sábado, 14 de abril de 2018

Martinismo Jean Bricaud


De todas as Ordens da Maçonaria Iluminista que floresceram na França durante o século XVIII, nenhuma teve influência comparável àquela que entrou para a história sob o nome de Martinismo. O surgimento desta Organização coincidiu com a de um estranho personagem chamado Joachim Martinez Pasqually. Ainda hoje alguns afirmam que ele pertencia a uma raça oriental, enquanto outros dizem que Pasqually era um judeu Polaco. Na verdade, nada disso é verdade. Sua família veio de Alicante na Espanha, onde seu pai nasceu em 1671, de acordo com as credenciais maçônicas apresentadas por seu filho em 26 de Março de 1763 na Grande Loja da França. De acordo com o mesmo documento, Joachim Martinez Pasqually nasceu em Grenoble no ano de 1710. Além disso, em 1769 durante o curso de um processo legal contra Du Guers, atestou ser Católico. Portanto, não era Judeu.

Martinez Pasqually que também se intitulava Don Martinez de Pasqually, passou a vida ensinando nas Lojas, na forma de um rito maçónico elevado, um sistema religioso ao qual deu o nome de: Elus Cohens, ou Sacerdotes Eleitos (Cohen em hebraico significa Sacerdote). Apenas aqueles maçons do grau de Elus eram admitidos nos Elus Cohen. Martinez viajou, de maneira misteriosa, por várias partes da França, sobretudo pelo sul e sudoeste deste país. Costumava deixar uma cidade sem dizer para onde ia e chegar a um lugar sem revelar de onde vinha. Enquanto propagava sua doutrina, conseguia adeptos nas Lojas de Marseilles, Avignon, Montpellier, Narbonne, Foix e Touluse. Se estabelece finalmente em Bordeaux em 1762, onde se casou com a sobrinha de um antigo auxiliar do Regimento Foix.

Em Bourdeaux, Martinez ingressa na Loja La Française, que era a única, das quatro lojas simbólicas, activa na cidade, naquele tempo. Martinez se empenhou em reviver o entusiasmo dos maçons de Bordeaux e após assegurar a cooperação de vários deles, escreveu para a Grande Loja da França em 1763: “Instituí um templo em Bourdeaux à Glória do Grande Arquitecto, compreendendo as cinco ordens perfeitas que administro sob a constituição de Charles Stuart, Rei da Escócia, Irlanda e Inglaterra, Grão-Mestre de todas as lojas regulares espalhadas pela superfície da terra, e que estão hoje sob a protecção de George William, rei da Grã-Bretanha, e sob a Grande Loja intitulada “Elested and Scottish Perfection”. Na mesma época, dirigiu à Grande Loja uma cópia do certificado em Inglês. Pasqually dirigiu esta instituição na qualidade de Grão Mestre do Templo.

Após a troca de várias correspondências, a Grande Loja da França acabou emitindo um documento formal a Martinez, autorizando a constituição de sua Loja sob o nome de “Française Elue Ecossaise” nome registado na Grande Loja em 1º de Fevereiro de 1765. Neste mesmo ano partiu para Paris onde esteve em contacto com vários maçons eminentes incluindo os Irmãos Bacon de la Chevalerie, de Leisignan, de Loos, de Grainville, Willermoz e alguns outros a quem deu suas primeiras instruções. Com o auxílio destes irmãos fundou em 21 de Março de 1767 fundou o seu Sovereign Court (Supremo Conselho) de Paris, apontando Bacon de Chevalerie seu vice.

Em 1770 o Rito dos Elus Cohens contava com templos em Bordeaux, Montpellier, Avignon, Foix, Libourne, La Rochelle, Versailles, Metz e Paris. Outro templo estava prestes a se abrir em Lyon, graças aos esforços do Irmão Willermoz que viria a ser a figura mais activa e importante do rito de Martinez. O Rito dos Elus Cohens consistia de nove graus, divididos em três partes principais, como se segue:

1ª – Aprendiz, Companheiro, Mestre, Grão-Elu e Aprendiz Cohen.

2ª – Companheiro Cohen, Mestre Cohen, Grande Arquiteto, Cavaleiro Grão Comandador ou Grão-Elu de Zorobabel.

A terceira parte era secreta e reservada aos Réaux-Croix, uma espécie de elite dos Rosa-Cruzes.

Embora Martinez não tenha deixado um trabalho escrito completo referente aos seus ensinamentos, graças ao texto (incompleto) “Traité de la Réintegration des Etres” (Tratado da Reintegração dos Seres Criados), as informações sobre seus escritos e um estudo das reuniões de seus adeptos, é possível reconstruir essa etapa da história.

Como muitos de seus contemporâneos que estavam alarmados com a materialidade dos filósofos, Martinez lutou a fim de resistir a esta tendência que prevalecia entre os intelectuais da época. Contra aqueles que defendiam o materialismo ele colocou uma vigorosa resistência na forma de uma idealização da vida, uma mudança de atitudes com relação à atracção dos apetites físicos. Afirmava que em cada ser humano havia algo divino emborca adormecido e que era preciso reviver. Segundo Martinez esta centelha divina poderia ser inflamada a ponto de ser quase que inteiramente libertada do materialismo.

Sob tais condições o homem é capaz de adquirir poderes os quais lhe permitirão se “comunicar com seres invisíveis, chamados pela Igreja de Anjos e obter não apenas uma santidade pessoal, mas também a santidade de todos os discípulos de boa vontade”. Transformar o homem desta forma seria regenerá-lo e reintegrá-lo gradualmente em seu estado original; seria capacitá-lo a atingir aquele estado perfeito que cada indivíduo e sociedade deveria buscar, já que o Iluminismo Martinista também incluía actividade social colectiva. Contudo, não é possível alcançar este estado de perfeição imediatamente. Muitas mentiras se acumularam durante séculos e muitos preconceitos pesaram sobre a humanidade. É necessário permitir que a Luz se espalhe pouco a pouco, de outra forma seria por demais ofuscante cegando a humanidade ao invés de iluminar o verdadeiro caminho. Por este motivo é que Martinez distribuiu seus ensinamentos em pequenas doses e por graus. Ele queria que os adeptos – aqueles chamados a adentrarem os mais profundos mistérios da iniciação – buscassem, de qualquer forma, a devoção ao estudo dos segredos da Natureza, das Ciências Ocultas, dos altos ramos da Química, Magia, Cabala e do Gnosticismo, a fim de, aos poucos, chegar aos graus do iluminismo e da perfeição. Esta doutrina atingiu um surpreendente sucesso e a Grande Loja da França, logo compreendeu que como resultado de todos os ritos místicos ocorreu uma grande adesão de membros e se fazia necessário preservar com muito cuidado o segredo de suas tarefas misteriosas.

Entre os discípulo de Martinez muitos ficaram famosos, entre eles estão o Barão d’Holbach autor de “Systéme de la Nature”; o Cabalista e Hebraísta Duchanteau, inventor do “Calendário Mágico”, que morreu após uma bizarra experiência alquímica, realizada na Loja “Amis Réunis” em Paris; Jacques Cazotte, o célebre autor de “O Diabo Amoroso”; Bacon de la Chevalerie; Willermoz, que desempenhou um importante papel na Maçonaria; e finalmente o “Filósofo Desconhecido”, Louis Claude de Saint-Martin.

Saint-Martin servia como tenente no Regimento Foix quando ouviu falar de Martinez de Pasqually e seu Rito dos Elus-Cohen. Após se retirar do exército, dirigiu-se a Bordeaux onde foi iniciado nos graus Cohens pelo irmão de Balzac. Trabalhou por três anos como secretário de Martinez tendo contato com os principais adeptos. Seus árduos estudos o fizeram atingir um notável progresso, rapidamente, levando-o a penetrar o profundo Iluminismo Martinista. Viajava frequentemente a Lyon, que veio a ser um influente centro do Rito. Em Lyon Saint-Martin fez um esboço do livro “Dos Erros e da Verdade”, que teve um grande impacto sobre as idéias maçônicas no final do século XVIII. Saint-Martin que era de natureza cortês, modelada por uma intensa atividade intelectual, se via perturbado e até alarmado pelas operações que envolviam a Magia, associadas aos ensinamentos de seu Mestre. Aos poucos ele se retirou das práticas ativas, dedicando-se ao Réaux-Croix, a fim de se devotar unicamente ao estudo do misticismo e espiritualismo. Dirigiu-se então a Paris, onde foi muito bem recebido pela alta sociedade. As mulheres, em particular, discutiam entre si imaginando quem teria o privilégio de sua companhia e muitas delas lhe pediram orientação espiritual. Saint-Martin se viu obrigado a formar uma espécie de grupo, puramente espiritualista que excluía cerimônias ritualísticas e operações envolvendo Magia. Sem romper com seus irmãos Cohens, seguiu, cada vez mais, o caminho do desenvolvimento de teorias filosóficas contidas no sistema de Martinez, as quais ensinava oralmente e através de seus escritos. Até a eclosão da Revolução Francesa, Saint-Martin se alternava entre as orientações a seus adeptos e viagens ao exterior onde estabeleceu contacto com os escritos de Jacob Boheme um “Iluminati”.

Saint-Martin estava bastante preocupado durante o Reino do Terror Francês em 1793. Contudo, alguns de seus antigos discípulos que chegaram ao poder, o protegeram e graças a eles ficou livre de ser interrogado diante de uma corte revolucionária. Morreu em 1803 deixando vários adeptos em diferentes países da Europa. Sempre surgem confusões referentes à descrição do “Martinista” como sendo discípulo de Martinez ou de Saint-Martin. Embora as teorias fossem as mesmas, havia uma grande diferença de pensamento entre as duas escolas. A escola de Martinez permaneceu com o formato de uma alta Maçonaria, enquanto a de Saint-Martin se remetia aos não iniciados rejeitando, portanto, as práticas e cerimônias as quais a primeira dava tanta importância.

Após a morte de Martinez (no Haiti) o influente mestre Caignet de Lestére, seu sucessor, se sentia incapaz de se devotar ativamente à Ordem; sisões ocorreram. Ele morreu em 1778 após transferir seus poderes ao grande mestre Sébastien de las Cases. Este não considerava necessário restaurar as relações interrompidas entre diferentes templos dos Elus-Cohen e reestabelecer a unidade dentro do Rito. Pouco a pouco as atividades do templo se paralizaram. Foi então que o presidente dos Elus-Cohens de Lyon, Jean Baptiste Willermoz, com o objetivo de preservar a Tradição Martinista, decidiu introduzi-la no Rito da Estrita Observância Templária, do qual era um dos respeitáveis presidentes. Este ato contou com o apoio do vice Grão- Mestre dos Elus-Cohens, Bacon de la Chevalerie.

Sabe-se que a Estrita Observância Templária da Alemanha enviou um grupo do seu movimento à França. Seu centro era em Lyon, na Loja “La Bienfaisance”. Sob a influência de Willermoz, a Estrita Observância Templária francesa dirigiu-se gradualmente rumo ao Martinismo.

Por ocasião da assembléia geral dos Franco-Maçons gauleses, organizada em Lyon por Willermoz em 1778, se temia que o ressurgimento da Ordem do Templo pudesse levantar suspeitas por parte da polícia; assim sendo foi decidido que a Estrita Observância substituiria os Templários franceses pelos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa (CBCS). Os Cavaleiros Benfeitores de Lyon liderados por Willermoz, consideravam a Estrita Observância uma escola preparatória, por onde os Eleitos eram introduzidos nos círculos internos do Martinismo. A Estrita Observância francesa decidiu conduzir o grupo mãe a um caminho que eles mesmos se comprometeram a seguir. Com esse objetivo Willermoz acrescentou dois graus secretos aos seis já existentes na Estrita Observância e em 1782 compareceu à assembléia geral dos Franco-Maçons em Wilhelmsbad, Alemanha, com a intenção de assegurar o sucesso de seu sistema. Willermoz teve o apoio de dois Irmãos, que eram os membros mais influentes da Franco-Maçonaria Templária, o Príncipe Ferdinando de Brunswick e o Príncipe Charles de Hesse. Contudo, os Iluminados Martinistas franceses se depararam com poderosos adversários, os Iluminados da Bavária. A assembléia de Wilhelmsbad veio a ser uma implacável e desesperadora luta entre Martinistas franceses e os Iluminados da Alemanha, resultando no triunfo do Martinismo.

Willermoz foi capaz de apresentar seus planos de reforma e novos rituais à Assembléia. Mais que isso, conseguiu o título de Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa, aceito por todos os Irmãos da Ordem Interna, como era na França. conseqüentemente, o ritual Escocês seguiria, em grande parte, o ritual de Lyon, no qual Willermoz havia inserido referências preparatórias para a Doutrina Martinista. Por fim, uma Comissão especial comandada por Willermoz foi incumbida com a tarefa de redigir rituais e instruções dos presidentes do Regime Interno, que incluíam, no seu ápice, os dois graus Martinistas secretos, praticados na Estrita Observância de Lyon.

Obs.: A Estrita Observância era uma Ordem Templária fundada na Alemanha por volta de 1754 e mais tarde espalhada pela França onde os Templários Franceses vieram a ter o nome de “Chevaliers Bienfaisants de la Cité Sainte” (CBCS), que é hoje o Rito Escocês Retificado. Seus graus eram:

1º Aprendiz,
2º Companheiro,
3º Mestre,
4º Mestre Escocês (Maitre Escossais),
5º Escudeiro Noviço(Ecuyer Novice),
6º C.B.C.S. (Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa), ao qual foi adicionado “Professo”, classe de dois graus:
7º Cavaleiro Professo(Chevalier-Profès
8º Cavaleiro Grão-Professo(Grand-Profès).

As conferências destes dois graus secretos são aquelas dadas nesse volume. Os “Cavaleiros Benfeitores” ainda existem nos dias de hoje, mas os dois graus secretos introduzidos por Willermoz desapareceram, não estando presentes nos trabalhos atuais. A Ordem dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa não foi restaurada na França até 1806. Ela reivindicava imediata filiação com a Grande Loja com a qual a Estrita Observância já havia tido tratados anteriormente. Assim como os Martinistas Elus-Cohens eles não reassumiram suas tarefas oficialmente. Contudo, Bacon de la Chevalerie, vice Grão-Mestre dos Elus-Cohen para a região norte, tomou posse em 1808, por virtude de sua posição, no Grande Consistório dos Ritos da Grande Loja da França. Mesmo assim, apesar de suas insistentes solicitações, não conseguiu o reconhecimento da Ordem junto ao corpo da Grande Loja. Em uma carta data de de 5 de Agosto de 1808, endereçada ao Irmão Marquês de Chefdebien, lamentou a falta de atividade e “absoluto silêncio dos Elus-Cohen, atuando ainda com extrema reserva o cumprimento de ordens do Mestre Supremo”.

Na Suíça, o sistema Martinista dos Cavaleiros Benfeitores estava operando por intermédio da “Directoire de Bourgogne” que transmitiu seus poderes à Diretoria Suíça. Acredita-se que este ramo se tornou o atual Regime Escocês Retificado. Willermoz morreu em Lyon em 1824, transmitindo seus poderes e instruções Martinistas a seu sobrinho Joseph-Antoine Pont do Regime Escocês Retificado. Assim como os antigos membros da Ordem dos Elus-Cohen, eles continuaram a propagar as doutrinas de Martinez, tanto individualmente como em grupos secretos formados por nove pessoas chamadas de Areopagitas Cabalistas. Os ensinamentos ocultos de Martinez foram, portanto transmitidos no século XIX, de um lado pelos Elus-Cohens, dos quais um dos últimos representantes foi o influente Mestre Destigny que morreu em 1868; e por outro lado, por alguns Irmãos do Rito Escocês Retificado que preservaram as instruções secretas de Willermoz.

Finalmente, os discípulos de Saint-Martin espalharam a doutrina do Filósofo Desconhecido na França, Alemanha, Dinamarca e sobretudo na Rússia. Foi através de um deles, Henry Delaage, que em 1880, um jovem ocultista parisiense, Dr. Encause (Papus) tomou conhecimento da doutrina de Saint-Martin decidindo se tornar seu paladino. Com esse objetivo, fundou em 1884, com alguns de seus associados, uma Ordem mística que chamou de Ordem Martinista. Muitos Franco-Maçons que tinham interesse em assuntos místicos e ocultos se juntaram a esta Ordem.

Até aquele momento, o Dr. Encause não sabia que a transmissão da tradição Martinista dos Elus-Cohens nunca fora quebrada e nunca deixou de ter seus representantes, tanto em Lyon como em várias cidades do exterior (em Lyon os Irmãos Bergeron e Brébanalomon; na Dinamarca Carl Michelsen e no Estados Unidos, Dr.Edward Blitz). O Dr. Edward Blitz, Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa e pertencendo aos altos graus do Memphis-Misraim foi o sucessor direto de Willermoz e de Antoine Pont. Tornou-se presidente do Supremo Conselho da Ordem Martinista, para os Estados Unidos, retomado por Papus. Em 1901, na qualidade de herdeiro de Martinez, decidiu reestabelecer a Ordem nos Estados Unidos com base na antiga tradição. Seu representante na França, Dr. Fugairon e mais tarde Charles Détré (Téder) tinha carta branca para agir com tal objetivo. De fato, Téder em concordância com Papus, organizou um congresso de Ritos Maçônicos em Paris (1908) a fim de ligar a Ordem Martinista aos Altos Graus da Franco-Maçonaria.

Por fim, em 1914, após um acordo com o Grão-Mestre do Rito Escocês Retificado (Dr. De Rib…) ficou decidido criar um Grã Capítulo Martinista consistindo unicamente de altos graus maçônicos, que serviria de ligação entre o Martinismo e o movimento Escocês Retificado. Novos eventos provocados pela guerra, a morte do Grão-Mestre Papus (1916), e principalmente as mudanças promovidas pelo Grão-Mestre do Rito Escocês Retificado na França, impediram este plano de ser realizado. O sucessor de Papus, o Irmão Charles Détré (Téder) morreu em 1918, transferindo seus poderes ao Irmão Jean Bricaud de Lyon. Este, durante a reorganização do Martinismo após a guerra, restabeleceu a Ordem nos sólidos fundamentos da Franco-Maçonaria simbólica e fora decretado que somente aqueles maçons pertencentes ao grau de Mestre poderiam ingressar na Ordem Martinista.

Em 25 de Setembro de 1918, após a morte de Téder, o Irmão Jean Bricaud foi apontado Grão-Mestre da Ordem Martinista. Ele havia estado em contacto com Dr. Blitz por intermédio do Dr. Fugarion e do próprio Téder. Se comunicou com os últimos representantes do movimento de Willermoz em Lyon, Dr. L. e o Sr. C. em particular, colectando seus ensinamentos. Pertenceu portanto à linha tradicional dos discípulos de Martinez, dos quais Saint-Martin havia formalmente se desligado a fim de se refugiar no espiritualismo puro e oferecer aos adeptos, no mais absoluto ecletismo, livre acesso a todo caminho do misticismo. Além do mais, Papus, assim como Saint-Martin, solicitava àqueles fora da organização, uma única coisa: Boa Vontade! Teoricamente isso era muito bom, mas como o Iluminismo estava em questão, boa vontade muitas vezes significava mera curiosidade. Contudo, o problema da Reintegração não pode ser resolvido pela curiosidade ou por uma boa vontade comum.. Para alcançar tal objectivo é preciso que o discípulo tenha uma qualidade ternária, aquela do espírito, da alma e do corpo. É exactamente este discípulo que os ensinamentos dos Elus-Cohens atingiam, ensinamentos que sequenciavam aqueles da Estrita Observância e dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa.. Bricaud compreendeu isto desde o princípio, e portanto, trabalhou a fim de ligar o Martinismo de Papus aos discípulos do Gnosticismo.

Em 1911 Papus assinou um tratado sob o qual reconheceu a Igreja Gnóstica Universal como a Igreja oficial do Martinismo. Com isso, ele ligou a Ordem que reviveu à secular doutrina Ocidental da qual Martinez extraiu sua inspiração, no princípio. Este tratado, confirmado e ampliado por Téder em 1917, numa segunda versão, deu aos membros do Alto Sínodo Gnóstico o direito de ter representantes dentro do Supremo Conselho Martinista, com base na reciprocidade. Assim, a íntima união entre as duas organizações foi alcançada.

Após tomar posse como Grão-Mestre, Bricaud fez ainda mais. Reverteu-se completamente à concepção de Martinez e Willermoz, que já havia sido objecto de examinação desde a assembleia geral dos Franco-Maçons em 1908. Ele sobrepôs o Martinismo à Franco-Maçonaria e decretou que somente os maçons regulares de todos os ritos seriam aceites na Ordem, ou mais conclusivamente, em seus círculos internos. Para receber o primeiro grau Martinista era preciso ter sido Mestre Maçom e, para ser investido dos outros graus, era necessário possuir os Altos Graus (da Franco-Maçonaria) de acordo com uma meticulosa hierarquia estabelecida. O Martinismo deixou de ser incorporado à Franco-Maçonaria, como ocorria no tempo de Willermoz; com isto, o Martinismo manteve sua própria personalidade, ainda que baseada na Franco-Maçonaria e da obrigação de desenvolver as instruções recebidas nos graus fundamentais da Franco-Maçonaria tradicional.

A guerra havia enfraquecido e, às vezes, rompido os elos que havia, até então, unindo as diferentes comunidades Martinistas do velho e do novo mundo. As lojas ficaram adormecidas, os discípulos dispersos e já não representavam mais do que uma unidade moral. O primeiro passo tomado pelo Grão-Mestre Bricaud foi reestabelecer a cadeia. Ele reestabeleceu a unidade da Ordem na França no início de 1919.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Dios Desconocido

Además de los doce dioses principales y las innumerables deidades menores, los antiguos griegos adoraban a una deidad que ellos llamaban Agnostos Theos, es decir: el dios desconocido. En Atenas, hubo un templo dedicado específicamente a este dios y muy a menudo que los atenienses prestaban juramento "en el nombre del dios desconocido" (Νή τόν Άγνωστον Ne ton Agnoston).​ Apolodoro de Atenas, Filóstrato el Joven y Pausanias escribieron también sobre el dios desconocido. El dios desconocido no era tanto una deidad específica, sino una representación, de un dios o dioses que realmente existía, pero cuyo nombre y la naturaleza no se reveló a los atenienses o al mundo helénico en general.
De acuerdo con una historia contada por Diógenes Laercio, Atenas cayó una vez en las garras de una plaga y estaban desesperados por apaciguar a los dioses con los sacrificios apropiados. Así, Epiménides reunió a un rebaño de ovejas en el Areópago y posteriormente las liberaron. Las ovejas comenzaron a deambular por Atenas y las colinas circundantes. Por sugerencia de Epiménides siempre que una oveja se detenía, se establecerá un sacrificio al dios local de ese lugar. Muchos de los jardines y los edificios de Atenas se asociaron de hecho, con un dios o una diosa específica por lo que el altar fue construido y adecuado el sacrificio. Sin embargo, al menos una, si no varias ovejas, llevaron a los atenienses a un lugar que ningún dios había asociado con él. Así, un altar fue construido allí sin el nombre de un dios inscrito en él.

Pablo en Atenas

Según el libro Hechos de los Apóstoles, que figura en el Nuevo Testamento cristiano, cuando el Apóstol Pablo visitó Atenas, vio un altar con una inscripción dedicada a ese dios, y, cuando fue invitado a hablar a la elite ateniense en el Areópago dio el siguiente discurso:

22 Pablo, de pie en medio del Areópago, dijo: «Atenienses, veo que vosotros sois, por todos los conceptos, los más respetuosos de la divinidad. 23 Pues al pasar y contemplar vuestros monumentos sagrados, he encontrado también un altar en el que estaba grabada esta inscripción: «Al Dios desconocido.» Pues bien, lo que adoráis sin conocer, eso os vengo yo a anunciar.24 «El Dios que hizo el mundo y todo lo que hay en él, que es Señor del cielo y de la tierra, no habita en santuarios fabricados por manos humanas, 25 ni es servido por manos humanas, como si de algo estuviera necesitado, el que a todos da la vida, el aliento y todas las cosas. 26 El creó, de un solo principio, todo el linaje humano, para que habitase sobre toda la faz de la tierra fijando los tiempos determinados y los límites del lugar donde habían de habitar, 27 con el fin de que buscasen la divinidad, para ver si a tientas la buscaban y la hallaban; por más que no se encuentra lejos de cada uno de nosotros; 28 pues en él vivimos, nos movemos y existimos, como han dicho algunos de vosotros: "Porque somos también de su linaje." 29 «Si somos, pues, del linaje de Dios, no debemos pensar que la divinidad sea algo semejante al oro, la plata o la piedra, modelados por el arte y el ingenio humano. 30 «Dios, pues, pasando por alto los tiempos de la ignorancia, anuncia ahora a los hombres que todos y en todas partes deben convertirse, 31 porque ha fijado el día en que va a juzgar al mundo según justicia, por el hombre que ha destinado, dando a todos una garantía al resucitarlo de entre los muertos.»
Hechos 17:22-17:31

En sus razonamientos sobre la posibilidad de conocer a Dios y eventualmente de qué Dios sería este, Hegel ilustra su caso con este dios desconocido, según la cita de Pablo.

Arqueología

Existe un altar dedicado al Dios desconocido encontrado en 1820 en el Monte Palatino de Roma. El mismo contiene una inscripción en Latín que dice:
SEI·DEO·SEI·DEIVAE·SAC
G·SEXTIVS·C·F·CALVINVSPR
DE·SENATI·SENTENTIA
RESTITVIT

La cual podría traducirse al español como: "Ya sea para un dios o una diosa sagrada , Caius Sextius Calvino , hijo de Cayo, pretor por orden del Senado restauró esto."
El altar se encuentra actualmente exhibido en el Museo del Palatino.

Tloque Nahuaque

Tloque Nahuaque (en náhuatl: tloque nahuaque, ‘el que está cerca, al lado y alrededor de las cosas’‘tloc, cerca, a lado; nahuac, cerca, alrededor; "Señor de lo cercano y lo lejano" ’)? «cabe quien está el ser de todas las cosas, conservándolas y sustentándolas» Moyocoyani (en náhuatl: Aquel que se creó a sí mismo; "Señor que se crea o inventa a sí mismo mediante su propio pensamiento")? es la deidad principal de los pueblos náhuatl, y en la mitología mexica es el dios protógono de la existencia e inexistencia, creador y ordenador de todas las cosas, creador de la primera pareja de humanos y jefe supremo de las cinco edades del mundo o cinco soles; Originalmente era un dios del misterio y lo desconocido implicando un solo dios creador de todo lo existente en el cosmos; En su libro 'Filosofía Náhuatl', Miguel León-Portilla profundiza en el significado del término mencionado (así como de muchos más).
Brevemente comentaremos que tloc significa cerca; náhuac es, de forma literal, en el circuito de. Ahora, el sufijo -e (Tloqu-e Nahuaqu-e) da la connotación de que ambos significados son "de él". Por lo que podemos concluir que Tloque Nahuaque es (en náhuatl: el dueño de lo que está cerca y de lo que está en el circuito; "Señor de lo cercano y lo lejano")?. En esta misma obra, el autor lo relaciona como otro de los muchos nombres con los que se conocía a Ometéotl (dios de la dualidad) de lo cual surge una controversia. Tloque-Nahuaque representa la principal deidad de la creación del universo, este dios simboliza el principio de todo lo existente y la noción filosófica de la palabra téotl entre los hombres, él es la gran sustancia cósmica del eterno movimiento y espacio infinito llamado ollincan, de igual modo está representado como progenitor del todo, principio de la inteligencia, ordenador del caos, armonizador de la vida y protector de la naturaleza.
No se conoce ninguna representación superviviente ni imagen de este dios, tampoco tenía templos y era desconocido para la gente del pueblo, aunque Alfonso Caso señala que era producto de las reflexiones filosóficas de una élite de sacerdotes nahuas durante el período posclásico mesoamericano, quienes no solían hablar del dios creador como señal de respeto. Los religiosos e historiadores novohispanos, a medida que iban incrementando sus conocimientos sobre el pueblo mexica, se dieron cuenta que eran erróneas las acusaciones de los españoles al referirse a los naturales de México como incultos e ignorantes en temas teológicos[cita requerida]; Diego Muñoz Camargo redacta en su libro Historia de Tlaxcala sobre el monoteísmo de los pueblos nahuas y su culto a Tloque Nahuaque diciendo lo siguiente:
"Antes de que prosigamos más adelante, será razón que tratemos del conocimiento que tuvieron de un solo Dios y una sola causa, que fue aquel decir que era substancia y principio de todas las cosas; y es así, que como todos los dioses que adoraban, eran los dioses de las fuentes, ríos, campos y otros dioses de engaños, concluían con decir: Oh Dios en quien están todas las cosas, que es decir el Teotloquenahuaque, como si dijéramos agora, aquella persona en quien asisten todas las cosas acompañadas, que es solo una esencia. Finalmente este rastro tuvieron, de que había un solo Dios, que era sobre todos los dioses..." 

Ometéotl

Ometéotl (en náhuatl: ometeotl, ‘dos dios’‘ōme 'dos'; teō-tl, dios’)? en la mitología mexica es el dios de la dualidad; eruditos como Miguel León-Portilla traducen a Ometecuhtli (en náhuatl: ometecuhtli, ‘dos señor’‘ōme 'dos'; tecuhtli, señor’)? y Omecíhuatl (en náhuatl: omecihuatl, ‘dos señora’‘ōme 'dos'; cihuatl, señora’)? como Señor y Señora de la dualidad, con el nombre en conjunto de carácter dual llamado Ometéotl. Ometecuhtli, representa la esencia masculina de la creación y es esposo de Omecíhuatl y padre de dioses​ a los cuales se les asigna un lugar; Tezcatlipoca rojo (Xipetótec) el tlahuiztlampa al este, Tezcatlipoca negro (Tezcatlipoca) mictlampa al norte, Tezcatlipoca blanco (Quetzalcóatl) cihuatlampa al oeste, y Tezcatlipoca azul (Huitzilopochtli) huitztlampa al sur. Este es un dios antiguo, que no tenía templos, y era casi desconocido por el pueblo, pero muy nombrado en los poemas de las clases altas. Debido a que se lo menciona de una manera que parece ignorar el resto de la Cosmogonía mexica, León Portilla sugiere que tal vez los sabios mexicas estaban en un proceso de aglutinar a los demás dioses en esta deidad.
Ometéotl es también llamado in Tonān 'nuestra madre', in Totah 'nuestro padre', Huehuetéotl (en náhuatl: madre nuestra, padre nuestro, dios viejo)? como dualidad y unidad masculino-femenina, reside en Ilhuicatl-Omeyocan (en náhuatl: ilhuicatl-omeyocan, ‘el cielo donde (está) la dualidad’‘ilhuicatl, cielo; ōme 'dos' -yō; ōmeyōtl, dualidad; -cān, locativo’)? que, a su vez, ocupa el más alto lugar de los cielos, él/ella es padre/madre del universo y cuanto hay en él, como "Señor y Señora de Nuestra Carne y Sustento", suministra la energía cósmica universal de la que todas las cosas derivan, así como la continuidad de su existencia y sustento. Provee y mantiene el ritmo oscilante del universo, y le confiere a cada cosa su naturaleza particular. Es en virtud de estos atributos que se lo/la llama "El Uno Mediante Quien Todos Vivimos" y el/la que "es el verdadero ser de todas las cosas, preservándolas y nutriéndolas".

« En ningún lugar puede ser
La casa del sumo árbitro;
En todo lugar es invocado,
En todo lugar es venerado;
Se busca su renombre, su gloria en la tierra
Nadie puede ser,
Nadie puede ser amigo
Del que hace vivir a todo;
Solamente es invocado,
Sólo a su lado y junto a él
Puede haber vida en la tierra».
Cantares Mexicanos. Moyocoyatzin

Por ser metafísicamente inmanente, Ometéotl es llamado/a Tloque Nahuaque (en náhuatl:  ‘amo de lo cercano y lo lejano’)? o (en náhuatl:  ‘el/la que está cerca de todas las cosas y de quien todas las cosas están cerca’)?, en tanto epistemológicamente trascendente se lo/la llama Yohualli-ehecátl (en náhuatl:  ‘uno que es invisible (como la noche) e intangible/impalpable (como el viento)’)? recibe también los nombres de Moyocoyatzin (en náhuatl:  ‘el inventor de sí mismo’)? e Ipalnemohuani (en náhuatl:  ‘el dador de vida’)?.
La existencia de Ometéotl es sostenida y defendida por Caso, León-Portilla y López Austin .
La mitología mesoamericana introduce el concepto de lucha que se simboliza por los combates entre los dioses como forma de concebir la vida cósmica. Esta forma de concebir las deidades es lo que da lugar a la rivalidad entre los Tezcatlipocas, fruto de la cual son una serie de creaciones (tal y como se recoge en "Anales de Cuahtitlán"): el Tezcatlipoca blanco se transforma en sol para prevalecer sobre los otros y es el que crea a los hombres (en un primigenio estadio de barbarie); los otros Tezcatlipocas, indignados, reaccionan, destruyen el sol, la tierra y todo cuanto existe en ella, utilizando el agua para ello, y transformando a los hombres en peces. En una segunda edad, la de los gigantes, el cielo se desploma; en la tercera, se destruye la tierra por una lluvia de fuego; en una cuarta edad, el viento es la fuerza destructora y el hombre se convierte en mono.

Tonacacíhuatl

Tonacacíhuatl (en náhuatl: tonacacihuatl, ‘señora del sustento’‘tonacayotl, sustento; cihuatl, señora’)? en la mitología mexica es la diosa protógona del sustento, de la furtividad, de lo inerte e inherente.

Tonacatecuhtli

Tonacatecuhtli (en náhuatl: tonacatecuhtli, ‘señor del sustento’‘tonacayotl, sustento; tecuhtli, señor’)? es el dios mexica de la creación y de la fertilidad. Habitaba los cielos superiores. Durante la creación del mundo lo dividió en tierra y océano. Aunque Ometecuhtli y Omecihuatl fueron los creadores de la vida, él les creó a ellos y al planeta entero.
Tonacatecuhtli y Xiuhtecuhtli llamaron a Nanahuatzin, el noble dios deforme y enfermo, para que se sacrificara y convirtiera en sol, arrojándose a una gran hoguera. Cuando llegó al cielo, Tonacatecuhtli y Tonacacihuatl lo colocaron en un trono de plumas de garza.
Su nombre significa "Señor de nuestra carne o señor de los mantenimientos" o "el ser en el centro".
Tonacatecuhtli transformó a Chantico en perro por saltarse un ayuno comiendo pescado y pimientos asados.
Es confundido a veces con Ometecuhtli (en nahuatl: ometecuhtli, ‘señor doble’‘ome, dos; tecuhtli, señor’)?.
Su esposa era Tonacacihuatl (en nahuatl: tonacacihuatl, ‘señora del sustento’‘tonacayotl, sustento; cihuatl, señora’)?, que significa "Señora de nuestra carne o señora de los mantenimientos". A menudo se le confunde con las diosas Citlalicue o con Xochiquétzal.

Huevo cósmico

Un huevo cósmico o huevo del mundo es un tema mitológico y cosmogónico usado en los mitos de creación de muchas culturas y civilizaciones. Típicamente el huevo cósmico representa simbólicamente un comienzo de algún tipo.

Mito del Huevo cósmico
Las primeras ideas de un naciente "Cosmos en forma de huevo" proviene de algunas de las escrituras en sánscrito. El término sánscrito Brahmanda (Brahm significa 'Cosmos' o 'expansión', Anda significa "huevo").

La ciencia y el mito del Huevo cósmico
El huevo cósmico es también un concepto cosmológico desarrollado en los años 1930 y explorado por los teóricos durante las dos décadas siguientes. La idea viene de la aparente necesidad de reconciliar las observaciones de Edwin Hubble de un universo en expansión (también predicho por las ecuaciones de la relatividad general de Einstein), con la noción de que el universo debiera ser eternamente viejo.

Teorías científicas equivalentes al mito del Huevo cósmico
La teoría científica afirma que hace muchos miles de millones de años toda la masa del universo estaba comprimida en un volumen unas treinta veces el tamaño de nuestro sol, y desde este estado se expandió hasta su estado actual (el Big Bang).
Otra teoría relacionada también afirma que la gravedad está ralentizando gradualmente la expansión cósmica, y que en algún momento del futuro el universo volverá a contraerse hasta formar una nueva singularidad espaciotemporal (equivalente a un nuevo huevo cósmico) (proceso conocido como el Big Crunch). Entonces el universo "rebotará" a otra fase de expansión, y el proceso se repetirá indefinidamente; teoría conocida como teoría del Universo oscilante.

Teorías científicas alternativas contrarias al mito del Huevo cósmico
Un intento rival de reconciliar un universo eterno con la expansión cósmica es la teoría del estado estacionario desarrollada por Fred Hoyle y otros. Según Hoyle, nunca ocurrió ningún suceso como el Big Bang y la expansión cósmica es eterna, creándose continuamente nueva materia para mantener una densidad constante. Ambas teorías se oponen al más reciente modelo de universo sin límites propuesto por Stephen Hawking, en el que el espaciotiempo surgió de una singularidad espaciotemporal en el Big Bang. En este modelo, cualquier cuestión de lo que ocurrió "antes" del Big Bang carece de significado, dado que el propio tiempo fue creado en ese instante. Pero de hecho últimamente Roger Penrose, en conjunto con su amigo Stephen Hawking, han puesto en tela de juicio si carece de significado hablar de "antes" del Big Bang, agregando así modificaciones al modelo del Big Bang. Igualmente hasta la fecha esto es todavía un tema de discusión

Pangu
Pangu (Chino tradicional) es un ser mitológico chino de cuyo nacimiento a partir de un huevo cósmico se formó la Tierra. Ocurre en el espacio, y es un mono.
El mito de Pangu
En el principio no había nada en el universo salvo un caos uniforme y una negra masa de nada. El caos comenzó a fusionarse en un huevo cósmico durante 18.000 años. Dentro de él, los principios opuestos del yin y yang se equilibraron y Pangu salió del huevo. Pangu emprendió la tarea de crear el mundo: dividió el yin del yang con su hacha gigante, creando la tierra del yin y el cielo del yang. Para mantenerlos separados permaneció entre ellos empujando el cielo hacia arriba. Esta tarea le llevó 18.000 años, elevándose el cielo cada día un zháng (丈, equivalente a 3'33 metros) mientras la tierra se hundía en la misma proporción y Pangu crecía también la misma longitud. En algunas versiones, Pangu es ayudado por los cuatro animales principales: la tortuga, el qilin, un ave y el dragón.
Después de otros 18.000 años, Pangu se tumbó a descansar. Era ya tan mayor que su sueño fue llevándolo lentamente hacia la muerte. De su respiración surgió el viento, de su voz el trueno, del ojo izquierdo el sol y del derecho la luna. Su cuerpo se transformó en las montañas, su sangre en los ríos, sus músculos en las tierras fértiles, el vello de su cara en las estrellas y la Vía Láctea. Su pelo dio origen a los bosques, sus huesos a los minerales de valor, la médula en jade y en perlas. Su sudor cayó en forma de lluvia y las pequeñas criaturas que poblaban su cuerpo (pulgas en algunas versiones), llevadas por el viento, se convirtieron en los seres humanos. Según la leyenda, Pangu acabó de crear el universo hacia el año 2.229.000 A.C.​Así, Pangu dio origen a todo lo que conocemos hoy en día.

Utopía

Utopía deriva del griego οὐ ("no") y τόπος ("lugar") y significa literalmente "no-lugar" o, como glosó Quevedo; "no hay tal lugar".​ La palabra fue acuñada por Tomás Moro para describir una sociedad ideal, y por lo tanto inexistente. Esta "república" es imaginada como mejor que las conocidas, en especial la europea del Renacimiento, por lo cual el término puede ser interpretado como Eutopia, también derivado del griego; εὖ ("bueno" o "bien") y τόπος ("lugar"), significando "el buen lugar", en oposición a la distopía o "mal lugar".En un sentido estricto, el término hace referencia a la obra homónima de Tomás Moro;Dē Optimo Rēpūblicae Statu dēque Nova Insula Ūtopia. En ella, Utopía es el nombre dado a una isla y a la comunidad ficticia que la habita, cuya organización política, económica y cultural contrasta en numerosos aspectos con la sociedad inglesa de la época. Con esta obra Moro crea el género de las utopías políticas y por ello en términos más generales la palabra «utopía» se emplea para referirse a una sociedad política ideal, con un plan, proyecto, doctrina o sistema deseables que parecen muy difíciles de realizar, o representación imaginativa de una sociedad futura con características favorables para la salud, el bienestar común de la sociedad, que por lo general contiene una crítica más o menos implícita de la sociedad política realmente existente.​ En otro sentido, se emplea el término "utópico" para referirse de modo peyorativo a las teorías o programas políticos que se consideran irrealizables.
Aunque Moro fue el creador del género de las utopías, hay narraciones clásicas que tienen elementos utópicos y que pueden considerarse como precursoras del género​. Así, en la misma obra de Moro puede verse una fuerte influencia e incluso directa referencia a La República, de Platón,​ donde se describe una sociedad idealizada. Además de La República, hay otras ideas utópicas anteriores, por ejemplo, la tierra de Dilmún de la mitología mesopotámica​, Panquea (o Pancaya)​, la isla de la Inscripción sagrada del relato de Evémero​, la isla del Sol de Yambulo, La fuente del jardín de los duraznos de Tao Yuanming, La Ciudad Virtuosa (que no es sino una idealización de Medina en tiempos de Mahoma) de Al Farabi y La ciudad de las damas de Christine de Pizan.

Las utopías sociales
Íntimamente relacionadas con el deseo de dar un sentido a la vida y alcanzar la felicidad, se encuentran la necesidad y la búsqueda de un mundo mejor, más solidario y más justo. Existe una estrecha relación entre la justicia y las utopías.
Ya Platón puso de manifiesto que un mundo ideal en el que todos sus miembros viviesen felices y satisfechos sólo era posible si ese mundo era un mundo justo, pues un Estado es ideal si en él reina la justicia.

La utopía moderna
El nombre
El anhelo de mundos ideales y perfectos es tan antiguo como el ser humano. Sin embargo, la invención y descripción de sociedades que lo sean no recibe el nombre de 'utopía' hasta el siglo XVI. Por ello, no es paradójico afirmar que existen utopías desde siempre, incluso antes de que se acuñase este nombre para referirse a ellas.
El término utopía se debe a Tomás Moro, quien tituló así una de las obras más importantes de este género. Tomás Moro bautizó con este término una isla idílica, ubicada cerca de las costas (entonces inexploradas) de América de Sur, cuyos habitantes habían logrado el Estado perfecto: un Estado caracterizado por la convivencia pacífica, el bienestar físico y moral de sus habitantes, y el disfrute común de los bienes.
Asimismo laten las narraciones extraordinarias de Américo Vespucio sobre las recién avistadas islas de Fernando de Noronha, en​ y en general el espacio abierto por el descubrimiento de un Nuevo Mundo a la imaginación, ambos son factores que estimularon el desarrollo de la utopía de Moro.
En general, se puede definir una utopía como un Estado imaginario que reúne todas las perfecciones y que hace posible una existencia feliz porque en él reinan la paz y la justicia. En Utopía hay un importante componente ideal, surgen de los defectos de la sociedad y se basan en las posibilidades de cambio y transformación que ésta tiene en cada momento. Las utopías hunden las raíces en la realidad más auténtica y concreta, aunque sea para criticarlas e intentar transformarla en una cosa mejor. La palabra está ligada estrechamente a utopismo.
Todas las utopías tienen en común dos rasgos: describen sociedades que están fuera del mundo, en ningún lugar, y describen sociedades cerradas, sin contaminación exterior, inmóviles y férreamente ordenadas. La pretensión que las distingue a todas es la de dibujar las condiciones necesarias para conseguir lo que las sociedades reales jamás muestran: que todos los seres humanos son iguales. Pero en ese empeño se ignora el valor de la libertad individual, el valor que asoma con más fuerza precisamente con el humanismo renacentista...
En oposición al concepto de utopía, existe el término distopía. Al lado de ella, o convergente con ella, está la ucronía, esto es lo que no está en tiempo alguno.

Funciones de las utopías
A pesar de este carácter novelado o ficticio de las utopías, a lo largo de la historia del pensamiento se les han atribuido funciones que van más allá del simple entretenimiento.
Función orientadora. Las utopías consisten, básicamente, en la descripción de una sociedad imaginaria y perfecta. Y, aunque para muchos pensadores la realización completa de este sistema sea imposible, algunos de los procedimientos que se describen pueden aplicarse a posibles reformas y orientar la tarea organizadora de los políticos. Aunque la utopía en su conjunto pueda verse como un sueño inalcanzable, para algunos sería útil en orden a señalar la dirección que deben tomar las reformas políticas en un Estado concreto.
Función valorativa. Aunque las utopías son obras de un autor determinado, a menudo se reflejan en ellas los sueños e inquietudes de la sociedad en la que el autor vive. Por esta razón, permiten reconocer los valores fundamentales de una comunidad en un momento concreto y, también, los obstáculos que éstos encuentran a la hora de materializarse. Por ello, para muchos autores, las utopías no sirven tanto para construir mundos ideales como para comprender mejor el mundo en el que vivimos.
Función crítica. Al comparar el Estado ideal con el real, se advierten las limitaciones de este último y las cotas de justicia y bienestar social que aún le restan por alcanzar. De hecho, la utopía está construida a partir de elementos del presente, ya sea para evitarlos (desigualdades, injusticias…) o para potenciarlos (adelantos técnicos, libertades…). Por eso, supone una sutil pero eficaz crítica contra las injusticias y desigualdades evidentes tras la comparación. Incluso si consideramos que la sociedad utópica es un disparate irrealizable, nos presenta el desafío de explicar por qué no tenemos al menos sus virtudes.
Función esperanzadora. Para algunos filósofos, el ser humano es esencialmente un ser utópico. Por un lado, la necesidad de imaginar mundos mejores es exclusiva de la especie humana y, por otro, esta necesidad se presenta de forma inevitable. El hecho de ser libres, de poder soñar con lugares mejores que el que nos rodea y de poder actuar en la dirección de estos deseos está íntimamente conectado con nuestra naturaleza utópica. Ésta es, además, la que justifica el hálito de esperanza que siempre permanece en los seres humanos: por muy injusto y desolador que sea el propio entorno, siempre resultaría posible imaginar y construir uno mejor.

Sociedades utópicas
La república platónica
En Occidente, el primer modelo de sociedad utópica lo debemos a Platón. En uno de sus diálogos más conocidos, La República, además de la defensa de una determinada concepción de la justicia, hallamos una detallada descripción de como seria el Estado ideal, es decir, el Estado justo. Platón, profundamente descontento con los sistemas políticos que se habían sucedido en Atenas, especialmente con la democracia, imagina cómo se organizaría un Estado que tuviese como objetivo el logro de la justicia y el bien social.
Según Platón, la república o el Estado perfecto estaría formado por tres clases sociales: los gobernantes, los guardias y los productores. Cada una de estas clases tendría en la república una función, unos derechos y unos deberes rígidamente diferenciados.
A los gobernantes les concerniría la dirección del Estado; a los guardias su protección y defensa; a los productores el abastecimiento de todo lo necesario para la vida: la alimentación, ropa, viviendas...
Cada uno sería educado para desempeñar eficientemente las funciones de su grupo: la sabiduría para los gobernantes; el coraje para los guardias, y la apetencia para los productores. Pues para Platón, la buena marcha del Estado depende de que cada clase cumpla eficientemente con su cometido.
En definitiva La República de Platón sería, según él, una sociedad justa porque en ella gobernarían los más sabios (filósofos) y las otras dos clases desempeñarían las funciones que les habían sido asignadas.

La utopía religiosa de Agustín de Hipona
En La ciudad de Dios, Agustín de Hipona expresa su interpretación de la utopía siguiendo los preceptos de su visión cristiana. Según este organizador del cristianismo, la acción terrena (que simboliza para él todos los estados históricos) es fruto del pecado, pues habría sido fundada por Caín y en ella sus habitantes serían esclavos de las pasiones y sólo perseguirían bienes materiales. Esta ciudad, por tanto, no podría según él dejar de ser imperfecta e injusta. Sin embargo, Agustín de Hipona concibe la utopía en una ciudad espiritual. Ésta habría sido según él fundada por Dios y en ella reinarían el amor, la paz y la justicia. Para Agustín la utopía tan sólo sería alcanzable en este reino espiritual, lo que él y el cristianismo definen como el Reino de Cristo.

Las utopías renacentistas
Durante el Renacimiento se produjo un florecimiento espectacular del género utópico. La mayoría de los pensadores consideraba que la influencia del humanismo era la causa de este fenómeno. El Renacimiento es una época que, además de caracterizarse por el auge espectacular de las artes y las ciencias, destaca también por los cambios sociales y económicos. Sin embargo, estas transformaciones no fueron igual de positivas para todos, ya que ocasionaron enormes desigualdades entre unos miembros y otros de la sociedad.
Muchos de los pensadores de la época, conscientes de estas injusticias, pero también de la capacidad reformadora del ser humano, reaccionaron frente a la cruda realidad de su tiempo. Esta reacción se plasmó en la reivindicación de una racionalización de la organización social y económica que eliminase una gran parte de estas injusticias.
De ésta creencia y confianza en que la capacidad racional puede contribuir a mejorar la sociedad y a hacerla más perfecta, surgen los modelos utópicos renacentistas. El principal y más importante modelo utópico de esta época es, indiscutiblemente, Utopía de Tomás Moro.
Utopía se divide en dos partes: la primera supone una aguda crítica a la sociedad de la época; la segunda es propiamente la descripción de esa isla localizada en ningún lugar, en la que sus habitantes han logrado construir una comunidad justa y feliz. Básicamente, el secreto de la Utopía se debe a una organización política fundada racionalmente, en la que destaca la abolición de la propiedad privada, considerada la causa de todos los males e injusticias sociales.
La ausencia de propiedad privada comporta que prevalezca el interés común frente a la ambición y el interés personal que rige en las sociedades reales. En Utopía, además, impera una estricta organización jerárquica de puestos y funciones, a los que se accede como en la república platónica, por capacidad y méritos.
Esta estricta organización es, sin embargo, completamente compatible con la total igualdad económica y social de los utopianos, pues todos disfrutan de los mismos bienes comunes, al margen de su función y su tarea en la comunidad.
También pertenece al Renacimiento la comunidad ideal de Telema, dedicada a cultivar el amor (aunque también incluye una fina sátira de la vida monástica), que brevemente presenta François Rabelais en su Gargantúa (1532). Aunque ya del S. XVII, pueden considerarse como utopías renacentistas tardías La ciudad del Sol, del religioso italiano Tommaso Campanella, y La Nueva Atlántida, de Francis Bacon. Esta última añade un elemento novedoso e importante, como es el aprovechamiento de los avances científicos y técnicos que entonces empezaban a darse (y más aún quizá, los que se esperaban para el futuro próximo), en la mejora de las condiciones de vida de los seres humanos.

La culminación ilustrada
En los siglos XVII y XVIII se asoció la utopía con la literatura de viajes, en la cual las sociedades civilizadas proyectaban sólo en ocasiones sus angustias y sus críticas al progreso El origen de la desigualdad entre los hombres (1755) de Jean-Jacques Rousseau sería un ejemplo clásico de esta concepción de la historia como un proceso de decadencia.
Pero este no es más que un caso particular en el desarrollo impresionante de las utopías en el siglo XVIII, y en su vinculación a la crítica social (a veces comunista) y a la idea de progreso a finales de la Ilustración.

El socialismo utópico
Otro de los momentos fecundos en la ideación de sociedades utópicas fue principios del siglo XIX. Los profundos cambios sociales y económicos producidos por el industrialismo cada vez más individualista e insolidario abonaron el terreno del descontento y la crítica, así como el deseo de sociedades mejores, más humanas y justas.
De esta época de injusticias y desigualdades proviene el socialismo utópico. El socialismo utópico venía con diseño de soluciones para males e imperfecciones flagrantes. Charles Fourier (1772-1837), Saint-Simon y Robert Owen tenían en común un interés imperioso por transformar la precaria situación del proletariado de ese momento. A pesar de las diferencias que hay entre ellos, tienen en común su interés por mejorar y transformar la precaria situación del proletariado en ese momento. Para ello, propusieron reformas concretas para hacer de la sociedad un lugar más solidario, en el que el trabajo no fuera una carga alienante y en el que todos tuviesen las mismas posibilidades de auto-realizarse.
A diferencia de muchas de las utopías anteriores, la de estos socialistas fue diseñada con el objetivo inmediato de llevarse a la práctica. Más que relatos fantásticos de mundos perdidos o inalcanzables, constituyeron descripciones detalladas de comunidades igualitarias que, en ocasiones, fueron copiadas en la realidad. Algunos de estos socialistas compaginaron la reflexión teórica con labores prácticas y concretas de reforma social. Así, por ejemplo, Fourier propuso comunidades autosuficientes, a las que llamó falansterios, y Owen llegó a fundar Nueva Armonía, una pequeña comunidad en la que se abrió el primer jardín de infancia y la primera biblioteca pública de EE. UU..

Utopías modernas
Muchos autores, como Arnhelm Neusüss, han indicado que las utopías modernas son esencialmente diferentes a sus predecesoras. Otros en cambio, señalan que en rigor las utopías sólo se dan en la modernidad y llaman cronotopías o protoutopías a las utopías anteriores a la obra de Moro. Desde esta perspectiva, las utopías modernas están orientadas al futuro, son teleológicas, progresistas y sobre todo son un reclamo frente al orden cósmico entendido religiosamente, que no explica adecuadamente el mal y la explotación. Así las utopías expresan una rebelión frente a lo dado en la realidad y propondrían una transformación radical, que en muchos casos pasa por procesos revolucionarios, como expresó en sus escritos Karl Marx.
Se ha criticado que las utopías tienen un carácter coercitivo. Pero también se suele añadir que las utopías le otorgan dinamismo a la modernidad, le permiten una ampliación de sus bases democráticas y han sido una especie de sistema reflexivo de la modernidad por la cual esta ha mejorado constantemente. Por ello no sería posible entender la modernidad sin su carácter utópico.
Las utopías han tenido derivaciones en el pensamiento político -como por ejemplo en las corrientes socialistas ligadas al marxismo y el anarquismo-, literario e incluso cinematográfico a través de la ciencia ficción social. La clasificación más usada, hereda la pretensión del marxismo de estar elaborando un socialismo científico y por tanto restringe el nombre de socialismo utópico a las formulaciones ideológicas anteriores a éste, aunque todas ellas comparten su origen en la reacción a la revolución industrial, especialmente a la condición del proletariado, siendo su vinculación al movimiento obrero más o menos próxima o cerca a ello.

Utopía económica
Las utopías socialistas y comunistas se centraron en la distribución equitativa de los bienes, con frecuencia anulando completamente la existencia del dinero. Los ciudadanos desempeñan las labores que más les agradan y que se orientan al bien común, permitiéndoles contar con mucho tiempo libre para cultivar las artes y las ciencias. Experiencias prácticas que habían sido plasmadas en Comunidades utópicas en el siglo XIX y XX.
Las utopías capitalistas o de mercado libre se centran en la libre empresa, en una sociedad donde todos los habitantes tengan acceso a la actividad productiva, y unos cuantos (o incluso ninguno) a un gobierno limitado o mínimo. Allí los hombres productivos desarrollan su trabajo, su vida social, y demás actividades pacíficas en libertad, apartados de un Estado intromisorio y expoliador. Se relacionan en especial al ideal del liberalismo libertario.

Utopía ecologista
La utopía ecologista se ha plasmado en el libro Ecotopía, en el cual California y parte de los estados de la costa Oeste se han secesionado de los Estados Unidos, formando un nuevo estado ecologista.

Utopía política e histórica
Una utopía global de paz mundial es con frecuencia considerada uno de los finales de la historia posiblemente inevitables.

Utopía religiosa
La visión que tienen tanto el Islam como el cristianismo respecto al paraíso es el de una utopía, en especial en las manifestaciones populares: la esperanza de una vida libre de pobreza, pecado o de cualquier otro sufrimiento, más allá de la muerte (aunque la escatología cristiana del "cielo" al menos, es casi equivalente a vivir con el mismo Dios, en un paraíso que asemeja a la Tierra en el cielo). En un sentido similar, el nirvana del budismo se puede asemejar a una utopía. Las utopías religiosas, concebidas principalmente como un jardín de las delicias, una existencia libre de toda preocupación con calles cubiertas de oro, en una gozosa iluminación con poderes casi divinos.

Utopías tecnológicas
Las utopías tecnológicas o tecnoutopías se basan en la creencia de que los avances en ciencia y tecnología conducirán a una utopía, o al menos ayudarán a cumplir de algún ideal utópico.

Bibliografía de obras utópicas
La República, 370 a. C., de Platón
Utopía, 1516, de Tomás Moro
L'Abbaye de Thélème, en Gargantua de François Rabelais, 1534.
La Ciudad del Sol (Civita Solis), 1623, de Tommaso Campanella
La Nueva Atlántida (New Atlantis), 1627, de Francis Bacon
Christianópolis 1619, de Johann Valentin Andreae
The Commonwealth (1652) , de Gerrard Winstanley
Oceana, (1656) de James Harrington.
Histoire comique des États et Empires de la Lune de Savinien Cyrano de Bergerac, 1657.
The Blazing World (1666) de Margaret Cavendish
La Terre Australe connue de Gabriel de Foigny, 1676.
Histoire des Sevarambes de Denis Vairasse, 1677-1679.
Les Aventures de Télémaque de Fénelon, 1699.
Voyages et Aventures de Jacques Massé de Simon Tyssot de Patot, 1714
Libertalia en Histoire Générale des Pyrates de Typiak de Daniel Defoe, 1724.
L'Île des esclaves y La Colonie de Pierre Carlet de Chamblain de Marivaux, 1725.
Voyage au pays de Houyhnhnms, en Los viajes de Gulliver, de Jonathan Swift, 1726.
Relation du Royaume des Féliciens del marquis de Lassay, 1727
Eldorado, en Candide de Voltaire, 1759.
La Vérité, ou le Vrai système de Léger Marie Deschamps (1750-1760)
Voyage de Robertson aux Terres Australes, 1766
Le Pays des Gangarides en La Princesse de Babylone de Voltaire, 1768.
La Découverte australe par un homme volant, ou Le Dédale français, nouvelle très philosophique, suivie de la Lettre d'un singe, de Nicolas Restif de La Bretonne, 1781
L'An 2440 de Louis Sébastien Mercier, 1786.
Paul et Virginie de Jacques-Henri Bernardin de Saint-Pierre, 1789.
L'Isle des philosophes de l'Abbé Balthazard, Chartres, 1790
L'ile de Tamoé 1788, en Aline et Valcour (Histoire de Sainville et de Léonore), Marqués de Sade , 1795
Nouveau christianisme de Claude Henri de Rouvroy, comte de Saint Simon, 1825
Le Phalanstère de Charles Fourier v. 1830.
Voyage en Icarie d'Étienne Cabet, 1840.
Walden de Henry David Thoreau, 1854
L'Île Mystérieuse (1874) Jules Verne
Les Cinq Cents Millions de la Bégum, 'Los quinientos millones de la Begum', de Jules Verne, 1879.
La Jornada de un Periodista Americano en el 2889, (1888) de Julio Verne
Loocking Backward (1888)( en Cent ans après ou l'an 2000 ) de Edward Bellamy
Hygeia: a city of Health, de Benjamin Ward Richardson, 1890.
Erewhom, de Samuel Butler
Looking Backward, 1888 de Edward Bellamy
Noticias de ninguna parte (News from Nowhere or An Epoch of Rest), 1890 de William Morris
Una utopía moderna (A Modern Utopia), 1905, de H. G. Wells
Shangri-La (1933), de James Hilton
Walden dos, de Burrhus Frederic Skinner (1948)
La rebelión de Atlas (1957), de Ayn Rand
La isla (1962), de Aldous Huxley
Anarquía, estado y utopía (1974), de Robert Nozick
El País de Karu o de los tiempos en que todo se reemplazaba por otra cosa (2001); de Daniel Cerqueiro.

Crítica de las utopías y de sus proyectos políticos
Aunque se ha argüido[¿quién?] que los ideales utópicos pueden ser realizables, la confianza en la posibilidad y la necesidad de sociedades perfectas sufrió durante el siglo XX un considerable revés. Por varias razones, muchos pensadores [¿quién?] defendieron que dedicarse a inventar sociedades utópicas era más perjudicial que beneficioso. Los motivos de esta consideración pueden variar de un pensador a otro.
Poseen un carácter fantasioso e ingenuo. Una de las críticas más habituales a la utopía es su distanciamiento respecto a la cruda realidad. En ellas su autor imagina un mundo perfecto, pero tan irreal que resulta difícil establecer vínculos entre lo que propone y lo que hallamos efectivamente. Por otra parte, la utopía suele limitarse a la descripción detallada de ese mundo nuevo pero no proporciona demasiadas pistas acerca del modo en que es posible transformar la realidad para acceder a ese otro mundo imaginado. Por ello, para muchos pensadores, las utopías sólo son la expresión de buenos pero inútiles e ingenuos deseos de mejora. (No se va a conseguir el ideal).
Están históricamente condicionadas. Las críticas contra las utopías pueden ir en otra línea. Para algunos filósofos, por ejemplo, el mayor inconveniente de las utopías es su incapacidad para trascender las limitaciones de la época histórica en la que fueron concebidas. Para los que así argumentan, las utopías se alejan de la realidad mucho menos de lo que pensamos. De hecho, son pocas las que pueden verse como proyectos verdaderamente imaginativos y originales. En la mayoría de los casos, suelen limitarse a potenciar y desarrollar rasgos que ya están en la sociedad de ese momento. Por esta razón, con el paso del tiempo, a menudo quedan ridículamente desfasadas. Así, predicciones que en su momento fueron arriesgadas hoy nos resultan ingenuas y ridículas. Las utopías de una época están condicionadas por las circunstancias históricas.
Provocan estancamiento social. Si las anteriores razones no eran suficientes, se añade todavía la de que la utopía se fundamenta en una concepción estática de la sociedad. El cambio sólo está justificado hasta alcanzar la utopía. Una vez conseguida la sociedad perfecta, justa y feliz, ¿qué sentido tendría que ésta siguiese transformándose? Ahora bien, ¿es posible y deseable, aunque sea en principio una organización completamente estática?
Lindan con el totalitarismo. El filósofo Karl Popper destaca el peligro que encierran las utopías. Aunque su crítica se centra básicamente en La República de Platón, ésta es extensiva a casi todas las utopías posteriores. Por muy paradójico que parezca, este mundo feliz y perfecto puede convertirse en el más terrible y totalitario de los Estados. La creencia y el convencimiento del carácter ideal y perfecto de un sistema llevan irremediablemente a la intolerancia respecto a cualquier otra propuesta. Considerar esta organización la más beneficiosa produce que cualquier opinión en contra, cualquier oposición, sea vista como una amenaza para la supervivencia de la utopía y, en consecuencia, sea apartada del panorama social, para bien de la comunidad.
Sarcástico: François Rabelais escribió en Gargantúa y Pantagruel: 'Gargantúa, a la edad de ochocientos cuarenta y cuatro años, engendró a su vástago Pantagruel en su esposa llamada Badebec, hija del rey de los Amaurotas en Utopía, la cual murió de mal parto, pues la criatura era tan grande y pesaba tanto, que no pudo salir a la luz sin sacrificar a la que le parió'

Fijismo

El fijismo o teoría fijista es una creencia que sostiene que las especies actualmente existentes han permanecido básicamente invariables (sin evolucionar) desde la Creación. Las especies serían, por tanto, inmutables, tal y como fueron creadas. Los fósiles serían restos de los animales que perecieron en los diluvios bíblicos o bien caprichos de la naturaleza (según teorías como la de la vis plastica). El fijismo describe la naturaleza en su totalidad como una realidad definitiva, inmutable e inacabable.

Fijismo y biología moderna
El descubrimiento de fósiles desde la antigüedad, así como otros datos de la naturaleza, llevaron a pensadores de diversas culturas a intuir la idea de evolución. En la Grecia clásica, Anaximandro (siglo VI a. C.) ha dejado constancia de esto. Tampoco la teología cristiana ha estado indisociablemente ligada al fijismo a lo largo de su historia. Así, Tomás de Aquino y San Agustín negaron que Dios hubiera creado todas las especies en los primeros seis días. Según esta corriente teológica, Dios habría conferido un poder productor o creador a diferentes elementos de la Naturaleza y este poder sería el responsable de la creación de vida en distintos momentos de la historia de la Tierra.

El fijismo como hipótesis científica no se formalizó sino hasta mediados del siglo XVIII en la obra de Carlos Linneo (1707-1778); el muy reconocido naturalista sueco, quien asentó las bases de la taxonomía moderna, desarrolló formalmente el fijismo; mantuvo que las especies se habían creado de forma separada e independiente y negó la posibilidad del origen común de los seres vivos. Hay que decir que el objetivo fundamental de Linneo era establecer la grandeza de Dios (el más poderoso) y de su creación, con lo que era consecuente.

El zoólogo y naturalista Georges Cuvier (1769-1832), impulsor de la anatomía comparada y de la paleontología, fue otro de los científicos ilustres que se posicionaron a favor del fijismo. Ante el incesante descubrimiento de fósiles de especies desaparecidas, Cuvier fue el padre de la teoría fijista conocida como catastrofismo, formulada para explicar la diversidad de los organismos fósiles que contradecían el fijismo y algo más creíble que otras teorías, como la de la vis plastica, que proponían los fósiles como caprichos de la naturaleza.

En el siglo XIX se acumularon las evidencias históricas, especialmente el hallazgo de dinosaurios, que hacían cada vez más difícil la aceptación del fijismo. La publicación de El origen de las especies desató una polémica que, finalmente, condujo a la aceptación del hecho de la evolución por la gran mayoría de los naturalistas, si bien la teoría evolutiva de Darwin tardaría más tiempo en ser definitivamente aceptada.

Fijismo en la actualidad
Actualmente en Estados Unidos los seguidores del fijismo intentan que sea enseñado en las escuelas en igualdad de condiciones a la teoría de la evolución.

Sin embargo, desde un punto de vista científico, el fijismo no tiene hoy ninguna credencial, siendo radicalmente rechazado por todas las ciencias que aceptan la teoría de la evolución como base: la paleontología se ocupa del estudio de los fósiles y de su correlación las respectivas épocas geológicas, la biología poblacional explica la distribución geográfica de las especies atendiendo a su origen evolutivo, la anatomía comparada tiene como uno de sus objetivos fundamentales la identificación de homologías, la biología evolutiva del desarrollo ha descubierto multitud de homologías moleculares en organismos filogenéticamente lejanos (véase el artículo genes HOX) y, partiendo de todas estas evidencias, el análisis filogenético se ocupa del establecimiento de las filogenias. Lo mismo sucede con disciplinas relacionadas. Así, la investigación con animales con fines médicos no tendría sentido si se negara la continuidad biótica

Algunos de los defensores del fijismo
Algunos fijistas que se pueden destacar son los siguientes:

Carlos Linneo (1707-1778)
Clasificador de las especies vivientes, especialmente los vegetales. Decía que se podían numerar tantas especies como diversas formas se crearon al principio. Linneo es llamado el padre de la taxonomía. El aporte de Linneo fue clave para la eventual explicación de la evolución de las especies, pues permite crear cuadros filogenéticos, gracias a su su sistema binomial para definir a cada ser vivo por un nombre genérico y otro específico, expuesto en obras como Species Plantarum y Systema naturae. Con este aporte, el siguiente paso fue encontrar relaciones y analogías entre las especies, y que cómo estas podían agruparse en un mismo género. Sobre esta base clasificadora, se pudo encontrar sus troncos evolutivos comunes. Esta es la base de la obra de Charles Darwin: "El origen de las especies", que permitió explicar la dinámica evolutiva y el principio general de la Selección natural, que permitió el surgimiento de la diversidad biológica, que de previo había sido presentada en los órdenes taxonómicos de Linneo. Las limitaciones del contexto histórico de Linneo, no le permitieron tener un marco explicativo sobre los orígenes de esta diversidad biológica, en sus géneros, familias, órdenes y especies, asumiendo por defecto, que las especies, eran fijas. No obstante, sus aportes sentaron las bases para cambiar este paradigma dominante, por uno no-fijista, es decir, evolucionista. Así que, aunque Linneo puede ser catalogado como fijista, nunca se adhirió a las tesis creacionistas.

Georges Cuvier (1769-1832)
Estuvo muy interesado en anatomía y paleontología por esta razón es llamado el padre de la paleontología. También decía que cada especie es una realidad fija a partir de su creación guiándose por una idea catastrofista en la cual planteó que cuando las especies morían dejaban una semilla y de ahí las mismas especies se reproducían. Estaba en desacuerdo con la evolución, ya que no compartía las ideas de Lamarck.

Louis Pasteur (1822-1895)
Se puede considerar un fijista de perfil "evolucionista", porque su idea era que todo ser vivo procede de otro ser vivo y en ese sentido, sienta las bases para romper con el paradigma fijista. Realizó una serie de experimentos, que refutaron la Teoría de la generación espontánea, que aun así sigue perviviendo bajo el nombre de abiogénesis, y que probaron definitivamente que también los microbios se originaban a partir de otros microorganismos. Sin embargo, los defensores de la abiogénesis siguen defendiendo la superstición de la generación espontánea. Siguiendo la recomendación de Antoine-Jérôme Balard, utilizó dos frascos de cuello de cisne (similares a un Balón de destilación con boca larga y encorvada). Estos matraces tienen los cuellos muy alargados que se van haciendo cada vez más finos, terminando en una apertura pequeña, y tienen forma de "S". En cada uno de ellos metió cantidades iguales de caldo de carne (o caldo nutritivo) y los hizo hervir para poder eliminar los posibles microorganismos presentes en el caldo. La forma de "S" era para que el aire pudiera entrar y que los microorganismos se quedasen en la parte más baja del tubo. Pasado un tiempo observó que ninguno de los caldos presentaba señales de la presencia de microorganismos y cortó el tubo de uno de los matraces. El matraz abierto tardó poco en descomponerse, mientras que el cerrado permaneció en su estado inicial. Pasteur demostró así que los microorganismos tampoco provenían de la generación espontánea. Gracias a Pasteur, la idea de la generación espontánea fue desterrada del pensamiento científico y a partir de entonces se aceptó de forma general el principio que decía que todo ser vivo procede de otro ser vivo.

Pasteur, de hecho afirmó que "Un poco de ciencia aleja de Dios, pero mucha ciencia devuelve a Él."