domingo, 1 de novembro de 2015

Biografia Corinne Heline

Corinne Heline (Atlanta,EUA, 1882 - Santa Mônica, EUA, 1975) foi uma escritora estadunidense, mística cristã e ocultista.
Foi uma filósofa espiritualista adepta do Rosacrucianismo. Foi discipula de Max Heindel, fundador da The Rosicrucian Fellowship. Escreveu inúmeros livros sobre esoterismo e se tornou ministra do New Age Bible and Philosphy Center, em Santa Mônica, California, EUA. Templo Esotérico dedicado ao estudo dos Ensinamentos Secretos de todas as eras. Sua obra mais conhecida é The New Age Bible Interpretation, editada em sete volumes, que constitui uma interpretação esoterica do Velho e do Novo Testamentos.
Uma luminosa «teia do destino» desde muito cedo se teceu na vida da rosacruciana Corinne Heline, autora de 28 volumes de obras esotéricas.

Antes de prosseguir o alinhavo do breve esboço biográfico que compilei de diversas fontes, sobre esta autora, cumpre-me esclarecer dois pontos que ao leitor de formação Rosacruciana podem parecer de problemática aceitação. São eles:

A utilização, por Corinne Heline, do termo «New Age» — Nova Era —, termo que se divulgou a partir dos anos 70 do século xx como veículo de um conjunto heteróclito de ideologias mais ou menos «esotéricas», sendo que algumas, inclusivamente, se contrariam entre si e em que se mistura um pouco de tudo, desde o tantrismo hindu à iniciação egípcia, passando por técnicas meditacionais de realização pessoal, etc.

A intensa devoção de Corinne Heline à Virgem Maria, em aparente contradição com a doutrina expendida por Max Heindel nas suas obras, em geral, e em especial em A Maçonaria e o Catolicismo.

Quanto ao primeiro ponto, basta esclarecer que a «New Age» citada nas obras de Max Heindel, Theodore Heline e Corinne Heline no primeiro quartel do século xx, ao contrário da «New Age» de segunda vaga dos anos 70, não se refere apenas à iminente Era do Aquário, embora estes três pioneiros a ela façam frequente menção. No espírito da Filosofia Rosacruciana a verdadeira Nova Era é a Sexta Época, ou Nova Galileia, também designada, ocultamente, por «Reino de Deus» e «Nova Jerusalém». Actualmente encontramo-nos na Quinta Época, Ariana. Ouçamos Max Heindel:

«Nas primeiras duas Épocas Polar e Hiperbórea o ser humano evolucionou um corpo e vitalizou-o ; na Terceira Época, Lemúrica, desenvolveu o desejo ; na Quarta Época, Atlante, produziu a astúcia ; e na Época actual, Ariana, incrementou a razão. Na Nova Galileia a humanidade terá corpos mais finos e etéreos do que actualmente, a Terra será transparente, e os corpos serão mais facilmente responsivos aos impulsos espirituais. […] A Nova Galileia será formada por Éter Luminoso permeado de luz solar, nela não haverá noite e será uma terra de Paz (Yeru-Shalem) onde se realizará a Irmandade Universal de todos os seres, unidos pelo Amor» (The Rosicrucian Christianity Lectures, Lecture 14: «Lucifer: Tempter or Benefactor», p. 240).

No Conceito Rosacruz do Cosmos, Max Heindel acrescenta: «Os cristãos esotéricos e os estudantes de todas as escolas ocultas estão esforçando-se por atingir o grau mais elevado, que será alcançado, genericamente, na Sexta Época, ou Nova Galileia, quando a unificante Religião Cristã abrir os corações dos seres humanos, tal como o seu entendimento está sendo aberto agora» (Cap. XII - Evolução da Terra), e também: «Na Nova Galileia, que é a vindoura Sexta Época, o Amor tornar-se-á inegoísta e a Razão aprovará os seus ditames. A Irmandade Universal realizar-se-á porque cada um trabalhará para o bem de todos, e as propensões egocêntricas serão coisa do passado» (Cap. XIII - Em Direcção à Bíblia).

É a Nova Jerusalém descrita no Apocalipse:

«E vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra haviam desaparecido; e o mar já não existia. E vi a cidade santa, a Nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, ornamentada como uma noiva que se ataviou para o seu esposo» (Apocalipse 21, 1-2).

Esta Nova Jerusalém, construída no Primeiro Céu (região superior do Mundo do Desejo, ou do Mundo Astral como lhe chamava Paracelso) pelos cristãos devotos, tornar-se-á visível durante a Sexta Época ou Nova Galileia, estando por conseguinte muitíssimo distanciada, no futuro, da Era do Aquário. Por isso Max Heindel tanto insiste no serviço amoroso e desinteressado aos demais: «O serviço constrói o corpo anímico , o glorioso Trajo de Núpcias sem o qual ninguém pode entrar no Reino de Deus, designado ocultamente como «Nova Galileia», e não importa o grau de consciência que o candidato tenha ou não do percurso, desde que cumpra o seu dever. Além do mais, como o luminoso corpo anímico se desenvolve por dentro e em torno da própria pessoa, a sua luz ensinar-lhe-á os Mistérios sem necessidade de livros, e quem tenha sido assim instruído por Deus conhece mais do que tudo quanto esteja contido em todos os livros do mundo» (Max Heindel, Gleanings of a Mystic, pp. 135-136).

Uma vez que a Nova Idade, ou Nova Galileia, se cumprirá nos tempos apocalípticos como «Nova Jerusalém», tal significa que ocorrerá então o Segundo Advento, do Cristo Glorioso — tempos esses em que «seremos arrebatados às nuvens ao encontro do Senhor, nos ares», tal como nos diz o Iniciado Paulo na sua primeira epístola aos Tessalonicenses (4, 17), significando «nos ares», aqui, «em corpo etérico», ou melhor, no subtil «corpo anímico» formado pelos dois éteres superiores: Luminoso e Reflector; então, cantaremos ao Senhor (Cristo) «um Cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro e de lhe abrir o selos, pois foste degolado e com o teu sangue resgataste para Deus gente de toda a tribo, língua, povo e nação; fizeste deles reis e sacerdotes para o nosso Deus» (Apocalipse 5, 9-10).

Trata-se duma profecia, sem dúvida, mas sobretudo duma promessa, em que a condição conjunta de rei e sacerdote se verificará como recompensa desejável para essa vindoura Nova Era — «New Age» —, de santidade e de paz.

É esta condição conjunta, de rei e sacerdote, que nos vai esclarecer em seguida o segundo ponto referido acima, acerca da (aparentemente) contraditória devoção da rosacruciana Corinne Heline à Virgem Maria.

No seu livro A Maçonaria e o Catolicismo, Max Heindel põe em paralelo as duas grandes linhagens da espécie humana, segundo uma interessante lenda maçónica que diverge nalguns pontos da tradicional génese bíblica: antes de conhecer Adão, Eva conheceu o anjo luciferino Samael, e dele teve Caim. Como entretanto Samael se revoltou contra Jahvé, foi expulso por este, e o filho de ambos, Caim, foi chamado «o filho da Viúva». Jahvé criou Adão, que se uniu a Eva e nasceu Abel. Mas Abel foi morto por Caim e Adão e Eva tiveram um novo filho, Seth, para substituir Abel.

O anjo Samael representa as forças marcianas de Lúcifer, que fizeram a sua morada no planeta Marte, são as «Hierarquias do Fogo» e deram origem à Ordem Maçónica e à «luz interna», aprisionada, que permite ver e conhecer. É a linhagem do intelecto, ou «linhagem mental» (Ocultismo — Escolas de Mistérios). Caim e seus descendentes são os seus representantes humanos.

Por sua vez o anjo Gabriel, anunciador dos nascimentos, representa as Hierarquias Lunares presididas por Jahvé, ou seja, as «Hierarquias da Água» que deram origem à Igreja católica e à «fé devocional», e se opõem à Gnose; é a linhagem do coração, ou «linhagem cordial» (Misticismo — Igrejas). Seth e seus descendentes são os seus representantes humanos.

Desde tempos imemoriais que existe antagonismo entre ambas as linhagens:

A do homo faber que trabalha o fogo: — o aparelho de Estado e os reis, os artífices, a indústria, descendentes de Caim e associados ao luciferino planeta Marte, deus do ferro, do fogo e da guerra, cuja Organização Iniciática, a Ordem Maçónica, tem como ideal Hiram Abiff, descendente de Caim e construtor do Templo de Salomão, modelo da «linhagem mental», também chamada «linhagem real»;

A do homo pius submetido à água benta: — os clérigos, os devotos, os sacerdotes, descendentes de Seth e associados à húmida Lua, planeta da alma, da fecundação, das emoções, cuja Organização Sacramental é a Igreja; O SEU ideal feminino é a Virgem Maria, modelo da «linhagem cordial», também chamada «linhagem sacerdotal».

Houve porém um tempo, recuadíssimo, em que aquele antagonismo não existia, simbolizado pelo mito de Melquisedec, misteriosa personagem bíblica que, sendo Rei e Sacerdote (união das duas linhagens) fez um sacrifício de pão e vinho (Génesis 14, 18-20), prefigurando a vindoura Dispensação Crística, que eliminou os sacrifícios de carne e sangue.

A desunião deu-se na quarta Idade, onde começa o terceiro capítulo do Génesis, e tem-se mantido até aos nossos dias — e manter-se-á ainda por toda a Época Ariana.

A Idade Vindoura, ou Nova Galileia, promoverá a re-união em Cristo, também Ele Rei e Sacerdote, «proclamado por Deus Sumo Sacerdote segundo a Ordem de Melquisedec» (Hebreus 5, 10). Esta Ordem de Melquisedec, regida por Cristo, Rei e Sacerdote, justo e santo, reinará portanto na Sexta Época, a Nova Jerusalém do Apocalipse, em que todos os seres se reunirão em perfeito AMOR.

Por conseguinte, ambas as vias são indispensáveis, na fase actual, para se chegar a uma desejável, ainda que futura, plena convergência, e para que os seres humanos atinjam a perfeição de sentir com a mente e pensar com o coração.

Está assim explicada a perplexidade de certos estudiosos de Max Heindel que encontram, nos seus escritos, ora desenvolvimentos místicos (cordiais), ora desenvolvimentos ocultos (mentais); é que Heindel já se encontrava num grau de avanço em que a convergência começava a fazer-se sentir de forma marcante, ao longo de ambas as linhas. O mesmo sucede com Corinne Heline: sendo uma Iniciada numa Escola de Mistérios (Ocultismo), o seu avanço exige igualmente o desenvolvimento devocional feminino. Assim, a sua devoção à Virgem Maria, ou à Divina Mãe, é a indispensável via cordial (mística) paralela e complementar à via mental (oculta), sendo esta proporcionada não só pelo intelectualismo imperante na nossa Época (razão científica e filosófica) mas também pelas Escolas de Mistérios, como por exemplo a actual Escola de Mistérios Rosacruzes.

Após esta ressalva prévia, esbocemos em breves linhas o percurso espiritual de Corinne Heline.

Desde menina, já evidenciava uma mente brilhante e inquisitiva, a par duma consciência muito avançada; passava horas a visitar e a contemplar uma belíssima escultura da Virgem Maria na igreja católica que ficava do outro lado da rua onde se situava a Escola Dominical Metodista, onde estudava. Mais tarde, lembrar-se-ia que foi este primeiro e inspirador contacto com a Divina Mãe que haveria de constituir uma presença permanente, amorosa e protectora, para tudo quanto veio a escrever. Toda a sua dedicação, ao longo da vida, centrar-se-ia na Virgem Divina.

Corinne teve a consciência da sua missão desde a mais tenra idade. Tinha ela quatro anos e costumava reclinar a cabecita sobre a Bíblia aberta, que a mãe lia, e explicava: «Há uma coisa maravilhosa e muito bonita neste Santo Livro, e um dia hei-se saber o que é». Era ela uma alma que devido à sua preparação anterior, pôde facilmente imprimir na mente consciente, desde a infância, a importância do trabalho que lhe estava cometido na presente encarnação.

Na adolescência, descobriu o fascínio da literatura oculta na vasta biblioteca particular duma vizinha que a recebia carinhosamente, e que se interessava por Teosofia e Rosacrucianismo. Leitora ávida da Bíblia, Corinne verificou que a podia entender melhor com o auxílio dos livros de filosofia oculta que a vizinha lhe emprestava. Os livros sobre reencarnação, sobretudo, desvendaram-lhe um novo mundo, dando-lhe resposta a muitas questões. Um dia a vizinha ofereceu-lhe um exemplar do Conceito Rosacruz do Cosmo, de Max Heindel, e toda a sua vida mudou a partir de então.

Corinne nascera em Atlanta, na Geórgia, em 13 de Agosto de 1882, no seio duma família abastada. A mãe morreu-lhe quando ela tinha 16 anos, deixando-lhe uma confortável herança que Corinne mais tarde utilizou para editar livros. A jovem sofreu profundamente com a morte da mãe, até que uma noite a mãe lhe apareceu dizendo que se encontrava feliz nos Mundos Superiores, e lhe pediu que deixasse de chorar e procurasse alegrar o pai, minorando-lhe o desgosto. Disse-lhe mais, que fosse a um velho baú onde estava guardado o dinheiro do Natal, e que comprasse uma Bíblia nova. Foi esta Bíblia que Corinne usou durante todo o tempo que levou a escrever a sua monumental obra New Age Bible Interpretation.
Após a morte da mãe, Corinne mudou-se para a Califórnia onde foi discípula durante cinco anos de Max Heindel, que a encorajou e auxiliou no seu desenvolvimento espiritual, tendo-lhe pedido, antes de morrer em 1919, que não deixasse de levar por diante o trabalho de divulgar certos aspectos dos ensinamentos Rosacruzes.

Foi cerca de três anos após a morte de Max Heindel, na véspera do Natal de 1922, que Corinne teve a súbita inspiração mística de que era chegado o momento de dar início ao trabalho que lhe estava superiormente destinado, ou seja, interpretar a Bíblia à luz da Tradição esotérica. Foi a seguinte, a visão que teve: viu-se presente na Última Ceia, onde decorriam duas celebrações: uma, com Jesus e os Seus discípulos, numa sala; e outra, numa sala só com mulheres, onde Maria sentada à cabeceira da mesa dava instruções para o futuro disseminar da Doutrina. Corinne ficou muito chocada quando Maria a encarregou de escrever uma interpretação da Bíblia, e escusou-se: «Porquê eu? Não tenho qualificações». Mas Maria aproximou-se dela, beijou-a numa face e disse: «Ajudar-te-ei».

Foi uma tarefa monumental aquela a que Corinne se dedicou nesta encarnação, e pela qual gerações de estudantes lhe ficarão eternamente em dívida. As suas obras constituem uma exposição exaustiva do plano de evolução e de Iniciação para as Eras de Peixes e de Aquário, tal como vem apresentado na Bíblia.
Logo após a morte de Max Heindel, Corinne entabulou uma relação duradoura com Theodore Heline, actor shakespeariano, escritor e editor da revista esotérica Rays from the Rose Cross. Mais tarde ele tornou-se editor e fundador duma outra revista esotérica, New Age Interpreter, tendo fundado igualmente uma casa editorial, a New Age Press. Corinne e Theodore viajaram largamente pelos Estados Unidos, dando conferências que esgotavam lotações, nomeadamente no Santuário do Centro New Age de Filosofia e Estudos Bíblicos, de Santa Mónica, onde foram ordenados ministerialmente. Foi nessa época que casaram, tendo Theodore por fim abandonado a sua carreira de escritor e conferencista para se dedicar a apoiar Corinne e divulgar a obra dela por todo o mundo. Tal como Corinne e Max Heindel, ele foi um pioneiro da Era do Aquário, não se poupando a esforços para utilizar as suas experiências de vida numa tarefa tão exaltante como desafiadora.

Após a morte do pai de Corinne, o casal Heline comprou uma casa numa colina da Califórnia, à qual chamaram Madonna Crest («Outeiro de Nossa Senhora»), em homenagem à Virgem Maria. Era um local muito aprazível, um santuário de paz e tranquilidade, rodeado por um belo jardim cheio de árvores e flores. Foi aí que ela escreveu a maior parte da sua magnífica obra, e onde dava conferências e cursos, sempre muito concorridos.

Para além dos sete volumes de New Age Bible Interpretation, Corinne Heline escreveu muitos e inspirados livros, como por exemplo Magic Gardens e Star Gates, onde faz referência às quatro Sagradas Celebrações Sasonais — os Solstícios e Equinócios —, que eram sempre celebrados em Madonna Crest com rituais apropriados. Tanto nestes como em outros livros que escreveu, Corinne sempre procurou ajudar os investigadores espirituais a manifestarem no plano físico os Templos de Música e de Cura que formarão parte da nova expansão de consciência de Aquário, e respectivos métodos naturais de cura. Corinne tinha a capacidade de visitar estes antigos Templos fazendo uso da sua clarividência e da sua consciência expandida, que lhe permitiam aceder aos mundos invisíveis donde trazia os princípios espirituais com que enriquecia os seus livros.

Concluiu os sete volumes de New Age Bible Interpretation em 1954, quando já contava 72 anos. Theodore Heline transitou subitamente aos Mundos Superiores em 1971; Corinne poucos anos lhe sobreviveu, tendo transitado em 1975 com a bonita idade de 93 anos. O serviço fúnebre foi celebrado pelo reverendo Gene Sand, amigo do casal e que ensinou durante mais de 50 anos no Centro New Age de Santa Mónica. O serviço foi muito belo, segundo relatam testemunhas, e os possuidores de visão espiritual puderam contemplar um maravilhoso agrupamento que veio dar as boas-vindas a Corinne, entre os quais Max Heindel e outros que se haviam devotado a participar na construção do ciclo que agora se encerra. Actualmente, Corinne continua a sua obra nos planos superiores como discípula Maior da Hierarquia, para benefício de todos os estudantes e aspirantes que desejam ser instrumentos conscientes no alvorecer da Nova Era.

Livros Em Ingles

Magnum opus
New Age Bible Interpretation (1954)
Old Testament: Vol I Five Books of Moses and Joshua; Vol II Part I. Solomon and the Temple Builders – Part II. Books of Initiation; Vol III Part I. The Promise – Part II. The Preparation
New Testament: Vol IV Preparation for Coming of the Light of the World; Vol V The Christ and His Mission; Vol VI The Work of the Apostles and Paul and Book of Revelation (The Three Degrees of Discipleship); Vol VII Mystery of the Christos (The Harp of David, The Twelve Holy Days)

Other books on Bible interpretation

Tarot and the Bible
Mythology and the Bible
Mystic Masonry and the Bible
Occult Anatomy and the Bible (New Birth Through Regeneration)
The Bible and the Stars
Sacred Science of Numbers
Questions and Answers on Bible Enigmas
Supreme Initiation of the Blessed Virgin
Blessed Virgin Mary, her Life & Mission

Other Books

Magic Gardens
Star Gates
Color & Music in the New Age
Music: The Keynote of Human Evolution
The Cosmic Harp; Healing; Regeneration through Color & Music
Esoteric Music of Richard Wagner
Beethoven's Nine Symphonies
The Twelve Labors of Hercules
Mysteries of the Holy Grail
Lenten Pearls
The Moon in Occult Lore
The Bible: Wonder Books of the Ages

Essays

The Language of Flowers – Peace: A Legend of the Golden Rod
Songs of Initiation
The Knights Templar
The Symbolism of The Androgynous Man
The White Rose – A Legend of Holy Night
Zodiacal Signatures in the Ten Commandments
Discipleship – The Five Followers: The Fellowship Degree
Solomon – Revelations of Truth
The Autumn Equinox – Its Spiritual Significance

Referencia:

www.christianrosenkreuz.org

Biografia Conde de St. Germain Parte 3


O Conde de St. Germain (Transilvânia, 28 de maio de 1696 — Eckernförde, 27 de fevereiro de 1784) foi uma das figuras mais misteriosas do século XVIII. Tido como místico, alquimista, ourives, lapidador de diamantes, cortesão, aventureiro, cientista, músico e compositor. Após a data de sua morte (de precisão incerta), várias organizações místicas o adotaram como figura modelo. Segundo relatos antigos, era imortal e possuía o elixir da juventude e a pedra filosofal.
O fato de nunca ter revelado sua verdadeira identidade levou a muitas especulações a respeito de sua origem. Entre elas, uma especulação aponta que o conde seria filho de Francis II Rákóczi, o príncipe da Transilvânia que, na época, estava exilado; outra divagação diz que seria filho ilegítimo de Marie-Ann de Neubourg, viúva de Carlos II da Espanha, com um certo conde Adanero, que ela conhecera em Bayonne, no sudoeste de França. Alguns historiadores portugueses consideram que era filho ilegítimo do rei D. João V, fruto da ligação com uma freira de Odivelas. O Conde de St. Germain teria estudado na Itália, possivelmente como protegido do Grão-Duque Gian Gastone (o último descendente dos Médici).

As primeiras aparições registradas do Conde de St. Germain deram-se em 1743, em Londres, e em 1745, em Edimburgo, onde ele foi aparentemente preso, acusado de espionagem. Solto, logo adquiriu a fama de ser um virtuose no violino. Tinha hábitos ascéticos e celibatários. Durante esse tempo, conheceu Jean-Jacques Rousseau, que declarou ser a pessoa do Conde "a mais fascinante e enigmática personalidade que já conhecera". Desapareceu subitamente em 1746. Horace Walpole, que conheceu St. Germain em Londres, em 1745, o descreveu: "Ele canta, toca o violino maravilhosamente, compõe, mas é louco e falta-lhe sensibilidade".

Reapareceu em Versalhes, no ano de 1758. Dizia-se ourives e lapidador, bem como trabalhava com tingimentos de tecidos que nunca desbotavam, por terem uma fórmula secreta. Hospedou-se em Chambord, sob a proteção do rei Luís XV, de quem havia angariado a confiança, e também de sua amante, Madame de Pompadour. Nessa época, distribuiu diamantes como presentes, entre a corte, e ganhou a reputação de ter séculos de idade. Nos salões da corte, um mímico, denominado Gower, começou a imitar os maneirismos do Conde, dizendo ter conhecido Jesus Cristo. Em 1760, ele deixou a França, indo para a Inglaterra, cujo Ministro de Estado, duque de Choiseul, tentou prendê-lo.

Depois desses fatos, esteve nos Países Baixos e em São Petersburgo, na Rússia, quando o exército russo colocou Catarina, a Grande no trono. Mais tarde, a destituição do imperador com a substituição por Catarina seria atribuída a uma conspiração do Conde.

No ano seguinte, foi para a Bélgica, onde comprou terras com o nome de Conde de Surmount. Tentou oferecer sua técnica de tratamento de madeira e couro ao Estado. Durante as negociações, que resultaram em nada, na presença do primeiro-ministro Karl Cobenzl, ele transformou ferro em algo com a aparência do ouro. Depois desapareceu por onze anos, para reaparecer em 1774, na Baviera, sob o nome de Conde Tsarogy.

Em 1776 o conde ainda se encontrava na Alemanha com o título de Conde Welldone, ainda oferecendo receitas de cosméticos, vinhos, licores e vários elixires. Impressionou os emissários do rei Frederico com sua capacidade de transmutação de simples metais em ouro. Para Frederico, ele se apresentou como maçom.

Posteriormente, o Conde de St. Germain estabeleceu-se na residência do príncipe Karl de Hesse-Kassel, governador de Schleswig-Holstein, e lá pesquisou a fitoterapia, elaborando remédios para dar aos pobres. Para o príncipe, ele se apresentou como Francis Rákóczi II, príncipe da Transilvânia.

Morte

Em 1779 St. Germain chegou a Altona em Schleswig, onde tornou-se amigo do príncipe Carlos de Hesse-Kassel, que forneceu materiais e subsídios para o conde realizar seus experimentos.

Em 27 de fevereiro de 1784 o conde de Saint Germain morreu na residência junto à fabrica cedida pelo príncipe Carlos de Hesse-Kassel. Sua morte foi registrado nos anais da Igreja de São Nicolau em Eckernförde e sepultado no dia 2 de março. No dia 3 de abril a cámera e burgomestre de Eckernförde emitiu um proclama de leilão dos poucos pertences deixados pelo conde, já que nenhum parente apareceu para reclamá-los.

No final do século XIX começaram a aparecer rumores de aparições do conde. St. Germain supostamente teria sido visto em 1835 em Paris e, em 1867, em Milão[carece de fontes]. Adeptos da teosofia foram os proponentes da tal imortalidade do conde, clamando-o como mestre e que ainda estava vivo. Annie Besant, uma teosofista, disse ter conhecido o conde em 1896. Outro teosofista, C. W. Leadbeater, disse tê-lo encontrado em Roma em 1926. Um piloto americano, após falha mecânica em sua aeronave em 1932, fez um pouso forçado em uma das montanhas isoladas do Tibet; e entre os monges que o trataram, relatou que havia um homem estranho que teria dito Eu sou o Conde de Saint Germain, e em breve voltarei para a França. Nos anos 1970 o francês Richard Chanfray clamava ser o conde.

As lendas

Várias lendas surgiram em torno do Conde de St. Germain, às quais faltam respaldo histórico. Modernamente estas lendas são propaladas por grupos místicos-religiosos.

Dizem que certa vez, o Conde de St. Germain assombrou a corte do rei Luís XV, quando o rei reclamou para si possuir um diamante de tamanho médio que, por ter um pequeno defeito, valia apenas seis mil libras e que, se tal falha não existisse, valeria pelo menos o dobro. St. Germain solicitou a pedra e, após um mês, devolveu-a ao joalheiro real, com o mesmo peso, sem que apresentasse a mínima anomalia.

Vários relatos afirmam ter o Conde uma imagem imutável, pois sempre aparentava ter por volta de 45 anos. Madame d'Adhemar, biógrafa e dama da corte de Maria Antonieta, conheceu St. Germain, em Paris, perto de 1760 e relata, em suas memórias, datadas de 12 de maio de 1821, que havia reencontrado o Conde de St. Germain na vigília da morte do Duque de Berry, em 1815, ou seja, 55 anos após, e que incrivelmente, ele aparentava os 45 anos de sempre, não havia envelhecido. Segundo as memórias de Giacomo Casanova, o músico Rameau e Madame de Gergy juraram ter conhecido o Conde de St. Germain em Veneza, em 1710, usando o nome de Marquês de Montferrat, e tê-lo reencontrado com a imutável aparência, em 1775 (se verdade, destruiria as hipóteses de o Conde ser filho do príncipe Francis II Rákóczi ou da Madame de Neubourg).

Homem de personalidade hipnótica, frequentava a corte ocasionalmente e se tornava o centro das atenções em qualquer reunião mas, estranhamente, nunca ninguém o viu comer ou beber o que quer que seja publicamente. A origem de sua renda também é um enigma, pois era um homem rico, detentor de várias pedras preciosas, incluindo diamantes, que gostava de presentear, uma opala, de tamanho monstruoso, e uma safira branca, tão grande quanto um ovo, e de fartura em ouro, sem que se soubesse de onde procediam. Tinha a fama de possuir o elixir da juventude e a pedra filosofal. Conta-se que ele era capaz de produzir diamantes a partir de pedras pequenas comuns. Os diamantes que decoravam seus sapatos valiam a soma considerável de duzentos mil francos. Madame du Hausset relata que, certa vez, estava na presença do Conde e da rainha Maria Antonieta enquanto ele mostrava algumas jóias a ambas; Madame du Hausset comentou brevemente sobre a beleza de uma cruz, decorada com pedras brancas e verdes; no mesmo momento, o Conde quis presenteá-la com a jóia, o que foi recusado. Por insistência da rainha, que achava ser o artefato falso, ela aceitou. Depois de algum tempo Madame du Hausset solicitou ao joalheiro real que avaliasse a cruz, constatando ser ela verdadeira e de valor inestimável.

"Um homem que sabe tudo e que nunca morre" disse Voltaire a respeito do Conde de St. Germain. Assim era visto o Conde na época, já que frustrara várias tentativas, por parte de inúmeras pessoas, em desvendar os verdadeiros fatos sobre a sua origem. Rumores afirmam que o Conde Cagliostro era seu discípulo. O Conde também tinha o hábito de aparecer subitamente em uma roda social e depois sumir por vários anos, sem deixar traços.

Papel em sociedades místico-religiosas

Algumas sociedades místicas afirmam ter Saint Germain reencarnado várias vezes, anteriormente, sob a pele de figuras históricas como o Profeta Samuel, Santo Albano, o filósofo grego Proclo, José, pai de Jesus, o mago Merlin, o frade alquimista Roger Bacon, o fundador do Rosacrucianismo Christian Rosenkreuz, o navegador Cristóvão Colombo, o fundador do espiritismo Allan Kardec, o político inglês Francis Bacon, tendo sido nesta encarnação o verdadeiro autor das obras atribuídas ao dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare.

Hoje em dia, segundo estes místicos, seria um dos Chohans dos Sete Raios. Os Chohans, Senhores, Diretores ou Mestres dos Sete Raios relacionados com a evolução no plano físico cósmico, trabalham em plena harmonia entre si para executarem o Plano Divino.

Chama Violeta

Para a Sociedade Teosófica, Saint Germain é o "Mestre Ascenso do Sétimo Raio", que emana a chama violeta, e que seria a mais poderosa força espiritual atualmente presente no planeta, uma energia de desobstrução, um fogo sagrado e luz de intenso brilho que produz a queima dos carmas.

Atualmente estaríamos entrando na sétima era, a Era de Aquarius. Saint Germain seria o Senhor, Mestre e Chohan (Regente) do Sétimo Raio de Luz Cósmica, que é o raio violeta da purificação, transformação e liberdade, que atua de forma dinâmica através de sua manifestação como chama.

Como possibilitaria a redenção pessoal através da dissolução e incineração cármica, a chama violeta é também a chama da misericórdia, uma vez que é um instrumento que possibilitaria a melhora pessoal e ascensão espiritual, instrumento criado e outorgado pelo Divino, pelo emanador dos raios cósmicos — O Grande Sol Central.

No Brasil, o Avatar da Era de Ouro de Aquário tem vários grupos que divulgam seus ensinamentos. Entre eles estão a Fraternidade dos Guardiães da Chama, Movimento da Consciência Suprema Unae e o Núcleo de Desenvolvimento de Terapeutas do Terceiro Milênio "Saint Germain" e Fraternidade Solar Coração Pachamama de Viamão/RS.

Obras

Peças musicais (Diversas), que são executadas até hoje em Eckernförde;
Santíssima Trinosofia (o original, séc. XVIII, acha-se atualmente na Bibliothéque de Troyes, França) (O único escrito realmente atribuído ao Conde de Saint Germain).

Referências em obras de outros autores

Mistérios Desvelados (escrito por Guy Ballard, nos anos 1930)
A Presença Mágica (escrito por Guy Ballard, nos anos 1930)
O Segredo do Immortal Nicholas Flamel: O Mágico, aonde desempenha um alquimista que ajuda Nicholas Flamel.

Biografia Saint Germain Parte 2


Muito mistério existe acerca deste homem cuja idade e origem são desconhecidas. Muitas são as teorias a respeito do seu nascimento: filho da viúva do rei Carlos II da Espanha e um banqueiro de Madrid; filho de um judeu português; de um judeu alsaciano; de um cobrador de impostos em Rotondo; filho natural do rei de Portugal; filho do Príncipe Ragoczy, Franz-Leopold, da Transilvânia. Esta última hipótese é a mais aceite e lógica. 

A história mostra que o Príncipe Ragoczy, provável pai de Saint-Germain, foi derrotado em luta contra o Império Austríaco visando recuperar seu poder independente, assim, suas propriedades foram confiscadas e seus filhos precisaram abandonar o nome Ragoczy. O filho mais novo, Saint-Germain, foi entregue ao último Duque de Medici que o educou.  Sabe-se que estudou e viveu em Itália.

As primeiras aparições do Conde de St. Germain se deram em 1743, em Londres, e em 1745 em Edimburgo. Nessa altura  conheceu Jean Jacques Rosseau que disse ser ele "a mais fascinante e enigmática personalidade que já conhecera".

Desapareceu subitamente em 1746 e reapareceu em Versalhes no ano de 1758. No ano seguinte, foi para a Bélgica, onde comprou terras com o nome de Conde de Sourmount. Depois desapareceu por onze anos,  reaparecendo em 1774 na Bavária , sob o nome de Conde Tsarogy.

Em 1776  ainda se encontrava na Alemanha mas com o título de Conde Welldone,  e apresenta-se ao Rei Frederico como Maçon.

Posteriormente, o conde de St. Germain estabeleceu-se na residência do príncipe Karl de Hesse- Kassel, e dedicou-se à fitoterapia, elaborando remédios para dar aos pobres. Para o príncipe, ele se apresentou como Francis Rákóczi II, príncipe da Transilvânia..

Diz-se que ‘faleceu’ em 1784 deixando muito pouca coisa para trás.  Entretanto existem relatos de sua aparição depois disso e S. Germain teria estado em Portugal em 1788, bem como foi visto no Egipto em 1798 durante a campanha de Napoleão Bonaparte e diz-se que Napoleão II possuia um dossier sobre ele. Também foi visto em Paris no ano de 1835 e em Milão no ano de 1867. 
Helena Blavatsky, uma teosofista russa bem conhecida,  disse ter conhecido o conde em 1896. Leabeater, outro teosofista, disse tê-lo encontrado em Roma no ano de 1926, ou seja, 142 anos depois de sua ‘morte’. 

Portanto, tudo isto é no mínimo intrigante e misterioso desde o facto de ter sido conhecido na figura de diversos personagens com grande facilidade de movimentação e implementação, além das suas aparições e desaparições para terras de ninguém, quiçá para os Reinos Internos da Terra (Agharta e Shamballa) onde vivem os Mestres da Humanidade conhecidos há milhares de anos pelos Lamas Tibetanos.

“Um homem que sabe tudo e que nunca morre“ dizia Voltaire a seu respeito, afirmando-se na época que o Conde Cagliostro  era seu discípulo.

Segundo dados da literatura ocultista, Saint Germain teria reencarnado várias vezes ao longo das épocas desde a lendária Atlântida onde teria sido O SEU último rei Poseidon; depois o faraó Amenophis IV; o Sumo-Sacerdote da Ordem de Ezequiel; o Profeta Samuel, S. José (pai de Jesus),  Santo Albano, o filósofo grego Proclo, o Mago Merlin, o frade alquimista Roger Bacon, o fundador do Rosacrucianismo - Christian Rosenkreuz, e outras figuras conhecidas na História. 

A verdadeira missão de Saint Germain era auxiliar no progresso da ciência, encaminhar a humanidade para a religião não dogmática e estimular a evolução geral.

Hoje em dia, segundo várias sociedades místicas, dizem ser ele um dos Sete Cohans ou "Senhores dos Sete Raios" um Mestre Ascenso que dirige  a evolução  no plano físico cósmico, trabalhando para  o Bem da humanidade e executar o Plano Divino na Terra nos próximos 2.150 anos, sendo portador da “chama violeta” de Purificação para a Nova Era de Aquário.

Falava no mínimo doze idiomas, e sabia escrever grego, latim, sânscrito, árabe, chinês, francês, inglês, italiano, espanhol e português. Tinha uma educação primorosa, sendo cortês, simpático, cativante, inteligente, paciente, entre tantas outras qualidades mencionadas por importantes figuras da época.

 A sua erudição era fantástica, sabia pintar, tocar cravo e violino, possuía conhecimentos de química e de alquimia que ultrapassavam os seus contemporâneos. Dizia-se que sabia como aperfeiçoar diamantes, fazer ouro e que possuía o elixir da longa vida.

Nutria grande admiração por culturas orientais, meditava por horas durante o dia e quando acordava desse estado relatava visitas feitas a terras distantes. Os seus conhecimentos de história pareciam sobrenaturais, costumava mencionar factos ocorridos na corte da Babilônia, histórias com milhares de anos, outros ocorridos na corte de Henrique IV e Francisco I, além de outros relatos incríveis.

Não comia carne nem bebia vinho. Tinha habilidades curativas ou poderes sobrenaturais. Alguns relatos mencionam que sua aparência era a mesma em 35 anos. Segundo alguns registros de época acreditava-se que sua juventude era mantida pela alimentação equilibrada que fazia, ou pelo uso de plantas manipuladas que bem conhecia.

Formou sociedades secretas, ocupou posição proeminente entre os Rosa-cruzes, os Maçons e os Cavaleiros Templários.

   
SAINT GERMAIN ESTEVE  EM SETÚBAL  

O Conde  quando esteve em Portugal no ano de 1788, vindo de Veneza com sua espôsa Lorenza, tendo-se encontrado com seu companheiro de missão, o adepto Conde de Cagliostro (José Alexandre Bálsamo) em Lisboa,  tal não sucedeu por acaso ou por mera visita turística, mas sim teve um certo propósito, uma determinada intenção. Ou seja, ele veio fazer algo que só poucos conhecem, porquanto teria estado a bordo duma fragata da Marinha Inglesa, de nome Fénix,  frente à Serra da Arrábida (ou "Serra-Mãe" - como tratava Sebastião da Gama), para fazer ali  a alguém uma certa Iniciação. Esse alguém teria sido o General Wellington, aquele que derrotou Napoleão Bonaparte na célebre batalha de Waterloo.  Também teria estado na Casa Real dos Maçons Lusitanos em Lisboa (conhecida pela "Casa dos 24"), cujo Venerável na ocasião era o irlandês O'Kelly.
Ora, sendo o Conde de Saint Germain, uma figura enigmática do qual fala hoje muita literatura mística e esotérica, conferindo-lhe uma significação importante como o Senhor do "7º Raio" de cor violeta (uma das que faz parte da bandeira municipal de minha cidade ), conhecido como um dos "Mestres Ascensos" da Fraternidade Branca Universal, que veio ele verdadeiramente fazer a Setúbal?  

Na verdade, esta é uma cidade mítica onde o neto de Noé (Ubal) escolheu lugar nas imediações do Cabo Espichel para fundar ou iniciar o repovoamento de toda a Hispânia após o Dilúvio, tendo desde então um significado importante até ao fim dos tempos sob cuja Serra da Arrábida se esconde algo misterioso (como na Serra de Sintra) para grandes e futuros Acontecimentos. 

Biografia Saint Germain Parte 1


A Europa do século XVIII testemunhou o aparecimento de uma constelação de notáveis homens espirituais que trabalharam para aliviar o sofrimento humano, apontaram para uma comunidade humana regenerada e tiveram um papel central na transição da noção régia "L´Etat, c'est moi", para a concepção contemporânea de nação. O Conde de Saint-Germain foi o mais misterioso e enigmático dentre aqueles personagens. Embora ele mantivesse relações familiares com a maior parte das cabeças coroadas da Europa, pouco era conhecido de sua própria vida. Nenhuma data ou lugar podem ser indicados como sendo os de seu nascimento, e sua morte registrada é quase certamente uma falsificação. Mesmo sendo brilhante e talentoso, sua origem e educação são desconhecidas. Viajando incessantemente pelas capitais importantes da época, suas atividades em grande parte eram ocultas. H.P.Blavatsky sugere uma relação estreita entre Mesmer, Saint-Martin, Cagliostro e Saint-Germain, e afirma que Saint-Germain "supervisionava o desenrolar dos acontecimentos" na carreira de Mesmer e indicara Cagliostro para assistí-lo. O vasto período de tempo em que Saint-Germain trabalhou e o nível em que o fez sugerem que sua visão e esforços não eram limitados por nenhum lugar ou período únicos.

Saint-Germain apareceu primeiro em Veneza, no início do século XVIII, aparentando ter quarenta e cinco anos de idade, extremamente bem-apessoado, com olhos intensos e maneiras atraentes. Em torno de 1760 a Condessa von Georgy encontrou-o na corte de Luís XV. Atônita por ver o Conde completamente igual ao que era cinqüenta anos antes, perguntou-lhe se era realmente ele. O Conde não apenas confirmou sua suspeita, mas relatou diversos incidentes que só os dois conheciam.

Em 1710 Rameau elogiou as claras e emocionantes improvisações de Saint-Germain ao pianoforte. O Príncipe Ferdinand von Lobkovitz recebeu uma de suas composições, e outra, com a assinatura do Conde, acabou por chegar às mãos de Tchaikovsky. Duas outras, datadas de 1745 e 1760, estão preservadas no Museu Britânico. Saint-Germain tocava violino igualmente bem, sendo comparado favoravelmente com Paganini por aqueles que haviam ouvido ambos tocar.

O conhecimento de línguas de Saint-Germain era fenomenal. Ele falava francês, inglês, alemão, italiano, espanhol e português fluentemente e sem sotaque. Os eruditos ficavam surpreendidos pela sua facilidade no grego e no latim, assim como no sânscrito, chinês e árabe, que ainda não eram bem ensinados nos liceus franceses. Ele era ambidestro e podia escrever com ambas as mãos ao mesmo tempo. Franz Gräffer testemunhou Saint-Germain escrever rapidamente a mesma carta com as duas mãos em duas folhas de papel. Quando superpostas uma à outra e vistas contra uma janela, as folhas translúcidas revelaram escritas idênticas, "como se fossem cópias de uma mesma matriz". Ele também era um esplêndido pintor e crítico de arte. Suas obras eram notadas pelo brilho realístico que dava às pedras preciosas que pintava na tela. Embora se suspeitasse que ele misturava madrepérola em seus pigmentos, ele jamais revelou o segredo e suas cores nunca foram reproduzidas.

Seu conhecimento de alquimia e química é bem atestado. Ele admitia que podia fazer pérolas artificialmente e uma vez removeu uma jaça de um grande diamante possuído por Luís XV. Casanova testemunhou uma moeda de prata de sessenta cêntimos ser transformada em uma peça de ouro puro em cerca de dois minutos. Quando Casanova lançou dúvidas sobre o que havia visto, Saint-Germain respondeu simplesmente: "As pessoas que questionam a minha Arte não merecem minha atenção", e Casanova jamais o viu novamente. Dois meses mais tarde Casanova deu a moeda para o Marechal-de-campo Keith em Berlin. Além desta capacidade de aperfeiçoar os metais, a própria idade imutável e hábitos alimentares únicos de Saint-Germain - ninguém jamais o viu comer - sugerem que ele possuía o elixir da vida. Uma vez que outros alegaram ter recebido benefícios diretos de seus derivados, incluindo vigor recuperado e saúde restaurada, memória aumentada e vida prolongada, parece que Saint-Germain possuía o conhecimento do Azoth, que em suas três formas constitui a Pedra Filosofal, o poder de projeção e o elixir da vida.

Mesmo sem haver evidência de ter alguma vez recebido receitas ou lucro de seus investimentos, Saint-Germain era rico. Suas jóias pessoais eram fabulosas, incluindo um par de fivelas de sapato que valiam duzentos mil francos. Os convites para os seus jantares suntuosos, nos quais ele não comia nada, eram enviados em cartões engastados de pedras preciosas. Ele tinha crédito em todos os bancos e jamais estava em débito. A fonte de sua riqueza, contudo, permanece desconhecida.

Suas origens são igualmente desconhecidas. Dizia-se variadamente que ele era um descendente de Carlos II da Espanha, um judeu da Alsácia, o filho de um rei de Portugal, ou o Príncipe Rakócxy da Transilvânia. o Príncipe Karl von Hesse-Cassel, um amigo do Conde, acreditava, mas não pretendia certeza, que a última identidade era a correta. Saint-Germain ocasionalmente usava o título de Conde Tzarogy, e o Príncipe Karl havia ouvido que quando o irmão e irmã do Conde receberam do Imperador Carlos VII os títulos e nomes de Saint Karl e Saint Elisabeth, ele mesmo adotou o nome de Sanctus Germano, "o irmão santo". Mas Saint-Germain comprou do Papa o condado de San Germano e seu título. Uma vez ele mesmo disse que havia vivido por um tempo na Caldéia, mas não está claro se ele estava se referindo a uma vida anterior. Uma especulação recente de Jacques Sadoul sugere uma conexão entre o Signor Geraldi, Lascaris e Saint-Germain. Descrições existentes sobre sua aparência e maneiras são muito similares e todos os três eram alquimistas, lingüistas e conversadores notáveis. Geraldi estava em Viena em 1687; desapareceu em 1691. Lascaris apareceu em torno de 1693, realizou muitas transmutações documentadas e sumiu entre 1730 e 1740, logo antes de Saint-Germain chegar à Inglaterra. O astrólogo Etteila arriscou declarar em 1786 que Saint-Germain e Irineu Filaletes eram a mesma pessoa, acrescentando: "Monsieur de Saint-Germain une em sua própria pessoa um conhecimento perfeito das três ciências clássicas".

Todos os que o encontravam ficavam profundamente impressionados com sua natureza gentil e refinada, sua graça, amabilidade e compaixão, e com sua palestra brilhante e envolvente. Suas histórias sobre tempos antigos, como as sobre Francisco I de França, eram tão animadas e detalhadas que muitos vieram a acreditar que ele tinha centenas de anos de idade. Ao mesmo tempo que realmente sugeria ser muito velho e que tinha conhecimento pessoal dos eventos antigos, ele não pretendia que tudo o que lembrava tivesse ocorrido quando estava no corpo que possuía como 'Saint-Germain'. Quando uma vez mostrou o retrato de sua mãe para a Condessa de Genlis em 1723, ela notou o traje desconhecido usado na pintura. "A que período pertence esta roupa?", perguntou ela, mas não recebeu resposta.

'O Homem-Prodígio', o 'homem milagroso', fascinou toda a Europa cortesã. De todos os cantos vinham relatos de alguma visão estranha, alguma experiência peculiar, de uma história maravilhosa ou alguma atividade misteriosa. A maior parte deles é fragmentária e inclui histórias inventadas, pois se tornara sinal de distinção e prestígio ter algum encontro com Saint-Germain. Ele não tentava encorajar ou suprimir nenhuma história particular, pois elas ocultavam mais completamente seu trabalho verdadeiro dos olhos curiosos e bisbilhoteiros. Ao passo que um número de pessoas notáveis de menor escalão tenha registrado incidentes em sua vida, aqueles que mantinham posições críticas no poder e influência e que freqüentemente o tinham como confidente não escreveram histórias detalhadas dos eventos em andamento.

Em 1723 Saint-Germain estava na França e em relações estreitas com Madame de Pompadour, a quem ela havia dado uma caixa de ágata que, quando levada para perto de um fogo, revelava uma pintura de uma pastora com seu rebanho. Um grupo de nobres austríacos e húngaros eram amigos seus, incluindo o Príncipe Kaunitz e o Príncipe Ferdinand von Lobkovitz. De 1737 a 1742 Saint-Germain viveu na corte do Xá da Pérsia, onde mergulhou em estudos alquímicos. Foi lá, disse ele, que começou a entender os segredos da natureza. Voltou a Versalhes e passava muitas horas com Luís XV. De acordo com Horace Walpole, Saint-Germain, que "canta e toca violino maravilhosamente", foi à Inglaterra e foi implicado na Revolução Jacobina em 1745. Um inimigo introduziu uma carta, alegadamente escrita pelo Pretendente, no bolso de Saint-Germain e então prenderam-no. Ele imediatamente explicou-se, foi inocentado, e jantou na mesma noite com William Stanhope, Conde de Harrrington e Secretário do Tesouro. No mesmo ano foi a Viena, onde foi calorosamente recebido por Lobkovitz, primeiro ministro do Imperador Francisco I. Durante este período ele também visitou Frederico o Grande em Sans-Souci, e lá teve várias conversas com Voltaire. Embora um cético empedernido, Voltaire sentiu-se movido a escrever que "o conde de Saint-Germain é um homem que jamais nasceu, e jamais morrerá, e que sabe tudo".

Saint-Germain viajou à Índia com o General Clive. Mais tarde ele escreveu: "Devo meu conhecimento de fazer jóias à minha segunda viagem à Índia, no ano de 1755". A partir de seu próprio relato, ele esteve também na África e na China, mas não deu datas. Quando voltou à França em 1757, causou profundo impacto no Marechal, o Conde de Belle-Isle, que haveria de se tornar Secretário de Estado com o Duque de Choiseul no reinado de Luís XVI. Nesta altura o Rei deu a Saint-Germain um apartamento no castelo real de Chambord, e formou-se um grupo de estudantes ao seu redor. Entre eles estava o Barão von Gleichen, o Marquês d'Urfré e a Princesa de Anhalt-Zerbst, mãe de Catarina II da Rússia. Algumas lendas fantásticas sobre o Conde se espalharam em toda Paris porque um inglês de nome Lorde Gower se divertia imitando Saint-Germain e fazendo que sua imitação falasse e fizesse coisas tolas. Saint-Germain tinha de suportar a fofoca que surgia nos salões da época e o fez sem queixa.

Luís XV enviou Saint-Germain em missão secreta extraordinária para Haia, para descobrir se os ingleses aceitariam uma paz que era aceitável para a França. Saint-Germain chegou com cartas de Belle-Isle e rapidamente descobriu que o Duque de Choiseul estava trabalhando contra a paz, e que o Conde d'Affry, embaixador francês oficial, era seu aliado. O Conde avisou Madame de Pompadour, explorou os sentimentos de vários diplomatas e convenceu Jorge III de que ele estava agindo em nome do Rei de França. Choiseul soube que Saint-Germain descobrira suas tramas e ordenou que o prendessem. Saint-Germain insistiu que não tinha nada a temer de Choiseul, não obstante, escapou rapidamente pela Frísia Oriental em direção à Inglaterra, onde foi recebido na corte. Quando o Conde de la Watú descobriu a partida súbita, escreveu para Saint-Germain:

"Se um raio me atingisse eu não teria ficado mais confuso do que quando descobri que houvestes partido de Haia... Sei bem, Monsieur, que sois o maior senhor em toda a Terra; só lamento que pessoas vis ousem dar-vos aborrecimentos, e diz-se que ouro e intrigas estão sendo empregados em oposição aos vossos esforços pela paz... Se decidis que posso ser de valia para vós, contai com minha fidelidade; não tenho senão meu braço e meu sangue, mas ponho tudo isso a vosso serviço".

Quando seus esforços pela paz pareceram falhar, ele voltou a Paris em maio de 1761. Quando o Marquês d'Urfé informou Choiseul da presença do Conde, ele respondeu: "Não me surpreende, pois ele passou a noite em meus aposentos". Desta discussão surgiu o Pacto de Família, que por fim foi sucedido pelo Tratado de Paris, que deu fim às guerras coloniais. A seguir Saint-Germain é encontrado em São Petersburgo. O Conde Gregor Orloff escreveu ao Margrave de Brandenburg-Anspach que o Conde "teve grande papel na sua revolução" e ajudou a estabelecer Catarina II no trono. Por volta de 1763, contudo, Saint-Germain estava em Bruxelas. O Conde Karl Cobenzl escreveu para o Primeiro Ministro, Príncipe Kaunitz, que ele havia visitado o Conde.

"Possuindo grande fortuna, ele vive na maior simplicidade; ele sabe tudo, e demonstra uma retidão, e uma bondade de alma, dignas de admiração". Cobenzl descreveu uma transmutação do ferro, vários processos de tintura "e o mais perfeito curtume", a eliminação do cheiro dos óleos de pintura e a produção de cores brilhantes. Ele então delineou um plano de manufatura sem custo destes itens, pelos quais o Conde recusou recompensa exceto uma fração dos lucros. Nesta época Casanova encontrou Saint-Germain em Tournay e foi informado da fábrica de Cobenzl.

Em algum momento entre 1763 e 1769 Saint-Germain passou um período de um ano em Berlin. Dieudonné Thiébault lembrou em suas memórias que Saint-Germain "era claramente de berço nobre, e transitava na boa sociedade". Quando Madame de Troussel e o Abade Perteny, "que não tardou em reconhecer nele as características que constituem um adepto", mencionou a Pedra Filosofal, Saint-Germain ridicularizou os esforços ilógicos da maioria dos alquimistas. "Eles não usam agente nenhum exceto o fogo", disse o Conde, conforme relatos, "esquecendo que o fogo divide e decompõe, e que conseqüentemente é mera tolice depender dele para a criação de um composto novo". Thiébault acreditava que Cagliostro havia sido seu discípulo e iniciado pelo próprio Saint-Germain. Cagliostro permaneceu sempre fiel ao seu mestre, mesmo sendo atacado amiúde por homens e mulheres astutos e maliciosos. Mas, diz Thiébault:

"Na história do Monsieur de Saint-Germain temos a história de um homem sábio e prudente que jamais atentou voluntariamente contra o código de honra, ou fez algo que pudesse ofender nosso senso de probidade. Temos maravilhas sem fim, mas nunca algo mesquinho ou escandaloso".

Em torno de 1770 Saint-Germain viajou para Veneza, onde instalou uma fábrica que empregava centenas de operários trabalhando no tingimento e processamento do linho para que tomasse a aparência de seda italiana. Ele acompanhou a Tunis o Conde von Lamberg, Camareiro do Imperador José II. No mesmo ano o Conde Alexis Orloff acolheu-o calorosamente em Leghorn, onde ele apareceu de uniforme russo e usou o nome de Conde Saltikoff. Nesta época ele também foi visto em Paris por ocasião da desgraça de Choiseul. Heer van Sypesteyn escreveu:

"Todas as suas habilidades, especialmente sua extraordinária bondade, sim, mesmo magnanimidade, que formavam suas características essenciais, o tornaram tão respeitado e amado que quando, em 1770, depois da queda do Duque de Choiseul, seu arqui-inimigo, ele apareceu em Paris novamente, foi só com grandes expressões de tristeza que os parisienses deixaram que ele partisse".

Por ocasião da morte de Luís XV em 1774 - que havia pronunciado as ominosas palavras "depois de mim, o dilúvio" - Saint-Germain foi para Haia pela última vez e logo seguiu para Schwalbach. Foi visto por Björnstahl em Hanau, com o Lorde Cavendish. Nos dois anos seguintes ele visitou Triesdorf, Leipzig e Dresden. Em 1779 foi para Hamburgo. Lá foi o hóspede ilustre do Príncipe Karl von Hesse, e juntos eles empreenderam alguns experimentos secretos, todos dedicados ao bem da humanidade.

A última fase da carreira pública do Conde é relatada com mais detalhes nos 'Souvenirs de Marie-Antoinette', da Condessa d'Adhémar. O livro é apócrifo, e inclui cenas que ela não poderia ter testemunhado pessoalmente, mas documentos a respeito de Saint-Germain foram cuidadosamente preservados pelos descendentes da Condessa e parece provável que a maior parte dos casos relatados no livro sejam baseados nas suas recordações. A Condessa diz que Saint-Germain visitou-a várias vezes e persuadiu-a para usar sua influência sobre a nova Rainha, Maria Antonieta. Em várias ocasiões Saint-Germain detalhou o destino da monarquia francesa: uma conspiração estava em andamento - embora não houvesse um líder único - para subverter toda a ordem social. Uma vez que ela havia surgido por causa das necessidades legítimas das massas, não poderia ser ignorada, mas a menos que Luís XVI tomasse a iniciativa da reforma, outros, especialmente os Enciclopedistas ávidos de poder, usariam o nome do povo em proveito de seus fins complexos, confusos e ignóbeis. Além de certo ponto nada mais poderia ser feito, de modo que o Rei devia agir rapidamente. Infelizmente, Maurepas, de quem o Rei dependia, era ao mesmo tempo um tolo e um inimigo de Saint-Germain. O Rei devia ter a coragem de livrar-se dele.

A triste história da Condessa d'Adhemar é bem conhecida: os esforços do Conde suscitaram a atenção de Luís e de Maria Antonieta, que admitiram mesmo que o Conde enviara a ela cartas anônimas que haviam advertido e protegido numerosas vezes. Mas seus conselhos não conseguiram livrar o Rei da intolerável influência de Maurepas. Saint-Germain previu o resultado final - revolução e república, um império temporário e uma legião de governos controlados por homens ambiciosos e indignos. Diz-se que ele apareceu na decapitação de Maria Antonieta, e novamente em 1804, 1813 e 1820. Exceto por estas breves aparições, ele escreveu à Condessa pela última vez em 1789: "Tudo está perdido, Condessa! Este é o último sol que brilhará sobre a monarquia; amanhã ela já não existirá, o caos prevalecerá, a anarquia sem paralelo... agora é tarde demais".

Em 1784 o Conde retirou-se para o castelo do Príncipe Karl e, de acordo com o registro paroquial de Eckernförde, morreu depois de uma doença em 27 de fevereiro. Ninguém viu o corpo, e Saint-Germain esteve presente na Grande Convenção Maçônica de Paris em 1785. Com ele estavam Saint-Martin, Mesmer e Cagliostro. Estes quatro também estiveram presentes na Convenção de Wilhelmsbad em 1782. Tendo-se encerrado a vida pública de Saint-Germain, ele continuou a visitar por muitos anos alguns poucos que estavam profundamente envolvidos na obra Maçônica. Franz Gräffer relatou que Saint-Germain lhe disse: "No fim deste século devo desaparecer da Europa, e recolher-me à região dos Himalaias. Eu preciso descansar, eu devo descansar. Dentro de exatamente oitenta e cinco anos as pessoas me verão novamente. Ele consultou o Conde Chalons em 1788 e aconselhou o Barão von Steuben para juntar-se a Lafayette na América. Finalmente, o Mahatma K.H. declarou que foi "na casa de seu fiel amigo e patrono, o benevolente Príncipe alemão, em cuja presença ele fez sua última partida - para O LAR".

Além de ser chamado de Templário por Cadet de Gassicourt, Deschamps asseverou que Saint-Germain havia pessoalmente iniciado Cagliostro na Ordem. Gräffer relatou que em 1776 Saint-Germain explicou os princípios do magnetismo para Mesmer, que já havia começado ele mesmo a descobrí-los. Depois de sua conversa, Mesmer desistiu do uso dos magnetos e dedicou-se inteiramente ao magnetismo animal. Mais de um escritor da época suspeitou de que a mão diretriz de Saint-Germain estava em um número de sociedades Maçônicas e espirituais secretas, cujos líderes eram desconhecidos. Além dos Fratres Lucis e dos Cavaleiros do Templo, seu nome foi associado com os Irmãos da Ásia, com a Ordem da Observância Estrita, que ajudaram a fundar, e com grupos Rosacruzes.

Embora Saint-Germain supostamente tenha escrito diversas obras, apenas um breve tratado sobrevive. É o famoso 'A Santíssima Trinosofia', ocasionalmente atribuído a Cagliostro porque a cópia sobrevivente foi encontrada entre seus pertences pessoais quando ele foi preso em Roma pala Inquisição. A tradição afirma que Cagliostro o recebeu quando foi iniciado nos Templários por Saint-Germain. A conclusão contém diversas páginas de misteriosas figuras hieroglíficas e desenhos. As doze seções anteriores são um texto alegórico sobre a iniciação, escrito por um prisioneiro da Inquisição para seu amigo Filócato, na véspera da sua entrada no "santuário das ciências sublimes", que está aberto a todos que podem ver e voar em direção ao Trono do Eterno.

"Duas pedras bloqueadoras igualmente perigosas constantemente se apresentarão a ti. Uma delas é o ultraje dos sagrados direitos de cada indivíduo. É o mau uso do poder que Deus terá confiado a ti; a outra, que trará a ruína sobre ti, é a indiscrição... Ambas nascem da mesma mãe, ambas devem sua existência ao orgulho. A fragilidade humana as alimenta; elas são cegas, sua mãe as conduz".

Ordenam ao protagonista seguir à noite para um altar de ferro em um monte perto do Vesúvio e proferir uma invocação. Ao fazê-lo, ele é envolvido em fina fumaça, e a cena se dissolve, e ele é levado para uma alegoria na qual ele penetra o segredo dos quatro elementos e o mistério do espírito. Aceitando que o relato tem uma precisão simbólica, o texto assume a feição de um relato detalhado do triunfo da natureza eterna sobre as aparências internas e externas, através da obediência, coragem, constância, consciência e desejo de aprender no Palácio da Sabedoria. Depois de muitas provas terem sido ultrapassadas, o protagonista conclui:

"Percebo com espanto que entrei novamente na Sala dos Tronos (a primeira em que me encontrei ao entrar no Palácio da Sabedoria). O altar triangular ainda estava no centro da sala, mas a ave, o altar e a tocha estavam unidos e formavam um único corpo. Perto deles havia um sol dourado. A espada que eu trouxera da sala do fogo estava a poucos passos distante, no assento de um dos tronos: eu tomei a espada e golpeei o sol, reduzindo-o a pó. Então toquei nele e cada molécula sua se tornou um sol dourado como aquele que eu despedaçara. Naquele instante uma voz alta e melodiosa exclamou 'A obra está perfeita!'. Ouvindo isso, os filhos da luz acorreram a mim, as portas da imortalidade se me abriram, e a nuvem que vela os olhos dos mortais se dissipou. Eu VI e os espíritos que presidem sobre os elementos reconheceram-me como seu mestre".

A vida de Saint-Germain demonstrou a alegoria espiritual da qual ele escreveu. Ela foi majestosa e maravilhosa demais para qualquer mente compreender, exceto as mais imaginativas e intuitivas. Marie-Raymonde Delarme, em seu recente livro 'Le comte de Saint-Germain', conclui que "Na história do século XVIII o Conde de Saint-Germain deixou a imagem de um espírito universal, dotado de rara intuição, capaz de levar à perfeição - em sua própria odisséia espiritual - as múltiplas possibilidades das quais o tempo anunciou a promessa". Helena Blavatsky resumiu seu caráter e obra com objetividade: "O Conde de Saint-Germain foi com certeza o maior Adepto Oriental que a Europa viu ao longo dos últimos séculos".

Autor: Elton Hall

Biografia Christian Rosenkreuz


Christian Rosenkreuz (1378 - 1484) é um personagem mítico, tradicionalmente aceito como o fundador do Movimento Rosa-cruz, mas cuja existência divide historiadores, metafísicos e rosacrucianos. Para alguns destes, a figura de Christian Rosenkreuz (ou F.R.C., alusão à Frater Christian Rosenkreuz) pode ter sido apenas uma lenda, utilizada como metáfora por rosacruzes, como Sir Francis Bacon.

Nascido em 1371 na Alemanha, junto ao rio Reno, seus pais teriam sido pessoas ilustres, mas sem grandes posses materiais. Sua educação começou aos quatro anos numa abadia, onde aprendeu grego, latim, hebraico e magia.

Em 1393, acompanhado de um monge, visitou Damasco e também o Egito e Marrocos, onde estudou com mestres das artes ocultas, depois do falecimento de seu mestre, em Chipre. Após seu retorno à Alemanha, em 1407, teria fundado a "Fraternidade da Rosa Cruz", de acordo com os ensinamentos obtidos pelos seus mestres árabes, que o teriam curado de uma doença, iniciando-o no conhecimento de práticas do ocultismo. Teria passado, ainda, cinco anos na Espanha, onde três discípulos redigiram os textos iniciadores da sociedade. Depois, teriam formado a Casa Sancti Spiritus (Casa do Espírito Santo) onde, através da cura de doenças e do amparo daqueles que necessitavam de ajuda, foram desenvolvendo a fraternidade que pretendia, no futuro, guiar os monarcas na boa condução dos destinos da humanidade. Segundo o texto Fama Fraternitatis, Christian Rosenkreuz (também referido como C. R. C.) morreu em 1484. A localização da sua tumba permaneceu desconhecida durante 120 anos, até 1604, quando teria sido redescoberta.

Biografia Edward Bulwer-Lytton


Edward George Bulwer-Lytton (Londres, 25 de maio de 1803 — Torquay, 18 de janeiro de 1873) foi um escritor e político inglês. Também foi rosa-cruz. Ele está enterrado na Abadia de Westminster.

Zanoni é o título do mais famoso romance ocultista do escritor inglês Edward Bulwer-Lytton (1803-1873).

A narrativa se passa em Nápoles e tem por protagonistas o Conde Zanoni, a cantora de ópera Viola Pisani, o aprendiz de pintor Clarêncio Glyndon e Mejnour. O livro tem como pano de fundo os princípios da Ordem Rosa-cruz, tratando metaforicamente da alma e da busca pelo ideal.

Zanoni, um homem com elevado grau de consciência por ser imortal, cai e perde seus poderes por se apaixonar pela cantora de ópera Viola Pisani. O livro foi traduzido pela primeira vez para o português por volta de 1930 (Editora Pensamento), por Francisco Valdomiro Lorenz, ilustre estudioso de Esperanto e poliglota que nasceu na República Tcheca em 1872 e radicou-se no Brasil, na pequena cidade de São Feliciano, RS, agora chamada Dom Feliciano . Em 1997, o livro já havia sido impresso em 8 edições, podendo ser encontrado ainda hoje nas livrarias, especialmente aquelas dedicadas a literatura espírita ou esotérica. Curiosamente, é um dos raros exemplos em que o tradutor, não se conformando com o final trágico da estória, resolve dar-lhe continuidade, escrevendo "O Filho de Zanoni", também publicado pela mesma editora, procurando preservar o estilo do original, com grande sucesso e que também pode ser encontrado nas livrarias, mesmo depois de 55 anos da morte do autor/tradutor.

Obras

Zanoni.
Os Últimos Dias de Pompéia (The Last Days of Pompeii).
O Último dos Barões (The Last of the Barons).
A Raça Futura (Vril: The Power of the Coming Race).
Rienzi - adaptado para ópera por Richard Wagner.

(fonte: Uma Obra com Vida - autor: Waldomiro Lorenz (filho) - Direitos reservados ao Círculo Esotérico do Pensamento em 2000, impresso pela Editora Parma - São Paulo - 2000).

Biografia Harvey Spencer Lewis


Harvey Spencer Lewis 1883 - 1939 nasceu em Frenchtown, estado de New Jersey, Estados Unidos. Filho de Aaron Lewis, descendente de gauleses e Catherine Hoffmann, nascida na Alemanha. Viveu nos arredores da granja de sua família até que o seu pai, decidiu emigrar para a cidade grande em busca de melhores perspectivas para a sua vida. Aaron Lewis interessou-se muito por caligrafia, chegando a desenvolver uma bela letra, graças, sobretudo, ao método de escritura Spencer, em cuja honra deu o segundo nome ao seu filho Harvey. Aaron Lewis mudou-se para New York em busca de melhores horizonte quando seu filho Harvey ainda era um menino, tornando-se sócio de um escritório de peritos em caligrafia, onde chegou a desenvolver trabalhos muito interessantes relacionados a identificação de escrituras falsificadas, etc., chegando a atuar perante os tribunais em vários casos importantes.

Primeiros anos

Harvey estudou na Escola Pública de New York até 1899, mas deixou os estudos aos quinze anos de idade quando começou a trabalhar. Entre outros trabalhos atuou como ajudante de um escritório de editores, fotógrafo profissional, também como jornalista no Evenig Herald e no Eagle, para posteriormente, após perder seu emprego, dedicar-se à publicidade.

Lewis pertencia a um a família muito religiosa e quando veio a New York com seus pais, tornou-se membro da Igreja Metodista, frequentando o Templo Metropolitano da Sétima Avenida. Lewis diz que desde jovem interessou-se pelos fenômenos psíquicos e que tinha aquilo que os membros da igreja chamavam de "dons proféticos". Aos 20 anos uniu-se a uma associação denominada "Liga de investigações psíquicas de New York" na qual foi eleito Presidente.

Faz-se referência a esta experiência no livro "Missão Cósmica Cumprida":

"Durante anos fui presidente desta associação e no ano seguinte vários cientistas e leigos eminentes organizaram o Instituto Novaiorquino de Pesquisas Psíquicas. Fui eleito presidente deste e seu trabalho se desenvolveu da mesma forma com que atuava a Liga, só que era um trabalho mais profundo, envolvendo maior análise e investigação, pois teve muito a ver com o desmascaramento e neutralização do trabalho de médiuns fraudulentos e criminosos, trabalho este que se efetuou com a colaboração do Departamento de Polícia de Nova York e com o New York Word (Jornal)."

Foi nesta época que, segundo declarações de Lewis, ele se interessou a primeira vez pelos Rosacruzes, entrando em contato com pessoas que tinham ouvido falar deles e inclusive, diziam ter se relacionado com eles, o que não era incomum em um país como os Estados Unidos, onde a maçonaria e muitas outras associações fraternais sempre tiveram acolhida. Também conforme declarações de Lewis, além de ter colocado em prática seus dotes psíquicos e proféticos em suas associações, continuou frequentando a Igreja Metodista onde, segundo seu próprio relato, em 1908, teve uma revelação.

 

O Recebimento de uma Missão

Foi na primavera de 1908, numa quinta-feira, depois do "Serviço de Ressurreição" que, enquanto orava na igreja e olhava para a cruz que havia atrás do altar, apareceu-lhe um 'ser divino', meio transparente e luminoso, que lhe revelou sua missão que lhe parecia por demais fantástica: Restaurar na América a Ordem dos Rosacruzes. Ele relata este episódio nos seguintes termos:

"Toda a imagem era como se fosse de neblina e clara como um vapor branco e espesso. Dos lábios deste vulto brotaram palavras e vi o movimento dos lábios e o piscar dos olhos. Não irei relatar o que disse, por não recordar exatamente as palavras. Gostaria de fazê-lo, porque foram pronunciadas de forma amável e numa linguagem tão divina e bela como as frases mais maravilhosas da Biblia Sagrada. Tive a impressão que vinham até minha pessoa procedentes de uma Mente Infinita, Santa e escutei com sentimento de respeito e agradecimento, porém, não me encontrava perplexo ou atemorizado. Em resumo, o que me disse foi o seguinte: se eu quisesse saber mais sobre os Rosacruzes e seus ensinamentos, teria que me preparar para um a iniciação na fraternidade, que possuia um corpo exotérico imortal; que por vários anos eu tinha sido um habitante do umbral e de seu templo imaterial, mas que não havia sido suficientemente resoluto para cruzar o umbral e que, portanto, não havia avançado para além do que a minha própria vontade tinha determinado; que não falaria nada sobre a fraternidade, em nenhum livro ou documento, porque seus segredos nunca tinham sido publicados, nem nunca iriam sê-lo; que eu iria achar minha iluminação em meu eu interior e não fora; que quem me falava era um AMORCUS da antiga fraternidade e que tinha sido eleito para ser o meu guia, até que eu estivesse preparado para cruzar o umbral e continuar sozinho; que o corpo exotérico da fraternidade já não existia e que não havia existido durante os últimos 101 anos; que cada corpo exotérico existia somente durante 108 anos e que somente em 1915 este corpo exotérico teria existência novamente e que seria, então, o único corpo exotérico sobre a face ocidental da terra; e que enquanto eu estivesse me preparando para a minha iniciação ali, o corpo exotérico seria concebido e amadurecido para O SEU advento no mundo material; que eu deveria dedicar todas as noites de quinta–feira para encontrar orientação;que o próximo corpo exotérico estaria na França, ou qualquer coisa do gênero".

 

Iniciação em Toulouse
 

ToulouseEm outro relato, ao qual intitula "Viagem de um peregrino para o Este", em 1909, o jovem Lewis tinha estabelecido contato com o editor de um jornal de Paris, o qual o aconselhou a colocar-se em contato com um professor de línguas, que vivia no Boulevard Saint Germain, em Paris. Lewis, depois de entrevistar-se em Paris com o seu contato, que lhe entregou uma gravura com a imagem da Torre do Donjon de Toulouse. Ele viaja à Montpellier e em seguida, à Toulouse. Spencer relata:

"Cheguei na avenida indicada ... ia de táxi. Naquela época, havia em Toulouse um excelente serviço de bondes, porém, nenhum deles percorria a avenida de um extremo a outro. Por isso era necessário ir de automóvel. O condutor, a meu pedido, conduzia o veículo lentamente, pois eu ignorava se era a algo ou a alguém a quem eu deveria prestar atenção. Portanto, observei com o maior cuidado, as pessoas e as coisas, sem ignorar nenhum prédio. Rodamos, assim, por todo o centro da cidade e observei, de relance, igrejas, monumentos antigos, algumas ruínas .... e, finalmente, A VELHA TORRE ... Eu avançava em direção à velha torre, o coração um pouco apertado, mas não sem coragem. Chamei junto à porta, mas não obtive resposta. Então eu vi, perto do muro, um cordão e puxei-o. Em algum lugar, nas profundezas do prédio, ressoou uma campainha, prédio este que parecia ter centenas de anos e certamente era o caso ...

Rangendo, finalmente a porta se abriu ligeiramente. Esperei. Estava muito escuro no interior e parecia que naquele lugar não havia nenhum sinal de vida. Decidi-me a empurrar a porta e entrar. Encontrei-me diante de uma velha escadaria, que parecia bem conservada. Empurrei a pesada porta e escutei o "clic" do fechamento. Estava preso na velha torre e não experimentei nenhum temor. "Pareceu-me que algo, em cima, tinha se movido. O menor ruído, naquele prédio silencioso, adquiria proporções enormes. Um grande vão dava acesso ao primeiro andar. Logo a escada tornava-se em caracol e cada andar dava saída na galeria ao redor da escada. As galerias eram muito escuras e estreitas.

Olhei para cima, através do vão e para manifestar minha presença, emiti um "alô!" sem ter a certeza que tal saudação era a mais adequada naqueles locais. Em seguida, vindo de um andar superior, ouvi claramente: "Entre, entre!" . Subi imediatamente

" ... Finalmente cheguei ao andar superior e vi que este consistia de um recinto de forma quadrangular, com diversas janelas pequenas. As paredes estavam cheias de estantes com livros, aparentemente muito velhos. Havia duas mesas no recinto, de aspecto comum e muito gastas e uma vintena de velhas sillas, as quais, em troca, despertavam maior interesse por seu estilo antigo e uma escrivaninha velha coberta de manuscritos e de utensílios necessários para selar documentos. Havia também uma vela, cera, fósforos, alguns produtos químicos, uma caneta tinteiro, tinta e alguns mapas astrológicos.

O homem que me recebeu era um ancião. Tinha uma barba cinzenta e uma vasta cabeleira levemente eriçada, de um branco puro, que lhe caíam sobre os ombros. Mantinha-se ereto e sua estatura elevada, seus ombros largos e sua distinção eram imponentes. Seus olhos castanhos surpreendiam pelo seu brilho. Falava com uma voz suave e seus gestos eram rápidos. Vestia uma túnica bordada com alguns símbolos que me eram desconhecidos, porém, que não são desconhecidos por aqueles que são membros da Rosacruz AMORC.

Me dirigi a ele em inglês: "Eu me apresento sem ter sido convidado, senhor e se o faço, é porquê, em primeiro lugar, sinto que este prédio é de grande interesse para mim e em segundo lugar, porque o senhor me disse para entrar. Estou em busca de uma informação difícil de obter e talvez o senhor possa me ajudar em minha investigação, tanto que, pelo que vejo, o senhor parece estar interessado em astrologia", eu lhe disse, apontando para os mapas que se achavam sobre a escrivaninha.

Respondeu-me em um excelente inglês, porém, com pronunciado sotaque francês: "Você não é nenhum intruso, meu amigo. Você conhece a astrologia e sabe, portanto, o que são "direcionamentos". Digamos, pois, que você tenha sido "direcionado" até aqui. Tenho aqui, sobre minha escrivaninha, sua tema natal (certidão de nascimento??) Eu o estava aguardando". "Tenho também uma carta preparada para você. Ela te será útil. Sei da investigação que você está empreendendo e esta carta é a resposta à sua pergunta. Porém, sente-se. Tenho muitas coisas para te ensinar e explicar".

"Tens buscado a Ordem Rosacruz de forma séria e quer ser membro dela. Talvez seu desejo possa ser realizado, mas, e depois? Irá participar da grande obra? Aceitará perpetuar a ordem em seu país? Te serão necessários coragem, bravura e decisão".

Depois de ter-lhe dito que o tinha observado desde sua chegada à Paris e durante toda a sua estada no Sudoeste e que as informações relativas a ele eram altamente favoráveis o sábio mostrou a Spencer Lewis alguns documentos autênticos de interêsse apaixonante referentes a Tradição Rosacruz.

" .. Antes de deixar esta torre, à qual você não mais terá oportunidade de voltar, vou mostrar-te nossos arquivos. Sou o "Grande Secretário". É aqui que conservamos os arquivos de nossos fratres e sorores (irmãos e irmãs) desde que a Ordem se estabeleceu neste país. Nunca se extraviou nada, nem o relato mais insignificante em sua aparência. É aqui que irão ser classificadas suas cartas, suas informações e sua correspondência concernente ao seu trabalho. O olho vê tudo, o pensamento onisciente recebe e tudo ocupa lugar em nossos arquivos ...

Em seu relato, Lewis diz que além de livros, documentos, etc. "... Vi relíquias raras vindas de Jerusalém e de outras cidades e países. Por último, vi o juramento feito por Lafayette à Ordem, antes de sua partida para a América. Lafayette, primeiro rosacruz francês vindo ao meu país. Que O SEU nome seja sempre sagrado para a Ordem na América. Em seguida, conforme o relato, o ancião diz a Lewis que esteja preparado para participar de uma cerimonia impressionante, que terá lugar em breve.

Alguns dias mais tarde, chega um automóvel.

"O automóvel" – continua Lewis em seu relato – "cruzou o par de quilômetros que nos separavam dos limites da cidade e logo tomou rumo via uma estrada paralela a um riacho, até a antiga cidade de Tolosa. Tolosa foi a primeira cidade romana da região e hoje está em ruínas. O percurso que fizemos é muito interessante. Finalmente, chegamos a uma grande mansão, rodeada por altos muros e o automóvel atravessou o portal de entrada. Os magníficos canteiros de flores e o césped bem cuidado da chácara saltaram à minha vista. À esquerda da chácara, um castelo parecia flutuar no cimo de uma colina verdejante. Mais além do portal, vi algumas velhas casas, uma delas quadrangular e que era particularmente atraente. O automóvel parou nas proximidades dela e na entrada, fomos recebidos por um jovem de uniforme que, pelo seu corte, parecia ser militar. Parecia conhecer o condutor e estendeu-lhe calorosamente a mão. Em seguida voltou-se para mim e, por intermédio de gestos, deu a entender que deveria entregar-lhe uma carta ou bilhete. Entreguei-lhe a carta que o grande secretário me tinha confiado. O jovem, depois de tê-la lido, saudou-me cordialmente e fez com que eu entrasse em uma grande sala de espera.

"A casa era muito antiga. Era inteiramente construída de pedra, sendo que estas estavam visívelmente gastas, até o ponto de se perguntar como o prédio ainda estava em pé. Ao término de alguns minutos fui apresentado a uma mulher de idade, a qual, inclinando-se, me ofereceu sua mão e me acompanhou ao andar superior, do qual fui conduzido, com a mesma cerimonia, para um recinto menor. Ali me entregaram alguns papéis que continham as instruções reservadas a mim" .

"Desta forma, fui informado que encontraria os oficiais da Grande loja ao cair do sol, isto é, três horas mais tarde e que, por enquanto, deveria estudar atento às instruções que me foram entregues e, também, descansar um pouco. Naturalmente, não posso publicar aquelas instruções ... " Li e reli as instruções e depois me acomodei. Li as instruções uma vez mais e adormeci sobre o antigo sofá, naquela sala de paredes de pedra, nesse misterioso prédio o qual, naquela época, era o grande templo da Ordem na França.

"... Nesta mesma noite fui iniciado na ordem da Rosacruz. Minha "travessia através do umbral" aconteceu naquele recinto memorável. Tomei compromissos solenes, recebi a grande benção e converti-me em um "frater" da Ordem no instante em que soava a meia-noite na torre desta residência secreta.

"Tinha encontrado a luz. A Rosacruz me tinha aceito e minha alma se estremeceu ao sentir o sopro da iluminação ...

Alguns dias depois, em Toulouse – conclui Sspencer Lewis – "... assisti a convocação mensal dos Iluminatti em outro prédio antigo, situado nas proximidades de Garona. O prédio tinha sido construído com pedras procedentes de diversas partes do Egito, da Espanha e da Itália. Estas pedras tinham sido parte de monumentos, templos e pirâmides, hoje em dia em ruínas. A pedra angular do prédio tinha sido transportada de Tell-el-Amarna, onde o grande mestre da Ordem viveu em certa época. A parte superior do prédio era utilizada nesta época como mosteiro rosacruz. Na adega havia uma gruta rosacruz. Esta "gruta" era ampla e seus muros eram construídos com pedras cinzentas, velhas, por entre as quais crescia o musgo e a umidade exsudava. Estava escorada por uma grande chaminé e sua única iluminação provinha de velas e tochas. Nesta gruta havia um altar, construído com madeira egípcia rara, magnificamente esculpido. Spencer continua:

"No dia de minha saída de Toulouse, me foram entregues vários documentos da mais alta importância. Os mesmos me investiam com a insígne responsabilidade de perpetuar as atividades da ordem na América. Eis aqui as últimas instruções que me foram entregues pelo mui venerável grande mestre da França, M.L ... :

"Frater, por estes documentos V.S. é nomeado legado da nossa ordem em seu país. Seus deveres e privilégios estão perfeitamente definidos neles. Os documentos que possue e as jóias que hoje lhe entrego, lhe permitirão trabalhar, quando chegado o momento e da maneira indicada. Quando tiver alcançado alguns progressos, encontrará um representante da Ordem no Egito. Ele lhe transmitirá outros documentos e outros selos. De tempos em tempos, algumas pessoas irão até V.S. que as reconhecerá pelos sinais habituais. Elas completarão os documentos que V.S. tem em seu poder para, dessa forma, entrar na posse de tudo o quando necessita para levar a término O SEU trabalho. Nosso secretário lhe enviará pessoalmente, com lacre, sob a proteção do govêrno francês (esta afirmativa é muito difícil de se manter e muito menos, acreditar nela, pois é absurdo pensar que o govêrno da França tenha patrocinado tais atividades, ou que tenha fornecido ou remetido documentos Rosacruzes e muito menos para o estrangeiro, onde poderia ocasionar um conflito diplomático pela fundação e manutenção de uma "associação secreta" em país estrangeiro) outros documentos, tão logo nós sejamos informados pelos nossos observadores que V.S. já obteve suficientes progressos. Seus informes semestrais nos mostrarão se V.S. está em condições de fornecer uma ajuda eficáz à nossa Ordem. Os donos do mundo se sentirão felizes em poder atender as suas necessidades, se isso for necessário e se a obra de nossa Ordem for fielmente executada, a paz profunda será compartilhada por um número cada vez maior de homens de boa vontade em seu país e no mundo".

Alquimia

Em adição aos seus inúmeros trabalhos, em 22 de Junho de 1916, Lewis anunciou publicamente a transmutação de zinco em ouro — durante uma demonstração clássica de princípios alquímicos, na cidade de Nova Iorque. Uma equipe de Grandes Mestres da AMORC, membros da AMORC, um cientistas e um jornalista assistiram de perto o processo, que era composto pela mistura de ingredientes selecionados. O cientista declarou que o resultado do experimento tinha as mesmas ""propriedade do ouro"", e tal anúncio consta na "American Rosae Crucis". Os ingredientes para a transmutação do ouro nunca foram revelados. No livro "Perguntas e Respostas Rosacruzes" foi explanado que o material necessário para a transmutação era de difícil obtenção, e a relação custo/benefício não compensava a transmutação.

 
Fundação da AMORC
 
Conforme relata Harvey Pencer Lewis em seus diversos escritos, uma vez "iniciado" em Toulouse, regressa a Nova York, onde começa um processo intenso de tradução e um esforço contínuo para decifrar os documentos que lhe foram confiados na França. Mas ele não estava sozinho, lemos em "Perguntas e Respostas Rosacruzes, com a Historia completa da Ordem Rosacruz":

"Antes de sair da França tive a satisfação de me relacionar com vários oficiais superiores; e quando regressei aos Estados Unidos, o delegado da India me entregou os documentos e jóias que haviam se conservado na antiga fundação rosacruz na Filadelfia.. De 1909 a 1915 o Conselho reuniu-se em minha casa ou na de outros membros, com a presença de pessoas descendentes dos antigos rosacruzes e de alguns iniciados na França entre 1900 e 1909.

"Em 1915 publicamos o primeiro manifesto oficial anunciando o começo de um novo ciclo da Ordem e imediatamente procedeu-se a eleição do primeiro Conselho Supremo da Ordem entre centenas de homens e mulheres cuidadosamente selecionados durante os sete anos precedente. Na primeira sessão oficial deste Conselho Supremo da Ordem nos Estados Unidos procedeu-se a nomeação aos cargos e grande foi minha surprêsa ao saber que o delegado da India havia recebido instruções para designar-me presidente do Conselho, em atenção aos meus trabalhos, durante os sete anos precedentes, ao estabelecimento da verdadeira Rosacruz nos Estados Unidos. Os demais cargos recairam em pessoas qualificadas e foram nomeadas comissões, com a finalidade de traduzir e adaptar às norte-americanas a constituição e demais documentos oficiais da Ordem na França ".

Em edição posterior do mesmo livro, a de 1973 se diz ainda:

"Durante anos tinha reunido um grande número de homens e mulheres que se interessavam na busca do esoterismo e da metafísica, de acordo com as diretrizes rosacruzes. Como editor de muitas revistas de caráter esotérico, tinha tomado conhecimento de diversos manuscritos rosacruzes e tinha descoberto que eu tinha ligações com os descendentes dos primeiros rosacruzes da América, que haviam se estabelecido na Filadelfia em 1694. Isso me deu acesso a muitos dos seus antigos documentos, manuscritos secretos e ensinamentos. Nós discutíamos e analisávamos estes documentos, para colocar seus conteúdos em prática. Entre nós, a sociedade composta por centenas de pessoas que tinham uma carreira profissional, era conhecida pelo nome de "Sociedade de Investigações Rosacruzes" .

As reuniões da sociedade aconteceram entre 1904 e 1909, em Nova York. Entendendo que não estávamos constituidos ou autorizados para usar o nome de Rosacruzes, a sociedade atuou publicamente sob o nome de Instituto de Pesquisas Psíquicas de Nova York. Entre 1909 e 1915, diversas reuniões oficiais do conselho realizaram-se na minha casa, com a presença de homens e mulheres descendentes dos primeiros iniciados da Ordem, alguns dos quais tinham sido iniciados na Ordem, na França, entre 1900 e 1909 ..."

Mas as primeiras tentativas de fundar uma Ordem Rosacruz na América não foram frutíferas, amargurado, diz em um dos seus escritos:

" Aqueles que eu pensava estivessem interessados não mostraram interêsse nenhum, senão antipatia. Lembro-me bem desta noite chuvosa, enquanto eu voltava, indo em direção à casa de uma senhora que vivia em Madison Avenue, perto da rua 34, com meus documentos sob o braço, a Carta e o "Livro negro" , abatido e perplexo. Dos 12 que estiveram reunidos, dentre 20 convidados, nem um só assinou os documentos preliminares da organização ... " .

Então, depois de ter refletido bem, Lewis se dá conta de que tinha se equivocado, apesar do auxílio de tantos iniciados e descendentes e que não era em 1914, senão em 1915 que tinha que reapresentar os documentos para assinatura ... devidamente auxiliado por um personagem misterioso, a delegada da India, mas esta é outra história, que iremos relatar a seguir.

Em diversas páginas foram feitas referências a um Delegado da Ordem Rosacruz na Índia, conforme os escritos de Lewis e que, em escritos posteriores, viria a ser uma mulher, muito misteriosa, cujo "retrato" aparece em uma das obras fundamentais do "doutor" Harvey Spencer Lewis (nota 1) intitulada "Manual Rosacruz", sob cujo retrato consta uma observação: " ... Sra. May Banks-Stacey, Co-fundadora e primeira Grande Matre dos Estados Unidos (veja-se referência histórica na página 153) ... "

Na página 153 do "Manual Rosacruz" e que corresponde a uma resenha biográfica de Harvey Spencer Lewis, se diz: " ... um membro do ramo inglês que patrocinou o primeiro movimento na América, a esposa do coronel May Bank-Stacey, descendente de Oliver Cromwel e dos D'Arcy, da França, colocou em suas mãos esses documentos, da mesma maneira e de forma oficial, como lhe haviam sido transmitidos pelo último dos primeiros Rosacruzes americanos, junto com a jóia e a chave de autoridade que ela recebeu do Grande Mestre da Ordem na Índia, quando era oficial da Ordem nesse país "....

Foi somente em 8 de fevereiro de 1915, que na presença de nove pessoas acontece uma reunião prévia para a fundação da AMORC e apenas no dia 1 de abril de 1915, às 20:30 horas, na presença de umas trinta pessoas assina-se um pronunciamento que diz:

"Em reunião devidamente constituída nós, abaixo-assinados, senhoras e cavalheiros da cidade de Nova York nos constituímos formalmente em membros do Conselho Supremo da Antiga e Mística Ordem da Rosa Cruz em concordância com os Ritos Antigos e Cerimônias e aprovação do mui Grande e Poderoso Grande Mestre Geral da América. Em consequência, levado ao conhecimento de todos a proclamação e estabelecimento da "Ordem Rosacruz na América" e reconhecemos os Oficiais da Grande Loja, cujos membros aqui constam, como devidamente eleitos em conformidade com o Primeiro Manifesto Americano.”

Nascia assim, a Ordem Rosa Cruz como hoje a conhecemos. É curioso observar como foi, de um ponto de vista histórico, providencial a vida de Spencer Lewis para a preservação da tradição Rosa Cruz. Nos anos imediatamente posteriores a Europa inteira foi dizimada por Guerras Mundiais. Se os manuscritos e a tradição não estivesse a salvo da destruição na América, muito do conhecimento das antigas escolas de Mistério teriam se perdido para sempre.. A tradição Egípcia, a escola iniciática Pitagórica, os mistérios neo-platônicos, a herança templária, o conhecimento dos alquimistas, enfim, toda tradição esotérica foi salva e foi perpetuada graças a vida e empenho de Harvey Spencer Lewis.

Bibliografia

Rosicrucian Principles for the Home and Business (março de 1929) (Traduzido para o portugues como: Princípios Rosacruz para o Lar e os Negócios. Biblioteca Rosacruz. Composto e Impresso na Grande Loja do Brasil - Curitiba, Paraná).
Ensinamentos e lições rosacruzes sobre a filosofia aplicada no trabalho, nas metas pessoais e no Lar.
Rosicrucian Questions and Answers with Complete History of the Order
Um livro duplo: Na primeira parte é contado a tradicional história da Ordem Rosacruz, com locais e datas específicas; Na segunda parte é composta de perguntas e respostas comuns aos que se interessam em ingressar na Ordem como membro.
The Mystical Life of Jesus A vida Mística de Jesus - Biblioteca Rosacruz. Composto e Impresso na Grande Loja do Brasil - Curitiba, Paraná)
Relacionado com a vida mística de Jesus; reconhecidamente influenciado pelo Evangelho Aquariano de Jesus Cristo, de Levi H. Dowling
The Secret Doctrines of Jesus A doutrina secreta de Jesus
Uma explanação dos vários símbolos, padrões e interpretações do trabalho de Jesus e seus doze Apóstolos
A Thousand Years of Yesterdays
Um obra de ficção, explanando sobre as reencarnação do homem.
Self Mastery and Fate with the Cycles of Life
Relacionado com o sistems de Ciclos da vida, similar em natureza ao bioritmo.
Rosicrucian Manual (1918, 1929 com re-impressões) Manual RosaCruz Biblioteca Rosacruz. Composto e Impresso na Grande Loja do Brasil - Curitiba, Paraná
Explana a estrutura da AMORC e inclui tudo que um novo membro rosacruz precisa saber.
Mansions of the Soul: The Cosmic Conception Mansões da Alma: A concepção Cósmica. Biblioteca Rosacruz. Composto e Impresso na Grande Loja do Brasil - Curitiba, Paraná
Dicerssão sobre o Significado da vida, Morte, o Além-morte e a reencarnação.
The Symbolic Prophecy of the Great Pyramid A Profecia Simbólica da Grande Pirâmide. Biblioteca Rosacruz. Composto e Impresso na Grande Loja do Brasil - Curitiba, Paraná
Apresenta uma interpretação da simbologia Egipcia, com velhas e novas discussões sobre o tema.
Mental Poisoning
Um exame racional sobre maldições e manipulação psíquica.

Referencia:

FUDOESI Document from AMORC Netherlands Website which lists the mystical credentials of Harvey Spencer Lewis (F.R.C., S.·.I.·., 33°66°95°, em inglês)

Nota 1: F.R.C. é um título Rosacruz.
Nota 2: S.·.I.·. É um título Martinista.
Nota 3: 33°66°95° são graus maçons.