. Más al exterior aún sigue el cuerpo mental, tal como aparecería en un Adepto altamente desarrollado, como un gran vehículo de forma ovoidal con su parte más ancha hacia arriba, cubriendo el área de máxima inteligencia. Es el azulado de la nebulosa obscura de que se habló en párrafo. 
61. Estos cuerpos son visibles al clarividente, y también físicamente con las pantallas de Killner, como globos de luz que se interpenetran y que constituyen los cuerpos fundamentales que están más allá del movimiento de la emoción y de la realidad expresada por la envoltura física.
113.- En un punto entre las cejas, en la frente, se localiza la conciencia humana, en
el lugar sagrado de Su tabernáculo, entronizada entre los globos que forman Sus cuerpos. El hombre con sus acciones, desarrolla gradualmente sus posibilidades latentes en el cuerpo físico. Mediante la preservación de su energía, desarrolla progresivamente los centros de fuerza de la conciencia vital, lo cual sólo se alcanza con un vivir inteligente, porque la vitalidad se extrae de la atmósfera, de los rayos del sol, de nuestro alimento ordinario y de otras fuentes. Después de una gradual purificación y regeneración de sus emociones y sentimientos - control de sus cuerpos ardientes, con sus explosiones y excesos - el hombre alcanza poco a poco las alturas vibratorias del cuerpo astral y desarrolla sus posibilidades latentes, redimiendo así su alma animal. Con sus pensamientos, ideales y aspiraciones, auxiliado por las facultades gemelas de lógica y razón, el hombre conquista paulatinamente el control de aquel brillante vértice mental que habrá de ponerlo en armonía con la mente divina del Dios solar.
114.- El ocultista llega a conocer que los llamados planos de la Naturaleza son los cuerpos del Hombre Solar, y que cada uno de esos cuerpos se corresponde con cada uno de los vehículos sutiles, aunque más groseros, del hombre mismo. Esta armonización de su cuerpo mental con el plano mental de la Naturaleza lo unifica con la mente de Dios, y todos los demás cuerpos siguen análogo proceso.
115.- Cada pensamiento, cada emoción y cada acción, tiene valor, acercando día a día, la liberación individual. Toda fuerza o peculiaridad que detenga o retrase este proceso, es perjudicial para el hombre, y todo aquél que conscientemente busca su mejoramiento en detrimento de sus semejantes, no es apto para la vida, si bien éste es el aspecto saliente de la ética de nuestros tiempos. Si el hombre aprendiese solamente a ser honesto, dándose cuenta de que el universo es honesto, y que somos recompensados de acuerdo a nuestros motivos o intenciones tanto como por nuestras acciones, libraríamos al mundo de muchas cosas indeseables.
116.- La magia negra acude a la mente masiva, a los principios de la civilización, ofrece algo por nada, y en tanto exista concupiscencia en el corazón del hombre, ello será una amenaza para la honestidad y la integridad de la raza. Si el estudiante de ocultismo solamente recordara que la honestidad es el enemigo mortal de la magia negra, y que ella no puede aterrorizar a quienes son sinceros para consigo mismos, y sinceros en el cumplimiento de las Reglas de Oro, podría proteger su propia alma y la de aquellos que ama, de sus insidiosos y antinaturales influjos.

FIN DE LA TERCERA INSTRUCCION

Manly Palmer Hall - El Poder Demoníaco de los Antiguos

 

41.- Estudiemos ahora esas extrañas criaturas que pueblan otros planos de existencia, que algunos consideran como almas condenadas por la presente oleada de vida y a las cuales movilizan los magos negros en sus conjuros. Muchos de los ocultistas de épocas pretéritas han forzado a estos elementales y espíritus de la Naturaleza a servirlos, como en los días de la inmensa Atlántida. Sin embargo, el auténtico mago negro no actuará en los éteres en los que se ambientan los elementales etéricos, sino que lo hará con entidades que habitan en la luz astral o magnetismo animal de los subplanos inferiores del plano astral. El verdadero mago negro puede llegar a ser (y generalmente lo es), un clarividente, pero nunca podrá ir más allá del mundo astral. Está encadenado a este plano por sus pasiones, sus odios, sus encantamientos y su naturaleza animal, que es la base de la magia negra.
42.- Los antiguos enseñaban que existía toda una jerarquía de demonios para cada
uno de los pecados del hombre y que en la mayoría de los casos, son la encarnación de esos pecados. De esto puede comprenderse cómo el hombre puede crear, en los subplanos inferiores del plano astral, extrañas entidades, algunas semejantes a seres humanos degenerados, mientras que otras tienen configuración animal, aspecto de lagartos, serpientes, y otros reptiles. El poder del mago negro consiste en su capacidad de gobernar a todas estas entidades desalmadas que, si bien no están individualizadas, ejercen un tremendo influjo sobre sus propias esencias, así como en el ámbito de la Naturaleza y sobre los individuos.

43.- Es muy difícil que lleguemos a darnos cuenta que nuestras pasiones y nuestras antipatías son capaces de engendrar a esos seres demoníacos en los mundos suprafísicos, y éste es precisamente uno de los secretos básicos de la magia negra. Todo mal pensamiento o baja emoción facilita el nacimiento de esas lastimosas y sumisas criaturas, cuyas cualidades intrínsecas, en manos de quien sepa manipularlas, se convierten en agentes destructores de los poderes de la luz, y es parte del plan el que aquellos que conjuran bajo su mandato a esos engendros caigan, a su vez, víctimas de quienes antes eran sus esclavos.
Los magos negros, uno tras otro, son tragados por el Maelstrom del infierno astral. Los subplanos inferiores del plano astral son los tres infiernos de la religión, y constituyen los dominios donde viven aquellos seres surgidos de los excesos pasionales y que se combaten unos a otros con indeclinable furia.
44.- El mago negro, convertido en canal consciente para esas fuerzas, precipita sobre el mundo un flujo infernal de demonios, y al hacerlo, enajena su propia alma, porque tales fuerzas deben pasar a través de su propio cuerpo astral, y ese es el precio que paga a cambio del dominio sobre sus semejantes que dichos demonios les permiten ejercer. El poder de tales elementales es prácticamente ilimitado, y existen muchas almas depravadas que se avienen a malbaratar sus espíritus inmortales a cambio del dominio que dichos demonios les dan sobre el mundo material.
45.- Hay dos clases de magos negros: 1°) aquellos que utilizan a los demonios del plano astral para sus fechorías y a los que invocan mediante prácticas necrománticas y conjuros; 2°) los que engendran sus propios demonios y los precipitan sobre el mundo. Los del primer grupo son los que perjudican más al mundo, mientras que los del segundo son los que más se dañan a sí mismos. El primer grupo está integrado en su mayoría por magos negros conscientes, mientras que hay muchos en el segundo grupo que ignoran por completo qué es lo que están haciendo. Algunos no comprenden su gran error hasta que los demonios que han creado se vuelven contra ellos.
46.- E1 mago blanco no utiliza ninguno de los poderes del mundo animal en su actuación, trabajando, por el contrario, en transmutar los aspectos animales de su naturaleza en más sutiles y superiores cualidades. E1 mago blanco emplea en su trabajo exclusivamente la materia de los subplanos más sutiles de los planos elementales. El mago blanco es un constructor, no un destructor, y se afana más en liberar que en dominar a sus semejantes. El mago blanco ha dedicado su alma a la luz inmortal, mientras que el mago negro ha vendido la suya por gloria perecedera. Los “grimoires” de la Edad Media están llenos de cánticos y hechizos para la invocación de los espíritus y la historia abunda con relatos de magia negra, pero el estudiante de la ciencia oculta nada tiene que hacer con todo esto aparte de protegerse de ello.

Investigación Espiritual

47.- No experimentéis. En el terreno espiritual la mera experimentación es a menudo fatal, y muchos son los estudiantes que han ido a parar prematuramente a la tumba, o a los asilos de enfermos mentales, o que han quedado obsesazos durante sus indebidos ensayos. Apartaos del fenomenalismo; para el verdadero estudiante nada valedero hay en él. El estudiante sincero no busca la salvación por los ojos, sino a través de su alma. El fenomenalismo no requiere la participación del aspecto superior del ser, sino que, a lo sumo sólo sirve para satisfacer la mera curiosidad. Hoy, como ayer, será rara la vez que se pida la salvación del alma, mientras que lo usual es que se reclame la realización de “milagros”.

48.- ¿Nunca habéis experimentado la sensación de que alguien a quien encontráis tiene algo de maligno?. ¿Nunca habéis sentido una extraña repulsión por alguien?. Ello se debe a los elementales y formas mentales que pueblan el aura de la persona en cuestión; si poseéis dentro de vosotros mismos cualidades similares, atraeréis dichas entidades y se os adherirán como sanguijuelas. A menudo, cuando la gente sale de una sesión mediumnística, acarrea consigo docenas de esas formas endemoniadas, que penetran en su organismo cuando cesa el control de la voluntad al ponerse negativos y receptivos, lo que equivale a franquearles la puerta. Otras entidades, al no poder penetrar por el momento, en el aura de una persona positiva, seguirán rondando a su alrededor a la espera de una oportunidad; en la primera ocasión en que pierden su calma o cometan una mala acción, la puerta ha quedado abierta y los elementales se introducen a través de ella.
49.- Si alguna de estas entidades fuese vista en el plano físico por alguien, se
espantaría hasta morir, pero como no ocurre así, el infortunado no la ve y no se preocupa por su existencia. Sería muy prudente que la gente tuviese en cuenta esto y considerara que la mejor manera de no nutrirlas es hollar el Sendero Blanco.

50.- El hombre es un germen insignificante que se debate en medio de un océano de entrecruzados impulsos, y si permite que en su aura protectora aparezcan fisuras, esas fuerzas se precipitarán sobre él, lo invadirán desde todas direcciones y lo inundarán en tal forma que perderá toda posibilidad de una comprensión superior. El ocio y la pasividad son pecados cardinales, y el Diablo de todas las religiones se adueñará de aquellas manos que no estén laborando para los Maestros Blancos.
51.- Hoy más que nunca deberá brillar la luz para que cese de una vez por todas el predominio de lo demoníaco. Una gran proporción de los asuntos físicos, mentales y espirituales del hombre están actualmente en manos de los elementales - entidades
acerebradas - y de sus amos, los magos negros, cuyas mentes son muladares de malignidad.
De este mundo han de surgir aquellos pocos que, con corazones y almas puras, mantendrán ardiendo la luz para que no prevalezcan las fuerzas tenebrosas.
52.- El falso señorío que ejercen los demonios debe cesar, y con ello debe caer el
demonio cabrío de Mendes, el príncipe Baphomet de este mundo. La falsa luz y la falsa oscuridad deben disiparse para que la luz de la verdad y la verdadera oscuridad ocupen su lugar.
53.- Las pasiones humanas son las fuentes de donde parten las corrientes activas de muerte que circundan al mundo; y de las bocas y los corazones de los hombres nacen los pecados y la muerte, que seguirán su tarea de matar y morir, atrayendo sobre la civilización la ira de los dioses. La magia negra provocará el hundimiento de nuestro continente, como lo ha hecho antes, porque atrae la furia de los elementos y causa los holocaustos de los continentes. Sólo una actitud puede prevenir tamaño cataclismo. Estos demonios deberán sucumbir por hambre, toda pasión deberá transmutarse en compasión y el mago negro expuesto a la luz de la verdad para que la ley se cumpla.

Manly Palmer Hall - El Poder de la Magia Negra

 

35.- Debemos desarraigar de nuestras mentes la idea de que el mago negro no puede dañarnos porque nosotros seguimos la senda recta o porque él es débil porque es perverso.
Es una idea equivocada, difundida para evitar que el hombre se fortalezca, y es propagada por los seguidores del sendero negro. Es tan insensato como imaginar que si un boxeador profesional estuviese boxeando con un niño éste ganaría el combate porque su alma es pura. Millares de personas carecen de la suficiente ambición para desarrollar la fuerza necesaria. Viven honestamente, son buenos cristianos, pero tan negativamente puros que están pregonando abiertamente que son blanco fácil para cualquiera que quiera aprovechar la oportunidad. No son negros en sí mismos, pero son el tipo que facilita la perpetuación de la magia negra.
36.- Es innegable que, en última instancia el bien triunfará, y que el mago negro habrá de caer víctima de sus propios excesos es también una verdad literal, pero serán
muchos los que habrán de agachar la cabeza al paso del tirano y sólo los fuertes estarán seguros. Individuos que han logrado un dominio tal de las fuerzas naturales que son capaces de detener la marcha del corazón de una persona en el lado opuesto de la Tierra emitiendo un rayo mental, o de hacer un agujero de dos pulgadas a través de un pie y medio de ébano con fuego astral, son peligrosos en cualquier parte que se encuentren y la generalidad de la gente buena promedio carece en absoluto de posibilidades para resistir los embates de la magia negra. Solamente los insensatos subestimarán este peligro; el sabio se protege contra él, porque un gramo de precaución vale más que un kilo de curación. Los sabios interponen el escudo de David del rayo blanco entre ellos y las fuerzas negras, protegiéndose así.
37.- Hemos llegado a un punto de nuestra historia mundial en que la ignorancia es criminal y merece el más severo castigo. La ignorancia no es magia negra, pero constituye actualmente el mejor aliado del mago negro. La gente que no conoce nada mejor está constantemente entorpeciendo el trabajo de los demás y ese es el fruto de su indolencia.
Cuando intentamos violar las leyes de la Naturaleza, quebrantamos nuestro cuerpo y ponemos negativa nuestra conciencia, abriendo aquellos centros de nuestro ser que nos exponen a ser influidos y a veces obsesionados por las fuerzas negras. Esto constituye un crimen casi tan grande como el ejercer uno mismo la magia negra. El hombre debe comprender que no es posible ningún compromiso entre el mal y el bien; o está de un lado o del otro, y cuando aparece la duda, debe considerarse que está del lado negro, porque la misma duda es un atributo de Saturno (Satanás). Los que no luchan por lo superior participan de lo inferior.
38.- Encaremos el problema imparcialmente, ni con temor ni con demasiada confianza. Con humildad y constricción de espíritu reconozcamos que el trabajo permanente que las fuerzas negras realizan en el mundo es muy real. Reconociéndolo así, embanderémonos y unámonos a los Hermanos de la Luz en esta batalla por las almas humanas.
39.- Cuando surge la luz, las tinieblas se disipan. Donde la espada de los espíritus de la luz golpea, las huestes de las tinieblas y de la negación retroceden; pero, si la luz cesase siquiera por un momento, retornarían más fortalecidas que ante s. Las fuerzas negras actúan igualmente a través del irreflexivo como del tonto, del arrogante y del engreído, y muchos de nuestros más serios buscadores de la verdad se convierten en canales inconscientes para las fuerzas del mal en sus momentos de debilidad, permitiendo a la bestia adueñarse de ellos y, mediante ellos, atacar al mundo.
40.- Aprended a discernir entre la luz y las tinieblas en el mundo en que estáis viviendo, y vigilad vuestro corazón noche y día, para que no pueda surgir de él nada que pueda ser utilizado como arma para destruir la luz. No os preocupéis de vuestros errores pasados, porque la preocupación alimenta a los demonios, sino que eliminadlos de vuestra aura, sembrando en su lugar la buena simiente de las buenas acciones. Percibid vuestra personal responsabilidad en este problema, porque la percepción de la responsabilidad nutre al alma. Haced que los poderes superiores del Cosmos adviertan esta aceptación de la responsabilidad, porque cuando vuestra propia luz brilla, los espíritus del mal corren a esconderse y cubren su faz con la sombra de sus mantos.

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...