terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Biografia Julius Lothar Meyer

Julius Lothar Meyer (Varel, 19 de agosto de 1830 — Tübingen, 11 de abril de 1895) foi um químico alemão.

Formado em medicina, dedicou-se entretanto à química. Foi professor de química em algumas universidades. Irmão do físico Oscar Emil Meyer.

Em 1860, em um Congresso em Karlsruhe, na Alemanha, muitos cientistas discutiam sobre pesos atômicos e pesos equivalentes dos elementos. Meyer participou deste Congresso e buscou encontrar uma relação entre os pesos atômicos e as propriedades dos elementos quimicos.

Meyer procurou calcular o volume atômico dos elementos descobertos até então, 63 elementos. Em 1870, Meyer mostrou a relação de periodicidade entre volume atômico e massa atômica, traçando um gráfico destas propriedades. Após isso ele tentou mostrar a mesma relação de periodicidade de outras propriedades dos elementos, em função da massa atômica.
Praticamente na mesma época, Dmitri Mendeleiev consegue mostrar uma relação de periodicidade de várias propriedades dos elementos em função da massa atômica. Entretanto, o seu trabalho recebeu maior destaque, pois, até mesmo, previa elementos desconhecidos na época.

Biografia Johann Wolfgang Döbereiner


Johann Wolfgang Döbereiner (Holf, 13 de dezembro de 1782 — Jena, 24 de março de 1849), foi um químico alemão.Filho de um cocheiro,Döbereiner era em grande parte autodidata. Conseguiu obter um cargo como farmacêutico e frequentava avidamente as conferências públicas locais sobre ciência que se realizavam usualmente. Seu conhecimento químico precoce valeu-lhe a atenção de Karl August, duque de Weimar, que finalmente lhe assegurou uma nomeação para a Universidade de Jena. Ali suas aulas eram regularmente assistidas por Goethe, que tinha um interesse tão intenso em ciência que, em certa época, considerou suas atividades nesse campo mais importantes que seus escritos, tendo influenciado, também, mais tarde, o pensador científico, o filósofo Schopenhauer.

Quando estava trabalhando em suas próprias ideias morfológicas, em 1829,percebeu que o recém-descoberto elemento bromo tinha propriedades que pareciam situar-se a meio caminho entre as do cloro e as do iodo. Não só isso, seu peso atômico ficava exatamente a meio caminho entre os desses dois elementos.

Döbereiner começou a estudar a lista dos elementos conhecidos, registrados com suas propriedades e pesos atômicos, e acabou descobrindo outros dois grupos de elementos com o mesmo padrão. O estrôncio situava-se a meio caminho (em peso atômico, cor, propriedades e reatividade) entre o cálcio e o bário; e o selênio podia ser igualmente situado entre o enxofre e o telúrio. Döbereiner chamou esses grupos de tríades, e começou uma ampla investigação dos elementos em busca de outros exemplos, mas não conseguiu encontrar mais. A “lei das tríades” de Döbereiner aplicava-se aos 54 elementos conhecidos. Ele também foi o descobridor dos elementos: Háfnio (Hf), Zircônio (Zr), Crômio (Cr) e Frâncio (Fr).

Contribuiu para o desenvolvimento da tecnologia dos vidros ópticos quando preparou e caracterizou quanto à refracção e à difracção vidros em cuja composição introduziu o bário e o estrôncio.

O escritor alemão Goethe era um amigo de Döbereiner, participaram de suas palestras semanais, e usou suas teorias de afinidades químicas como base para os seus famosos romances As Afinidades Eletivas, de 1809.

Biografia John Alexander Reina Newlands


John Alexander Reina Newlands (Londres, Inglaterra, 26 de novembro de 1837 — Londres, 29 de julho de 1898) foi um químico britânico.

Foi um químico industrial. Trabalhou em uma usina de açúcar, como químico chefe, e chegou a escrever um tratado sobre o açúcar.

Em 1863, Newlands propôs uma classificação dos elementos químicos. Ordenou os elementos químicos com propriedades semelhantes, em 11 grupos, nos quais os elementos semelhantes possuíam massas em uma relação de multiplicidade 8. Esta era a “Lei das Oitavas”, que buscava a ordenação dos elementos químicos seguindo o exemplo da música, como as notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó, ré, mi, fá ...). Esta foi uma tentativa de ordenação dos elementos químicos, que mostrava uma certa periodicidade.

Seu trabalho ficou conhecido como Lei das Oitavas de Newlands, e pode-se dizer que em alguns aspectos fora a mais eficiente classificação dada aos elementos até então. Entretanto, em alguns casos essa regularidade não era observada; “… as propriedades do ferro não são parecidas com as do enxofre e as do oxigênio, e nem o comportamento do manganês lembra o do fósforo ou o do nitrogênio: enquanto o manganês e o ferro são elementos metálicos, duros e bons condutores térmicos e elétricos, o fósforo e o enxofre não têm características metálicas, são relativamente moles e maus condutores de calor e cargas elétricas”.

Assim, apesar de apresentar uma maior sofisticação que os anteriores e de constituir um importante passo ao estabelecimento definitivo da classificação periódica dos elementos, Newlands em sua tabela não encontrou grande receptividade entre os químicos da época. “Conta-se mesmo que, em ocasião em que Newlands exibia seu trabalho perante os membros da London Chemical Society, o físico Carey Foster teria perguntado a Newlands se este, por acaso, não teria descoberto também alguma lei distribuindo os elementos na ordem crescente das iniciais de seus nomes.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Biblioteca


Biblioteca (do grego βιβλιοϑήκη, composto de βιβλίον, biblion - "livro", e ϑήκη theca - "depósito"), na definição tradicional do termo, é um local em que são guardados livros, documentos tridimensionais e demais publicações para o público estudar, ler e consultar estas obras. Dessa forma, os três objetivos das bibliotecas são:

A guarda dos livros e demais publicações em local livre de perigo, onde não sejam roubados, incendiados e demais perigos; conservação, que não sejam estragados porque o público manuseia constantemente as obras, ou porque os documentos ficam úmidos, quentes e ou situações similares; a organização segundo algumas regras para catalogar e arquivar as obras impressas, com intuito de que seja possível de se encontrarem de maneira imediata por meio de classificações como autor, assunto, ou diferente característica de importância.

Os profissionais que lidam com esses objetivos são os bibliotecários, com formação em biblioteconomia, curso ensinado em instituições de ensino superior. Para os visitantes, as bibliotecas têm três finalidades básicas: estudar, ler e consultar as obras.O público procurador comum das bibliotecas está buscando um estudo sobre um certo tema, de simples leitura por diversão, ou de realização de pesquisa a respeito de alguns assuntos. Por essa razão mesmo, há uma grande variedade de pessoas que visitam as bibliotecas quando se é tratado de bibliotecas generalistas. Hoje em dia, as bibliotecas não são somente guardiãs de livros, porém, da mesma forma, de dicionários, enciclopédias, monografias, manuais, documentos tridimensionais, almanaques, atlas, jornais, revistas, mapas, cartazes, manuscritos, filmes, discos, CDs, fitas, VHS, DVDs, BDs, ou bancos de dados, fotografias, telas e microfilmes. Revistas e jornais são classificados como material periódico, também são organizados e armazenados em uma seção da biblioteca denominada hemeroteca - espaço próprio para este tipo de material informativo.
Porém, o velho conceito de "depósito de livros" foi redefinido para "ambiente físico ou virtual destinado à coleção de informações com a finalidade de auxiliar pesquisas e trabalhos escolares ou para praticar o hábito de leitura, material este seja impressos em folhas de papel ou ainda digitalizadas e armazenadas em outros tipos de materiais, tais como CD, fitas, VHS, DVD ou bancos de dados.
A disciplina que rege o funcionamento das bibliotecas é a Biblioteconomia, onde as Leis de Ranganathan ou Cinco Leis da Biblioteconomia são os princípios fundamentais.As Bibliotecas também são denominadas CDI (centros de documentação e informação). São normativamente locais de silêncio para não interromper a leitura de terceiros.

Bibliotecas no mundo: uma epopeia histórica

Guardar o conhecimento, a cultura, a produção cientifica das Civilizações é uma tarefa difícil, pois o nascimento e a decadência de impérios é uma constante da história. Nesse sentido os mosteiros tiveram um papel fundamental: muito da cultura grega, romana, celta, nórdica e cristã da Antiguidade e Medieval foi preservada pelo trabalho árduo e silencioso dos monges copistas. Não por acaso, no século VIII d.C., já surgiam anexas aos mosteiros: grandes centros culturais, as Escolas Monacais.

Momentos históricos

Toda a saga das bibliotecas antecede a própria história do livro e vai encontrar abrigo no momento em que a humanidade começa a dominar a escrita. As primeiras bibliotecas que se tem notícia são chamadas "minerais", pois seus acervos eram constituídos de tabletes de argila: depois vieram as bibliotecas vegetais e animais, constituídas de rolos de papiros e pergaminhos. Essas são as bibliotecas dos babilônios, assírios, egípcios, persas e chineses. Mais tarde, com o advento do papel, fabricado pelos árabes, começam-se a formar as bibliotecas de papel e, mais tarde, as de livro propriamente dito.
Até o momento, os historiadores acreditam que a biblioteca mais antiga seja a do rei Assurbanípal (século VII a.C.), cujo acervo era formado de placas de argila escritas em caracteres cuneiformes. Mas nenhuma foi tão famosa como a biblioteca de Alexandria, no Egito. Ela teria de 40 a 60 mil manuscritos em rolos de papiro, chegando a possuir 700 mil volumes. A sua fama é atribuída, além à grande quantidade de documentos, também aos três grandes incêndios de que foi vítima. Em outubro de 2002 o governo do Egito inaugurou a nova biblioteca Alexandria, desta vez um complexo cultural com bibliotecas, museus, áreas para exposições, centros educacionais e um centro para convenções internacionais. A nova biblioteca adotou modernos recursos de tecnologia, além de ter capacidade para até 8 milhões de volumes e lugares para 3.500 leitores.
Mas outras bibliotecas também tiveram grande importância, como as bibliotecas judaicas, em Gaza; a de Nínive, da Mesopotâmia; e a biblioteca de Pérgamo, que foi incorporada à de Alexandria, antes de sua destruição. Os gregos também possuíam bibliotecas, mas as mais importantes eram particulares de filósofos e teatrólogos. A partir do século XVI é que a biblioteca realmente se transforma, tendo como característica a localização acessível, passa a ter caráter intelectual e civil, a democratização da informação e especializada em diferentes áreas do conhecimento.
No Brasil, a biblioteca oficial é a atual Biblioteca Nacional e Pública, do Rio de Janeiro, que se tornou do Estado em 1825. Essa biblioteca era constituída dos livros do rei de Portugal Dom José I e foi trazida para o Brasil por Dom João VI, em 1807. Junto à Biblioteca Nacional, outra de grande importância no Brasil é a Biblioteca Municipal de São Paulo.

Tipos de biblioteca

As bibliotecas podem ser públicas ou particulares. Nas bibliotecas públicas o acesso aos livros costuma ser gratuito e muitas vezes é possível emprestar livros por um determinado tempo, a depender das políticas definidas, que variam de acordo com o tipo de obra. As bibliotecas públicas buscam ser locais que propiciem a comunidade acesso a informações que de alguma forma sejam úteis e ajudem a desenvolver a sociedade. No contexto atual, muitas bibliotecas buscam oferecer infraestrutura para inclusão digital.
As bibliotecas particulares podem ser mantidas por instituições de ensino privadas, fundações, instituições de pesquisa ou grandes colecionadores. Algumas delas permitem acesso a sua coleção, permitindo a pesquisadores, estudantes ou interessados o acesso as informações armazenadas em suas dependências.
As bibliotecas especializadas oferecem coleções de informações sobre determinado tema, tais como medicina, matemática, cinema ou outros.
As bibliotecas comunitárias geralmente situam-se em áreas residenciais e em bairros da periferia, recebendo pouco ou nenhum apoio governamental. Ela sobrevive por meio de doações de pessoas ou instituições privadas.
Normalmente, as coleções de livros nas bibliotecas são classificadas, de modo a facilitar a localização e consulta por parte dos usuários. A classificação pode obedecer diversos critérios, sendo mais comum a classificação por assuntos, e dentro do mesmo assunto, por nome do autor (alfabeticamente).
Ao longo da história, é possível classificar a evolução das bibliotecas do seguinte modo:

Bibliotecas da antiguidade

As características destas bibliotecas são as seguintes: não são acessíveis ao público, templos e palácios. A religiosidade ficava a cargo de sacerdotes, o saber era sagrado e somente os sacerdotes sabiam ler. O tipo de material utilizado na época eram as tabletas de argila, rolos de papiro ou pergaminho, até o ano 300 aproximadamente.

Bibliotecas comunitárias

O número dessas bibliotecas tem aumentado nos últimos anos, no Brasil, inclusive com um sistema informal de empréstimo que dispensa até mesmo funcionários: nesse sistema, o próprio interessado escolhe seu livro, anota seu nome em um papel, e retira a obra, entregando-a quando puder. É uma maneira inclusive de exercitar a cidadania e o senso de responsabilidade de cada um.
Um exemplo desse sistema ocorre em Campanha (sul de Minas). No município, a ONG Sebocultural organizou algumas bibliotecas em pontos-chave da cidade (rodoviária, delegacia…), locais de acesso ininterrupto aos interessados. Na rodoviária, por exemplo, a biblioteca fica em uma sala sem portas, facilitando assim o acesso irrestrito não da comunidade mas também de viajantes que usam o terminal.

Bibliotecas monacais ou monásticas

Existem três tipos de bibliotecas monacais que são as bibliotecas dos mosteiros, das catedrais ou capitulares, como por exemplo a da Catedral de Chartres e bibliotecas dos Doutores da Igreja, como São Jerônimo, Santo Agostinho, São Bento e São Isidoro, bispo de Sevilha.
As mais célebres bibliotecas monásticas são a Biblioteca do Monte Athos, na Grécia, a Biblioteca de Cassiodoro, escritor e estadista romano e a biblioteca de Monte Cassino.

Bibliotecas universitárias

O grande acontecimento medieval que , de uma certa forma, decide os destinos de toda a civilização, e, por consequência, os destinos do livro, é a fundação das universidades. Estão ao serviço dos estudantes e do pessoal docente das universidades e outros estabelecimentos de ensino. Correspondem à unidade de informação de uma Universidade, pelo que as suas colecções devem reflectir as matérias leccionadas nos cursos e áreas de investigação da instituição. A documentação é sobretudo de carácter científico e técnico, que deve ser permanentemente actualizada, através da aquisição frequente de um grande número de publicações periódicas em suporte papel ou electrónico. A selecção da documentação é feita essencialmente pelos directores de cada departamento da Universidade e não tanto pelo bibliotecário.
Estas Instituições têm como objectivos principais: apoiar o ensino e a investigação; dar um tratamento técnico aprofundado aos documentos, nomeadamente ao nível da indexação; e actualizar constantemente os fundos documentais.

Bibliotecas particulares

As bibliotecas reais, dos grandes senhores, que mais tarde passaram a ser oficiais ou públicas. A mais importante biblioteca pública foi a Biblioteca de Carlos Magno - Rei dos Francos (768-814).
Escritores e intelectuais usualmente possuem grandes bibliotecas, geralmente incorporadas a universidades após a morte dos donos.

Bibliotecas infantis

Oferecem toda uma variedade de serviços e fundos bibliográficos vocacionados especialmente para as crianças. Têm como prioridade criar e fortalecer hábitos de leitura nas crianças desde tenra idade, familiarizar as crianças com os diversos materiais que poderão enriquecer as suas horas de lazer. Visam despertar as crianças para os livros e a leitura, desenvolvendo a sua capacidade de expressão, criatividade e imaginação.
“Para uma aprendizagem baseada no questionamento, usar a biblioteca e seus recursos, não é uma atividade adicional, esporádica, e sim o próprio cerne do projeto político pedagógico. O questionamento é uma forma de aprender e os recursos na biblioteca e o processo de pesquisa são componentes essenciais neste processo.” Carol C. Kuhlthau

Bibliotecas hospitalares

São bibliotecas normalmente criadas a partir da cooperação com o Ministério da Saúde, que visam a humanização da assistência aos doentes. O seu objetivo é fazer com que o período de hospitalização não seja um fator de exclusão para os doentes, pois, veem-se afastados da família, amigos e de sua casa. Também tornar a sua estadia mais lúdica, alegre, o menos traumatizante possível, atenuar situações de angústia e sofrimento, melhorar as relações com a equipe hospitalar e contribuir para o bem-estar físico e psíquico dos doentes. Os seus utilizadores são todos quantos vão ao hospital, crianças e pais, jovens, adultos e idosos, portanto, todos aqueles que se encontrem imobilizados no leito, em períodos de espera, em momentos transitórios ou livres de internamento, consulta ou atendimento ambulatório. Os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e voluntários, exercem de mediadores entre os livros, a leitura e os doentes, pois, vão espalhando a leitura pelos vários ambientes dos hospitais públicos do País.

Bibliotecas do século XXI

As bibliotecas sempre sobreviveram aos diferentes paradigmas tecnológicos, desde a invenção da escrita, passado pela tipografia, até chegar ao atual contexto tecnológicos em coexistem as bibliotecas tradicionais e as modernas. É uma biblioteca híbrida, isto é, com espaços, serviços e coleções simultaneamente físicos e virtuais, em que as novas tecnologias de informação e comunicação passam a ser a base do serviço e da inter-relação com o utilizador; passando a oferecer ao cidadão um conjunto de informações que as novas tecnologias tornam disponível, mas já de forma tratada e selecionada, possibilitando uma maior rapidez de acesso à informação.

Administração da biblioteca

A administração da biblioteca é feita geralmente por um profissional com formação superior em Biblioteconomia. Este é chamado de bibliotecário ou bibliotecária. Capaz de gerenciar todo espaço ao qual a biblioteca se encontra, esse profissional é o responsável direto pelo acervo, tem a formação adequada para organizar e coordenar um grupo de organizadores de documentos ou técnicos auxiliares em organização da informação.
O bibliotecário ou bibliotecária podem ser auxiliados por um profissional treinado para este tipo de serviço denominado auxiliar de biblioteca.

Princípios gerais abordados

As boas práticas dizem que qualquer biblioteca, sem deixar de se empenhar na conservação dos documentos do passado, deverá dotar-se continuamente de documentos do presente.
Dentro deste preceito, a aquisição de novos documentos deve ser realizada de maneira organizada, e para isso segue uma política de compra de livros. A seleção faz-se tendo em conta o fundo documental existente da Biblioteca, a fim de o completar, e ainda de acordo com as necessidades relativas à atualização das coleções existentes. A bibliografia deve ser selecionada seguindo critérios de qualidade e valor, levando em conta a necessidade de quem a utiliza.

Aquisição de novas edições bibliográficas

Para se proceder à aquisição de bibliografia há que conhecer o mercado editorial e estar atento as novidades editoriais. Para se manter informado o responsável pelo serviço de aquisições dispõe de vários recursos: bibliografias, catálogos editoriais e de livrarias ou também de informações e críticas publicadas em periódicos.
Antes de mais a Biblioteca conta com o apoio e orientação do Professor (a) Bibliotecário (a) e dos vários professores dos diferentes Departamentos que, ao iniciarem um novo ano letivo, fazem o levantamento da bibliografia necessária para o novo ano letivo e enviam a respectiva informação para a Biblioteca, para o responsável pelas aquisições verificar o que existe na Biblioteca e por seguinte proceder à aquisição do material que está em falta. As "visitas" periódicas a Livrarias que lançam as novidades também são importantes assim como ter em conta as sugestões dos utilizadores.

Processo de aquisições

O processo de aquisições pode ser descrito em seis etapas:

Pesquisa: Faz-se a solicitação de aquisição de nova bibliografia para a Biblioteca, o responsável pelo serviço deve fazer a pesquisa na base de dados da Biblioteca para verificar se o documento já faz parte do fundo documental como também a pesquisa na base de dados das encomendas já efetuadas, evitando assim a duplicação de bibliografia e desperdício de orçamento.
Verificação bibliográfica: Depois do procedimento em epígrafe, antes de se seguir à encomenda do livro, o responsável pelo serviço, deve verificar se o documento está disponível. Essa verificação ajuda a ter um custo provável do livro, a comparação de preços em várias livrarias ou distribuidores, assim como uma data, mais ou menos definida, de entrega do mesmo.
Encomenda: O pedido de aquisição do livro deverá ser feito à ⦁ livraria ou distribuidor, num modelo pré-definido pelo serviço onde compreenda obrigatoriamente os seguintes dados bibliográficos: autor, título, editor, local de edição, data e isbn. O pedido poderá ser feito em papel, por fax ou carta, ou por correio eletrônico.
Entrada do documento: Quando o documento dá entrada na Biblioteca, todos os elementos bibliográficos têm que ser verificados minuciosamente (Verificar se existem documentos com o mesmo título e mesmo editor, mas de autoria diferente, tornando assim esse documento completamente distinto/diferente do outro). A fatura ou guia de remessa que acompanha o documento ou documentos pretendidos deve ser devidamente verificada, tendo em atenção aos descontos feitos e o total da fatura. Depois de certificada a fatura deve ser assinada e despachada para os serviços de contabilidade e tesouraria, para se dar seguimento ao pagamento.
Teoria sobre o futuro das bibliotecas

Nos dias atuais, as bibliotecas vêm se adaptando ao processo de inovações tecnológicas ocorridas com a evolução da humanidade, sendo que uma das principais características da biblioteca do futuro, e que a mesma apresentara não será mais o volume do seu acervo, e sim a disponibilidade de poder disseminar informações com outras instituições através das novas tecnologias informacionais. Apesar de ainda mostrar muito fôlego, os livros, que compõem a maior parte dos acervos das bibliotecas físicas, provavelmente em um futuro próximo, serão armazenados em multimídias, Internet e outros mecanismos de armazenamento de dados eletrônicos.

Em Portugal

Em Portugal, em 2013, existem 510 bibliotecas públicas nacionais estão acima da média europeia no que respeita à oferta de tecnologias de informação. De acordo com um estudo europeu elaborado pela Fundação Bill e Melinda Gates, em que Portugal participou através da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, mais de 90% das bibliotecas públicas possuem computadores ligados à internet e acesso sem custos, e cerca de 60% de entre elas têm wi-fi.
Em 2012, um milhão de adultos usaram uma biblioteca pública em Portugal (12%) e, desses, 14% utilizaram os computadores existentes para aceder gratuitamente à internet.
Segundo os dados da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, as 194 bibliotecas centrais – as que estão situadas nas sedes de município – despenderam em média, durante 2011, 215 mil euros cada, o que, em termos globais, se traduziu em 42 milhões de euros de despesas totais, sendo que 77% são despesas com pessoal.

Biblioteconomia


Biblioteconomia é uma área interdisciplinar e também multidisciplinar do conhecimento que estuda as práticas, perspectivas e as aplicações de métodos de representação e gestão da informação e do conhecimento em diferentes ambientes de informação tais como bibliotecas e centros de documentação, centros de pesquisa. Atualmente, a área está entrelaçada com diversas outras áreas, principalmente com a Ciência da Informação e a Documentação.A primeira escola de Biblioteconomia do mundo foi criada por Melvil Dewey, que não só participou da criação da American Library Association (ALA), como criou também a Classificação Decimal de Dewey. Outros grandes nomes como Johannes Gutenberg e Gabriel Naudé, além de períodos como o Renascimento e a Revolução Francesa, também estão atrelados à história da área. Atualmente, existem cerca de 30.000 bibliotecários no Brasil, inscritos nos 15 Conselhos Regionais ao redor do país. A profissão de bibliotecário no Brasil é fiscalizada pelo Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB).

A história da Biblioteconomia se data desde o surgimento da Biblioteca de Alexandria em 288 a.C., criada com a finalidade de reunir e classificar todos os conhecimentos registrados em forma documental.Outras bibliotecas também extremamente importantes para a história da profissão são as bibliotecas da Idade Média, inseridas nos conventos e nos mosteiros, também denominadas bibliotecas monásticas, onde o acesso era restrito a apenas ao clero e a nobreza, que acreditavam que ao ter toda a fonte de conhecimento, teriam também o poder.No Renascimento, surge um novo tipo de biblioteca, também conhecidas como particulares. Essas são consideradas as precursoras das bibliotecas modernas, cuja uma das características é a acessibilidade dos livros ao público.Mais tarde, Johannes Gutenberg cria a Imprensa, que permite, a partir do século XVI, a disseminação da informação e a laicização do conhecimento.Com isso, começam a surgir as bibliotecas nacionais no século seguinte, além de ser publicado o primeiro livro destinado a apoiar a organização das bibliotecas: Avis pour dresser une bibliothéque (1627), de Gabriel Naudé. A Revolução Francesa também é de grande destaque por permitir o surgimento de bibliotecas públicas, e também marcar a publicação da primeira enciclopédia.

A criação dos primeiros cursos da área de Biblioteconomia foram o da Ècole Nationale des Chartes, na França, em 1821, e o da Columbia University, em 1887, nos Estados Unidos.O curso da Columbia University foi criado por Melvil Dewey, que se tornou um dos pensadores mais importantes da área, por participar da criação da American Library Association (ALA), da publicação do primeiro periódico especializado - Library Journal - e por criar o CDD, conhecido como Classificação Decimal de Dewey.Em 1888,na Clerkenwell Public Library, James Duff Brown cria o único sistema de classificação da Inglaterra, o livre acesso às estantes. Já no Brasil, a Biblioteconomia se faz presente desde a criação das bibliotecas beneditinas, franciscanas e jesuítas, mas principalmente com a criação da Biblioteca Nacional, no estado de Rio de Janeiro.O Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), entretanto, só considera que a área passou a existir no país em 1911, com a criação do primeiro curso de Biblioteconomia do Brasil, também o primeiro da América do Sul e o terceiro no mundo.O curso era baseado no da Ècole Nationale des Chartes, enquanto que o Colégio Mackenzie cria um em 1930 inspirado no curso da Columbia University.Rubens Borba de Moraes, em 1936, funda o curso de biblioteconomia em São Paulo, posteriormente incorporada a Escola de Sociologia e Política e a Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos (escola e curso que foi incorporado pela UFSCar). A partir desses cursos, há a criação de diversas organizações que apoiam a Biblioteconomia como profissão e a inclusão do curso em graduações como a UFBA e UFMG.
Conceituação
Um dos primeiros conceitos de Biblioteconomia foi criado pela American Library Association, que a definiu como uma "área voltada para a aplicação prática de princípios e normas à criação, organização e administração de bibliotecas."Já para o autor do Diccionario de Bibliotecologia (1963), Domingo Buonocore, a Biblioteconomia é a "área que se destina ao estudo dos princípios racionais para realizar, com a maior eficácia e o menor esforço possível, os fins específicos das bibliotecas," como citado pela coordenadora Mariza Russo do curso da UFRJ.A definição de Maria das Graças Targino, da UFPI, entretanto, é "a área do conhecimento que se ocupa com a organização e a administração das bibliotecas e outras unidades de informação, além da seleção, aquisição, organização e disseminação de publicações sob diferentes suportes físicos."Baseado nessas definições, autores como Francis Miksa mostram o paradigma da Biblioteconomia: a biblioteca como instituição social, destacando que a função maior da instituição é possibilitar o uso dos documentos a um dado público, e para isso, é necessário utilizar técnicas e pessoal qualificado para a aquisição e organização de tais documentos.
  A Biblioteconomia é considerada como uma área do conhecimento, na medida em que compreende um conjunto de organismos, operações técnicas e princípios que dão aos documentos a utilização máxima, em benefício da humanidade.
— SHERA apud RUSSO, 1980\l "

Profissão

O bibliotecário é um profissional que trata a informação e a torna acessível ao usuário final, independente do suporte informacional. Ele trabalha em centros de documentação, bibliotecas, pode gerir redes e sistemas de informação além de gerir recursos informacionais trabalhando com tecnologia de ponta. O bibliotecário é o profissional que classifica, conserva, organiza, divulga e gerencia acervos de bibliotecas, centros de documentação e os mais diversos tipos de unidades de informação. O bibliotecário trabalha como um administrador de dados, que também processa e dissemina a informação. Além de catalogar e guardar as informações, ele orienta sua busca e seleção. Cabe-lhe analisar, sintetizar e organizar livros, revistas, filmes e vídeos que constituam de coleções. É de sua responsabilidade planejar, implementar e gerenciar sistemas de informação, além de preservar os suportes (mídias) para que resistam ao tempo e ao uso. E também compreender o modo de busca do usuário.
O Conselho Federal de Biblioteconomia é uma autarquia federal de fiscalização ou órgão deliberativo.No Brasil, a profissão do bibliotecário é regulamentada pelas leis n° 9.674, de 26 de junho de 1998 e pela lei nº 4.084, de 30 de junho de 1962 e na legislação correlata. Suas atribuições são registrar os profissionais em biblioteconomia, fiscalizar o cumprimento do código de ética profissional e o funcionamento de bibliotecas, dentre outras.

sábado, 19 de dezembro de 2015

La Amistad Por Manly Palmer Hall



¿Qué lazo más noble que el de amigo?

¿Qué algo más noble puede conceder un hombre que su amistad?

Las relaciones que comporta la vida común y corriente se rompen fácilmente, pero hay un vínculo que persiste a través de la eternidad, y es el de la confraternidad, la unión de los átomos, la amistad del polvo estelar en su camino por los espacios infinitos, la hermandad de los soles y los mundos, de los dioses y los hombres.

Las manos enlazadas por la amistad se unen con un lazo eterno: la camaradería del espíritu. Nadie más desolado que el que no tiene amigos. Y nadie más honrado que aquel a quien sus virtudes le han dado una amistad.

Tener un amigo es bueno, pero ser amigo es mejor.
El titulo más noble que se le diera a un hombre, el distintivo más elevado que hayan discernido los dioses, fue aquel que saliera de los labios de Jove al contemplar a Prometeo: “¡He ahí un amigo del hombre!”

Quien sirve a los hombres, sirve a Dios.

Éste es el signo de la fraternidad de nuestra Orden, porque las manos entrelazadas por la amistad sostienen y vivifican el plan divino. Los lazos del parentesco pueden disolverse, mientras que la amistad subsiste.

Servid a Dios mediante la amistad: como amigo del alma de todo lo humano, sirve a sus necesidades, ilumina sus pasos y allana su camino.

Que el mundo, en acorde unísono, pueda decir del Masón: “He ahí un amigo de todo el mundo”.

Que también diga al referirse a la Logia: “Es sin duda un círculo de amigos, camaradas en espíritu y en verdad”.

Annie Besant-O Homem E Os Seus Corpos Parte 5



O HOMEM

Passemos agora ao estudo do homem em si, pondo de parte os veículos da consciência para só nos ocuparmos da ação da consciência sôbre êles; deixemos os corpos e passemos à entidade que nêles funciona. Quando digo "o homem", refiro-me ao indivíduo contínuo que passa de vida para vida, que enverga os corpos vêzes sem conta, para de nôvo os abandonar, e que se desenvolve lentamente em virtude da experiência assimilada do decorrer dos séculos. Êste homem existe no plano manásico ou plano mental superior, a que me referi no capítulo precedente, e a esfera da sua ação abrange os três planos que já nos são familiares, isto é: o plano físico, o plano astral e o plano mental.
O homem principia as suas experiência pelo desenvolvimento da "consciência do eu" no plano físico. Aqui aparece o tal estado a que chamamos "a consciência no estado de vigília", consciência que todos conhecemos, e que trabalha através do cérebro e do sistema nervoso. É graças a esta consciência que ordinàriamente raciocinamos, expondo todos os recursos da nossa lógica, relembrando-nos fatos da nossa encarnação atual e fazendo o nosso juízo acêrca de tôdas as questões da vida. Tôdas as faculdades que reconhecemos em nós mesmos constituem o fruto do trabalho do homem através das etapas anteriores da sua peregrinação, e a sua "consciência do eu" torna-se aqui cada vez mais nítida, cada vez mais ativa, cada vez mais viva, à medida que o indivíduo se desenvolve, à medida que o homem vai progredindo de vida para vida.
Se estudarmos um homem muito pouco evoluído, veremos que a sua atividade mental "consciente do eu" é extremamente pobre em qualidade e restrita em quantidade. Trabalha no corpo físico por intermédio do cérebro grosseiro e etérico; a ação é contínua no que diz respeito ao sistema nervoso visível e invisível, porém esta ação é ainda de uma espécie bastante primitiva. Mostra muito pouco discernimento, muito pouca delicadeza de tato mental. Existe nêle uma certa atividade mental, que é porém excessivamente infantil, mesmo pueril; êste homem ocupa-se com os pequenos nadas; distrai-se com os acontecimentos mais banais dêste mundo; as coisas mesquinhas é que despertam a sua atenção; as trivialidades é que o interessam; entretem-se imenso com os objetos que passam.
Para êle não há prazer maior do que estar à janela, numa rua de muito trânsito, a reparar nas pessoas e nos veículos que passam, fazendo observações acêrca dos transeuntes, dando gargalhadas homéricas se uma pessoa bem vestida tropeça e cai numa poça de água, ou se um carro ao passar a salpica dos pés à cabeça. Como não possui intimamente nada que ocupe a sua atenção, vê-se obrigado a recorrer constantemente a impressões exteriores, a fim de sentir que vive. O homem que trabalha nos corpos físicos e etérico e que põe êstes em estado de funcionar como veículos da consciência, procura sempre sensações violentas; isto constitui uma das principais características dêste estado inferior da evolução mental. Precisa de adquirir a certeza que sente, e aprende a distinguir as coisas pelas sensações fortes e nítidas que delas recebe. Esta etapa do progresso humano, embora muito elementar, é absolutamente necessária; sem ela, o homem andaria num estado de confusão perpétua, confusão entre os processos interiores do seu organismo e os exteriores. Tem de aprender o alfabeto do "eu" e do "não-eu", tem de aprender a distinguir entre os objetos que produzem as impressões, e as sensações produzidas pelas impressões; isto é, saber diferenciar o estímulo da sensação. É fácil reconhecer os representantes mais grosseiros desta fase da evolução humana. Em geral juntam-se em grupos às esquinas das ruas, encostam-se indolentemente à parede, e de vez em quando fazem uma observação estúpida que provoca a hilaridade geral. Se conseguíssemos penetrar como olhar no cérebro dêsses indivíduos, veríamos que suas impressões recebidas do exterior são muito vagas e confusas e os elos que prendem estas impressões a outras semelhantes são tudo quanto há de mais fraco e imperfeito. Nesses cérebros pouco evoluídos, as impressões parecem antes um monte de pedras do que um mosaico disposto com regularidade.
Para estudarmos o modo como o cérebro etérico e o cérebro denso se tornam veículos da consciência, temos de arrepiar caminho até chegar ao desenvolvimento primitivo do Ahamkâra ou "consciência do eu", fase esta que se pode observar nos animais inferiores que nos rodeiam. O choque de objetos exteriores provoca vibrações no cérebro, que por sua vez as transmite ao corpo astral; daí passam à consciência que as percebe sob forma de sensações. Porém é preciso que se note que até aqui não existe nenhum encadeamento entre as sensações e os objetos que as provocam, porque êste encadeamento constitui uma ação mental definida isto é: uma percepção. Quando a percepção principia,a consciência serve-se do cérebro físico e do cérebro etérico como de um veículo para seu uso exclusivo, graças ao qual adquire o conhecimento do mundo exterior. Esta fase pertence, é claro, às idades remotas da humanidade; contudo ainda podemos observar a sua repetição fugitiva quando a consciência toma posse de um nôvo cérebro depois do nascimento; a criança principia a "reparar" como dizem as amas, isto é, principia a estabelecer uma relação entre uma sensação que nela se produz e a impressão feita no seu nôvo invólucro, ou veículo, por um objeto exterior. Principia portanto a reparar no objeto, a perceber a sua existência.
Depois de algum tempo, já não é necessária a percepção do objeto para que a consciência se inteire da presença dêsse objeto; consegue perfeitamente evocar em pensamentos o aspecto do objeto, sem de modo algum se achar em contato com êle. Esta percepção que se repercute na memória, constitui uma idéia, um conceito, uma imagem mental, que formam a reserva acumulada pela consciência no mundo exterior. É com êste estoque de idéias que ela principia a trabalhar e a primeira fase desta atividade é a coordenação das idéias, a fase preliminar do "raciocínio" motivado por estas idéias. O raciocínio principia pela comparação das idéias entres, à qual se segue a dedução das respectivas relações, em conseqüência da simultaneidade, várias vêzes repetida, de duas ou mais idéias. Neste processo, a consciência tem repressado a si mesma, fazendo-se acompanhar das idéias extraídas das percepções, e continua a acrescentar-lhes qualquer coisa sua, original, como, por exemplo, quando infere uma seqüência, relaciona uma coisa com outra como causa e efeito, principia a tirar conclusões, principia mesma a prever acontecimentos futuros e assim, quando aparece a percepção considerada como "causa", a consciência espera que se lhe siga logo a percepção considerada como "efeito". Além disso, ao comparar as suas idéias, a consciência observa que muitas delas têm um ou mais elementos em comum, ao passo que as outras partes constituintes são diferentes.
Trata portanto de separar estas características de uma classe; em seguida agrupa os objetos que as possuem, e ao ver um nôvo objeto que também possui estas características, classifica-o imediatamente com os outros. É assim que a consciência humana vai organizando gradualmente num cosmos o caos das percepções com que iniciou a sua carreira mental, ao mesmo tempo induz a Lei da sucessão metódica dos fenômenos e dos tipos que encontra na natureza. Isto constitui o trabalho da consciência dentro do cérebro físico e através dêle, porém mesmo nesta operação sentimos a presença daquilo que o cérebro não fornece. O cérebro só recebe vibrações; a consciência, atuando no corpo astral, muda as vibrações em sensações, e no corpo mental transforma as sensações em percepções, continuando em seguida a pôr em prática todos os processos, que, como acima dissemos, transformam o caos num cosmos harmonioso. Além disso a consciência é iluminada por idéias que não são fabricadas com materiais fornecidos pelo mundo físico, mas sim que se refletem diretamente nela dimanados da Inteligência Universal. As grandes "leis do pensamento" regulam tôda a atividade mental e a própria ação de pensar revela a sua preexistência, pois é graças a elas que esta ação tem lugar; sem estas leis não seria possível pensar.
É quase desnecessário fazer notar que todos êstes primeiros esforços da consciência quando tenta trabalhar no veículo físico, são sujeitos a muitos erros, erros causados pela imperfeição da percepção e por induções erradas. As induções precoces, as generalizações que resultam da experiência limitada, viciam uma grande parte das conclusões achadas; por isso, mesmo as regras de lógica são formuladas com o fim de disciplinar a faculdade pensadora, permitindo-lhe evitar as aberrações em que constantemente se deixa induzir enquanto tem falta de treino. Não resta dúvida porém que a simples tentativa, mesmo imperfeita, de raciocinar dum objeto para outro constitui uma prova evidente do progresso do próprio homem, pois indica que êle acrescenta qualquer coisa de original à informação fornecida pelo exterior. Êste trabalho realizado à custa dos materiais acumulados influi sôbre o próprio veículo físico. Quando a inteligência encadeia nuas percepções, estabelece igualmente uma ligação entre os dois grupos de vibrações que produzem as percepções, visto causar vibrações correspondentes no cérebro. Isto é, quando o corpo mental entra em atividade, atua sôbre o corpo astral, êste por sua vez impressiona o corpo etérico e o corpo denso, e a matéria nervosa dêste último vibra sob os impulsos transmitidos. Esta ação manifesta-se sob a forma de descargas elétricas, que dão origem a correntes magnéticas, e estas circulam entre as moléculas e grupos de moléculas, causando inter-relações extremamente intrincadas. Essas correntes deixam o que chamaríamos um sulco nervoso, que outra corrente pode percorrer fàcilmente, sem sentir resistência.
Portanto, se um grupo de moléculas interessado anteriormente por uma certa vibração entra novamente em atividade, devido à repetição da idéia correspondente na consciência do homem, o movimento que assim foi despertado propaga-se espontâneamente ao longo do sulco formado por qualquer associação anterior e põe em movimento um segundo agrupamento molecular. Êste último transmite ao pensamento, depois das transformações regulares, uma vibração que se apresenta sob a forma de idéia associada. Disto resulta a grande importância da associação, porque êste funcionamento do cérebro pode tornar-se por vêzes extremamente importuno, como, por exemplo, quando uma idéia inepta ou ridícula se deixou associar a um pensamento sério ou sagrado. A consciência evoca a idéia sagrada a fim de meditar sôbre ela, e subitamente, sem o seu consentimento, a idéia inepta, enviada pela ação mecânica do cérebro, irrompe pelo santuário, fazendo mil esgares que o profanam. Os sábios preocupam-se muito com a associação, e têm o máximo cuidado ao falarem das coisas mais sagradas, com receio de que qualquer pessoa estúpida ou ignorante estabeleça uma associação entre o que é sagrado e o que é insensato ou grosseiro, associação que provàvelmente viria a repetir-se na consciência. Como é útil o preceito do grande Mestre da Judéia : "Não deis aos cães o que é sagrado, nem deiteis pérolas aos porcos!"
O homem dá mais um passo para o progresso quando principia a regular o seu procedimento pelas conclusões obtidas do trabalho interno, em vez de se sujeitar aos impulsos recebidos do exterior. Para funcionar, recorre à sua própria reserva da experiência acumulada, recordando coisas passadas, comparando resultados obtidos segundo várias linhas de conduta que o levam ao decidir qual é a linha de conduta que presentemente lhe convém adotar. Principia a fazer projetos, a prever, a formar um juízo do futuro pelo que sucedeu no passado, a raciocinar adiantadamente, guiando-se pela recordação do que já lhe aconteceu. Quando um homem chegou a êste ponto, a sua individualidade entrou numa fase decisiva de desenvolvimento. É possível que ainda se veja obrigado a funcionar no seu cérebro físico sem nenhuma atividade independente, mas já se vai tornando uma consciência em plena via de desenvolvimento; uma consciência que principia a comportar-se como um indivíduo, escolhendo o seu próprio caminho, em vez de flutuar à mercê das circunstâncias ou de ser forçado por qualquer impulso exterior a seguir uma linha de conduta especial e estranha à sua vontade. O desenvolvimento do homem mostra-se cada vez mais determinado e uma vontade cada vez mais poderosa. Isto ajudar-nos-á a compreender exatamente a diferença que existe entre o homem forte e o homem fraco. O homem que tem fôrça de vontade, obedece a impulsos interiores e torna-se sempre senhor das circunstâncias, fazendo atuar sôbre elas fôrças apropriadas, guiadas pela sua reserva de experiências acumuladas; ao passo que o homem sem vontade própria obedece unicamente a impulsos exteriores, a atrações e repulsões exteriores. Esta reserva de experiência que o homem acumula durante muitas vidas, torna-se mais e mais acessível à medida que o cérebro físico se vai tornando mais dócil e conseqüentemente mais apto a receber. É o homem que possui a memória e que raciocina; é o homem que tem  discernimento, que escolhe e que decide: mas tudo isto é feito através dos cérebros físico e etérico; tem de trabalhar e agir por intermédio do corpo físico, do mecanismo nervoso e do organismo etérico que lhe diz respeito. Quando o cérebro se torna mais impressionável e a qualidade da sua substância mais aperfeiçoada; quando o homem consegue exercer um verdadeiro contrôle sôbre seu cérebro, pode então empregá-lo para uma melhor expressão de si mesmo.
Como devemos nós, os homens vivos, educar os nossos veículos de consciência a fim de torná-los instrumentos mais perfeitos? Não estudamos agora o desenvolvimento do veículo físico, mas sim o treino a que é submetido pela consciência que se serve dêle como dum instrumento do pensamento. Não se contentando com o aperfeiçoamento do seu veículo físico, o homem resolve torná-lo ainda mais útil, habituando-o a responder pronta e consecutivamente aos impulsos que êle lhe transmite; portanto, para obter que o cérebro responda consecutivamente, êle próprio terá de pensar consecutivamente. Graças à seqüência rigorosa dos impulsos assim transmitidos, vai habituando o cérebro a pensar com seqüência por grupos associados de moléculas, e não por vibrações dispersas, sem relações entre si. O homem inicia, o cérebro só imita; portanto, pensar negligentemente, sem conexão, é habituar o cérebro a formar grupos vibratórios desconexos. Êste treino ou educação tem duas fases: o homem resolve pensar de modo consecutivo e ensina o seu corpo mental a associar os pensamentos, impedindo-os de pousar casualmente aqui ou acolá. Dêste modo educa o cérebro e êste vibra em resposta ao seu pensamento.
Os organismos físicos - os sistemas nervoso e etérico - habituam-se assim a trabalhar duma maneira sistemática; quando o dono necessita de seus serviços, apresentam-se logo, pressurosos e disciplinados, sempre prontos para executar as suas ordens.
Entre êste veículo treinado da consciência e o veículo destreinado existe a mesma diferença que se nota entre as ferramentas dum operário negligente que as deixa sujas e embotadas, impróprias para fazer uso delas, e as do homem que apronta as suas ferramentas, que as afia e as limpa, a fim de as ter sempre à mão e se servir delas quando é preciso. O veículo físico devia do mesmo modo estar sempre pronto a responder ao chamamento da inteligência.
O resultado dêste trabalho contínuo no corpo físico não se limitará ùnicamente a aumentar as capacidades do cérebro, pois cada impulso transmitido ao corpo físico passou primeiro pelo veículo astral, produzindo também certo efeito sôbre êste. Já tivemos ocasião de ver que a matéria astral é muito mais sensível às vibrações do pensamento do que a matéria física; portanto, o efeito produzido sôbre o corpo astral pelo método de educação que temos estudado é proporcionalmente maior. Graças a êste método, o corpo astral assume, como já acima dissemos, uma grande nitidez de contornos e a sua organização atinge a maior perfeição. Quando um homem aprendeu a dominar o cérebro, quando aprendeu a concentrar-se, quando consegue pensar da maneira que mais lhe agrada e tôdas as vêzes que lhe apetece, nesta altura produz-se um desenvolvimento correspondente na que êle chamaria (se disso tivesse consciência física) a sua vida de sono. Os seus sonhos tornar-se-ão nítidos, bem mantidos, racionais, mesmo instrutivos. O homem  principia a funcionar no segundo veículo da consciência, no corpo astral; penetra na segunda grande região, ou plano de consciência, e funciona aí no veículo astral, completamente independente do veículo físico. Consideremos durante um momento a diferença que existe entre dois homens "bem acordados", isto é, funcionando no veiculo físico, dos quais um só usa o seu corpo astral inconscientemente como uma ponte entre o mental e o cérebro, ao passo que o outro o usa conscientemente, como veículo. A visão do primeiro é vulgar e muito limitada, porque o seu corpo astral ainda não é um veículo efetivo da consciência; o segundo emprega a visão astral e já se não acha limitado pela matéria física. Vê através de todos os corpos físicos, vê-os tão bem por trás como por diante, tôdas as substâncias opacas, tais como paredes, etc., têm para êle a transparência do vidro;vê formas e côres astrais, auras, elementais, enfim, todos os sêres pertencentes ao plano astral. Se vai a um concêrto, tem dois prazeres: o do ouvido e o da vista; não só ouve a música, como vê sinfonias sublimes de côres; se assiste a uma conferência, todos os pensamentos e palavras do orador se lhes apresentam sob formas e côres diferentes, e dêste modo obtém uma representação muito mais completa do seu pensamento do que ouvindo unicamente o som das suas palavras. Porque os pensamentos, expressos simbòlicamente por meio de palavras, também são proferidos sob formas coloridas e musicais, e quando estas se acham revestidas de matéria astral, impressionam necessàriamente o corpo astral dos ouvintes. A consciência, quando bem desperta neste corpo astral, recebe e registra tôdas as impressões adicionais; muitas pessoas que vão ouvir conferências, descobririam, se se examinassem cuidadosamente, que, além das palavras do orador, muitas coisas ficam gravadas na sua mente, coisas que naquela ocasião lhe passam despercebidas. Quantos descobrem depois na sua memória, muitas coisas que o conferencista não disse; produz-se por vêzes uma espécie de sugestão que continua e completa o pensamento expresso, como se das palavras brotasse um "não sei quê" que lhes presta uma significação mais profunda que só o ouvido não poderia atingir. Esta experiência demonstra que o veículo astral se vai desenvolvendo. O homem que vigia os seus pensamentos faz trabalhar inconscientemente o corpo astral, que assim se desenvolve com mais rapidez, adquirindo uma organização cada vez mais perfeita.
A "perda de consciência" durante o sono pode ser causada pela falta de desenvolvimento do corpo astral ou pela ausência de laços conscientes de ligação entre o corpo astral e o cérebro físico. O homem faz uso do seu corpo astral durante o estado de vigília, para transmitir correntes mentais ao cérebro físico; porém, quando o cérebro físico, o único receptor habitual das impressões exteriores não se acha em atividade, então o homem se encontra na mesma situação que Daví quando envergou a sua armadura nova; perde parte da sua respectividade relativa às impressões, percebidas só através do corpo astral, visto não estar ainda habituado ao uso independente dêste corpo. Pode mesmo aprender a servir-se dêle independentemente no plano astral, ignorando contudo o uso que dêle fêz, quando regressa ao plano físico; isto constitui outra etapa do progresso lento do homem.
Principia portanto a utilizar o seu corpo astral na região que lhe corresponde, antes de poder estabelecer um laço de continuidade entre êsse mundo e o mundo inferior. Finalmente logra estabelecer essa conexão e então já pode passar dum veículo para outro,  com plena consciência do que está fazendo; numa palavra, libertou-se do mundo astral.
Alargou nitidamente o campo da sua consciência em estado de vigília, até incluir o plano astral, de modo que, mesmo estando no corpo físico, os seus sentidos astrais acham-se inteiramente a seu serviço. Não nos afastamos da verdade dizendo que êsse homem vive simultâneamente em dois mundos; para êle não existe abismo nenhum a separá-lo; percorre a terra como um cego de nascença que tivesse recuperado a vista.
Na fase seguinte da sua evolução, o homem principia a trabalhar conscientemente no terceiro plano, ou plano mental; já há muito tempo que trabalha neste plano, enviando de lá os pensamentos que tomam formas tão ativas no mundo astral e se exprimem no mundo físico por intermédio do cérebro. Quando se torna consciente no corpo mental, no veículo mental, percebe que no ato de pensar está criando formas; torna-se consciente do ato criador, embora esteja exercendo êste poder inconscientemente já há muito tempo. O leitor talvez se lembre de que numa das cartas citadas no Mundo Oculto, um Mestre diz que todos os homens produzem formas-pensamento, fazendo porém notar que o homem vulgar as produz inconscientemente, ao passo que o Adepto as produz conscientemente.
(A palavra é aqui empregada numa acepção muito vasta, incluindo Iniciados de diversos graus muito inferiores ao de um "Mestre"). Chegando a esta fase do seu desenvolvimento, o homem aumentou consideràvelmente o seu poder de prestar serviço, visto poder criar e dirigir uma forma-pensamento, um elemental artificial; como por vêzes a chamam; esta forma-pensamento pode ser enviada por êle a pontos distantes, a fim de proceder a trabalhos que êle nessa ocasião não possa executar, por não achar conveniente transportar-se a si próprio no seu corpo mental. Dêste modo, pode trabalhar de perto e de longe, aumentando a sua utilidade; dirige estas formas-pensamentos de longe; vigia-as e guia-as no seu trabalho e transforma-as em agentes de sua vontade. À medida que o corpo mental se desenvolve e que o homem vai vivendo e trabalhando nêle conscientemente, vai também conhecendo cada vez melhor tôda a vida maior e mais vasta que vive no plano mental.
Embora permaneça no corpo físico e por intermédio dêsse mesmo corpo tenha consciência dos objetos físicos que o rodeiam, acha-se contudo ao corrente do que se passa no mundo mental e desenvolve lá a sua atividade, sem necessitar de adormecer o corpo físico para poder usar as suas faculdades superiores. Em geral, serve-se do sentido mental,de modo que o homem sente simultâneamente as operações mentais dos outros indivíduos e os seus movimentos físicos.
Quando o homem atingiu esta fase de desenvolvimento - desenvolvimento relativamente elevado quando comparado ao resto da humanidade, embora ainda medíocre quando comparado àquilo a que êle aspira - já funciona conscientemente no seu terceiro veículo ou corpo mental, inteirando-se de tôdas as ações que realiza nesse corpo e adquirindo a experiência direta dos seus podêres e limitações. Aprende necessàriamente a distinguir-se a si próprio do veículo de que se serve. Em seguida compenetra-se do caráter ilusório do "eu" pessoal, o "eu" do corpo mental e não do homem, e identifica-se conscientemente com a individualidade que reside nesse corpo superior, o corpo causal que reside nos planos mentais mais elevados, os planos do mundo arûpa. Descobre que êle,  homem, pode separar-se do corpo mental; deixá-lo para trás e contudo permanecer sempre êle mesmo, embora continue a elevar-se sempre mais alto, cada vez mais alto. Por fim, adquire a certeza de que muitas vidas formam na realidade só uma vida e de que êle, o homem vivo, conserva a sua identidade intacta através dessas vidas tôdas.
E agora consideremos os elos, os órgãos de transição que ligam êstes diferentes corpos entre si. Êstes elos existem primeiro sem que o homem tenha consciência dêles. Não há dúvida que existem, pois do contrário não poderia passar do plano mental para o plano físico, mas de princípio o homem ignora isso por completo; os elos não se acham ativamente vivificados, assemelhando-se quase aos órgãos rudimentares do corpo físico. Todos os estudantes de Biologia sabem que os órgãos rudimentares são de duas espécies:uma delas mostra-nos os vestígios das fases que o corpo outrora atravessou no decorrer da sua evolução e a outra dá umas indicações acêrca do desenvolvimento futuro do ser.
Êstes órgãos existem, mas não funcionam; a sua atividade no corpo físico ou pertence ao passado ou ao futuro; ou estão mortos ou ainda para nascer. Os elos que ouso chamar,por analogia, os órgãos rudimentares da segunda espécie, ligam os corpos denso e etérico ao corpo astral, o corpo astral ao corpo mental e o corpo mental ao corpo causal. Existem, mas têm de ser postos em atividade; isto é, têm de ser desenvolvidos, e, à semelhança dos seus análogos físicos, só podem ser desenvolvidos pela prática. São percorridos pela corrente vital e pela corrente mental, que os alimentam e lhes dão vida, mas para entrarem em atividade é mister que o homem lhes consagre tôda a sua atenção e empregue tôda a sua fôrça de vontade para lhes apressar o desenvolvimento. A ação da vontade principia a vivificar êstes elos rudimentares, os quais, pouco a pouco, talvez muito lentamente, começarão a funcionar no homem, que os empregará para transportar a consciência de veículo para veículo.
No corpo físico existem centros nervosos, pequenos grupos de células nervosas, através dos quais passam tôdas as impressões exteriores e todos os impulsos do cérebro. Se um dêstes centros sofre qualquer perturbação, surgem logo mil complicações que desregularizam o equilíbrio da consciência física. Existem centros análogos no corpo astral, mas no homem pouco evoluído são rudimentares e não funcionam. Êstes centros são os elos que unem o corpo físico ao astral, o corpo astral ao mental; à medida que a evolução vai seguindo o seu curso, são vivificados pela vontade, que libera e movimenta o "Fogo Serpentino", denominado Kundalini nos livros hindus. A fase preparatória para a ação direta que libera Kundalini consiste na educação e na purificação dos veículos, porque se esta purificação não fôr completa, o fogo tornar-se-á uma energia destruidora. Por isso insisti tanto, sôbre a purificação, dizendo ser um estado preliminar, indispensável à verdadeira ioga.
Quando o homem se achar em estado de ser auxiliado na vivificação dêstes elos, sem possibilidade de correr perigo, não lhe faltará auxílio desta qualidade, prestado por todos aquêles que procuram constantemente ocasiões de ajudar o aspirante sincero e desinteressado.
Um belo dia, o homem descobre que, mesmo acordado, pode abandonar o seu  corpo físico, e que sem ruptura da consciência pode gozar da mais completa liberdade.
Depois de se repetir êste fenômeno várias vêzes, a passagem de veículo para veículo torna-se fácil e familiar. Quando o corpo astral deixa o corpo físico imerso em profundo sono, há um breve período de inconsciência, e mesmo quando o homem está funcionando ativamente no plano astral, não consegue evitar essa inconsciência ao regressar ao corpo físico. Se estava inconsciente ao abandonar o corpo, é mais que provável que tornará a penetrar nêle inconsciente. No plano astral pode ter uma consciência extraordinà- riamente nítida e ativa e, contudo, a impressão deixada no cérebro físico será nula, inteiramente nula. Mas quando o homem abandona o corpo com plena consciência do que faz; depois de ter desenvolvido a atividade dos elos que ligam os veículos entre si, já não existe para êle abismo nenhum. A sua consciência passa ràpidamente de um plano para outro, atestando-lhe que é o mesmo homem em ambos os planos.
Quanto mais o cérebro físico se habituou a responder às vibrações do corpo mental,mais facilidade há em transpor o abismo que separa o dia da noite. O cérebro torna-se o instrumento cada vez mais obediente do homem, exercendo as fluas atividades sob os impulsos da vontade do seu senhor, semelhante ao cavalo bem amestrado, que obedece à mais ligeira pressão do joelho ou da mão. As portas do mundo astral acham-se abertas de par em par ante o homem que assim reuniu os dois veículos inferiores da consciência.
Êste mundo pertence-lhe, com tôdas as suas possibilidades, com todos os seus podêres mais vastos, com as suas maiores oportunidades de prestar serviço e ministrar auxílio.
Então lhe é concedida a alegria de socorrer os que sofrem e desconhecem quem assim lhes concede alívio aos seus males; de derramar um bálsamo sôbre feridas que logo se curam milagrosamente; de erguer fardos que imediatamente deixam de pesar sôbre os ombros macerados que os suportavam.
Contudo, para atravessar o abismo que separa uma vida de outra vida, tudo isto ainda não é suficiente. Transportar ininterruptamente a recordação através de dias e noites significa somente que o corpo astral funciona de modo razoável e que os elos de ligação entre êsse corpo e o corpo físico desenvolvem uma atividade normal. Se o homem quer transpor o abismo que separa uma vida de outra vida, não lhe basta funcionar em plena consciência no seu corpo astral ou mesmo no seu corpo mental. porque o corpo mental compõe-se de materiais dos planos inferiores do mundo manásico, que não constituem o ponto de partida da reencarnação. O corpo mental desagrega-se quando soa a sua hora, como também sucedeu aos corpos físicos e astral, não podendo, portanto, transportar nada para o outro lado. Numa palavra: pode ou não o homem funcionar conscientemente dentro do seu corpo causal, nos planos superiores do mundo manásico? É o corpo causal que passa de vida para vida; é no corpo causal que todos os materiais são acumulados; é no corpo causal que reside tôda a experiência adquirida, porque é para aí que a consciência se retira depois de cada existência, a fim de descer novamente, ao ter que dar início a mais uma vida. 
Sigamos agora a alma através das várias fases da sua vida fora do mundo físico e vejamos quais são os limites do reino da Morte. O homem retira-se primeiro da parte mais densa do corpo físico; esta decompõe-se gradualmente e é reintegrada no mundo físico; aqui não resta absolutamente nada que possa servir para transmitir o elo magnético da recordação. O homem acha-se agora revestido da parte etérica do seu corpo físico, mas em breve se desfaz dêste invólucro etérico, que por sua vez é reintegrado nos elementos a que pertence. Portanto, nenhuma recordação relacionada com o cérebro etérico o ajudará a transpor o abismo. Continuando a sua peregrinação, passa para o mundo astral, e aí permanece até se libertar do corpo astral, que tem a mesma sorte dos dois precedentes:isto é, o "cadáver astral" desagrega-se também, e restitui os seus materiais ao mundo astral, interrompendo tudo quanto podia servir de base aos elos magnéticos da recordação. O homem chega agora ao corpo mental e vai residir nos níveis rupa do Devacan,onde permanece durante centenas de anos, elaborando faculdades, gozando do fruto das suas obras. Um belo dia, porém, tem de abandonar também êste corpo, substituindo-o pelo corpo causal, para onde transporta a essência de tudo quanto acumulou e assimilou.
Deixa o corpo mental entregue ao processo de desagregação semelhante ao dos outros veículos mais densos, porque a matéria de que se compõe, embora seja sutil sob o nosso ponto de vista, não o é bastante para poder atingir os planos superiores do mundo manásico. Portanto, o homem desembaraça-se dêle, deixando-o incorporar-se gradualmente aos materiais da região que lhe é própria. Assim, mais uma vez, a combinação se resolve nos seus elementos. Durante a sua ascensão, o homem foi abandonando sucessivamente os seus corpos, e só quando chega a planos arupa do mundo manásico é que se acha fora do alcance da Morte e da sua ação dissolvente. Ultrapassa finalmente os domínios da Morte e vai residir no corpo causal, sôbre o qual ela não pode exercer o seu poder e aí armazena todos os tesouros que acumulou. Explica-se assim o seu nome de corpo causal, visto nêle residirem tôdas as causas que afetam as encarnações futuras. O homem deve então principiar a funcionar com plena consciência nos planos arupa do mundo manásico, dentro do seu corpo causal, antes de conseguir que a sua memória transponha o abismo da morte. Uma alma pouco evoluída não pode conservar a sua consciência ao penetrar nessa região; entra, acompanhada de todos os gérmens das suas qualidades; a sua consciência tem um rápido vislumbre do passado e do futuro e em seguida o Ego deslumbrado mergulha numa nova encarnação. Trouxe os gérmens até ao corpo causal e arremessa para cada plano aquêles que a êle pertencem e êsses gérmens atraem, cada um segundo a sua espécie, a substância que lhes convém. Os gérmens mentais atraem portanto em tôrno de si a substância dos planos rupa do mundo mental onde se encontram, e essa substância assim acumulada mostra as características mentais que lhe foram concedidas pelo gérmen interior. A glande só se pode desenvolver num carvalho, e não numa bétula ou num cedro; do mesmo modo, o gérmen mental só se pode desenvolver segundo a sua própria natureza e não segundo outra qualquer. É assim que o Carma procede à construção dos veículos: o homem colhe o que semeia. O gérmen arremessado do corpo causal só se pode desenvolver segundo a sua espécie. Atrai o gérmen da matéria que lhe corresponde e o dispõe na sua forma característica, reproduzindo assim fielmente as qualidades adquiridas pelo homem no passado. Quando penetra no mundo  astral, arremessa os gérmens que pertencem a êsse mundo e os gérmens por sua vez atraem todos os materiais astrais e as essências elementais suscetível de servir aos seus fins. Portanto, assim que o homem entra novamente no plano astral, tornam a aparecer os desejos, as emoções e as paixões que pertencem ao seu corpo de desejo ou corpo astral.
Para que a consciência das vidas passadas possa subsistir e transmitir através de tôdas estas transformações e todos êstes mundos diferentes, é mister que desenvolva uma grande atividade neste plano elevado das causas, o plano do corpo causal. As pessoas não se recordam das suas vidas passadas porque são incapazes de utilizar conscientemente o seu corpo causal como veículo da sua consciência; êste corpo ainda não desenvolveu nêle uma atividade funcional independente. Existe indubitàvelmente, constitui a essência das suas vidas, o seu verdadeiro "eu" donde tudo dimana, porém não funciona ainda ativamente. A sua atividade é inconsciente, maquinal; ainda não atingiu a sua "consciência própria", e enquanto o não fizer, a memória não poderá transpor sucessivamente todos os planos, e por conseqüência, não poderá também transpor o abismo que separa duas vidas. À medida que o homem avança na senda do progresso, vai tendo vislumbres de consciência que iluminam cada vez mais freqüentemente certos fragmentos do passado; mas esta luz fugitiva deve transformar-se numa luz contínua a fim de dar azo a que se produzam recordações consecutivas.
Perguntar-me-ão: "Será possível estimular êstes vislumbres? Torná-los mais freqüentes?
Será possível apressar o desenvolvimento gradual desta atividade da consciência nos planos superiores? O indivíduo inferior pode trabalhar com êste objetivo em vista, se tiver paciência e coragem; pode esforçar-se cada vez mais por viver no "eu" permanente e por afastar o seu pensamento e a sua energia dos interêsses triviais e efêmeros da vida exterior. Não quero dizer com isto que o homem se deva tornar sonhador e abstrato, absolutamente inútil tanto na vida de família como na de sociedade.
Pelo contrário, todos os seus deveres para com o mundo serão cumpridos com a perfeição que exige a dignidade daquele que os cumpre. Não faz nada tôscamente, sem jeito,como um homem menos evoluído o faria, porque para êle o dever é dever, e enquanto tiver um credor neste mundo e uma dívida para liquidar, não descansará antes de ter pago tudo até ao último real. Cumprirá cada dever com a máxima perfeição, com todo o poder das suas faculdades, com a sua maior atenção. Porém estas coisas não despertarão o seu interêsse, os seus pensamentos não se prenderão com os resultados destas ações, porque só quando tiver cumprido o dever, ficará novamente livre e o seu pensamento regressará à vida permanente, elevando-se até o plano superior, graças à energia das suas aspirações; aí principiará a viver a verdadeira vida, avaliando as trivialidades da vida mundana segundo o seu justo valor, que é absolutamente nulo. Em virtude desta aplicação constante, dêste esfôrço contínuo para pensar de modo abstrato e elevado, o homem principiará a vivificar os elos de transição entre os seus estados conscientes sucessivos, e a introduzir gradualmente na sua vida inferior essa consciência infinita mais vasta que a sua, e que no entanto é seu verdadeiro "Eu". 
Seja qual fôr o plano em que funciona, o homem é sempre um e o mesmo homem, e quando consegue funcionar nos cinco planos sem ruptura de consciência, o seu triunfo é completo. Êsses entes a que chamamos Mestres, os "Homens tornados perfeitos", funcionam na sua consciência no estado de vigília, não só nos três planos inferiores, como também no quarto plano - êsse plano de unidade, denominado "Turiya" no Mandukyopanishad, e ainda no plano superior a todos, o plano do Nirvana. Para ÊIes, a evolução chegou ao seu têrmo; já terminaram o percurso do nosso ciclo atual, e o que ÊIes são, também nós seremos um dia, quando atingirmos o ponto culminante da nossa penosa ascensão.

Isto constitui a unificação da consciência; os veículos conservar-se-ão à nossa disposição para nos servirmos dêles, mas já não conseguirão tolher-nos os movimentos, e o homem poderá empregar qualquer dos seus corpos, segundo a natureza do trabalho que tencione efetuar.
Assim se realiza a conquista da Matéria, do Espaço e do Tempo. Para o homem unificado,já não existem barreiras nem obstáculos. À medida que vai subindo, encontra cada vez menos obstáculos em cada etapa; mesmo no plano astral, a matéria não possui o poder de dividir como neste mundo: não o pode separar dos seus irmãos com a mesma eficácia. O deslocamento no corpo astral é tão rápido que tanto o espaço como o tempo se podem considerar como pràticamente conquistados; embora o homem tenha ainda a noção do espaço que atravessa, a sua rapidez é tamanha que para êle a distância que separa dois amigos um do outro já não existe. Basta esta primeira conquista para reduzir a distância física ao nada. Ao chegar ao mundo mental, o homem descobre em si outro poder: quando pensa num lugar, sente-se imediatamente transportado a êsse lugar; quando pensa num amigo, vê logo o amigo diante de si. Mesmo no terceiro plano, sua consciência transcende as barreiras da matéria, do espaço e do tempo e acha-se sempre presente onde o desejo o leva. Tudo quanto o homem deseja ver, vê-o instantâneamente,assim que a sua atenção foi despertada; tudo quanto ouve numa única impressão, o espaço, a matéria, o tempo, tais como são conhecidos nos mundos inferiores, já não existem; desapareceram; no "eterno agora" já não há seqüência. ' Ao elevar-se mais alto ainda,outras barreiras se desmoronam: as barreiras que existem no interior da sua consciência. Adquire a certeza de que é uno com as outras consciências, com as outras coisas vivas; é-lhe dado sentir como êles sentem, pensar como êles pensam, saber como êles sabem. Pode tornar as limitações dêles suas, por momentos, a fim de compreender exatamente a sua maneira de pensar, conservando contudo a sua consciência própria. Pode servir-se do seu conhecimento mais vasto para ajudar o pensamento mais estreito e mais restrito, identificando-se com êsse pensamento a fim de lhe facilitar a sua expansão. Assume funções inteiramente novas na natureza, quando já se não acha separado dos outros,quando compreende a unidade do Ego com o todo, e principia a espargir as suas energias do plano dessa mesma unidade. Querendo, até se pode identificar com os animais inferiores, para sentir como o mundo se apresenta aos olhos dêles e poder dispensar-lhes o auxílio de que necessitam, pelo qual anseiam e que em vão tentaram obter. 
Portanto, a conquista do homem não o abrange só a êle, mas sim a todos; os podêres cada vez mais vastos que adquire são destinados unicamente ao serviço de todos os que lhe são inferiores na imensa escala da evolução. É assim que se torna "consciente de si" em todo o mundo; eis a razão por que aprendeu a vibrar em uníssono com todos os gritos de dor, com todos os impulsos de alegria ou de tristeza. Atingiu o que se tinha proposto atingir; a sua obra está consumada e o Mestre é o homem "que não tem mais nada que aprender". Não queremos dizer com isto que ÊIe seja onisciente, que tôda espécie de conhecimento se ache simultâneamente presente na Sua consciência; queremos unicamente dar a entender que tudo quanto existe dizendo respeito ao grau de evolução por ÊIe atingido se Lhe acha absolutamente franqueado; para ÊIe não há enigmas; tem logo inteira consciência de tudo quanto lhe desperta a atenção. Tudo quanto vive no nosso ciclo atual de evolução, e não há nada que não viva, é suscetível de ser por ÊIe compreendido, e portanto, auxiliado.
É êste o último triunfo do homem. Tôdas estas coisas de que lhes tenho falado seriam fúteis e triviais se fôssem adquiridas unicamente para beneficiar o "eu" mesquinho, que neste mundo reconhecemos como sendo o "eu".
Todos os passos que me tenho esforçado por te fazer dar nesta senda, leitor amigo,seriam absolutamente inúteis se o resultado fôsse atingires um píncaro isolado, onde permanecerias separado de todos os pecadores, teus irmãos, que sofrem e arrastam uma vida amargurada, em vez de te conduzirem ao âmago de tôdas as coisas, onde tu e êles formam eternamente um uno. A consciência do Mestre expande-se, segundo o Seu desejo, para todos os lados, indiferentemente; assimila-se a todo e qualquer ponto para o qual
ÊIe a dirige; adquire o conhecimento de tudo quanto ÊIe aspira conhecer. E qual é o fim que tem em vista? Fazer que o homem possa auxiliar de uma maneira absolutamente perfeita, obter que ÊIe sinta tudo quanto existe, que dê alento a tudo quanto sofre, que fortaleça tudo quanto é fraco, numa palavra, que ajude a evolução geral. Para o Mestre, o mundo é um vasto "Todo" em evolução, e o seu lugar nêle é o de uma Fôrça consciente que auxilia essa evolução. Pode identificar-se com qualquer etapa da longa caminhada da vida, a fim de dar a essa etapa a assistência necessária. Ajuda os reinos elementais a evoluir em direção à matéria; do mesmo modo ajuda a evolução ascendente dos minerais,das plantas, dos animais e dos homens. Ama e ajuda todos "como a Si mesmo", porque a glória da sua vida consiste em tudo ser êle mesmo e contudo em poder auxiliar todos,tendo a consciência, ao dispensar o auxílio, da Sua própria identidade com aquilo que auxilia.
O mistério do "porquê" disto tudo vai-se revelando gradualmente à medida que o homem se desenvolve e que sua consciência se vai expandindo, tornando-se mais viva,mais extensa, sem nunca perder a noção de si mesma. Quando o ponto se tornou a esfera, vemos que a esfera é afinal o ponto; cada ponto contém tôdas as coisas e sabe que é uno com todos os outros pontos. O exterior constitui afinal o reflexo do interior; a única realidade é a Vida Una, e a diferença é somente uma ilusão que para sempre se dissipou.