sábado, 24 de agosto de 2019

Arte Magica O.T.O


I – Sobre Ararat

O segredo supremo da O.T.O. está escrito em detalhes no livro chamado Ágape e também está escrito claramente no Liber CCCXXXIII, capítulo XXXVI. Mas agora também achamos adequado adicionarmos nosso comentário a este livro Ágape que escrevemos com nossas próprias palavras para a adequada propagação deste segredo que nos foi ensinado em nossa iniciação no grau IX° O.T.O.. E este livro recebeu sua aprovação oficial em cada palavra. Mas neste comentário não propagamos o segredo em si, mas apenas nossas próprias idéias como uso correto, com outras matérias pertinentes, pensando que aquelas em cujas mãos possam chegar possam entender plenamente a importância ulterior deste segredo que tem sido o pivô do nosso trabalho por tão longo período e que possa ajudar tais pessoas a atingir a mæstria perfeita desta arte sagrada e imperial.

II – Sobre a Importância do Segredo

Este segredo é a verdadeira chave da Magick, isto é, pelo uso correto deste segredo, o homem pode impor sua vontade sobre a própria natureza, como aparecerá mais tarde neste comentário. Desta maneira, embora todo conhecimento registrado seja destruído, seria possível para um adepto do segredo restaurá-lo.

III – Sobre a Mente do Adepto

Em nossa ilha mais sagrada encontra-se um ser chamado Leprechaun. Esta criatura, uma vez vista, é fácil de pegar e uma vez pega ela leva à captura de seu grande tesouro, contanto que nunca por uma piscadela ele relaxe sua vigilância e o Leprechaun por todo tipo de truque procura distrair a atenção dele que o fez prisioneiro. Isto é um simulacro mágiko ou fábula do máximo abismo de verdade. Pois na preparação do Sacramento, e também em seu consumo, a mente do iniciado deve ser consumida absolutamente em uma chama impetuosa de vontade sobre o determinado objeto de sua operação. Pois não há ato mais fácil e natural para o homem do que sua preparação, nenhum que requeira menos auxiliário. E ainda de longe a maior parte da humanidade é ignorante e incapaz de sua performance adequada pois é dito que a perfeição nela é tanto uma ciência quanto uma arte, requerendo não menos estudo do que a mais obtusa das filosofias e não menos prática do que a mais difícil das destrezas. Mas é inteiramente vã a menos que a primeira condição seja preenchida e tão difícil é isto, não apenas pela superação do transe corporal mas por causa da natureza errante da própria mente. E portanto apenas por treino preliminar longo e duro na arte da meditação e por constante prática e experiência pode este ato tornar-se frutífero na Magick.

IV – Sobre Momentos e Estações

Embora nenhuma instrução tenha sido dada sobre esta matéria, ainda é evidente, não apenas pelas considerações da natureza das coisas, mas de nossas próprias experiências destes dois anos, que a produtividade de seu sacramento varia constantemente, como parece sem causa racional, nem nós entendemos plenamente as melhores condições. Mas é nossa opinião que o adepto deva sofrer premonição interna de quando a hora seja propícia ou não. Ainda foi observado frequentemente que através de violência extrema para com a natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente o ato por entusiasmo. Mas estados medíocres de corpo e mente devem ser evitados. Como está escrito “Se tu estivesses frio ou quente eu manteria, mas porque tu estás tépido, vomitá-lo-ei de minha boca.”

Nem é necessário ser menosprezado como superstição para determinar que certas horas do dia e certos aspectos das estrelas são mais favoráveis do que outros, ao invés, devem ser criticados e investigados de acordo com os métodos da ciência verdadeira.

V – Sobre Estados Corporais

Aqui há uma certa dificuldade no fato de que o corpo estando cheio de carne e vinho está mais apto para a preparação, como se diz “Sine cereri et Baccho, Venus friget.” (Sem comida e sem Baco, Venus esfria-se), enquanto que para a consumação o corpo deve estar esvaziado de todo nutriente grosso, assim o elixir pode ser sugado avidamente e correr nobremente para toda parte, revificando a unidade. Será melhor, em nossa opinião, se uma refeição completa seja feita não menos do que três horas antes do início da cerimônia após a qual nenhuma comida, embora estimulantes da mente ou de agentes mais sutis pode ser continuado pois assim o corpo vai de excitação em excitação e então está apto para a exaltação adequada encaixável no trabalho. Mas em tudo isto os homens podem diferir e não há regra a não ser entalhar sobre sua mesa através da chama da experiência.

VI – Sobre Operações desta Arte, sejam elas individuais ou múltiplas

Temos dúvida também nesta matéria caso uma operação falhe, se é sábio reiterar. Um único ato implica perfeição e fé total no adepto, se ele a repetir, isso é medo e argüe imperfeição na primeira tentativa, ainda possivelmente em grandes operações cósmicas será melhor realizar uma série de sacramentos, mas neste caso a série deve ser arranjada de antemão e realizada regularmente. Por exemplo, as dezesseis operações de Júpiter feitas na cidade de Paris durante a passagem do Sol de 10° de Capricórnio para 22° de Aquário.

Em nossa experiência, repetições tomadas por causa de aparente falha algumas vezes pareceram fatais, na verdade. Parando o que pode razoavelmente ter ocorrido, e que algumas vezes ocorreu após cessarmos com tais tentativas.

Mas também notamos que em tais casos o resultado foi grande e favorável como se as operações repetidas tivessem construído uma barragem restringindo a corrente natural das forças favoráveis. Então mantendo-as retraídas para torná-las mais eficazes no final. Mas isto pode ser uma falsa interpretação dos fenômenos observados. E, novamente, uma série de tais sacramentos foi fútil até que um último trabalho atingiu sucesso. Ainda, novamente, isto pode ter sido coincidência, resultado do primeiro trabalho mas atrasado.

O adepto desenvolverá a intuição em todas estas questões, sendo provável que a avaliação pessoal é importantíssima e que nenhuma regra universal absoluta, sempre em todo lugar, e por todos os homens a serem observados, existe.

VII – Sobre Certas Inibições Desconhecidas e Seu Efeito

Temos marcado sutil e regularmente as condições e resultados de diversos trabalhos desta Arte, e esta é a maravilha, agora os resultados seguem suaves e perfeitos, novamente um grupo de resultados menores relacionados ao resultado desejado, agora apenas movimentos leves sugestivos do resultado, e não apenas falha perfeita, mas a repentina reviravolta de todas as esperanças, desespero e ruína.

Mais claramente, se X é o objeto do trabalho, o resultado às vezes é X mas outras é XXXX, algumas vezes é A(X), outras é -(X) ou -XXXX ou -X.

Concretamente, suponha que alguém trabalhe esta Arte para obter grande fortuna. Então a fortuna chegará de uma vez, ou dentro de oito horas após ou ocorrerá um evento envolvendo o ganho daquela soma. Em outro momento meramente ocorrerão um grupo de circunstâncias favoráveis, em outro momento um quantia menor chegará mas também estas poderão ser revertidas. Na pior hipótese ocorre a perda da soma proposta ou a ocorrência de um evento que poderá envolver a perda ou pelo menos desapontar alguma expectativa razoável daquele ganho.

Se o caso é de emprego do sacramento para o elixir da vida, seu mau uso pode causar envelhecimento prematuro, doenças, ou até mesmo a morte, como é dito, mas nós não concordamos que estes resultados possam se seguir a uma falha em qualquer outra operação. Achamos que a retribuição é para ser o reflexo mau e invertido da recompensa e em seu plano. Adeptos mostrarão então prudência através da experiência com operações menores, onde a falha não implica em desastre irreparável até que eles tenham o conhecimento e experiência que lhes dará uma confiança razoável.

VIII – Sobre a Teoria desta Mágica Arte

A teoria desta arte parece envolver certas hipóteses cósmicas para as quais talvez não sejam impossíveis dar provas pelo menos por tentativas, mas que não são ainda provadas.

A ideia de Prana de alguma forma mais mística do que aquela que a identifica com as idéias dos médicos é talvez inerente.

Na mera consumação do sacramento para saúde e vitalidade não há violação da razão, mas no máximo um exagero de antecipação, pois o assunto do sacramento é indubitavelmente microcósmico, mas uma extensão deste sacramento para sua validade na Mágicka é um hiato comparável àquele que existe na teoria da astrologia, mesmo garantindo que um ângulo de 120° subentende que o olho do observador na terra entre Sol e Saturno (exempli gratia) é acompanhado de certas previsões, isto pode ser casual ou não.

Contudo, neste assunto não temos dúvida da eficiência do processo e são entretanto válidos os jogos com hipóteses, investigando como a probabilidade pode determinar o modo de agir. Então podemos assumir como Æthyr ou Akasha, insuflado ou retraído por um prana específico. E todas as retrações em seu Akasha sendo um tipo finalmente, embora intermediariamente diverso, pode ser tão fácil interromper o curso da terra como destruir um verme. Pois o trabalho tem lugar num mundo de causas fluidas e não sólidas, em Yetzirah (ou mesmo Briah) ao invés de Assiah.

Será impossível ou dificílimo mover a infantaria de uma asa da linha engajada para a outra, mas nos quartéis dos auxiliares é indiferente para aquele corpo, estando na base, ser empurrado para qualquer um deles. Não se pode facilmente oxidar o ouro precipitado do Cloreto, mas tendo o cloreto, é fácil preparar o óxido ao invés do metal.

E em todos assuntos a razão deve ser a guia e a experiência o professor, assim o adepto não procura realizar coisas impossíveis na natureza, e então blasfema o sacramento e o traz a contento.

Ainda deve ser dito, para o iniciado consumado e sublime pode parecer que sobre ele foi escrito “com Deus todas as coisas são possíveis”. Contudo, o próprio Deus não interfere arbitrariamente com o curso da natureza, mas trabalha dentro de suas leia.

Que o adepto não aja de outra maneira.

IX – Sobre o Curso da Lua e sua Influência

Diz-se que a segunda parte é inútil, até mesmo perigosa, quando a influência da lua mostra-se (ainda assim o movimento da terra implicando grande causas em Briah e Yetzirah deve ser difícil de se checar, a menos que por forças Briáticas de muita intensidade) mas no segundo dia e após talvez não no último dia, o sacramento seja mais eficaz do que em outros momentos, como figurado por nossos antepassados, os Alquimistas, em sua preferência pela tintura vermelha ao invés da branca.

Isso também acreditamos, embora queiramos deixar claro que não é provado.

X – Sobre a Segunda Parte desta Arte, Quer a Iniciação Seja Desejável ou Não

Se o outro parceiro do sacramento seja também do nono grau e iniciado no Santuário da Gnosis, parece-nos urgente que o objeto de ambos seja um só, que também o interesse geral e natureza deles seja uma só, vem a divisão, o inimigo da vontade e falha total segue-se. E, o ser todo considerado cuidadosamente, opinamos que é melhor e mais fácil que o outro parceiro deva ser ignorante do sagrado caráter do ofício.

É suficiente se o assistente seja formado pela natureza unicamente para a tarefa física, robusto e vigoroso, ávido, sensual, quente e saudável, os nervos e o sangue estando tensos, rápida e facilmente inflamados e não extinguível.

XI – Sobre Certos Ritos Análogos Àqueles do Nono Grau

É dito por certos iniciados que para se obter dons espirituais e ajudar a natureza o sacramento deve ser, como era, uma núpcia do povo da terra, mas que a Magick é do veneno e que por uma certa perversão do ofício, podem ser criados elementais adequados para realizar a vontade do Mago.

Aqui neste ponto há uma dificuldade, sendo que neste caso, o assunto do sacramento não pode existir, pois não há águia branca para gerar glúten.

Como seja, afirmamos que neste rito há grande eficácia, pode ser que por certas operações seja igual ou superior àquele explicado para os iniciados do IX°.

Mas afirmamos que neste caso o Sacerdote precisa ser um iniciado, pois é sua vontade que determina o caráter Mágicko de seu leão.

E portanto se ele não tiver nenhum propósito a não ser o da Deusa Adonai, ele não poderá ascender Ágape ao seu senhor Thelema, nem irá a intenção da Sacerdotisa, embora um alto iniciado, repor o poder essencial do Sacerdote sobre o qual ele é apenas um veículo e guardião.

Por esta razão, o nono grau não é tão fácil de tornar-se efetivo por mulheres iniciadas.

Seja qual for o resultado do desenvolvimento paralelo àquele indicado entre as nobres e castas damas da Ordem, no presente é impossível declarar uso, mas antes parece que embora o leão e a águia sejam a melhor combinação, o Leão é mais provável de estar apto a dispensar a assistência da águia, do que a águia substituir a ausência do leão. Pois o glúten é um menstruo ou solvente e nada contém em si mesmo. A tradição também de certas iniciações menores confirma isto.

Ainda que considerações de divindade e filosofia até mesmo da física assegurem que nosso modo destaca-se de outros mesmo como a primavera destaca-se do calor. A Água não queima a pele mesmo, e o óleo de VITRIOL apenas vagarosamente, mas adicione uma gota de água à gota de óleo e instantaneamente advêm o calor e uma dor intensa e aguda. Isto é apenas uma analogia, ainda que justa e agradável ao filósofo.

XII – Sobre a Escolha de Um Assistente

A respeito da escolha de alguém para servir o sacramento, o homem é tão confuso mentalmente, e tão facilmente iludido neste assunto, que parece-nos razoável permitir os caprichos do momento se expandirem. Pois este assim chamado capricho é na verdade talvez a voz do subconsciente, que a escolha deliberada do próprio falo sagrado.

“O falo é a base fisiológica da Alma Superior.”

Por esta razão estes muitos homens desencaminham-se, perdem a castidade e arruínam-se.

Mas deixe a Vontade consciente ser inteiramente devota à Grande Obra então o subconsciente escolherá inevitavelmente o veículo apontado do trabalho.

Além do mais, isto deve ser observado na escolha, que a segunda parte deve consentir entusiasticamente a cooperar fisicamente com o Sacerdote, para que o leão dissolva-se perfeitamente numa porção de Glúten. E sendo este preparo feito de verdade e impecavelmente é conhecido pela aparência da Matéria do sacramento, e também por seu gosto. Pois não está escrito inutilmente no Livro dos Juízes.

“O que é mais doce do que mel e mais forte do que um leão.”

E que este segredo é aqui manifesto pelo Espírito Santo é claro pelo esquartejador de Sansão :

“Se vós não tiveréis arado com minha bezerra, ainda não encontrastes minha charada.”

XIII – Sobre Certas Teorias Judaicas

Entre os judeus estão certos iniciados instruídos na sua Qabalah, que mantém, como entendemos, a visão de que no Zraa ou o próprio sêmen jaz uma força criativa inerente que não pode ser impedida. Então eles dizem que antes de que Eva fosse feita, os sonhos de Adão produziram Lilith, um demônio, e deste intercurso com ela espalharam-se raças de demônios.

Agora, para explorar as estradas da enseada do amor conjugal com muitas restrições como estas:

1. Deve ser um ato sagrado, precedido de abluções e orações.
2. Todos pensamentos luxuriosos devem ser rigidamente excluídos.
3. O propósito deve ser somente o de procriação.
4. A benção de Deus deve ser sinceramente invocada, para que a criança esteja sob sua proteção especial.

Em outra linguagem, esta é sua teoria, o ato de amor causa uma perturbação Mágicka no Éter ou Akasha de tal natureza a atrair ou criar um espírito humano desencarnado. Todos os outros atos sexuais envolvendo emissão de sêmen portanto atræm ou excitam outros espíritos, incompletos e portanto, maus. Logo, a polução noturna traz Súcubos, que são capazes de existência separada e de vampirizar o seu criador.

Mas atos voluntários e estéreis criam demônios e (se feito com concentração e intenção Mágicka) tais demônios podem subordinar-se à intenção. Logo, como Levi testifica, para enxertar uma árvore com sucesso a graduação é fixada por uma mulher enquanto que o homem copula com ela per ver nefandum.

Também narramos pela graça da completude seu método – de atingir o êxtase espiritual por meios sexuais e este método chamamos de “lucidez na eroto-comatose.”

XIV – Sobre a Consumação do Elemento Divino. Seja a Quantidade tão Importante quanto a Qualidade e Seja seu Desperdício um Sacrilégio

É dito pela OHO que deste remédio perfeito apenas uma gota de orvalho é suficiente, e isto pode ser verdade. Ainda que humildemente toda nossa deferência e adoração na nossa opinião é de que cada gota gerada (tanto quanto possível) deve ser consumida.

Primeiramente, que este presente da natureza mais precioso que todos não se perca ou seja profanado – de fato os Romanos tenham apontado instruções excelentíssimas para o tratamento em todos aspectos da Hóstia consagrada. Que os adeptos deste grau estudem ‘Missale Romanum-Ritus Servandus In Celebrationa Missæ’ e ‘De Defectibus In Celebrationa Missirum Ocurrentibus’. E encontrem a partir daí os adjuntos cerimoniais, a atitude mental e por aí vai, como guia para seu próprio trabalho neste alto sacramento.

E também achamos que a consumação deva ser completa nesta consideração, se de fato seja o Prana contido que opera o milagre, então a quantidade é tão importante quanto a qualidade, como se trabalhando com eletricidade a amperagem é tão importante quanto a voltagem.

E isto acreditamos especificamente ser verdade no caso de milagres reais, ou a tocaia do espírito de David contra o Golias da matéria. E embora esta proporção seja pequena, não é indefinidamente pequena.

Mas pode ser que a ação desta substância divina seja catalítica e capaz de transmutar uma quantidade ilimitada de matéria base sem forma na imagem plástica e dócil da vontade. E esta teoria está mais de acordo com a tradição da Pedra e do Remédio.

XV – Sobre a Lucidez Erótico-Comatosa

O candidato apronta-se para o ordálio através de treino atlético geral e banquetes. No dia designado ele é atendido por um ou mais assistentes escolhidos e experientes cujo dever é :

A- Levá-lo à exaustão sexual por todos os meios conhecidos.
B- Elevá-lo sexualmente por todos os meios conhecidos, todo artifício e aparelho do cortesão é para ser empregado e todo estimulante conhecido do médico. Nem os assistentes devem medir o perigo, mas caçar impiedosamente sua presa determinada.

Finalmente, o candidato irá mergulhar num sono de exaustão ulterior, parecendo o coma, e é agora que a delicadeza e a perícia devem ser primorosas. Que ele seja despertado deste sono pelo estímulo definitivo e exclusivo de um tipo sexual. Ainda, se conveniente, música sabiamente regulada ajudará.

Os assistentes olharão com assiduidade por sinais de despertar e no momento que esses ocorrerem, todo estímulo deve cessar instantaneamente e que o candidato caia novamente no sono.Mas não tão cedo isto tenha ocorrido que a primeira prática é retomada. Esta alternativa é para continuar indefinidamente até que o candidato esteja num estado que não seja nem sono nem vigília e no qual seu espírito, libertado por perfeita exaustão do corpo, e prevenido de adentrar na cidade do sono, comunga com o Altíssimo e Mais Sagrado Senhor Deus de seus seres, feitor do céu e da terra.

O ordálio termina através de falha – a ocorrência do sono invencível – ou de sucesso, no qual a vigília é seguida por uma performance final de ato sexual. O iniciado pode então dormir ou a prática pode ser renovada e persistida até que a morte termine tudo. A morte mais favorável é a que ocorre durante o orgasmo, chamada de Mors Justi.

Como está escrito “Deixe-me morrer a morte dos justos, e que meu final seja como esse !”

XVI – Sobre Certas Teorias Hindus

Como os judeus, os sábios da Índia têm uma crença que um certo Prana (ou força) específico, reside no Bindu ou sêmen. Mas toda sua teoria de Magick e meditação reverbatória, portanto sua ‘comunhão com Deus’ é apenas uma ‘comunhão com o Eu’ e todos seus artifícios para o desenvolvimento de poderes nos seus próprios corpos e mentes, oposto à idéia ocidental de estender estes poderes para influenciar os outros; achamos natural que assim como eles procuram restringir a respiração, ou evitar sua violenta expulsão pelas narinas, perdendo o Prana, e como eles praticam a sucção de água no retorno, para que na defecação eles estejam aptos a reter o Apana, ou virtude específica, e recolocá-la no Svadisthana Chakra, assim eles também realizam seu labor extravagante para reter o Prana primal da vida, ou Bindu.

Logo, eles estimulam ao máximo sua produção fazendo uma prostituta consagrada excitar seus órgãos e ao mesmo tempo vigorosamente segurá-lo pela vontade. Após um pouco de exercício eles clamam poder deflorar até oito virgens numa noite sem perder uma única gota de Bindu.

Este nunca deve ser perdido, mas absorvido através dos tecidos do corpo. os órgãos então agem com um sifão para drenar constantemente suprimentos frescos de vida do reservatório cósmico, e inundar o corpo com sua virtude frutificante.

O iniciado é convidado a comparar e contrastar este capítulo com o capítulo XIV, observando em particular, sublinhando ambos sistemas, esse é um postulado. No próprio sêmen existe uma força física que pode ser dirigida para as finalidades Mágickas e místicas do adepto.

Iniciados notarão também que os filósofos pagãos deram um passo adiante em direção à verdade quando eles dizem que o Sol e a Lua devem ser unidos antes da reabsorção (veja também qualquer Tantra, em particular, Shiva Sanhita). Mas a glória plena do Sol, o simples e mais eficaz e mais sagrado sacramento, é reservado para os eleitos, os iluminados, os iniciados do Santuário da Gnosis.

XVII – Sobre um Curso de Experimento Sugerido

Aqui está uma série de operações desta Mágicka Arte do IX° sugerida para o uso de um iniciado conforme ele começa seu trabalho.

1. Força sexual e atração sexual (para assegurar o curso regular destas operações).
2. Compreensão dos Mistérios do IX° e sabedoria no seu uso (para assegurar a performance correta destas operações).
3. Aumento da O.T.O. (Como um dever e para assegurar herdeiros adequados para o segredo. Isto é especialmente importante se o iniciado é X°).
4. [Se necessário] Facilitação das circunstâncias. (Para assegurar lazer para estas operações e aumentar o campo de escolha de um segundo parceiro.)
5. Estabelecimento de um corpo de guarda-costas formado de guerreiros invisíveis (Para assegurar a liberdade de não ser interrompido no curso destas operações. Isto pode incluir a preservação da saúde.)
6. Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guardião.
7. Desenvolvimento espiritual, isto é, devoção a Nuit-Babalon-Baphomet.
8. Introspecção avançada sobre a Natureza e suas leis.
9. A fundação de uma abadia da O.T.O..
10. O estabelecimento do reino de Ra-Hoor-Khuit sobre a terra.

Também diversos assuntos como o rejuvenescimento do corpo de alguém, se desejado, o poder de cura e tal.

Parecerá que estas poucas operações preenchem cada lótus do universo com seus Buddhas. Mas pode ser que cada operação deva ser trabalhada em detalhe com provas digitais ao invés de compreendidas num toque, para que cada ato prático do iniciado possa precisar de uma consagração em separado.

Ou para que grandes operações, como a X na lista acima, possam ser arranjadas para fazer sacramento especialmente elaborado cada Domingo (por exemplo) no ano, os dias de interregno sendo devotados a detalhes da construção.

Mas o iniciado logo irá desenvolver um método próprio para extrair o mais eficiente mel de seu favo.

XVIII – Sobre um Certo Outro Método de Magick, Não Incluído na Instrução da O.T.O.

Pode não ser de todo inapropriado aludir a um método de vampirismo, normalmente praticado.

O vampiro seleciona a vítima, robusta e vigorosa, como deve ser e com a intenção Mágicka de transferir toda aquela força para si, exaure a caça através de uso apropriado do corpo, mais comumente a boca, sem que ele próprio entre de qualquer outro modo no assunto. Alguns pensam que isto é de natureza de Magick negra.

A exaustão deve ser completa, se o trabalho for executado com perícia, uns poucos minutos serão suficientes para produzir um estado que lembra, e que não está longe de ser, coma.

Os experientes podem levar esta prática até o ponto da morte da vítima logo não meramente obtendo a força física mas aprisionando e escravizando a alma. A alma então serve como um espírito familiar.

Esta prática é tida como perigosa, e era usada por Oscar Wilde em seus anos finais, pelo Sr. e Sra. Horos, também de uma forma modificada por S.L. Mathers e sua esposa e por E.W. Berridge. A inaptidão dos últimos três salvou-os do destino dos três primeiros.

XIX – Sobre o Adepto desta Arte

Em armadura de chamas fulgurosas que o adepto vocifere pelo universo, majestoso e irresistível como o Sol.

Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.

Que ele seja uma poderosa luz de conforto e o pai de toda a fertilidade.

Que ele envie chuva na devida estação, e a terra cresça verde em sua chegada.

Que seus planetas girem sobre sua roda, que ele envie seus cometas como anjos a sua raça, e que ele dê luz a todo seu reino.

Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.

XX – Sobre o Léxico da O.T.O.

Lembre-se destes tesouros a serem preservados :

1. O Segredo do IX°.
2. O Segredo do VIII°.

A respeito da irmandade universal, no macrocosmo, o Sol senhor de toda vida, no microcosmo, o Falo senhor de toda vida, indubitável, inegável, uma base para a fé de todos homens.

3. O Segredo do VII°.

Nosso método particular de instrução, seleção, governo e iniciação.

4. O Segredo do VI°.

A história do templo, o mistério de Baphomet, nossa guerra contra aqueles nunca completamente subjugados inimigos da humanidade, a tirania e a superstição.

5. O Segredo do V°.

O Mistério da Rosa e da Cruz e da Lei Única, “Faze o que tu queres”.

6. Os Segredos dos Graus Menores.

O ciclo da existência – ex Nihil, Nihil Fiat.

7. O Segredo destas coisas reverenciadas, o Sol, a Lua, o Falo, a Árvore, o Ancestral, o Fogo, o Leão, a Cobra e a Montanha – para isso leia nossos discursos anteriores em De Natura deorum.

XXI – Despedida

Agora que tudo está dito, mais
Sagrado, mais iluminado, mais ilustre
E mais querido irmão. Pelo nome
Do Mestre Secreto, Salve e Adeus.

Dado pelo trono da Irlanda,
Iona e toda Bretanha. Neste Dia de
Júpiter. Anno X, ¤ in 0º d 35’ 21”
Lua em Sagitário 28’ 6”
Vale de Londres

Secundum Ritum Gradus Nonæ O.T.O. Baphometi Epistola anno belli universalis ob periculum arcani perendi scripta O.T.O.

Baphomet X° Rex Summus Sanctissimus O.T.O. Grão Mestre Nacional e vitalício da Irlanda, Iona e toda a Bretanha, pelo nome do mestre secreto AUMGN.

Hermanúbis


Na Mitologia Clássica, Hermanúbis ou Ἑρμανοῦβις é um deus que combina Hermes (Mitologia Grega) com Anpu (Mitologia Egípcia). Ele é descrito como filho de Seth e Néftis. Hermes e Anpu possuem responsabilidades semelhantes, ambos são condutores de almas.
Ele era popular durante o período de dominação romana sobre o Egito. Descrito como tendo um corpo humano e cabeça de chacal, com o sagrado caduceu que pertencia ao deus grego Hermes, ele representou o sacerdócio egípcio, envolvido na investigação da verdade. Ao longo do tempo, começou a perder popularidade e na queda do Império Romano foi quase esquecido.

O nome divino Ἑρμανοῦβις é conhecido a partir de um punhado de fontes epigráficos e literários, na maior parte do período romano. Plutarco cita o nome como denominação de Anpu em seu aspecto do Submundo, enquanto Porfírio refere-se a Hermanúbis como σύνθετος "compositor" e μιξέλλην "meio-grego".

Embora não era comum na religião grega tradicional combinar os nomes de dois deuses dessa maneira, Hermanúbis tem alguns paralelos formais com o período anterior. O mais óbvio é o deus Hermafrodito, atestado a partir do século IV a.C em diante, mas o seu nome implica na união de dois deuses diferentes (Hermes e Afrodite), em vez de uma assimilação da forma de Hermanubis.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Daemon


Daemon (em grego δαίμων, transliteração daímôn, tradução "divindade", "espírito"), no plural daemones (em grego δαίμονες) é um tipo de ser que em muito se assemelha aos gênios da mitologia árabe.

A palavra daímôn se originou com os gregos na Antiguidade; no entanto, ao longo da História, surgiram diversas descrições para esses seres. O nome em latim é daemon, que veio a dar o vocábulo em português demônio.

São deuses de determinadas entidades da natureza humana. Xenócrates associava os deuses ao triângulo equilátero, os homens ao escaleno, e os daimons ao isósceles.

Seu temperamento liga-se ao elemento natural ou vontade divina que o origina. Não se fala em "bem" ou "mal". Um mesmo daemon pode apresentar-se "bom" ou "mau" conforme as circunstâncias do relacionamento que estabelece com aquele ou aquilo que está sujeito à sua influência.

No plano teleológico, os gregos falavam de eudaemon (εὐδαίμων, eu significando "bom", "favorável") e cacodaemon (κακοδαίμων, kakos significando "mau"):por isso, a palavra grega que designa o fenômeno da felicidade é Eudaimonia (εὐδαιμονία). Ser feliz para os gregos é viver sob a influência de um bom daemon. Assim é a forma como Sócrates se refere a seu daemon.

O conceito original entre os gregos ainda os conecta:

Aos elementos da natureza, surgidos em seguida aos deuses primordiais. Assim, há daimones do fogo, da água, do mar, do céu, da terra, das florestas, etc.
Há espíritos que regem ou protegem um lugar, como uma cidade, fonte, estrada, etc.
Às afetações humanas, de corpo e de espírito, tendo sido estes daimones criados depois. Entre eles estão: Sono, Amor, Alegria, Discórdia, Medo, Morte, Força, Velhice, Ciúmes etc.
O termo "daímôn" o gênio pessoal, foi usado por Sócrates quando ao contrário de seus colegas sofistas não abriu escola assim como não cobrou dinheiro por seus ensinamentos. Ele dizia que apenas falava em nome do seu "daímôn", do seu gênio pessoal.

A palavra "daímôn", da qual se originou o termo demônio, não era, na Antiguidade, tomada à parte má, como nos tempos modernos. Não designava exclusivamente seres malfazejos, mas todos os Espíritos, em geral, dentre os quais se destacavam os Espíritos Superiores, chamados de Deuses, e os menos elevados, ou Demônios propriamente ditos, que se comunicavam diretamente com os homens.

Lista de daemones

Nesta lista que segue abaixo, são descritos os signos mitológicos gregos, os quais foram obtidos através da aplicação do processo de antropomorfologia, personificando a essência dos daemons na cultura grega. Estes que são descritos abaixo, se distinguem da forma a qual Sócrates fazia suas referências, onde aqueles primeiros eram em sua forma mais sútil, isentos de personificações divinas como o que não ocorre com nos signos mitológicos em sua grande maioria, sendo estes últimos antropomorfos, e aqueles elementares destes últimos.

Cacodaemones (Κακοδαίμονες), é um grupo de espíritos maus que personificavam todos os males que devastam a humanidade.
Agatodaemones (Ἀγαθοδαίμονες) ou Eudaemones (Εὐδαίμονες), é um grupo de espíritos bons que personificavam as virtudes, que acompanham os homens como seus guardiões durante toda a vida.
Daemones Criseus (Δαίμονες Χρύσαιοι) ou Hagnos (Ἁγνοί) ou Epictônios (Ἐπιχθόνιοι), eram os espíritos bem-aventurados da Idade de Ouro, eram trinta mil espíritos habitantes dos céus, que vigiavam os atos dos homens e recompensavam os justos com prosperidade agrícola.
Daemones Argireus (Δαίμονες Ἀργύραιοι) ou Macaros (Μακαροί) ou Hiperctônios (Ὑπερχθόνιοι), eram os espíritos bem-aventurados da Idade de Prata, eram espíritos habitantes das profundezas da terra, que vigiavam os atos dos homens e recompensavam os justos com prosperidade agrícola.
Acrateia (Ἀκράτεια) era a personificação da intemperança.
Adefagia (Ἀδηφαγία) era a personificação da gula, da prosperidade agrícola e da fartura no lar.
Adicia (Ἀδικία) era a personificação da injustiça, companheira de Oizus, a miséria.
Aergia (Αἐργία) era a personificação da preguiça e da indolência, e habitava junto de Hesiquia, a quietude, no palácio de Hipnos.
Agon (Ἀγών) era a personificação dos concursos, desafios e disputas solenes, presente nos Jogos Olímpicos, nas peças teatrais e também nos debates e discussões filosóficas.
Aedos (Αἰδώς) ou Aesquine (Αἰσχύνη) era a personificação da vergonha, da humildade e do pudor, representava o sentimento da dignidade humana, tendo como qualidade o respeito ou a vergonha que reprime aos homens do inapropriado. 
Alala (Ἀλαλά) era a personificação do grito de guerra. Fazia parte do séquito de Ares, cujo grito de guerra era seu nome. Filha de Polemos.
Alastor (Ἀλάστωρ) era a personificação da punição contra a descendência daqueles que cometeram crimes contra a família. Era companheiro das Erínias.
Alce (Ἀλκή) era a personificação da força, da valentia e da coragem, e que acompanhava Ares, o deus da guerra, em suas batalhas.
Aleteia (Ἀλήθεια) era a personificação da verdade, da honestidade e da sinceridade. Seus opostos eram Dolos, a trapaça, Apate, o engano, e Pseudos, a mentira. Criada por Prometeu.
Alexiares (Αλεξιάρης) e Anicetos (Ανίκητος) eram dois deuses menores do Olimpo, que presidiam sobre a defesa de cidades fortificadas e cidadelas. Filhos de Héracles e Hebe.
Algos (Ἄλγος) ou as Algea (Ἄλγεα) era uma Daemon ou um grupo de Daemones que personificavam o sofrimento e a dor, tanto física quanto emocional, que traziam aos homens os lamentos e as lágrimas.
Acos (Ἄχος) era a dor física, a dor do corpo causada pelas doenças, pelos venenos e pelas feridas que podem levar à morte;
Ania (Ἀνία) era a dor psicológica, a dor da mente causada pelo estresse, os problemas e as aflições da vida;
Lipe (Λύπη) era a dor emocional, a dor do coração causada pelo sofrimento, pela tristeza e pelos problemas da vida sentimental;
Amecania (Ἀμηχανία) ou Aporia (Ἀπορία) era a personificação da impotência, da dificuldade, do desamparo e da falta de meios, era companheira de Penia, a pobreza, e Ptoqueia, a mendicidade.
As Anfilogias (Ἀμφιλογίαι) eram a personificação dos conflitos, das disputas e das contendas realizadas fora dos campos de batalha, na vida cotidiana.
Anaideia (Ἀναίδεια) era a personificação da crueldade, do despudor, e do imperdoável, ela era uma companheira de Hibris, o orgulho, e Coros, o desdém. 
As Androctasias (Ἀνδροκτασίαι) eram a personificação das matanças e dos homicídios ocorridos durante as guerras. Filhas de Éris.
Anesiquia (Ἀνησυχία) era a personificação da ansiedade e da aflição, era uma das servas pessoais de Afrodite, junto de Sineteia, os costumes, e Tlibere, a tristeza.

Angelia (Ἀγγελία) era a personificação das mensagens, das notícias e das proclamações. Ela era companheira de Arete, a virtude, e Eucleia, a excelência.

Anoia (Ἄνοια) era a personificação da demência, companheira de Lissa, a fúria, de Mania, a loucura, e de Coalemos, a estupidez.

Anteros (Ἀντέρως) era o deus do amor não correspondido. Ele punia os que desprezavam o amor e os cortejos do outro, portanto era o vingador do amor. Filho de Ares e Afrodite.

Apate (Ἀπάτη) era a personificação da malícia, do engano, do ardil, da fraude e da traição. Era companheira de Ate, a ruína, e de Dolos, a astúcia.

Apiles (Ἀπειλές) era a personificação das ameaças.

Afeleia (Ἀφέλεια), era a personificação da humildade e da simplicidade. Afeleia era companheira de Aedos, a modéstia, e de Eulabeia, a discrição.

As Aras (Ἀραί) eram a personificação das maldições, viviam no mundo subterrâneo junto a suas irmãs e companheiras, as Erínias.

Ate (Ἄτη), era a personificação da ruína, das ações irreflexivas e de suas conseqüências. Era companheira de Apate, o engano, e de Dolos, a astúcia. Filha de Éris.

Bia (Βία) era a personificação da força e da violência, filha de Palas e Estige, irmã de Zelos, disputa, Cratos, poder, e Nice, vitória, faziam parte do cortejo de Zeus.

Cacia (Κακία) era a personificação do vício e da imoralidade. Ela era descrita como uma horrenda mulher gorda e vaidosa, muito maquiada e vestida com roupas reveladoras.

Cairos (Καιρός) também chamado de Poros (Πόρος), era a personificação da oportunidade, da conveniência e dos meios para se conseguir algo. Como Cairos, era filho de Zeus e Tique, e como Poros era filho de Métis, mas também poderia ser considerado um deus primordial.

Cale (Καλή) ou Calis (Καλλείς) era a personificação da beleza e graça, Geralmente retratada como uma das três Cárites, possivelmente Aglaia, esposa de Hefesto, mãe das Cárites mais jovens.

Caronte (Χάρων) era o barqueiro do inferno, encarregado de orientar as sombras dos mortos recentes de um lado para o outro do rio Aqueronte, filho de Nix e Érebo.

Coalemos (Κοάλεμος) era a personificação da estupidez e da insensatez, companheira de Lissa, a fúria, de Mania, a loucura, e de Anoia, a demência.

Comos (Κώμος) era um Daemon ou Sátiro que personificava os festejos e as orgias, companheiro de Gelos, o riso. Filho de Dioniso.

Coros (Κόρος) era a personificação da insolência e o desdém. Era irmão de Dissébia, a impiedade, e filho de Hibris, o orgulho excessivo. 

Cratos (Κράτος) era a personificação da força e da violência, filha de Palas e Estige, irmã de Zelos, disputa, Bia, violência, e Nice, vitória, faziam parte do cortejo de Zeus.

Ctésios (Κτήσιος) era a personificação da proteção do lar e da propriedade. Era filho de Sóter, a salvação, e Praxidice, exigir justiça, e irmão das Praxidices: Arete, a virtude, Homonoia, a concórdia, e Calocagatia, a nobreza. 

Deimos (Δείμος) era a personificação do terror, companheiro inseparável de Fobos, o medo. Era filho de Ares e de Afrodite, alguns o consideram filho de Éter e Gaia.

Deris (Δηρίς) era a personificação todos os tipos de lutas realizadas pelos homens, tanto no cotidiano quanto na guerra.

Diceosine (Δικαιοσύνη) era a personificação da equidade, da conduta justa e correta dos homens em sua vida diária, diferente de Dice, a justiça legal, baseada em leis propostas por uma sociedade. Filha de Nomos, a lei, e Eusebia, a piedade, ou possivelmente uma filha de Zeus.

Dolos (Δόλος) era a personificação do ardil, da fraude, do engano, da astúcia, das malícias, das artimanhas e das más ações. Era companheiro de Apate, o engano, e de Ate, ruína.

Disnomia (Δύσνομια) era a personificação da desordem civil e a ilegalidade. companheira de Adicia, a injustiça, de Ate, a ruína, e de Hibris, o orgulho. Filha de Éris.

Dissébia (Δυσσέβια) era a personificação da impiedade. Ela era filha de Hibris, o orgulho, e irmã de Coros, o desprezo. 

Ecequeria (Ἐκεχειρία) era a personificação da trégua e o cessar das hostilidades. Companheira da deusa Irene, a paz. Ela era homenageada em Olímpia, durante os Jogos Olímpicos, quando era declarada uma trégua geral entre os estados da Grécia.

Eleos (Ἔλεος) era a personificação da piedade, da caridade e da misericórdia. Companheiro de Eusebia, a piedade.

Eleutheria (Ἐλευθερία) era a personificação da liberdade.

Elpis (Ἐλπίς) era a personificação da esperança, mãe de Feme, a fama. Ela é descrita como uma jovem mulher geralmente carregando flores e a cornucópia. É mencionada no mito da caixa de Pandora, na qual estava encerrada. 

Enédra (Ἐνέδρα) era a personificação da emboscada.

Ênio (Ἐνυώ) era uma antiga deusa destruidora de cidades e é representada coberta de sangue e levando as armas de guerra. Era estava sempre junto de Fobos e Deimos como companheiros de Ares, alguns diziam que era como sua irmã, mas com ele foi mãe de Enialios.

Enialios (Ἐνυάλιος), era um deus menor da guerra e um atendente de Ares, seu filho com Ênio, a carnificina, assim como sua mãe, era o deus responsável pelos horrores da guerra e a destruição das cidades.

Epialos (Ἐπιάλος) Epialtes (Ἐπιάλτης) ou Epiales (Ἐπιάλης) era a personificação dos pesadelos, enquanto que seu irmão Oniros era dos sonhos, faziam parte dos inúmeros filhos da deusa Nix, ou de Hipnos e Pasiteia. 

Epidotes (Ἐπιδώτης) era a personificação da purificação, que desviava a ira de Zeus. Era assistente de Apolo que presidia sobre os ritos de purificação que eliminam contaminação pelos assassinatos.

Epifron (Ἐπίφρων) era a personificação da prudência, e com ela a sagacidade, a reflexão e a solicitude.

Eremia (Ἤρεμία) era a personificação da quietude. Companheira de Aergia, Hesiquia e Eucolia.

Éris (Ἔρις) é a deusa da discórdia, filha de Nix, ou segundo outros de Zeus e Hera, companheira inseparável de Ares, foi a responsável por dar início a Guerra de Tróia.

Érides (Ἔριδες) eram um grupo de Daemones, filhos de Éris, que personificavam os malefícios que assolavam toda a humanidade, geralmente associados com a Guerra e a Matança.

Ponos (Πόνος), o esforço.
Lete (Λήθη), o esquecimento.
Limos (Λίμος), a fome
As Algea (Ἄλγεα), as dores,
As Hisminas (Ὑσμίναι), as disputas.
As Macas (Μάχαι), as batalhas
Os Fonos (Φόνοι), as matanças.
As Androctasias (Ἀνδροκτασίαι), os massacres.
As Neicea (Νείκεα), as rixas.
As Pseudea (Ψεύδεα), as mentiras.
As Anfilogias (Ἀμφιλογίαι), as ambiguidades.
Disnomia (Δύσνομια), a desordem.
Ate (Ἄτη), a ruína.
Horcos (Ὅρκος), o juramento. 
Eros (Ἔρως) era o Daemon ou Deus responsável pela atração sexual, pelo amor e pelo desejo, venerado também como um deus da fertilidade. De acordo com cada versão, poderia ser um deus primordial, nascido junto do Caos, ou um filho de Nix e Érebos, mas geralmente é considerado um filho de Ares e Afrodite. Pai de Hêdone com a mortal Psique.

Os Erotes (Ἔρωτες) são um grupo de deuses alados do amor e do desejo sexual, e fazem parte do cortejo de Afrodite, acompanham Eros e Anteros. Individualmente os Erotes são por vezes ligados aos aspectos particulares do amor, e estão freqüentemente associados com o desejo do mesmo sexo.

Filotes (Φιλότης) o carinho.
Himeros (Ἵμερος) o desejo.
Pothos (Πόθος) a saudade.
Hermafrodito (Ἑρμαφρόδιτος), a alma-gêmea.
Hedilogos (Ἡδυλόγος ) os cortejos.
Himeneu (Ὑμέναιος), o casamento.
Hêdone (Ἡδονή) o prazer.
Étos (Ἤθος) era a personificação da ética, a inclinação de uma personalidade, filho de Nomos, a lei, e Eusebia, a piedade, e irmão de Nous, o pensamento, Sofia, a sabedoria, e Diceosine, a justiça natural.

Eucleia (Εὐκλεία) era a personificação da boa reputação, companheira das três Cárites mais jovens, Eufeme, a aclamação, Eutenia, a prosperidade, Filofrosine, a amabilidade, filhas de Hefestos e Aglaia.

Eucolia (Εύκολία) era a personificação do ócio, da facilidade. Companheira de Aergia, Hesiquia e Eremia.

Eudaimonia (Εὐδαιμονία) era a personificação da alegria e da felicidade. Geralmente retratada como uma das três Cárites, possivelmente Eufrosine.

Eufeme (Εὐφήμη) era a personificação da aclamação, companheira das três Cárites mais jovens, Eucleia, a boa reputação, Eutenia, a prosperidade, Filofrosine, a amabilidade, filhas de Hefestos e Aglaia.

Eulábeia (Εὐλάβεια), era a personificação da discrição e da cautela, companheira de Afeleia, a simplicidade, e de Aedos, a modéstia.

Eusebia (Εὐσέβια) era a personificação da piedade, da lealdade e do respeito filial, ela era esposa de Nomos, a lei, com quem foi mãe de Diceosine, a justiça natural, além de Étos, a personalidade, Nous, o pensamento, e Sofia, a sabedoria.

Eupraxia (Εὐπραξία) era a personificação do êxito e da boa conduta. Era considerada uma filha de Sóter, a proteção, e Peitharquia, a obediência. 

Eutênia (Εὐθενία) era a personificação da prosperidade e a abundância, companheira das três Cárites mais jovens, Eucleia, a boa reputação, Eufeme, a aclamação, e Filofrosine, a amabilidade, filhas de Hefesto e Aglaia.

Feme (Φήμη) ou Ossa (Ὄσσα) era a personificação dos rumores, as fofocas e a fama. Considerada uma mensageira de Zeus. Alguns a consideram como filha de Élpis, de Afrodite, de Oceano e Tétis, ou a última filha de Gaia.

Filofrósine (Φιλοφροσύνη) era a personificação da amabilidade, companheira das três Cárites mais jovens, Eucleia, a boa reputação, Eufeme, a aclamação, Eutênia, a prosperidade, filhas de Hefesto e Aglaia.

Filotes (Φιλότης) era a personificação da amizade e do carinho, da ternura e do afeto, tanto emocional quanto sexual, estava relacionada ao amor entre familiares, ou entre o mestre e seu aluno. Ela era a filha de Nix.

Fobos (Φόβος) era a personificação do medo. Geralmente era o filho de Ares e Afrodite, ele e seu irmão Deimos, terror, acompanhavam seu pai em cada batalha. Mas também poderia ser filho de Éter e Gaia.

Os Fonos (Φόνοι) eram a personificação dos assassinatos e as matanças que ocorriam fora dos campos de batalha, no cotidiano. Filhos de Éris.

Frice (Φρίκη) era a personificação do horror, o pânico e o desespero, companheira de Fobos, medo, e Deimos, terror. 

Ftisis (Φθίσις) era a personificação da decadência e do desperdício. 

Ftonos (Φθόνος) era a personificação do ciúme e da inveja. Ele era associado em particular com as paixões do amor ciumento. Poderia ser filho de Afrodite e Dioniso. 

Fuge (Φύγη) era a personificação da fuga ou do exílio, companheira de Fobos, o medo, e Deimos, o terror.

Gelos (Γέλως) era um Daemon ou Sátiro que personificava o riso e a alegria, companheiro de Comos, a orgia. Filho de Dioniso.

Geras (Γήρας) era a personificação da velhice, desprezado pelos deuses e pelos homens, e que era tido como companheiro e prelúdio inevitável de Tânato, a morte. 

Hemomixia (Ἁιμομιξία) era a personificação do incesto.

Harmonia (Ἁρμονία) é a deusa da harmonia e da concórdia, embora fosse filha de Ares e Afrodite, não era considerada entre os deuses olímpicos, era a única irmã de Eros, a atração, Anteros, a repulsão, Fobos, o medo, e Deimos, o terror. 

Hebe (Ἥβη) era a personificação da juventude, embora fosse filha de Zeus e Hera, não era considerada entre os deuses olímpicos, era a copeira dos deuses: enchia suas taças com néctar, era uma serva particular de Hera e atrelava os cavalos a seu carro e banhava e vestia seu irmão Ares. Se casou com Héracles com quem foi mãe de dois filhos, Alexiares e Anicetos.

Hêdone (Ἡδονή) era a personificação de todos os tipos de prazeres da vida, mas principalmente o prazer sexual. Filha de Eros, o amor, e da mortal Psique. 

Hedilogos (Ἡδυλόγος) era a personificação das palavras doces, os elogios e os cortejos, e por isso era considerado como um dos Erotes. As vezes era listado entre os filhos de Afrodite e Hermes, e por isso irmão de Peito, a persuasão.

Hermafrodito (Ἑρμαφρόδιτος) era um filho de Hermes e de Afrodite, foi amado pela Ninfa Salmacis que suplicou aos deuses para uni-los para sempre, por esse motivo se tornou um deus de ambos os sexos, personificação das almas-gêmeas, era considerado como um dos Erotes.

Hesiquia (Ἡσυχία) era a personificação da calma, do repouso, do silêncio e da quietude. Ela era filha de Dice, deusa de justiça, e vivia junto de Aergia, a preguiça, no palácio de Hipnos.

Himeros (Ἵμερος) era a personificação da paixão e da luxúria causada pelo desejo sexual, era considerado como um dos Erotes.

Horcos (Ὅρκος) era a personificação dos juramentos e velava por seu cumprimento, castigando o perjúrio. Filho de Éris. Também poderia ser considerado filho de Éter e Gaia.

Hormes (Ὅρμης) era a personificação do impulso criativo, da ação iniciada, do esforço, do empenho e do entusiasmo que gera o trabalho. 

Hibris (Ὕβρις) era a personificação da insolência, da arrogância, do excesso de orgulho e da falta de moderação, mãe de Coros, o desdém, e Dissebia, a impiedade. 

Himeneu (Ὑμέναιος) também conhecido como Himen (Ὑμέν), é o deus das cerimônias de casamento, era o inspirador das festas e das canções. Filho de Apolo e Afrodite ou de Dioniso e Afrodite, ou de Apolo e uma das Musas, Caliope, Terpsicore, Urania ou Clio, ou ainda filho do mortal Magnes. 

Hiperopsia (Ὕπεροψία) era a personificação doa soberba.

Hipnos (Ὕπνος) era personificação do sono. Sua mãe era Nix, e era irmão gêmeo de Tânato, a morte. Vivia em um palácio na Trácia ou junto de sua mãe e irmão em um palácio no reino do mortos. Era pai dos Oniros, sonhos, com a Cárite Pasiteia. 

As Hisminas (Ὑσμίναι) eram a personificação dos combates e das disputas que ocorriam fora dos campos de batalha, no cotidiano. Filhas de Éris.  

Ilítia (Εἰλείθυια) era a deusa dos nascimentos e protetora dos bebês, patrona das parteiras, embora fosse filha de Zeus e Hera, não era classificada entre os deuses olímpicos, mas sim como uma deusa menor, auxiliar de outras deusas parteiras, como Ártemis, Hecáte e Cloto. 

Ioce (Ἰωκή), era a personificação da perseguição no campo de batalha, e que acompanhava Ares em suas batalhas.  

Iscnasia (Ἰσχνασία), era a personificação da devastação, da desolação e do desperdício, ligadas a morte e ao sofrimento. 

Lete (Λήθη) era a personificação do esquecimento, filha de Éris, é também um dos rios do inferno que corre sobre os Campos Elísios. Beber de suas águas provocava um esquecimento completo.  

Limos (Λίμος), era a personificação da fome, filha de Éris. a mando de Deméter, castigou o rei Erisicton com uma violenta fome, por este ter violado um bosque sagrado da deusa. 

As Litas (Λιταί) eram a personificação das orações e das súplicas que os homens faziam nos momentos em que Ate, desespero e desgraça, são causados geralmente por sua Hibris, orgulho excessivo. 

Lugra (Λυγρά) eram a personificação das pragas que devastam a humanidade. É mencionada no mito da caixa de Pandora, na qual estava encerrada.  

Lissa (Λύσσα) era a personificação da ira, da raiva, da fúria desenfreada, nasceu de Nix fecundada pelo icor de Urano ao ser castrado por Cronos, companheira de Coalemos, a estupidez, de Mania, a loucura, e de Anoia, a demência. 

Macas (Μάχαι) eram a personificação das batalhas e os combates que ocorriam durante a guerra. Filhas de Éris, formavam um grupo de Daemones que acompanhavam Ares: 

Proioxis (Προίωξις, ) a investida, é a personificação da investida, o ataque, o avanço nos campos de batalha;  
Palioxis (Παλίωξις), a retirada, é a personificação da retirada, a fuga, o retrocesso dos campos de batalha;
Cidoimos (Κύδοιμος), a desordem, ou Homados (Ὅμαδος), o tumulto, é a personificação da confusão, do tumulto, do fragor da batalha.
Mania (Μανία) ou Manias (Μανίαι) eram a personificação da loucura, da demência, da insanidade e do frenesi sagrado. companheira de Coalemos, a estupidez, de Lissa, a fúria, e de Anoia, a demência.

Megalopsiquia (Μεγαλοψυχία), era a personificação da magnanimidade, a superioridade alcançada pela glória, pela virtude e pela a nobreza. Companheira das Praxidices: Arete, a virtude, Homonoia, a unidade, e Calocagatia, a nobreza.

Mete (Μέθη) era uma Ninfa bacante que personificava a embriaguez, companheira de Dioniso, esposa de Estafilos, o cacho de uvas, e com este mãe de Botris, fruta da uva. 

As Moiras (Μοίραι) três deusas que personificavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos homens. Eram três mulheres lúgubres, vestidas com túnicas brancas, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos, podiam ser filhas de Nix, ou de Zeus e Têmis, ou ainda de Aeon e Ananque.

Cloto (Κλωθώ) a fiandeira, segurava o fuso e tecia o fio da vida.
Láquesis (Λάχεσις) a distribuidora, puxava e enrolava o fio tecido e media o seu comprimento.
Átropos (Άτροπος) a inevitável, ela cortava o fio da vida.
Momo (Μώμος) era a personificação do sarcasmo, da zombaria, da crítica, e da ironia. Vivia no Olimpos, até ser expulso para a Terra, por causa de suas constantes zombarias com os deuses.

Moros (Μόρος) ou Oletros (Ὀλέθρος), era a personificação da sorte, do destino e da condenação iminente dos homens. junto com seus irmãos, as Moiras, as distribuidoras do destino, Quer, a fatalidade, as Queres, a morte violenta, e Tânato, a morte tranquila, eles formavam um grupo de divindades que presidiam sobre o destino, também poderia ser associado com Aeon, um deus primordial.

Neicos (Νεικός) ou as Neicea (Νείκεα), era a personificação do ódio, da raiva, das disputas, das rixas, das queixas, das discussões e das ofensas. Filhos de Éris.

Nêmesis (Νέμεσις) era uma Daemon ou uma Deusa que personifica a distribuição equitativa da justiça, da ética e da moral, do castigo, da vingança e da fortuna. Castigava aos orgulhosos, os que não obedeciam aos deuses, aos filhos desobedientes a seus pais, vingava aos amantes infelizes.

Nice (Νίκη) era a personificação da vitória, filha de Palas e Estige, irmã de Zelos, disputa, Bia, violência, e Nice, vitória, faziam parte do cortejo de Zeus. Representada por uma mulher alada com uma coroa de louro na mão, capaz de correr e voar com grande velocidade, era a portadora da boa sorte.

Nomos (Νόμος) era a personificação da lei cívica, estabelecida pelo estado e pela sociedade, os direito e deveres, os bons costumes, matinha a ordem e a harmonia entre os homens e seu comportamento em sociedade. Com Eusebia, a piedade, e foi pai de Diceosine, a justiça natural, de Étos, a ética, de Nous, o pensamento, e de Sofia, a sabedoria. 

Nosoo (Νόσοως) ou os Nosos (Νόσοι) eram a personificação das doenças, que devastam a humanidade. É mencionada no mito da caixa de Pandora, na qual estava encerrada.

Nous (Νούς) era a personificação da inteligência, do pensamento e da razão, filho de Nomos, lei, e Eusebia, piedade, irmão de Diceosine, a justiça natural, de Étos, a ética, e de Sofia, a sabedoria. 

Oizus (Ὀιξύς) era a personificação da angústia, da miséria e da tristeza. Companheiro das Algea, as dores, de Limos, a fome, de Penia, a pobreza, de Ptoqueia, a mendicidade, de Amecania, a necessidade, e de Pentos, os lamentos.

Oniro (Ὄνειρος) ou os Oniros (Ὄνειροι) eram a personificação dos sonhos, geralmente eram mensageiros de Zeus aos homens, viviam em um palácio no reino dos mortos, e todas as noites atravessavam dois portais, um de chifres e um de marfim, geralmente era um filho de Nix, ou vários filhos de Hipnos e Pasiteia:

Morfeu (Μορφεύς), a forma, que se destaca como chefe dos Oniros, é o responsável por produzir as imagens humanas nos sonhos e levar mensagens aos homens. 
Icelo (Ἴκελος), o semelhante, ou Fobetor (Φοβήτορ), o temido, que aparece nos sonhos com forma de serpente, pássaro ou qualquer outro animal. 
Fantaso (Φάντασος), a imagem, que apresenta imagens de terra, rochas, água e madeira. 
Oporia (Ὀπωρία) era a personificação da prosperidade e da abundância agrícola, associada com a generosidade das ricas colheitas.

Paeon (Παιήων) era um Deus da cura, era principalmente o médico dos deuses, que foi assimilado mais tarde pelo culto de Apolo e de Asclépio. 

Paregoros (Παρηγόρος) era a personificação do consolo, o conforto e as palavras suaves. Era uma companheira de Afrodite, assim como Peito, a persuasão, poderia ser filha de Hermes e Afrodite, ou de Oceano e Tétis.

Peitarquia (Πειθαρχία) era a personificação da obediência ao comando, uniu-se a Sóter, a proteção, e gerou Eupraxia, a boa conduta. 

Peito (Πειθώ) era a personificação da persuasão e as palavras sedutoras. Era uma companheira de Afrodite, assim como Paregoros, conforto, poderia ser filha de Hermes e Afrodite, ou de Oceano e Tétis. 

Penia (Πενία) era a personificação da pobreza, a necessidade, a dificuldade, a falta de meios, era odiada e marginalizada por todos os homens. Era companheira de Ptoqueia, a mendicidade, e Amecania, o desamparo, também poderia ser associada com Ananque, a necessidade, como uma deusa primordial. 

Pentos (Πένθος) era a personificação da dor, do luto, do sofrimento, da tristeza, do pesar e da lamentação, que traziam aos homens as lágrimas. Companheiro das Algea, as dores, de Limos, a fome, de Penia, a pobreza, de Ptoqueia, a mendicidade, de Amecania, a necessidade, e de Oizus, a miséria. 

Pistis (Πίστις) era a personificação da confiança, da honestidade e da boa fé.  

Plutos (Πλούτος) ou Eniatos (Ἐνιάτος) era a personificação da riqueza e da prosperidade. Antigamente era associado exclusivamente com a generosidade das ricas colheitas. Mais tarde, ele passou a representar a riqueza em termos mais gerais. Filho de Tique, a fortuna, ou de Deméter e Iasion. 

Poine (Ποινή) ou Poines (Ποιναί) eram a personificação da vingança, da punição, do castigo e da penalidade lançada aos homens culpados por homicídio. Estava relacionada com Praxidices, impõe a justiça, e com as Erínias, as vingadoras dos terríveis crimes contra os pais. 

Polemos (Πολέμος) a personificação da guerra e da batalha, tanto no campo de batalha quanto fora dele. Era mãe de Alala, o grito de guerra, companheira das Macas, as batalhas, Androctasias, os massacres, Hisminas, as disputas, e os Fonos, os assassinatos. 

Pompe (Πόμπη) era a personificação do cortejo religioso, principalmente, as procissões de fertilidade realizadas em honra de Dioniso.  

Ponos (Πόνος) era a personificação do trabalho pesado, do esforço necessário, e da fadiga, como o trabalho exigido aos agricultores com o intuito de sobreviver. Filho de Éris. 

Poros (Πόρος) era a personificação da oportunidade, a conveniência, os meios para se conseguir algo e da utilidade, unido com Penia, a pobreza, foi pai de Eros. Poderia ser associado a Cairos ou Aeon, como um deus primordial. 

Potos (Πόθος) era a personificação do anseio e da nostalgia provocadas pela paixão, de humor inconstante, filho de Zéfiro e Íris. Era considerado um dos Erotes, companheiros de Afrodite. 

Praxidice (Πραξιδίκη) era a personificação da justiça exata, impossível de escapar, vivia no mundo dos mortos junto com Poine, a punição, com Sóter, a salvação, teve três filhas: Arete, a virtude, e Homonoia, a unidade, Calocagatia, a nobreza, além de Ctésios, o lar. 

As Praxidices (Πραξιδίκαι) eram a personificação da justiça exata, impossível de escapar. Eram três filhas de Sóter, a proteção, e Praxidice, a justiça exata, e viviam no mundo dos mortos ao lado das Poines e Erínias. 

Arete (Ἀρέτη), virtude, personificava a virtude, a excelência, a bondade e a coragem. 

Homonoia (Ὁμόνοια), unidade, personificava a concórdia, a conciliação, e a unidade de pensamento. 
Calocagatia (Καλοκαγαθία), nobreza, personificava a honra, a nobreza e a bondade. 
Profasis (Πρόφασις) era a personificação da humildade e o perdão, que desculpa os males causados pelos homens, pela mentira, a falsidade e a difamação, fugiu para o céu junto de Aedos e Nêmesis quando o homem foi dominado por esses sentimentos.

Pseudos (Ψεύδος) ou as Pseudea (Ψεύδεα) eram a personificação das mentiras e das falsidades. Eram companheiras de Apate, o engano, de Ate, ruína, de Dolos, as artimanhas.

Ptoqueia (Πτωχεία) era a personificação da mendicidade, portanto, era odiada e marginalizada por todos os homens. Era companheira de Penia, a pobreza, e Amecania, o desamparo,

Quer (Κήρ) também chamada de Ananque, era a personificação do destino cruel, fatal e impossível de escapar, ela traz a morte aos homens. Como Quer era considerada um filha de Nix, mas como Ananque, era considerada uma deusa primordial.

As Queres (Κήρες) eram a personificação da morte violenta, lideradas por Quer, a fatalidade, que junto de Moros, o destino, e das três Moiras, deusas do destino, formavam um grupo que presidia sobre o destino dos homens. Companheiras de Tânato, nas batalhas.

Sofia (Σοφία) era a personificação da sabedoria e o conhecimento, geralmente ligada a filosofia, aos grandes mestres do passado, as experiências da vida que surgem com o decorrer da idade, companheira de Geras, a velhice. Filha de Nomos, a lei, e Eusébia, a piedade.

Sóter (Σωτήρ) era a personificação da segurança, da proteção e do livramento do mal. Com Peitarquia, a obediência, e gerou Eupraxia, a boa conduta, depois com Praxidice, a exigir justiça, e gerou as Praxidices: Arete, a virtude, Homonoia, a concórdia, e Calocagatia, a nobreza, também foi pai de Ctesios, o lar.

Sofrosine (Σωφροσύνη) era a personificação da moderação, da discrição e do auto-controle.

Sineteia (Συνήθεια) era a personificação dos hábitos e dos costumes, especialmente aqueles relacionados as tradições do matrimônio, era uma das servas pessoais de Afrodite, junto de Anesiquia, a ansiedade, e Tlibere, a tristeza.

Tecmor (Τέκμωρ) era a personificação da meta, do objetivo e da finalidade. Poderia ser associada com Penia, a pobreza, assim como uma deusa primordial.

Tecne (Τέχνη) era a personificação da arte, da habilidade técnica e dos trabalhos manuais. Ela foi associada com os ferreiros e os artesãos. 

Telete (Τελέτη) era uma Ninfa bacante que personificava os ritos de iniciação e consagração das orgias báquicas. Ela era filha de Dioniso com a Ninfa Niceia, e acompanhava o cortejo de seu pai.

Tânato (Θάνατος) era a personificação da morte não violenta. Seu toque era suave, como o de seu irmão gêmeo Hipnos, o sono. Vivia em um palácio na Trácia ou junto de sua mãe e irmão em um palácio no reino do mortos.

Teoria (Θεωρία) era a personificação das festas, da alegria e da felicidade da lavoura, foi associada com a alegria proporcionada nos banquetes no Simpósio. 

Tlibere (Θλιβερή) era a personificação da tristeza, era uma das servas pessoais de Afrodite, junto de Sineteia, a os costumes, e Anesiquia, a ansiedade. 

Trasos (Θράσος) era a personificação da imprudência, da audácia, da insolência e da ação excessiva. Era companheiro de Ate, a ruína, e Híbris, o orgulho. 

Zelos (Ζῆλος) era a personificação da rivalidade, filho de Palas e Estige, irmão de Cratos, poder, Bia, violência, e Nice, vitória, faziam parte do cortejo de Zeus.