segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Sionismo



Theodor Herzl (Budapeste, 2 de maio de 1860 — Edlach, 3 de julho de 1904) foi um jornalista judeu austro-húngaro que se tornou fundador do moderno Sionismo político. Seu nome em hebraico era Benjamin Ze'ev (בנימין זאב).

A primeira escola de Theodor Herzl foi uma escola primária judaica. Aos 10 anos foi enviado para uma escola normal, mas saiu dessa escola por conta do anti-semitismo. Depois foi matriculado num colégio evangélico, onde não existiam problemas com o anti-semitismo.

Em 1878 sua família se mudou para Viena. Formou-se em Direito em 1884 e o seu trabalho inicial não tinha qualquer relação com a vida judaica, pois trabalhava como empregado não-assalariado nos tribunais de Viena e Salzburgo. Ele queria muito viver em Salzburgo, mas sua condição de judeu nunca permitiria fazer-se juiz.

Apesar de ser formado em Direito ele se dedicava mais ao jornalismo e à literatura. Ao invés de procurar um emprego fixo, começou a viajar e escrever para jornais.

Na sua juventude frequentou uma associação, chamada Burschenschaft, que aspirava à Unificação alemã, sob o lema: Honra, Liberdade, Pátria. Herzl era um judeu assimilado.



Em 1891 o jornal "Neue Freie Presse" ofereceu-lhe um cargo de correspondente em Paris. Ele aceitou o cargo, expressando, nesta época, suas ideias num pequeno livro. Nesse cargo ele fazia ocasionalmente viagens a Londres e Constantinopla. O seu trabalho era inicialmente do gênero da crítica literária, descritivo e não político. Mais tarde ele tornou-se o editor literário do Neue Freie Presse. Herzl tornou-se simultaneamente um escritor de peças destinadas aos palcos vienenses, tendo sido autor de comédias e dramas.

Em 1894 ele interferiu no Caso Dreyfus, que desvelou na Europa o latente anti-semitismo.

Em 1895 ele escreveu "O Estado Judeu". A principal ideia do livro era que a melhor maneira de formar um estado judeu era formar um congresso sionista formado apenas por judeus. Da ideia partiu para a prática e, pouco tempo depois, já havia formado o "Sionismo Político". No dia 29 de agosto de 1897 foi realizado o primeiro congresso sionista desde a diáspora, em Basiléia. Durante o congresso foi criada a Organização Sionista Mundial, e Herzl foi eleito presidente.

Resoluções do primeiro Congresso Sionista em Basileia




Theodor Herzl o organizou e foi eleito presidente.
Adoção de um hino nacional e uma bandeira.
Compra de terras e formação de kibutz (que uma das principais ideias do sionismo socialista).
Negociações diplomáticas, com o Império Turco-Otomano para a fixação de judeus alemães na Palestina não deu certo e mais tarde com a Grã Bretanha só seria possível após a primeira guerra mundial e mesmo assim mal interpretado ou de forma conspiratória, tendo em vista que o povo da Alemanha possuía dívidas de guerra com a Inglaterra.

Líder do Movimento Sionista

A partir de 1896, ano da tradução para o inglês do seu livro "Der Judenstaat" ("O estado judaico"), a sua carreira tomou uma nova direcção e ele adquiriu uma reputação diferente.

O livro que é considerado como o ponto de partida do movimento Sionismo. Pregava que o problema do anti-semitismo só seria resolvido quando os judeus dispersos pelo mundo pudessem se reunir e se estabelecer num Estado nacional independente.

Herzl impressionado pelo caso Dreyfus, cobriu seu julgamento para o jornal austro-húngaro e também foi testemunha das manifestações em Paris após o julgamento em que muitos cantaram pelas ruas "Morte aos Judeus"; isto convenceu-o da possibilidade das manifestações anti-judaica atravessasse as fronteiras e refletisse até a Polônia ou Alemanha países que reconheciam sua influência.

O sionismo (em hebraico: ציונות Tsiyonut) é um movimento político e filosófico que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel (Eretz Israel).

O sionismo é também chamado de nacionalismo judaico e historicamente propõe a erradicação da Diáspora Judaica, com o retorno da totalidade dos judeus ao atual Estado de Israel. O movimento defende a manutenção da identidade judaica, opondo-se à assimilação dos judeus pelas sociedades dos países em que viviam.


O sionismo surgiu no final do século XIX na Europa Central e Oriental como um movimento de revitalização nacional e logo foi associado, pela maioria dos seus líderes, à colonização da Palestina. Segundo o pensamento sionista, a Palestina fora ocupada por estranhos.Desde a criação do Estado de Israel, o movimento sionista continua a defender o estado judeu, denunciando as ameaças à sua permanência e à sua segurança.

Em uma acepção menos comum, o termo pode também se referir ao sionismo cultural, proposto por Ahad Ha'am, e ao apoio político dado ao Estado de Israel por não-judeus, tal como no sionismo cristão.

Os críticos do sionismo o consideram como um movimento colonialista ou racista.Os sionistas rebatem essas críticas, identificando o antissionismo com o antissemitismo.

O termo "sionismo" é derivado da palavra "Sion" (em hebraico: ציון), que, em hebraico, quer dizer elevado. Originalmente, Sião ou Sion era o nome de uma das colinas que cercam a Terra Santa, onde existiu uma fortaleza de mesmo nome. Durante o reinado de David, Sião se tornou um sinônimo de Jerusalém ou da Terra de Israel. Em muitas passagens bíblicas, os israelitas são chamados de "filhos (ou filhas) de Sião".



No Livro de Isaias, o nome de Sião figura diversas vezes como equivalente para todo aquele que crê no Deus de Israel: Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa (Isaias, 62-1).

História do sionismo

O chamado "sionismo moderno" articulou-se e desenvolveu-se especialmente a partir da segunda metade do século XIX, em especial entre os judeus da Europa Central e do Leste Europeu, que viviam sob a pressão das perseguições e massacres sistemáticos provocados pelo antissemitismo crônico destas regiões.

O século XIX foi uma época de irrupções nacionalistas em todo mundo. Gregos, italianos, poloneses, alemães e sul-americanos, entre outros, estabeleceram seus movimentos nacionais em busca de singularidade política, étnica e cultural. Seguindo estes modelos, o sionismo foi o mais recente dos processos de renascença nacional a despertar na Europa.

O sionismo também pode ser considerado como uma reação ao crescente assimilacionismo provocado pela integração dos judeus da Europa Central aos povos e comunidades onde se encontravam estabelecidos, o que, segundo os críticos, solapava as bases culturais e religiosas fundamentais do judaísmo tradicional.

O uso do termo "sionismo" surgiu durante um debate público realizado na cidade de Viena, na noite de 23 de janeiro de 1892, e foi cunhado por Nathan Birnbaum, um escritor judeu local que fundara em 1885 a revista “Selbstemanzipation!” (Autodeterminação!)[5]. No entanto, considera-se que o "Pai do sionismo" tenha sido o jornalista e escritor austríaco Theodor Herzl, autor do livro Der Judenstaat (O Estado Judeu).

Precedentes do sionismo

São considerados precursores do sionismo (ou "protossionistas") alguns pensadores e religiosos judeus que expressaram em obras escritas o desejo ancestral do povo judeu de retornar às suas raízes históricas através da volta para sua terra de origem. Por outro lado, o nacionalismo judaico é considerado como uma decorrência direta dos diversos movimentos nacionalistas que surgiram no Ocidente a partir do iluminismo, da Revolução Francesa e da Revolução Americana.

Os primeiros protossionistas foram membros do clero judaico, como os rabinos Judá Alkalai; Naftali Berlin (o “HaNatziv”); Tzvi Kalisher; Samuel Mohiliver e Isaac Jacob Reines.

Segundo a narrativa religiosa e tradicional, o sionismo surgiria logo após a queda do Segundo Templo e a consequente expulsão da maioria dos judeus dos territórios do antigo Reino de Israel, entre os anos 66 d.C. e 135 d.C. A oração "no ano que vem, em Jerusalém", recitada todo os anos durante o Pessach, expressa a vontade, transmitida através das gerações, de retorno à Terra de Israel como condição precípua para a vinda do Messias e do estabelecimento de uma nova ordem, onde as esferas sagrada e terrena passariam a conviver em um único plano.



A "nostalgia de Sião" se manifestou claramente nos discursos de diversos místicos judeus surgidos ao longo dos séculos de duração da Diáspora, desde David Alroy ("falso messias"), no século XII, até Sabbatai Zevi, no século XVII, passando pelos poemas de Yehudah Halevi e por uma infinidade de místicos.

No século XIX, o britânico George Eliot publica o romance Daniel Deronda (1876), que descreve a vida de um homem que se dedica à busca da criação de um centro nacional para os judeus. Mas seriam Leon Pinsker, médico polonês e Moses Hess, escritor alemão, aqueles que mais se destacariam como precursores do sionismo naquele século.

O Caso Dreyfus como impulso

Ao final do século XIX, os judeus que detinham uma condição social um pouco mais elevada (em geral os habitantes dos países da Europa Ocidental) julgavam-se mais seguros contra as perseguições antissemitas que vitimavam os judeus do Leste, mais arraigados às tradições, pois encontravam-se plenamente inseridos nas sociedades daqueles países. Esses judeus pouco diferiam, culturalmente, de seus vizinhos cristãos, e muitos abandonavam as práticas religiosas ou se convertiam ao cristianismo, como forma de selar o processo de completa assimilação. Entre esses, encontrava-se Theodor Herzl, um advogado nascido em Budapeste e que, na juventude, chegou a pedir em carta ao Papa que ajudasse os judeus de toda a Europa a se converterem coletivamente ao catolicismo.

Herzl ganhou notoriedade quando passou a publicar matérias assinadas na imprensa alemã a partir do final da década de 1880 e, graças a isso, recebeu um convite para se tornar correspondente do jornal "Neue Freie Presse" em Paris, onde cobriu o julgamento do militar Alfred Dreyfus. Dreyfus era um oficial judeu do Exército Francês acusado injustamente de espionar em favor dos alemães. Ao testemunhar a série de fraudes engendradas por elementos da oficialidade francesa para culpar Dreyfus com alegações antissemitas, Theodor Herzl se deu conta de que nem a assimilação cultural seria capaz de livrar os judeus da discriminação.

Com base nessas reflexões e aproveitando-se do pensamento de outras pessoas, Herzl escreve, em 1895, sua principal obra, Der Judenstaat – Versuch Einer Modernen Lösung der Judenfrage ("O Estado Judeu – Uma Solução Moderna para a Questão Judaica"), onde preconiza a necessidade da reconstrução da soberania nacional dos judeus em um Estado próprio[6]. Em O Estado Judeu, Herzl descreve, de forma romanceada, suas visões de como tornar possível a construção de uma futura nação judaica, discorrendo sobre imigração, compra de terras, edificações, leis, idioma etc. Muitas das ideias de Herzl serviriam de inspiração para os primeiros legisladores do futuro Estado de Israel.

O Congresso Sionista

O livro de Herzl foi bem recebido pela maior parte dos judeus europeus que compartilhavam dos mesmos ideais. Com o intuito de aglutinar as diversas tendências nacionalistas judaicas, Herzl organizou o Primeiro Congresso Sionista, que deveria ser realizado em Munique, na Alemanha. Contudo, líderes religiosos da comunidade judaica local se opuseram à iniciativa, por temerem uma exposição excessiva e uma possível retaliação antissemita. Assim, o evento acabou por se realizar na cidade suíça de Basileia, em 29 de agosto de 1897. Segundo seus criadores, o Congresso tinha como propósito de mostrar ao mundo "o que é o sionismo e o que ele pretende" e também para unir todos os sionistas sob uma só organização.




O evento reuniu cerca de 200 participantes e seus principais resultados foram a formulação da plataforma sionista, conhecida como "Programa de Basileia", e a fundação da Organização Sionista Mundial, sob a presidência de Herzl. Durante a reunião, discutiu-se onde deveria ser instalado o Estado Judeu, dividindo-se os congressistas entre a Palestina Otomana ou algum território desabitado cedido aos sionistas, como a ilha de Chipre, a Patagônia e até em alguma das colônias europeias na África, como o Congo[desambiguação necessária] ou Uganda. Venceram os partidários da Palestina, com o argumento de que aquela era a região de origem de toda identidade judaica na Antiguidade. Em seu diário, Herzl escreveu: "Se eu tivesse que resumir o Congresso de Basileia numa só frase, ela seria: ‘em Basileia eu fundei o Estado Judeu’. Se eu dissesse isto hoje, seria objeto de risos universais; mas em cinco anos, talvez em cinquenta, todos o verão".

Seriam realizados 21 Congressos Sionistas até à eclosão da Segunda Guerra Mundial.


Oposição judaica ao sionismo

Segundo alguns autores, a intenção de imigrar e viver na Palestina seria algo distante das intenções reais da maioria dos judeus, estando presente apenas enquanto referência religiosa. Abraham Leon escreve em 1942 que "durante o tempo que o judaísmo ficou incorporado ao sistema feudal, o 'sonho de Sião' não foi precisamente mais que um sonho e não correspondia a nenhum interesse real (...). O taberneiro ou o 'granjeiro' judeu da Polônia do século XVI pensava em retornar à Palestina tanto quanto o milionário judeu da América de hoje."

A tese do retorno ao lugar de origem ganhou a grande maioria dos adeptos por ter forte apelo religioso, baseado na redenção do povo de Israel e na “Terra Prometida”. Por outro lado, outras correntes religiosas (em especial as fundamentalistas) a consideravam uma compulsão heroica e sentimental, e alguns até a reprovavam duramente, alegando que esta “redenção” deveria vir obrigatoriamente pela “obra de Deus” e não de ações políticas. Outros judeus a não aderir ao sionismo foram os adeptos do budismo. No entanto, tais visões foram se tornando gradativamente minoritárias e isoladas com o passar dos anos e o crescimento da Organização Sionista.

Nos dias atuais, a oposição judaica ao sionismo está restrita a alguns membros de seitas religiosas, como os haredim do Neturei Karta, Satmer e Edá Hacharedit, bem com aos adeptos de ideologias internacionalistas de esquerda.

A Palestina e a Terra de Israel

A região da Palestina, onde historicamente existiu uma pátria judaica, encontrava-se desde o ano de 638 sob o controle árabe muçulmano. A partir de 1517, o Império Turco-Otomano incorpora aquelas terras, tornando-se a Palestina uma província turca, status que duraria até o início do século XX. A presença dos judeus na região permaneceu ininterrupta por todo este período, embora em condição de minoria. Em algumas cidades, como Hebron e Safed, a presença das comunidades judaicas se fazia mais numerosa e importante, convivendo em relativa paz com a maioria muçulmana.

Havia também a tradição judaica de migrar para a Palestina para lá morrer e ser sepultado, ou para estudos religiosos nas diversas yeshivot instaladas na região. Estas escolas de formação rabínica recebiam recursos doados por organizações filantrópicas, mas na segunda metade do século XIX, algumas destas organizações, como a Aliança Israelita Universal, passaram a investir na fundação de cidades e fazendas coletivas, dentro de um espírito socialista e secular. Assim Mikveh Israel foi fundada em 1870, seguida por Petah Tikva (1878), Rishon LeZion (1882) e outras comunidades agrícolas fundadas pelas sociedades Bilu e Hovevei Zion.

Mas com a primeira grande leva de imigrantes judeus chegados à Palestina, a partir de 1881, a demografia na Palestina começou a sofrer a sua primeira grande mudança em séculos. Estas ondas (chamadas de aliot), oriundas principalmente do Império Russo e do Iêmen, acabaram por gerar mais comunidades agrícolas e cidades. Estas primeiras aliot independentes serviriam de modelo para as imigrações que viriam nos anos seguintes, já sob o estímulo da Organização Sionista de Herzl.

Até meados do século XIX, a população total da Palestina registrava um decréscimo lento. Mas as migrações judaicas inverteram este quadro, e no raiar do século XX a região registrou o primeiro aumento demográfico em séculos. A população de judeus chegou a 10% do total antes de 1909, quando foi fundada a cidade de Tel Aviv, a primeira urbe exclusivamente judaica desde a Antiguidade.

O estabelecimento dos primeiros olim em terras palestinas se deu em zonas desabitadas, adquiridas com recursos doados por subscrições públicas ou por grandes filantropos europeus. O mais célebre destes foi o barão Edmond de Rothschild, que sozinho doou recursos para a aquisição de 125 mil acres (ou 22,36 km²) de terras.

No entanto, uma nova onda de perseguições antissemitas ocorrida na Rússia fez crescer o número de olim. Em abril de 1903 o Pogrom de Kishinev vitimou dezenas de judeus e evidenciou para os sobreviventes a necessidade de buscar a autodeterminação em um ambiente democrático.

As divisões do sionismo

O sionismo socialista

A partir do Segundo Congresso Sionista, realizado em 1898, surgiram os Sionistas Socialistas, inicialmente um grupo minoritário, em sua maioria oriunda da Rússia, mas que exigiu representação na Organização Sionista Mundial. A presença dos sionistas socialistas seria cada vez maior, chegando à maioria dos delegados a partir de do 18º Congresso, realizado em Praga, em 1933. Os sionistas socialistas formariam o principal núcleo político dos fundadores do Estado de Israel, gerando futuros líderes como David Ben-Gurion, Moshe Dayan, Golda Meir, Yitzhak Rabin e Shimon Peres.

Alguns pensadores fundamentais para o conhecimento do sionismo socialista são Dov Ber Borochov e Aaron David Gordon. Ambos, porém, encontram em Moses Hess uma origem da combinação de um estado judeu e socialista.

Diferentemente dos primeiros sionistas reunidos por Herzl, os sionistas socialistas não acreditavam que o Estado Judaico seria criado apelando à comunidade internacional, mas através da luta de classes e dos esforços da classe trabalhadora judaica na Palestina. Os socialistas pregavam o estabelecimento dos kibbutzim (fazendas coletivas) no campo e de um proletariado nas grandes cidades.

O sionismo político

A cisão da Organização Sionista pelos socialistas provocou a formação de um segundo bloco, a que se chamou de “Sionistas Políticos”, que tal como Herzl e também Chaim Weizmann, preconizavam a independência do Estado Judeu pela via diplomática. Em busca disso, o próprio Herzl encontrou-se com o Kaiser Guilherme II da Alemanha e com o sultão Abdul Hamid II da Turquia, com os quais pediu o apoio de seus países para o estabelecimento do Estado Judeu na Palestina. Após a morte de Theodor Herzl, em 1904, e com o fracasso de uma solução negociada para a independência do Estado Judeu, o sionismo político foi perdendo importância dentro da Organização Sionista.

O sionismo revisionista

Os maiores opositores dos sionistas socialistas seriam os sionistas revisionistas, que surgiram em 1925, liderados por Vladimir Ze'ev Jabotinsky, um filósofo liberal que pretendia reviver na Organização Sionista “o espírito e a doutrina verdadeiramente herzlianos”[13].

Para os sionistas revisionistas, o Estado Judeu só seria viabilizado com a organização dos judeus em frentes paramilitares que combatessem, simultaneamente, a presença britânica na Palestina (a partir de 1917) e a resistência armada dos árabes muçulmanos da Palestina, que vinham atacando pessoas e propriedades dos sionistas. Os revisionistas também combatiam os socialistas, pois pregavam uma ideologia liberal-democrática (contrária ao marxismo) dentro da Organização Sionista e a defendiam para o futuro Estado Judeu.

Pensadores sionistas

São conhecidos por esse nome personalidades que, com suas obras e artigos colaboraram com a estruturação do sionismo como ideologia de formação de um Estado Judeu nos mais diferentes formatos.

Além disso, os pensadores sionistas serviram (e servem) como eixo orientador das comunidades ao redor do mundo, e como referências para seus seguidores. Isso não descarta a importância de autores como Leon Pinsker, considerado um pré-sionista.

Diversas correntes de pensamento são importantes para a compreensão do sionismo atual. Achad Haam, por exemplo, foi o criador de uma visão peculiar do sionismo, mas que é intimamente ligada aos dias atuais. Há ainda Rav Kook, com o sionismo religioso.

Relativamente às criticas dirigidas ao sionismo, de que seria um movimento de cunho racista, seus defensores defendem-se alegando que o sionismo não é doutrinariamente unificado e coeso, possuindo diversas versões divergentes umas das outras. Além disso, alguns também discordam afirmando que palestinos e judeus não são racialmente distintos, e assim não se aplicaria o termo já que a discriminação não se funda na raça.

Antissionismo

Antissionismo é a oposição política, moral ou religiosa às várias correntes ideológicas incluídas no sionismo, inclusive ao estado judeu, criado com base nesse conceito.

Eventualmente, o termo também é muitas vezes aplicado à oposição política ao governo de Israel, sobretudo se motivada por denúncias de violações sistemáticas de direitos humanos dos palestinos, incluindo crimes de guerra, mas também à negação ao direito de existência do Estado de Israel.

A linha mais forte e numerosa de antissionistas contudo continua a ser a que deriva de Amin al-Husayni, tio de Yasser Arafat, e tido como um grande mentor do antissemitismo muçulmano.

Os antissionistas condenam o movimento sionista por ter promovido a compra e ocupação das terras no Mandato Britânico da Palestina, com o objetivo de criar o Estado de Israel, que consideram artificial. O questionamento sobre a definição de Israel como estado judeu ainda suscita controvérsia e oposição entre os antissionistas há mais de sessenta anos, assim como a ocupação da Cisjordânia.

Antisionismo e Antissemitismo

Para a grande maioria dos judeus, o antissionismo é uma manifestação antissemita. Normalmente quando não se reconhece Israel como um Estado judeu ou se odeia o país por isso. Contudo, não significa que todos os que criticam Israel sejam antissemitas.

Por outro lado, como o antissemitismo é crime em muitos países, muitos antissemitas pretendem ser apenas antisionistas para seguir espalhando o ódio.

Inclusive muitos judeus são antissemitas.Há agnósticos marxistas, como Ralph Shoenman, Michel Warschawski e Norman Finkelstein, como também há os adeptos ao movimento Neturei Karta que consideram-se antissionistas. Igualmente, alguns proeminentes intelectuais judeus, que defendem a desocupação dos territórios palestinos ou que pregam a eliminação do Estado de Israel, são considerados antissemitas pelos judeus e frequentemente são proibidos de entrar em território israelense.

Sionismo religioso

O Sionismo religioso ou Movimento Religioso Sionista (em Hebraico: ציונות דתית, pronunciado Tziyonut Datit, ou דתי לאומי, Dati Leumi, lit. "Nacional Religioso" [Plural: דתיים לאומיים, Datiyim Leumiyim]; Também conhecido como: כיפה סרוגה, Kippah Seruga, lit. "Kipá (solidéu) de Crochet" [Plural: כיפות סרוגות, Kippot Serugot]) é uma ideologia que combina o sionismo e o judaísmo religioso, baseando o sionismo nos princípios da Torá, Talmud e outros, e do patrimônio autêntico.

O Sionismo religioso é uma denominação genérica dada a todas as correntes religiosas judaicas que se auto-definiram como participantes do movimento sionista, apoiando a imigração ao Estado de Israel. O argumento comum entre as várias correntes do sionismo religioso é que o nacionalismo judaico e a criação de um Estado, são obrigações impostas pela Torá (a Bíblia Hebraica). Este argumento contrapõe a posição da maior parte dos judeus ultra-ortodoxos, que vêm a volta do povo judeu a Terra de Israel, e a criação de um Estado judaico - como parte da era messiânica, portanto não deram seu apoio ao movimento sionista.

O Sionismo religioso tem como lema: "O povo de Israel, com a Torá de Israel, na Terra de Israel", e vê a criação do Estado de Israel como o princípio da consumação deste lema e da redenção do povo judeu.

Hoje em dia em Israel, os religosos sionistas podem ser identificados pelo seu principal símbolo externo: a 'Kipá Serugá' (o solidéu de Crochet). Pessoas religiosas usando este símbolo são caracterizadas por sua integração com a sociedade secular Israelense, ocupando funções e cargos em todo o espectro de profissões, participando no IDF (Forças de Defesa de Israel), cargos políticos ligados a vários partidos diferentes, e ativos em centros acadêmicos e de pesquisa. Em paralelo esta pessoa mantém a observação aos estatutos e leis religiosas provenientes da Torá, e o envolvimento com estudos religiosos em Yeshivot (centro de estudos judaicos), seja em sua formação escolar ou depois dela.

Os idealizadores espirituais do Sionismo religioso

A ideia do retorno dos judeus a Terra de Israel e o despertar do nacionalismo religioso, apareceram antes ainda do movimento sionista, nos meados do século XIX. Estes estão presentes nos livros do Rabino Yehudá Ben Shelomo Hay Alkalay, Rabino Eliyahu Gutmacher e Rabino Zvi Hirsch Kalisher. Em contrário a opinião da maior parte dos rabinos na diáspora judaica, eles frisavam que o povo judeu não deveria esperar passivamente pela era messiânica e a redenção, senão, é de vital importância a cooperação ativa dos membros das comunidades judaicas em prol do retorno aos lugares sagrados, ao trabalho agrícola lá, ao uso da língua hebraica no dia-a-dia e a imigração (Aliá) à Terra de Israel (então sob domínio do Império Turco-Otomano). Há inclusive pesquisadores e escritores que dizem que Theodor Herzl baseou seu livro O Estado Judeu na filosofia do Rabino Alkalay, já que seu avô era integrante ativo na sinagoga onde o Rabino Alkalay oficiava os serviços religiosos e nela dava aulas. Eles argumentavam que estes atos levam a consolidação das profecias do Tana"ch, e futuramente ajudam inclusive na vinda do Mashiach (Messias). O melhoramento da classe dos judeus da Europa Ocidental, como consequência da emancipação, era visto por eles como o primeiro passo da redenção futura.

Agudat Hovevei Zion (A União dos Afeiçoados a Zion) se organizou com base nestas ideias, por todo o território Russo – dando início ao Sionismo Prático. Enquanto muitos dos rabinos viam com bons olhos o movimento de assentamento judaico na terra sagrada, houve rabinos que foram contra este movimento – mesmo entre os rabinos considerados modernos, como por exemplo, o Rabino Shimshon Refael Hirsch.

Rabino Avraham Itzchak Hacohen Kook

Uma das principais personalidades que moldaram e emolduraram o Sionismo religioso foi o Rabino Kook. Ele atuou como rabino chefe da cidade de Yafo e suas periferias (incluindo Tel Aviv na época), e posteriormente como o primeiro Rabino Chefe de Israel (ainda no Mandato Britânico). Ele fundou a Yeshivat Merkaz Harav, que forma rabinos, e ensina a filosofia do Rav Kook a jovens e adultos da comunidade sionista religiosa em Israel. Seus alunos e alunos de seus alunos se tornaram uma das principais forças no ativismo do sionismo religioso e no envolvimento com a sociedade israelense geral.

O Rabino Kook desenvolveu uma argumentação teológica a qual via de forma muito positiva o sionismo, em termos religiosos. Ele dizia que o assentamento judaico na Terra de Israel é "o início da redenção" (Atchalta deGueula - em Aramaico). A Aliá (imigração de judeus a Israel) era visto por ele como uma obrigação religiosa. Um de seus argumentos era que o sionismo faz parte do "plano Divino", não podendo ser considerado heresia, mesmo tendo como líderes, judeus que não observavam a lei judaica religiosa.

Rabino Zvi Yehuda Kook

Filho do Rabino Avraham Itzchak Hacohen Kook, recebeu do sucessor de seu pai a função de rabino chefe da Yeshivat Merkaz Harav em Jerusalém, que exerceu por 30 anos até o seu falecimento em 1982. Ele exercera anteriormente a função de coordenação espiritual da Yeshivá desde sua fundação, e parte do tempo foi também seu diretor administrativo.

A partir de 1935 dedicou-se intensivamente à pesquisa, ordem e edição das escrituras de seu pai. Este, junto com seus ensinamentos na Yeshivat Merkaz Harav, foram suas maiores contribuições para o sionismo religioso – ele transformou a filosofia do Rav Kook em livros organizados e alcansáveis ao público em geral, e os ensinamentos de seu pai viraram classes que podiam ser acompanhadas mesmo por pessoas que não tinham formação em Yeshivot. A Yeshivá cresceu e se tornou o centro espiritual de todos os religiosos sionistas de sua época, atraindo muitos jovens – principalmente participantes do movimento juvenil sionista Bnei Akiva.

Com a criação do Estado de Israel ele se filiou ao movimento político Hapoel HaMizrahi, inclusive entrando na lista de canditatos do partido nas eleições de 1951 (inclusão esta feita no lugar simbólico 119º para frisar seu apoio ao partido).

Em sua filosofia, ele via a criação do Estado de Israel uma etapa na redenção da nação judaica. Ele tentou fortificar os elementos que compunham deste Estado por um lado, e por outro agia para a implementação de elementos de um cunho mais religioso a política e ao governo.

Hoje em dia se formaram muitas Yeshivot que tomam como base a filosofia da Yeshivat Merkaz Harav e do Rabino Zvi Yehuda.

Rabino Yossef Dov Halevi Soloveitchik

Nascido de uma família tradicional de Rabinos importantes da comunidade de judeus ultra-ortodoxos internacional, salientou-se muito cedo nos estudos religiosos, e se tornou um novo integrante da Agudat Israel (congregação dos rabinos Ultra-ortodoxos) nos EUA, a qual foi fiel mesmo depois de deixar de ser integrante. Em 1935 ele visitou Israel com o propósito de se candidatar ao rabinato chefe da cidade de Tel-Aviv, não sendo eleito no final. Nesta visita teve contato com o Rabino Kook e foi palestrante na Yeshivat Merkaz Harav.

Em 1956, depois de ter passado o Holocausto e a fundação do Estado de Israel, o Rav Soloveitchik acabou se filiando ao movimento sionista, e se tornou Presidente de Honra do movimento Mizrahi mundial até seu falecimento em 1993. Seu tio, o Rabino Meir Bar-Ilan foi de grande influência nesta decisão. Seus dilemas e conclusões foram descritos num discurso que proferiu na comemoração do dia da independência de Israel em 1957 – editada posteriormente e chamada pelo título Kol Dodi Dofek (A voz de teu amado chama - retirado de um versículo do livro Shir HaShirim - Cântigo dos Cântigos).

Segundo sua filosofia, o Estado de Israel não recebe a santidade automática da Terra de Israel (diferente da filosofia do Rav Kook e seus seguidores), mas faz parte das escolhas feitas a cada etapa, por isso os judeus devem ser ativos no desenrolar dos fatos em Israel e no sionismo. E, sem dúvida, os fatos relacionados com a criação do Estado de Israel e seu desenvolvimento até os dias de hoje são milagres que afirmam a tese de que um judeu observante deve tomar parte deles.

O Rabino Soloveitchik herdou o lugar de seu pai como rabino chefe da Yeshivá Rabi Ytzhak Elchanan, conhecida como Yeshiva University (ou pela sigla Y.U.), e se tornou também o reitor da faculdade de filosofia judaica neste mesmo estabelecimento. A partir deste estabelecimento de ensino difundiu sua filosofia sobre o sionismo e a vida moderna de um judeu. Com seu carisma e sua inteligência ele reuniu um número muito grande de alunos e seguidores, mesmo entre aqueles que não o conheceram diretamente. Ele é considerado o pai da ortodoxia moderna () nos EUA, corrente paralela aos sionistas religiosos em Israel.

Um dos alunos mais ligados a ele, seu genro, o Rabino Aharon Lichtenstein imigrou a Israel, concretizando sua filosofia sionista, e se tornou Rabino Chefe de uma das maiores Yeshivot sionistas em Israel, Yeshivat Har Etzion, junto ao Rabino Yehuda Amital. Com isso sua filosofia sionista se difunde em Israel também, já tendo formado vários Rabinos e várias outras Yeshivot.

Partidos Políticos Religiosos

Com a organização do Primeiro Congresso sionista por Theodor Herzl, muitos judeus religiosos se uniram ao movimento sionista. A maior parte dos Rabinos que participaram do congresso tinham mais afinidade com o sionismo político, onde viram a possibilidade de uma ação conjunta entre sionistas religiosos e seculares, evitando problemas em torno da fiosofia cultural e educacional. Na conferência sionista russa de 1898, participaram 14 rabinos dentre os 140 presentes.

O movimento político do sionismo religioso, em todas as suas diversas correntes, sempre teve como lema O povo de Israel, com a Torá de Israel, na Terra de Israel.

Mizrahi

No ano de 1902 os religiosos se juntaram no Movimento Sionista Mizrahi devido a adversidades com relação a tópicos da educação divulgados pela Agência Judaica Sionista. O movimento foi fundado pela iniciativa do Rabino Shemuel Mohaliver, com o objetivo de defender as características judaicas nos assentamentos da Terra de Israel.

Após a fundação do Estado de Israel, o Mizrahi se tornou um partido político que concorreu nas eleições parlamentares três vezes em Israel conseguindo consecutivamente 4, 2 e 2 mandatos no Knesset(parlamento de Israel).

Hapoel HaMizrahi

Formado por um grupo discidente do Mizrahi, que optou por um caminho mais ligado ao sionismo prático, de pioneirismo, trabalho agícola e fundação do Kibutz Hadati (kibutzreligioso).

Após a fundação do Estado de Israel, o Hapoel HaMizrahi se tornou um partido político que concorreu nas eleições parlamentares três vezes em Israel conseguindo consecutivamente 7, 8 e 9 mandatos no Knesset(parlamento de Israel).

Mafdal (hoje em dia chamado de HaBaith Hayehudi)

Em 1956 formou-se o partido político Hamafdal (sigla em Hebraico que significa partido nacional-religioso) com a união do Mizrahi e do Hapoel Mizrahi, juntando então todos os sionistas religiosos num só partido que foi de grande força e influência política até o final da década de 70, obtendo entre 10 e 12 mandatos no Knesset (parlamento de Israel).

A partir da Década de 80 o número de mandatos abaixou para 6 em média, devido a criação de outros partidos concorrentes como o Shas e o Ichud Haleumi (União Nacional).

Antes das eleições de 2009 houve a tentativa de junção do Mafdal e do Ichud Haleumi num único partido chamado HaBaith Hayehudi (a casa judaica), que não deu certo, mas acabou mudando o nome do partido. Hoje o partido tem 3 mandatos no Knesset.

HaBaith Hayehudi, o Mafdal, o Mizrahi e/ou Hapoel HaMizrahi (cada um em sua época) participaram de todas as 32 coalizões de governo Israelense.

Meimad

Meimad é uma sigla em Hebraico que tem como significado Estado Judaico Estado democrático. É um partido que foi fundado em 1988 pelo Rabino Yehuda Amital, e era um partido mais identificado com as linhas esquerdistas israelenses, e de cunho mais sociais. Ele obteve 1 mandato nas eleições de 1999, 2003 e 2006. Em 2009 ele deu seu apoio ao partido HaBaith Hayehudi depois da separação do Ichud Haleumi, mesmo sem ter um representante na lista de candidatos do partido.

Kibutz Dati

Hoje em dia, o Movimento dos Kibutzim Datiim (Kibutz Religioso) compreende 19 Kibutzim em Israel que neles moram por volta de 10.000 pessoas.

A economia deles baseiam-se na agricultura, criação de gado, ovelhas e aves, pequenas indústrias e turismo - na mesma proporção do Movimento Kibutzi Geral. A situação econômica da maioria deles é estável.

Histórico

Os primeiros Kibutzim foram formados por integrantes de movimentos como "Berit Halutzim Datiim", "Tzeirei HaMizrahi", "HaPoel HaMizrahi" e outros - porém somente em 1935, durante o VII congresso do Hapoel HaMizrahi, eles se unificaram na organização chamada então como "União de Grupos do HaPoel HaMizrahi", em 1938 recebeu o nome o qual é chamado até hoje, Hakibutz Hadati.

Na Guerra de Independência de Israel, em 1948, o movimento sofreu uma perda enorme quando seus três Kibutzim localizados na área de Gush Etzion foram derrotados (junto com mais um kibutz não religioso), destruidos e seus poucos sobreviventes foram levados prisoneiros pelas forças da Liga Árabe. Com o final da guerra três dos quatro kibutzim foram reconstruídos dentro das fronteiras israelenses fixadas com o acordo de trégua em 1949.

Lista de Kibutzim

Beerot Itzchak
Yavne
Bnei Darom
Beith Rimon
Lavi
Nir Etzion
Meirav
Maale Guiboa
Saad
Alumim
Massoot Itzchak
Ein Tzurim
Tirat Zvi
Ein Hanatziv
Sde Eliyahu
Sheluchot
Kfar Etzion
Migdal Oz
Rosh Tzurim

Movimentos Juvenis Religiosos Sionistas

O Movimento sionista em todas as suas correntes vê a educação das futuras gerações como um de seus objetivos, por isso se tornou natural a criação dos movimentos juvenis. O sionismo religioso dá mais importância ainda a educação das nova geração para valores do sionismo e da religião e espiritualidade, por isso já no início do século XX se formaram os primeiros movimentos juvenis sionistas religiosos.

Bnei Akiva

O movimento Bnei Akiva se formou em Jerusalém, em 1929, quando um grupo de jovens, inspirados pelos ensinamentos do Rabino Kook, resolveu fazer algo para mudar as coisas. Eles fundaram então a primeira sede do Bnei Akiva, com atividades aos sábados. Nestas atividades, os madrichim (monitores) e chanichim (monitorados) aprendiam sobre Torá, Sionismo, a importância da Terra de Israel para o povo judeu.

O movimento cresceu, abrindo sedes em todos os cantos de Israel, realizando atividades aos sábados e machanot (acampamentos). Em pouco tempo, formaram-se os garinim (lit:sementes – trata-se de pequenos grupos de membros, que criaram novos povoados e kibutzim).

Doze anos depois, o Rabino Moshé Tsvi Neriah, criou a primeira Yeshivá do Bnei Akiva, em Kfar Haroé. A idéia era preparar melhor os membros do movimento, para que fossem mais versados na Torá da Terra de Israel, e ao mesmo tempo se preparassem melhor para começar a vida adulta. Surgiram então várias outras yeshivot Bnei Akiva, que se espalharam por todo o país.

O Bnei Akiva é hoje representado em mais de 30 países. Há poucos anos, o Bnei Akiva instalou suas estruturas em muitos países da Diáspora, embutindo nessas comunidades a ideologia de Torá e Avodá. Em comunidades onde há pouco conhecimento do Judaísmo, o Bnei Akiva espalhou as palavras da ética Judaica e o Ideal Sionista.

O Lema do Bnei Akiva é Torá VaAvodá (Torá e trabalho)

Este lema representa os ideais do movimento de levar uma vida de acordo com as tradições da Torá e da Halachá (lei judaica), e, ao mesmo tempo, não se afastar dos deveres materiais da sociedade moderna, de trabalhar e participar ativamente da sociedade e da organização do povo.

O nome ao Movimento foi inspirado na personalidade de Rabi Akiva um dos maiores rabinos da época da formação da Mishná, citado em muitas partes do Talmud. Porém começou seu caminho como um pastor simples e somente com 40 anos começou sua formação.

Ezra

Seu nome completo é Movimento Juvenil Torani Nacional Ezra em Israel. Como seu nome diz, ele é ativo principalmente em Israel, apesar de ter sido fundada na Alemanha em 1919 por um grupo de estudantes religiosos.

A primeira sede do movimento em Israel foi aberta em 1936, vindo com a quinta aliá, por um lado o movimento trabalhava lado a lado com o partido Hapoel HaMizrahi, mas por outro aderira a educação formal dos ultra-ortodoxos.

Este movimento fundou 7 assentamentos e kibutzim em Israel: Kibutz Hafetz Haim, Issodot, Gat Rimon, Shaalabim, Mevo Modiin, Mevo Horon e Nachliel.

Hoje em dia o Ezra tem por volta de 12.000 participantes, espalhados por 50 sedes em Israel. Suas atividades são basicamente aos sábados, às terças-feiras e nos acampamentos de verão.

O nome "Ezra" é em homenagem e inspiração ao personagem Ezra do Tanach (Bíblia Hebraica) que voltou a Israel com os judeus da Babilônia, no período do Império Aquemênida, quando estes deram autorização aos judeus voltarem do exílio babilônico a Israel, e reconstruírem Jerusalém e o Templo (começando a época do segundo Templo judaico).

Ariel

Ariel é um movimento sionista religioso que foi formado em 1980, por integrantes do Movimento Bnei Akiva que estavam descontentes com o nível religioso deste. As duas grandes características que o diferem dos demais movimentos sionistas religiosos são que as sedes são totalmente separadas por sexo (um prédio para homens e outro para mulheres), e cada sede tem um rabino responsável (além do rabino centralizador, como existe em outros movimentos).

O movimento tem hoje em dia por volta de 5.000 participantem divididos em 59 sedes, sendo 27 de homens e 32 de mulheres por todo o território israelense.

Sua organização, divisão de grupos e lema, são baseados nos mesmos pilares do Bnei Akiva, inclisive os nomes dados aos diferentes grupos de idade.

O nome Ariel é um dos nomes o qual é chamado o Templo Sagrado (destruido pelos romanos) em Jerusalém. Seu símbolo são as tábuas da lei com o mapa de Israel no meio.



Asquenazí

Asquenazí o asquenazi,también escrito como askenazí o ashkenazí, es el nombre dado a los judíos que se asentaron en Europa Central y Oriental, que una conjetura no probada afirma que son descendientes de los jázaros que se convirtieron al judaísmo en el siglo VII y que se habrían desplazado masivamente hacia Europa oriental y central a partir del siglo X. Se establecieron principalmente en Alemania, Austria, Hungría, República Checa, Eslovaquia, Polonia, Ucrania, Rumania, Rusia, Bielorrusia, Bulgaria, Lituania y Letonia. Los asquenazíes son los descendientes de las comunidades judías medievales establecidas a lo largo del Rin, desde Alsacia, al sur, hasta Renania, en el norte.Ashkenaz, término hebreo medieval comúnmente empleado para designar a Alemania, es también el nombre dado en dicha lengua a toda la región del centro y este europeo, mientras que asquenazí es un término que designa de un modo general a la población judía que desciende de los mencionados judíos que se asentaron en Europa central y oriental.Desarrollaron costumbres y leyes particulares, que los diferencian de otros grupos del pueblo judío (sefardíes y mizrajíes, por ejemplo). Los asquenazíes desarrollaron su propia lengua, el yidis, que combina términos provenientes de diversos dialectos alemanes junto con algunos de origen eslavo y hebreo.

El término ashkenazí tiene su origen en el personaje bíblico Ashkenaz, en hebreo אַשְׁכְּנָז y en asirio Asguzai, bisnieto de Noé; Génesis 10:3). Durante la Edad Media, el término geográfico Ashkenaz se asimiló a Alemania —quizás a causa de cierta similitud con Sajonia—, que pasó a ser el centro vital del judaísmo centroeuropeo o ashkenazí.

Muchos de los asentados originalmente en esta región emigraron más tarde a otras zonas de Alemania, Hungría, Polonia, Rusia y, en general, a las naciones de la Europa del Este entre los siglos X y XIX. Desde el Medievo hasta la primera mitad del siglo XX la lengua común entre los judíos askenazíes fue el yidish. Existió otra con mucha menor extensión, el hebreo de raíz eslava (judeo-checo) ya extinto. Este subgrupo judaico desarrolló una cultura y tradición litúrgica peculiar influenciada por el contacto con la idiosincrasia de la nación a la que pertenecían.

Aunque en el siglo XI representaban solamente el 3% de la población judía mundial, los askenazíes llegaron a constituir, en su momento álgido del año 1931, el 92% del total. Actualmente alcanzan aproximadamente el 80%.

La mayoría de las comunidades judías con una historia extensa en Europa son asquenazíes, excepto aquellas asentadas en el Mediterráneo. Una gran parte de los judíos que emigraron hacia otros continentes en los siglos XIX y XX eran de este origen, especialmente los grupos que partieron a los Estados Unidos y Argentina.

Judíos asquenazíes

Normalmente hay discrepancias acerca de quién debe ser considerado judío. Esto hace especialmente difícil definir qué es un judío asquenazí, pues implica una definición religiosa, cultural o étnica. Dado que la mayoría de estas personas ya no vive en la Europa del Este, migraron a Europa del Oeste, el Norte de Europa y América, el aislamiento que en un momento ayudaba a distinguir la religión y cultura específicas ha desaparecido. Más que esto, la palabra «asquenazí» ha evolucionado y cobrado nuevo significado, especialmente en Israel. En este país frecuentemente adquiere significados que no se corresponden con los tradicionales.

Aún hoy muchas comunidades judías poseen dos sinagogas, una para realizar los rezos a la usanza asquenazí y otra para el rito sefardí. Aunque la distinción tiende a desvanecerse con el paso del tiempo, se considera que los judíos sefardíes desarrollan una actividad comunitaria más bien religiosa, mientras que las instituciones asquenazíes suelen desplegar un abanico más amplio (cultura, deportes, Tnuot Noar, teatro, política, economía, sionismo, etc.). Otra característica es que la incidencia del ateísmo y la militancia política son históricamente mayores en el mundo asquenazí. Por otro lado, el judaísmo asquenazí también incluye grupos conservadores ortodoxos en Israel.

Una secuela de la división asquenazí-sefardí que es interesante resaltar es la existencia de un partido religioso sefaradí, el Shas, que es una de las principales fuerzas políticas en Israel.

Filosefardismo

El filosefardismo es una concepción ideológica y un movimiento de opinión que surge en España a mediados del siglo XIX y que reivindica la herencia judía de España representada por los sefardíes descendientes de los judíos expulsados en 1492 por los Reyes Católicos. Además pretende un acercamiento a ellos para reintegrarlos en la cultura española y concederles incluso la nacionalidad española.

El nacimiento del filosefardismo

Frente al antijudaísmo de los sectores conservadores, carlistas y católicos, el filosefardismo surge a mediados del siglo XIX entre los medios liberales que consideran a la Inquisición española y a la expulsión de los judíos de 1492 como la causa de los males que aquejaban a España. En aquella época varios libros valoran positivamente la presencia de los judíos en el pasado medieval, entre los que destaca la Historia de los judíos de España publicada por Adolfo de Castro en 1847. En él el autor exalta la cultura judía medieval española y condena la persecución de los judeoconversos por la Inquisición y la expulsión de los judíos en 1492, que achaca al rey Fernando el Católico y no a la reina Isabel I de Castilla, una idea que ya había sido defendida por los liberales durante los debates de las Cortes de Cádiz. Sin embargo, Castro en una obra posterior titulada Vida de Niños célebres (1865) consideró probado el presunto crimen ritual contra un niño cristiano de 1491 conocido como el Santo Niño de la Guardia.

Mucha más importancia tuvo el libro de Amador de los Ríos Historia social, política y religiosa de los judíos de España y Portugal publicado en 1877 en el que rectificó en parte ciertas posiciones antijudías que había mantenido en una obra anterior, Estudios históricos, políticos y literarios sobre los judíos en España (1848). Amador de los Ríos como buen católico siguió manteniendo la visión tradicional de los judíos como el pueblo deicida y defendió la realidad del caso del Santo Niño de la Guardia y la expulsión de los judíos para salvaguardar la unidad espiritual de la nación, pero censuró las matanzas de judíos de 1391 y la actuación de la Inquisición, aunque en la época de Felipe II, en la que "fue un terrible embarazo a la marcha filosófica del espíritu humano".

Más claramente filosemita fue la novela Gloria de Benito Pérez Galdós publicada en 1877 en la que ensalza al judío protagonista, Daniel Monzón, aunque su madre es retratada como la encarnación del "fanatismo de la acera de enfrente".

El "descubrimiento de los sefardíes"

El conocimiento por parte de los españoles de que existían judíos descendientes de los expulsados en 1492 que habían conservado el castellano medieval y sus costumbres de entonces se produjo durante la guerra de África cuando en febrero de 1860 las fuerzas desembarcadas en la costa de Marruecos al mando del general O'Donnell fueron recibidas con júbilo y en un castellano un poco raro por los judíos de Tetuán, quienes acababan de padecer el saqueo de sus propiedades por los las fuerzas musulmanas que antes de abandonar la ciudad había asaltado la judería causando decenas de víctimas. "La sorpresa fue mayúscula. Los sefardíes acogieron a los españoles como libertadores; vieron en ellos algo así como unos compatriotas que podrían ayudarlos a salir de la miseria en la que muchos de ellos estaban hundidos", comenta Joseph Pérez. Estos hechos fueron conocidos en la península, especialmente gracias al Diario de un testigo de la guerra de África de Pedro Antonio de Alarcón, a pesar del antijudaísmo de su autor —"raza parásita, grey desheredada y maldita, dice de los judíos que se encontró en Tetuán—, y a la novela Aita Tettauen de Benito Pérez Galdós.

En 1862 el gobierno español tuvo que ordenar la evacuación de Tetuán y dejó allí un cónsul que mantuvo unas relaciones estrechas con la comunidad sefardí. Algunos judíos marcharon a Ceuta y a algunas ciudades de Andalucía donde fueron bien recibidos, pero fueron muy pocos. Poco más hizo por ellos el gobierno español. Mucha más ayuda les llegó a través de la francesa Alianza Israelita Universal, que fundó varias escuelas pero en las que la lengua que se utilizaba era el francés, lo que, según Joseph Pérez, junto con el hecho de que la mayor parte de Marruecos quedaría como protectorado de Francia, explicaría que en "en el siglo XX, los sefardíes de Marruecos, serán más bien francófonos, cuando no ciudadanos franceses; pocos se acordarán de sus raíces hispánicas".

Una de las primeras entidades en ocuparse de los sefardíes y en reivindicar la herencia judía fue la Institución Libre de Enseñanza que mantuvo contactos con las comunidades sefarditas y en su revista publicó artículos criticando la Inquisición y la expulsión de los judíos de 1492. Esta nueva visión del papel de los judíos en el pasado español quedará plasmada en la Historia de España de Rafael Altamira, uno de los miembros más prestigiosos de la Institución. En ella Altamira desmiente además algunos tópicos sobre los judíos como el del crimen ritual del Santo Niño de La Guardia.

España tardó más tiempo en preocuparse de los judíos de la diáspora sefardí. A raíz de los pogromos antijudíos que se produjeron en los Balcanes y en Rusia en las dos últimas décadas del siglo XIX, el embajador español en Estambul informó al gobierno de Madrid de la existencia en el Imperio Otomano de muchas comunidades sefardíes que seguía hablando castellano, destacando las de Salónica y las de la capital. El embajador, el conde de Rascón, sugirió al gobierno que acogiera en España a los judíos sefardíes que quisieran huir y que además se mantuviera un contacto permanente con los que siguieran viviendo en los Balcanes y en Oriente Próximo poniendo en marcha una política de acercamiento cultural. Propuso también que se establecieran "líneas de vapores desde Sevilla hasta Odesa, al modo de lo que hacen ingleses y franceses" y que se crearan institutos de segunda enseñanza en Salónica y en Estambul. "De este modo tendrá España en Oriente medios más fáciles de aumentar sus relaciones mercantiles y de extender algún día su influencia", concluía el conde de Rascón. Al final fueron a España muy poco judíos, entre otras razones, porque el gobierno español no estaba dispuesto a pagarles los gastos del viaje.

La campaña prosefardí del doctor Pulido

Gracias al informe del conde de Rascón de 1881 el gobierno español supo que no sólo había sefardíes en el norte de África sino que la inmensa mayoría vivían en los territorios del Imperio Otomano, una información que fue conocida por la opinión pública gracias a un artículo publicado en el diario El Liberal por el doctor Ángel Pulido Fernández que en el verano de 1883 había realizado un viaje por el Danubio y Europa oriental durante el cual, y para su sorpresa, se había encontrado con varios judíos que hablaban castellano y que le informaron de la existencia de importantes comunidades sefardíes en Serbia, Bulgaria y Rumanía, países recientemente independizados del Imperio Otomano, así como en la propia Turquía.

A partir de entonces el doctor Pulido, que fue nombrado senador, inició una intensa campaña a favor del acercamiento a los sefardíes, en colaboración con el rabino de Bucarest Enrique Bejarano. En 1903 presentó en el Senado una proposición para que se nombrasen cónsules en las ciudades principales de los Balcanes con el fin de atender a los sefardíes, además de abrir escuelas en castellano y establecer relaciones comerciales con ellos. Para apoyar la propuesta publicó artículos en la prensa que luego fueron recogidos en un libro titulado Intereses nacionales. Los judíos españoles y el idioma castellano, al que le siguió otro publicado en 1905: Intereses de España. Españoles sin Patria y la Raza Sefardí, en el que proponía "reconquistar al pueblo judeo-español", pero no su regreso masivo a España, lo que sería a su juicio "un desatino". Pulido no está libre de antijudaísmo cuando afirma que los sefardíes son superiores a los judíos askenazíes a los que considera que "están hoy en su mayor parte degenerados y mezquinos". Esta diferenciación es esencial "porque desde entonces se distinguirá en España entre los sefardíes y los demás judíos, llegándose a dar incluso la figura del filosefardí antisemita".

La campaña de Pulido tuvo una gran resonancia y consiguió el apoyo de varios intelectuales como Benito Pérez Galdós, Miguel de Unamuno, José de Echegaray, Emilia Pardo Bazán, Juan Valera, e incluso Marcelino Menéndez Pelayo, y logró que en 1909 se permitiera la apertura de sinagogas en España. Al año siguiente fundó la Alianza Hispano-Hebrea, que tuvo el apoyo de Galdós, Vicente Blasco Ibánez, Segismundo Moret, Canalejas o Cansinos Assens; y en 1920 la Casa universal de los sefardíes, en cuya creación participaron también importantes políticos conservadores –Antonio Maura, La Cierva-, liberales –conde de Romanones, Niceto Alcalá-Zamora-, reformistas –Melquiades Álvarez- y republicanos –Alejandro Lerroux-, a la que se adhirió la Federación de Asociaciones Hispano-Hebreas de Marruecos. Ese mismo año se constituyó legalmente la comunidad judía de Madrid presidida por el banquero Ignacio Bauer y que en 1917 había inaugurado su sinagoga en un piso de la calle Príncipe en presencia de las autoridades municipales —en 1913 se había constituido la de Sevilla y en 1918 la de Barcelona—. Por todo ello los sectores tradicionalistas arremetieron contra el judaizante Pulido.

La campaña de Pulido también se reflejó en el mundo académico en el que creció el interés por los estudios hebraicos. El éxito más notable del doctor Pulido y del grupo que lo apoyaba —entre los que destacaban el escritor Cansinos Assens y la escritora y periodista Carmen de Burgos, Colombine— fue conseguir que el profesor de Jersusalén Abraham Yahuda fuera nombrado en 1915 profesor de lengua y literatura rabínica de la Universidad central de Madrid, gracias también al apoyo del rey Alfonso XIII. El tema que mayor interés despertó fue el folklore judeo-español, estudiado por los medievalistas y los especialistas en historia de la literatura de la escuela de Ramón Menéndez Pidal y por los musicólogos.

En 1915 el financiero judío Bauer funda La Revista de la Raza, dirigida por el filosefardí, Manuel Luis Ortega Pichardo, autor de Los hebreos de Marruecos (1919) y de una biografía de Pulido, que dedica un tercio de sus páginas a la sección "Mundo Sefardí". En 1916 el teniente general Julio Domingo Bazán publicó Los hebreos, que responde a la visión positiva que tenían muchos militares africanistas de los sefardíes, que contrasta con la imagen negativa que solían tener de los "moros", bárbaros y degenerados.

"Desde el inicio del protectorado español en el norte de Marruecos, en 1912, el rey Alfonso XIII y sus Gobiernos apoyaron el filosefardismo promovido por el doctor Pulido, habida cuenta del apoyo de los hebreos de la zona a la penetración española".El fruto más importante de este apoyo fue la concesión por el gobierno español a partir de 1916 del estatuto de protegido a los sefardíes, lo que significaba que podrían recurrir a los cónsules españoles en caso de sentirse amenazados para que defendieran sus derechos y podrían viajar con pasaporte español, aunque eso no significaba que se les concedía la ciudadanía española.

El "filosefardismo de derechas" de la Dictadura de Primo de Rivera

La indecisa situación jurídica de los sefardíes –estaban bajo la protección del Estado español pero no eran súbditos españoles- intentó ser solucionada durante la Dictadura de Primo de Rivera con la aprobación por el Directorio Militar el 20 de diciembre de 1924 de un decreto "sobre concesión de nacionalidad española por carta de naturaleza a protegidos de origen español" en el que se daba un plazo de seis años improrrogables –hasta el 31 de diciembre de 1930- para que los sefardíes –aunque en el decreto no aparecía este nombre ni el de judío o hebreo- que tuvieran el estatuto de protegidos pudieran obtener la nacionalidad española, simplemente solicitándolo de forma individual en un consulado. En el decreto también se decía que después del 31 de diciembre de 1930 ya no se concedería ningún estatuto de protegido a las personas que no hubieran accedido a la nacionalidad española en el plazo fijado.

Pero el decreto de 1924 tuvo muy poco éxito pues sólo cuatro mil o cinco mil sefardíes se acogieron a él para pedir la nacionalidad española. Muchos no lo hicieron porque creían que ya eran españoles, y así lo entendían los gobiernos de Turquía y de los países que habían pertenecido al Imperio Otomano. Muy pocos se instalaron en España ya que los que decidieron emigrar lo hicieron a países como Francia o Alemania, donde esperaban encontrar mejores oportunidades que en España.

La política de la Dictadura sobre los sefardíes ha sido llamada por Joseph Pérez y por Gonzalo Álvarez Chillida como "filosefardismo de derechas" o "filosefardismo derechista". Este, según Pérez, habría surgido entre los militares africanistas destinados en el Protectorado Español de Marruecos que despreciaban a los "moros" y que por el contrario consideraban a los judíos sefardíes mucho mejor educados y medio españoles. Esta idea ya fue recogida por el diplomático José Antonio de Sangroniz en su libro Marruecos publicado en 1921 y desarrollada en La expansión cultural de España de 1926 en el que adopta las posiciones de Pulido de acercamiento a los sefardíes. Por su parte el también diplomático José María Doussinague elaboró en 1930 un informe titulado Sefarditismo económico en el que afirmaba que los judíos sefardíes eran superiores a los askenazíes al tener mezclada su sangre con los castellanos y propugnaba utilizarlos como arma de penetración comercial en los Balcanes.El diplomático y escritor Agustín de Foxá también apoyó la causa sefardita e incluso le dedicó algunos poemas, como el titulado El romance de la casa del sefardita.

Uno de los militares africanistas filosefardíes fue, según Gonzalo Álvarez Chillida, Francisco Franco como lo prueba el artículo "Xauen la triste" que escribió para la Revista de tropas coloniales en 1926, cuando tenía 33 años y acababa de ser ascendido a general de Brigada. En el artículo resaltaba las virtudes de los judíos sefardíes con los que había tratado que contrastaba con el "salvajismo" de los "moros". En su guion de la película Raza (1942) aparece un episodio en el que se refleja este filosefardismo. El protagonista visita con su familia la sinagoga de Santa María la Blanca de Toledo y allí dice: "Judíos, moros y cristianos aquí estuvieron y al contacto con España se purificaron". "Para Franco, como vemos, la superioridad de la nación española se manifestaba en su capacidad de purificar hasta a los judíos, convirtiéndolos en sefardíes, bien diferentes de sus demás correligionarios", afirma Álvarez Chillida. El filosefardismo de Franco se ha intentado explicar por sus supuestos orígenes judeoconversos –que algunos han relacionado incluso con su devoción a Santa Teresa de Jesús, de familia conversa- pero no hay ninguna prueba al respecto –al parecer el nazi Heydrich ordenó una investigación sobre la cuestión sin ningún resultado-. De todas formas el filosefardismo del general Franco no afectó a su política de mantener España libre de judíos, salvo en sus territorios africanos.

Según Álvarez Chillida, el filosefardismo derechista, no sólo se explica por el apoyo de los judíos del Protectorado de Marruecos a los españoles, sino también por el proyecto panhispanista impulsado por la Dictadura, resultado de la reacción nacionalista española al desastre del 98, y que engloba lo sefardí. Se trataba pues de una forma de imperialismo cultural que, como señaló el rabino Ehrenpreis en su viaje por España de 1928, intentaba "contactar a los hispanohablantes de todo el mundo y crear por medios espirituales una gran potencia española". Uno de sus principales ideólogos fue el admirador del fascismo italiano Ernesto Giménez Caballero quien desde 1927 dirigía La Gaceta Literaria en la que aparecieron muchos artículos dedicados a los sefardíes, considerados plenamente "españoles" ya desde la Edad Media, y que gracias a su hispanismo constituían la aristocracia de los judíos. En 1929 Giménez Caballero fue contratado por el Ministerio de Estado de la Dictadura para que pronunciara una serie de conferencias en distintas ciudades de los Balcanes dirigidas a los sefardíes, y para que valorara la situación de las comunidades visitadas. "Su informe fue enormemente negativo, denunciando que la política filosefardí en la práctica era mínima, en alguna ocasión obstaculizada por las legaciones españolas. Proponía, como siempre, desarrollar en los hechos el programa de Pulido: relaciones económicas, política cultural (muy especialmente) y nacionalizaciones". Asimismo en su afán por resaltar las afinidades entre sefardíes y españoles rodó una película muda durante el viaje titulada Los judíos de patria española y en la que propugnaba la "Reconquista espiritual" de los expulsados en 1492. En los años 30 Giménez Caballero, ya plenamente fascista, adoptará posturas abiertamente antisemitas —que ya habían aparecido en algunos artículos publicados en La Gaceta Literaria—, aunque sin olvidar su filosefardismo.

La Segunda República

El Gobierno Provisional de la Segunda República Española desde el primer momento se manifestó filosemita, así como toda la prensa republicana. Alejandro Lerroux, ministro de Estado, declaró que los judíos podrían venir libremente a España al haberse aprobado la libertad religiosa, lo que fue reiterado por el embajador en Berlín, el historiador Américo Castro. El ministro socialista Fernando de los Ríos hizo un encendido elogio de los sefardíes durante el debate constitucional y afirmó que merecían una reparación -él personalmente hizo una visita a los judíos de Tetuán a finales de 1931, lo que le valió una campaña denigratoria por parte de la prensa derechista que lo motejó de "judío"-. Sin embargo, estas declaraciones de principios no se tradujeron en hechos, como ya había sucedido durante el reinado de Alfonso XIII. La ley que tenía que desarrollar el artículo 23 de la Constitución de 1931 para facilitar el acceso a la nacionalidad "a las personas de origen español que residan en el extranjero" —lo que hubiera afectado a todos los sefardíes, no sólo a los protegidos, como en el decreto de 1924— nunca se aprobó.24 Tampoco prosperó la propuesta de Fernando de los Ríos, ministro de justicia del gobierno de Manuel Azaña, de conceder la nacionalidad española a todos los sefardíes del Protectorado Español de Marruecos, como habían hecho los franceses en Argelia. En el segundo bienio el gobierno de Alejandro Lerroux revocó en marzo de 1934 una circular del gobierno de Azaña de febrero de 1933 que permitía a los antiguos protegidos sefardíes obtener la nacionalidad española. Por esas fechas varios centenares de judíos alemanes –se supone que askenazíes en su mayoría- pidieron asilo en España en un intento por escapar de la persecución que había iniciado Hitler después de haber alcanzado el poder en enero de 1933, pero los gobiernos republicanos derechistas no los admitieron "no por hostilidad hacia los judíos –se sabe que, por las mismas fechas, los representantes de España en la Sociedad de Naciones, Luis de Zulueta y Salvador de Madariaga, denunciaron severamente los malos tratos que recibían los judíos de la Alta Silesia-, sino sencillamente porque la situación económica de España no les permitía acoger refugiados. Parece ser, sin embargo, que algunos centenares de judíos alemanes emigraron entonces a la Península" lo que, por otro lado, levantó las protestas de algunos diarios de derechas españoles que recurrieron a los viejos tópicos antisemitas.

"Sólo se aceptaban peticiones individuales [de asilo], debido al paro y para evitar que la derecha antirrepublicana agitara un antisemitismo hasta entonces inexistente. Entre los casos individuales el Gobierno ofreció una cátedra en Madrid a Einstein, quien visitó España, aunque prefirió emigrar a Estados Unidos. Finalmente vinieron cerca de 3.000 refugiados alemanes, y también algunos polacos. En vísperas de la guerra vivían en España, cerca de 6.000 judíos, pero muchos medios derechistas denunciaron la nueva invasión judía procedente de Alemania".

El "filosefardismo de derechas" del primer franquismo

Según Joseph Pérez, "los actos del gobierno de Franco, desde una fecha muy temprana no se ajustan ni al antijudaísmo ni al antisemitismo, sino que aparecen conformes con el filosefardismo tal como lo concebía Primo de Rivera. Vemos, en efecto que, a pesar de los ataques verbales contra los judíos [las declaraciones ideológicas sobre el complot judeomasónico y la repetida aprobación del decreto de expulsión firmado en 1492 por los Reyes Católicos], es aquella política, inaugurada en 1924, la que continúa". Pérez aporta como prueba la creación en 1941 de la Escuela de Estudios Hebraicos adscrita al CSIC que comenzó a editar la revista Sefarad, pero sobre todo el Decreto-ley de 29 de diciembre de 1948 por el que se reconocía la nacionalidad española a 271 sefardíes que vivían en Egipto y a 144 familias que vivían Grecia y eran antiguos protegidos de España. Pérez también destaca que en 1959 se organizara en la Biblioteca Nacional de Madrid una gran Exposición bibliográfica sefardí y que cinco años después se llevara a cabo un proyecto que la Segunda República no llegó a realizar: transformar en museo sefardí la sinagoga del Tránsito de Toledo.En el preámbulo del decreto de creación del museo del 18 de marzo de 1964 se puede comprobar la continuidad del "filosefardismo de derechas" iniciado con la Dictadura de Primo de Rivera:

El interés que ofrece la Historia de los judíos en nuestra patria es doble, pues si, por una parte, su estudio es conveniente para un buen conocimiento de lo español, dada la presencia secular en España del pueblo judío, también es esencial a la entidad cultural e histórica de este pueblo la asimilación que una parte de su linaje hizo del genio y de la mente hispanos a través de una larga convivencia. Sin la referencia a este hecho no pueden entenderse los variados aspectos que ofrece la personalidad de los sefardíes en las distintas comunidades que formaron al dispersarse por el mundo. En el deseo de mantener y estrechar lazos que secularmente han vinculado a los sefardíes a España, parece singularmente oportuna la creación de un museo destinado a los testimonios de la cultura hebraico-española…

La política de la dictadura del general Franco respecto de los judíos sefardíes y askenazíes que huían de la persecución nazi en la Europa ocupada vino condicionada por la colaboración del régimen franquista con Hitler. Así se ordenó a los cónsules de España en Alemania y en los países ocupados o satélites del Eje que no concedieran pasaportes o visados a los judíos que lo solicitaran excepto si eran súbditos españoles, porque "si bien es cierto que en España no existe ley de razas, el gobierno español no puede poner dificultades, aun en sus súbditos de origen judío, para evitar se sometan a medidas generales". Sin embargo, la mayoría de los diplomáticos españoles no hicieron caso a esta orden y atendieron a los judíos, especialmente a los sefardíes que se presentaban en los consulados alegando que tenían el estatuto de protegidos, aunque éste ya no tenía vigencia y el plazo para obtener la nacionalidad había expirado el 31 de diciembre de 1930. Los cónsules sabían que "los sefardíes, como los otros judíos, corrían peligro de muerte si caían en manos de la policía alemana. Ante esta dramática situación, el cuerpo diplomático español, en toda Europa, tuvo un comportamiento ejemplar; hizo todo lo que estuvo en su alcance para aliviar la suerte de los judíos, fuesen sefardíes o no, con nacionalidad española o no. Los nombres de aquellos diplomáticos que, espontáneamente, a veces contra las instrucciones que recibían de su gobierno, hicieron cuanto estuvo en su poder para salvar a hombres y familias en peligro de muerte merecen pasar a la historia para que no caigan nunca en el olvido. Estos fueron, entre otros, Bernardo Roldán, Eduardo Gasset y Sebastián Radigales, respectivamente cónsules en París y Atenas; Julio Palencia Álvarez, Ángel Sanz Briz, encargados de negocios en Bulgaria y Hungría; Ginés Vidal, embajador en Berlín, y su colaborador Federico Oliván; sin contar con muchos otros funcionarios de rango más modesto que les ayudaron a esta tarea humanitaria".

Joseph Pérez a la pregunta "¿se habrían podido salvar más judíos si el gobierno español se hubiera mostrado más generoso, aceptando las sugerencias de sus cónsules en la Europa ocupada por los nazis?" responde "desde luego" y añade a continuación: "Hasta 1943… Madrid no quiso complicaciones con Alemania e incluso después de aquella fecha se prestó a colaborar con agentes nazis". Sin embargo, Pérez concluye: "a pesar de todo, el balance global es más bien favorable al régimen: no salvó a todos los judíos que pedían ayuda, pero salvó a muchos. Así y todo, es muy exagerado hablar, como hacen algunos autores, de la judeofilia de Franco…".

La transición

Las primeras Cortes democráticas elegidas en junio de 1977 aprobaron al año siguiente una proposición de ley presentada por los socialistas catalanes por la que se concedía la nacionalidad española a todos los judíos sefardíes con sólo dos años de residencia, equiparándolos así a iberoamericanos, andorranos, filipinos, ecuatoguineanos y portugueses que tenían el mismo derecho. En la intervención que tuvo ante la Cámara en defensa de la proposición de ley que había presentado su grupo parlamentario, Ernest Lluch (luego asesinado por ETA) se refirió a las campañas filosefardíes del doctor Pulido y a las propuestas del ministro socialista Fernando de los Ríos y justificó la proposición de ley como una reparación de la deuda histórica que España tenía con los descendientes de los judíos expulsados en 1492.

Actualidad

El 7 de febrero de 2014 el gobierno popular de Mariano Rajoy presentó el proyecto de modificación del Código Civil por el que los judíos sefardíes que lo solicitaran podrían obtener la nacionalidad española sin tener que renunciar a la que tuvieran en ese momento. La noticia causó un gran impacto entre la comunidad sefardí de Israel cuyos miembros colapsaron las oficinas consulares españolas de Jerusalén y Tel Aviv pidiendo información sobre las condiciones que debían reunir y los trámites que debían realizar para conseguir la nacionalidad.

Sefardí


Los sefardíes o sefarditas y también sefaradíes o sefaraditas (del hebreo ספרדים literalmente «Los judíos de España»), son los judíos que vivieron en la península ibérica hasta 1492 y también sus descendientes, quienes, más allá de residir en territorio ibérico o en otros puntos geográficos del planeta, permanecen ligados a la cultura hispánica.

En la actualidad la comunidad sefardí alcanza los dos millones de integrantes, la mayor parte de ellos residentes en Israel, Francia, Estados Unidos, Turquía y Argentina. También hay comunidades sefardíes en Canadá, Países Bajos, Italia, Serbia, Bosnia y Herzegovina, Marruecos, Argelia, Túnez, Cuba, México, Guatemala, Honduras, Nicaragua, Costa Rica, Panamá, Venezuela, Colombia, Ecuador, Perú, Brasil y Chile.

Durante el siglo XIX, el término sefardí se empleaba además para designar a todo judío que no era de origen askenazí (judíos de origen alemán, centroeuropeo o ruso). En esta clasificación se incluía también a judíos de origen árabe, de Persia, Armenia, Georgia, Yemen e incluso India, quienes aparentemente no guardaban ningún vínculo con la cultura ibérica que distingue a los sefardíes. La razón por la cual se utilizaba ese término indistintamente se debía principalmente a similitudes en el rito religioso y la pronunciación del hebreo que los sefardíes comparten con las poblaciones judías de los países mencionados (y que son claramente distintas a los ritos y pronunciaciones de los judíos azkenazíes). No obstante, a partir de la fundación del Estado de Israel, se consideró ya un tercer grupo dentro de la población judía, los mizrahim (del hebreo מזרח 'Oriente'), para garantizar que el término «sefardí» haga exclusivamente alusión al grupo humano antiguamente vinculado con la península ibérica.

Los judíos desarrollaron prósperas comunidades en la mayor parte de las ciudades españolas. Destacan las comunidades de las ciudades de Ávila, Burgos, Córdoba, Granada, Jaén, León, Málaga, Segovia, Sevilla, Soria, Toledo, Tudela, Vitoria y Calahorra. En la Corona de Aragón, las comunidades (o Calls) de Zaragoza, Gerona, Barcelona, Tarragona, Valencia y Palma de Mallorca se encuentran entre las más prominentes. Algunas poblaciones, como Lucena, Hervás, Ribadavia, Ocaña y Guadalajara, estaban habitadas principalmente por judíos. De hecho, Lucena estuvo habitada exclusivamente por judíos durante siglos en la Edad Media.

En Portugal, de donde son originarias muchas ilustres familias sefardíes, se desarrollaron comunidades activas en las ciudades de Lisboa, Évora, Beja y en la región de Trás-os-Montes.

Origen y uso del término sefardí

Sefardí proviene etimológicamente de Sefarad, término bíblico con el que las fuentes hebreas designan la Península Ibérica y es empleado para designar todo aquello perteneciente o relativo a Sefarad.6

El uso de tanto Sefarad como sefardí es sumamente frecuente ya desde fines del siglo XX en adelante. Ellos se emplean para respectivamente referirse a la Península Ibérica y los judíos nacidos, o provenientes, o descendientes de dicha región. Como ejemplos de ello considérese:

Ministerio de Cultura y Centro Nacional de Exposiciones de España: Toledo, Sinagoga del Tránsito, La vida judía en Sefarad, exposición y catálogo, noviembre de 1991 - enero de 1992
Centro Cultural Cervantes: "El legado de Sefarad - La España sefardita" - Memoria de Sefarad en América, sitio educativo, 2009
Biblioteca Nacional de España: "Biblias de Sefarad", exposición, con catálogo digitalizado, 2012.
David Stern, Universidad de Pensilvania: Una introducción al estudio de la Biblia hebrea en Sefarad. Quien afirma que: "Los libros hebreos que los judíos de Sefarad produjeron durante la Edad Media constituyen uno de los logros culturales más importantes de la historia judía. [...] En este ensayo me propongo esbozar las líneas fundamentales de la historia de la Biblia hebrea en Sefarad, desarrollando algún aspecto de carácter más general relacionado con ella."
Shimon Iakerson, Instituto de Manuscritos Orientales de la Universidad Estatal, San Petersburgo: Los primeros impresos hebreos de Sefarad. Quien explica que: "En la actualidad, no podemos dar una respuesta precisa y adecuada a la pregunta de quiénes fueron los primeros impresores de textos hebreos. De hecho, ni siquiera sabemos si estos fueron de origen sefardí, italiano o askenazí. A partir de los primeros datos de los que disponemos, podemos únicamente decir que el impresor del primer incunable hebreo que ha sobrevivido era de origen sefardí."
Museo Sefardí de Toledo (inaugurado en 1964) y Toledo Sefarad: Web Oficial del Toledo Judío (Patronato Municipal de Turismo de Toledo).
Centro de la Memoria Sefardí de Granada - Granata al-Yahud
Casa de Sefarad, Córdoba (España) - sitio oficial
Centro Sefarad-Israel, Madrid
Radio Sefarad - Federación de Comunidades Judías de España
Tarbut Sefarad
Museo Sefardí, Caracas (inaugurado en 2000).

El arabista Emilio García Gómez, a quien cita Joseph Pérez, cree inapropiado el uso del término sefardí para referirse a todo aquello lo relativo a los judíos españoles de la época medieval.El origen del término sefardí, según Pérez, sería posterior a la expulsión de 1492 y acaso un modo de distinguir a los judíos procedentes de España de aquellos que ya residían en otros lugares (tal el caso, por ejemplo, de los judíos askenazíes); a raíz de ello, prefiere reservar las palabras Sefarad y sefardí a épocas posteriores a 1492.

Los judíos en la península ibérica hasta la expulsión de 1492

Las comunidades primigenias

Se tiene conocimiento de la existencia de comunidades judías desde tiempos remotos. El hallazgo de evidencias arqueológicas lo confirman. Un anillo fenicio del siglo VII a. C., hallado en Cádiz con inscripciones paleo-hebraicas, y un ánfora, en la que aparecen dos símbolos hebreos del siglo I, encontrada en Ibiza, figuran entre las pruebas de la presencia judía en la península ibérica.

La presencia hebrea en el actual territorio español experimentó cierto incremento durante las guerras púnicas (218-202 a. C.), durante las cuales Roma se apoderó de la península ibérica (Hispania), y se sabe con precisión[cita requerida] que el aumento de la población judía se dio varios siglos después a raíz de la conquista de Judea por el general romano Tito, bajo mandato del emperador Vespasiano (70 d. C.). Se calcula que en la Hispania romana se asentaron, durante las primeras décadas de la Diáspora, alrededor de 80 000 personas procedentes de Palestina.[cita requerida] Esta cifra se elevará de manera considerable posteriormente. Igualmente, la presencia hebrea en la península también se debió a la importación de esclavos por los romanos para diversas actividades.

Hispania visigoda

Al adoptar los visigodos el catolicismo durante el reinado de Recaredo (587 d. C.) se inicia una época de persecución, aislamiento y rechazo de los judíos. Es en esta época cuando comienzan a formarse las primeras aljamas y juderías.

Al-Ándalus

Las difíciles condiciones en que se encontraban los judíos durante el Reino visigodo de Toledo católico hicieron que éstos recibieran a los conquistadores musulmanes como una fuerza liberadora.

A partir del año 711 las juderías aumentan en número y tamaño por toda la península. La victoria del bereber Táriq ibn Ziyad aseguraba un ambiente de mejor convivencia para los hebreos, ya que la mayor parte de los regímenes musulmanes de la península ibérica fueron bastante tolerantes en asuntos religiosos, aplicando la ley del impuesto a los dhimmi (judíos y cristianos), que junto con los mazdeítas eran considerados las gentes del libro, según lo estipulado en el Corán.

La comunidad judía andalusí, durante esta época, fue la más grande, mejor organizada y más avanzada culturalmente. Numerosos judíos de diversos países de Europa y de los dominios árabes se trasladaron a Al-Ándalus, integrándose en la comunidad existente, y enriqueciéndola en todos los sentidos. Muchos de estos judíos adoptaron el idioma árabe y se desempeñaron en puestos de gobierno o en actividades comerciales y financieras. Esto facilitó enormemente la incorporación de la población judía a la cultura islámica, principalmente en el sur, donde los judíos ocuparon puestos importantes y llegaron a amasar considerables fortunas. La prohibición islámica que impide a los musulmanes dedicarse a actividades financieras, caso similar para los cristianos que consideraban la actividad como impía, hace que los judíos de la península absorban por completo las profesiones de tesoreros, recolectores de impuestos, cambistas y prestamistas.

Por lo tanto, es bajo el dominio del Islam cuando la cultura hebrea en la península alcanza su máximo esplendor. Los judíos cultivan con éxito las artes y las ciencias, destacando claramente en medicina, astronomía y matemáticas. Además, los estudios religiosos y la filosofía son quizás la más grande aportación. Algunos nombres destacan en tales áreas. El rabino cordobés Moshé ibn Maimón, conocido como Maimónides, se distingue sobre los demás por sus aportes al campo de la Medicina, y sobre todo en la filosofía. Sus obras, como la Guía de perplejos y los comentarios a la Teshuvot, ejercieron influencia considerable sobre algunos de los doctores de la iglesia, principalmente sobre Tomás de Aquino.

En el campo de la matemática, se les atribuye a los judíos la introducción y aplicación de la notación numeral indoarábiga a Europa Occidental. Azraquel de Sevilla realiza un estudio exhaustivo sobre la Teoría de Ecuaciones de Diofanto de Alejandría, mientras que Abenezra de Calahorra escribe sobre las peculiaridades de los dígitos (1-9) en su Sefer ha-Eshad, redacta un tratado de aritmética en su Sefer ha-Mispad y elabora unas tablas astronómicas. Años antes de la Reconquista, el converso Juan de Sevilla tradujo del árabe un volumen del álgebra de Mohammed al-Khwarismi que fue posteriormente usado por matemáticos como Nicolo di Tartaglia, Girolamo Cardano o Viète.

En estilo andalusí se construye la Sinagoga del Tránsito (o de Samuel Ha-Leví) en la ciudad de Toledo, exponente máximo de la arquitectura judía de esta época, al igual que la Sinagoga de Córdoba.

La diáspora sefardí

La mayoría de los judíos expulsados de España en 1492 se instalaron en el norte de África, a veces vía Portugal, o en los estados cercanos, como el reino de Portugal, el reino de Navarra o en los estados italianos –donde paradójicamente muchos presumieron de ser españoles, de ahí que en el siglo XVI los españoles en Italia fueran frecuentemente asimilados a judíos-. Como de los dos primeros reinos también se les expulsó pocos años más tarde, en 1497 y en 1498 respectivamente, tuvieron que emigrar de nuevo. Los de Navarra se instalaron en Bayona en su mayoría. Y los de Portugal que no se convirtieron al cristianismo acabaron en el norte de Europa (Inglaterra o Flandes). En el norte de África, los que fueron al reino de Fez sufrieron todo tipo de maltratos y fueron expoliados, incluso por los judíos que vivían allí desde hacía mucho tiempo –de ahí que muchos optaran por regresar y bautizarse-. Los que corrieron mejor suerte fueron los que se instalaron en los territorios del Imperio Otomano, tanto en el norte de África y en Oriente Próximo, como en los Balcanes -después de haber pasado por Italia-. El sultán Bayaceto II dio órdenes para que fueran bien acogidos y exclamó en una ocasión refiriéndose al rey Fernando: "¿A éste le llamáis rey que empobrece sus estados para enriquecer los míos?". Este mismo sultán le comentó al embajador enviado por Carlos V "que se maravillaba que hubiesen echado los judíos de Castilla, pues era echar la riqueza"-.

Como algunos judíos identificaban España, la península ibérica, con la Sefarad bíblica (término tomado por los sefarditas del fenicio Span, que significa país lejano o escondido habida cuenta la gran distancia que existe entre la Península Ibérica e Israel y finalmente hebraizado S'farad), los judíos expulsados por los Reyes Católicos recibieron el nombre de sefardíes. Estos, además de su religión, "guardaron asimismo muchas de sus costumbres ancestrales y particularmente conservaron hasta nuestros días el uso de la lengua española, una lengua que, desde luego, no es exactamente la que se hablaba en la España del siglo XV: como toda lengua viva, evolucionó y sufrió con el paso del tiempo alteraciones notables, aunque las estructuras y características esenciales siguieron siendo las del castellano bajomedieval. […] Los sefardíes nunca se olvidaron de la tierra de sus padres, abrigando para ella sentimientos encontrados: por una parte, el rencor por los trágicos acontecimientos de 1492; por otra parte, andando el tiempo, la nostalgia de la patria perdida…".

La permanencia sefardí

Según el estudio genético "The Genetic Legacy of Religious Diversity and Intolerance: Paternal Lineages of Christians, Jews, and Muslims in the Iberian Peninsula" de la Universidad Pompeu Fabra de Barcelona y la Universidad de Leicester, liderados por el británico Mark Jobling, Francesc Calafell y Elena Bosch, publicados por American Journal of Human Genetics, los marcadores genéticos muestran que un 20% (uno de cada cinco) de los españoles tienen marcadores de judíos sefardíes (ascendencia directa masculina para el Y, peso equivalente para las mitocondrias femeninas). Esto representa que el cruzamiento genético (el Y es transmisión exclusiva por linea paterna) de la mezcla con ancestros judíos en España es total. Siendo la población de origen magrebí concentrada en Galicia, la mayor proporción de ascendencia directa judía es Asturias con un 40% (2 de cada 5), siendo el componente norteafricano testimonial (los apellidos son indicadores de ascendencia directa masculina; el apellido materno se pierde).

Los sefardíes en el Imperio otomano

Buena parte de los judíos expulsados fueron acogidos en el Imperio otomano, que a la sazón estaba en su máximo apogeo. El sultán Bayaceto II permitió el establecimiento de los judíos en todos los dominios de su imperio, enviando navíos de la flota otomana a los puertos españoles y recibiendo a algunos de ellos personalmente en los muelles de Constantinopla. Es famosa su frase: Gönderenler kaybeder, ben kazanırım — «Aquellos que les mandan pierden, yo gano» (Pulido, 1993).

Los sefardíes formaron cuatro comunidades en el Imperio otomano, por mucho, más grandes que cualquiera de las de España, siendo las dos mayores la de Salónica y la de Estambul, mientras que las de Esmirna y Safed fueron de menor tamaño. Sin embargo, los sefardíes se establecieron en casi todas las ciudades importantes del Imperio, fundando comunidades en Sarajevo, Belgrado, Monastir, Sofía, Russe, Bucarest, Alejandría, Edirne, Çanakkale, Tekirdağ y Bursa.

Los sefardíes rara vez se mezclaron con la población autóctona de los sitios donde se asentaron, ya que la mayor parte de éstos eran gente educada y de mejor nivel social que los lugareños, situación que les permitió conservar intactas todas sus tradiciones y, mucho más importante aún, el idioma. Los sefardíes continuaron hablando, durante casi cinco siglos, el castellano antiguo, mejor conocido hoy como judeoespañol que trajeron consigo de España, a diferencia de los sefardíes que se asentaron en países como Holanda o Inglaterra. Su habilidad en los negocios, las finanzas y el comercio les permitió alcanzar, en la mayoría de los casos, niveles de vida altos e incluso conservar su estatus de privilegio en las cortes otomanas.

La comunidad hebrea de Estambul mantuvo siempre relaciones comerciales con el Diván (órgano gubernamental otomano) y con el sultán mismo, quien incluso admitió a varias mujeres sefardíes en su harén. Algunas de las familias sefardíes más prominentes de la ciudad financiaban las campañas del ejército otomano y muchas de sus miembros ganaron posiciones privilegiadas como oficiales de alto rango. Los sefardíes vivieron en paz por un lapso de 400 años, hasta que Europa comenzó a librar sus dos Guerras Mundiales, con el consiguiente colapso de los antiguos imperios y el surgimiento de nuevas naciones.

La amistad y las excelentes relaciones que los sefardíes tuvieron con los turcos persiste aún a la fecha. Un prudente refrán sefardí, que hace alusión a no confiar en nada, prueba las buenas condiciones de esta relación: Turko no aharva a cidyó, ¿i si le aharvó? — «Un turco no golpea a un judío, ¿y si en verdad lo golpeó?» (Saporta y Beja, 1978).

La Salónica otomana

La ciudad de Salónica, en la Macedonia griega, sufrió un cambio trascendental al recibir a casi 250 000 judíos expulsados de España. La ciudad portuaria, anteriormente habitada por griegos, turcos y búlgaros, pasó a tener una composición étnica a finales del siglo XIX de casi un 65% de sefardíes. Desde el principio, en esta ciudad establecieron su hogar gran parte de los judíos de Galicia, Andalucía, Aragón, Sicilia y Nápoles, de ahí que el judeoespañol tesalonicense se vea claramente influenciado por la gramática del gallego y esté plagado de palabras del italiano. La mayoría de los hebreos de Castilla optaron por ocupar las importantes posiciones de gobierno disponibles en Estambul, hecho que también se evidencia en la lengua hablada por los judíos turcos (Saporta y Beja, 1978).

En Salónica, había barrios, comunidades y sinagogas pertenecientes a cada una de las ciudades y regiones de España. Kal de Kastiya, Kal Aragon, Otranto, Palma, Siçilia, Kasseres, Kuriat, Albukerk, Evora y Kal Portugal son ejemplos de barrios y sinagogas existentes en la ciudad macedonia a finales del siglo XIX, y son señal de que los sefardíes nunca olvidaron su pasado ni sus orígenes ibéricos.

Es importante destacar que la presencia hebrea en Salónica fue tan importante que el judeoespañol se convirtió en lingua franca para todas las relaciones sociales y comerciales entre judíos y no judíos. El día de descanso obligatorio de la ciudad, a diferencia del viernes musulmán o el domingo cristiano, era el sábado, ya que la gran mayoría de los comercios pertenecían a sefardíes. La convivencia pacífica entre individuos de las tres religiones llegó incluso al establecimiento de relaciones entre familias de diferentes confesiones, logrando así que hoy en día, muchos de los habitantes de Salónica cuenten por lo menos a un sefardí entre sus ancestros (Mazower, 2005).

La comunidad de Salónica, otrora la más grande del mundo y llamada por los sionistas la Madre de Israel, cuenta hoy con muy escasos individuos, ya que casi el 80% de sus habitantes fueron víctimas del Holocausto, sin contar las innumerables personas que emigraron, principalmente a Estados Unidos y Francia, antes de la Segunda Guerra Mundial, o a Israel con posterioridad.

Destrucción de las comunidades otomanas y dispersión

De las antiguas comunidades sefardíes del Imperio otomano poco queda hoy. Se puede considerar que la primera década del siglo XX es la última década de existencia «formal» de las comunidades sefardíes, principalmente de las comunidades asentadas en territorio griego. El movimiento nacionalista que se suscitó en Grecia, como consecuencia de su movimiento de independencia, ejerció una influencia considerable en los helenos residentes de Salónica, que a principios del siglo XX permanecía en manos otomanas.

La derrota del Imperio otomano en la Primera Guerra Mundial significó para las comunidades griegas el término de sus privilegios y, años más tarde, su total destrucción. La anexión de la Macedonia a Grecia y la importancia que significaba Salónica para los griegos, puesto que se considera la cuna del helenismo, desencadenó violentas demostraciones antisemitas, muchas de ellas encabezadas por jerarcas de la Iglesia Ortodoxa griega, o por miembros de partidos políticos nacionalistas. «El putrefacto cadáver hebreo se ha enquistado en el cuerpo puro del helenismo macedonio», afirmaba un panfleto de la época. Se inicia entonces la salida de muchos sefardíes, nuevamente hacia el exilio en diferentes países (Mazower, 2005).

La considerable influencia francesa que ejerció la Alianza Israelita Universal sobre los sefardíes cultos hizo que muchos de éstos emigraran a Francia, mientras que otro tanto lo hizo a los Estados Unidos. Muchos de estos sefardíes no ostentaban ninguna nacionalidad, pues a su nacimiento, fueron registrados como ciudadanos del Imperio otomano, el cual dejó de existir en 1923. Aunque en algunos casos Grecia concedió pasaportes y garantías a los sefardíes como ciudadanos del reino, éstos nunca estuvieron vinculados con su nueva «patria». Un sefardí, al emigrar a Francia, declaró incluso ser de nacionalidad tesalonicense al ignorar la verdadera (Mazower, 2005).

Por el contrario, las juderías de Estambul y Esmirna no sufrieron mayores cambios en su situación, dado que al declararse la República de Turquía por Mustafa Kemal Atatürk, todos ellos continuaron siendo ciudadanos turcos protegidos. La abolición del Califato por Atatürk significó la secularización del Estado turco, lo cual hizo que los sefardíes dejaran de pagar el impuesto de dhimmí, o de súbditos no musulmanes. La judería turca permaneció a salvo durante casi todo el siglo XX y sólo desde el establecimiento del Estado de Israel comienza a sufrir una desintegración paulatina.

Una situación de indiferencia política, por su parte, sufren las juderías de Yugoslavia y Bulgaria, que por su reducido tamaño nunca fueron objeto de ninguna vejación, y aún hoy en día subsisten como lo han hecho durante siglos. Caso divergente, la judería de Bucarest corrió con el mismo destino que la otrora rica y poderosa comunidad de Salónica.

Los sefardíes en la actualidad

La comunidad sefardí, hoy en día, es mucho más numerosa en el Estado de Israel, donde hubo desde tiempos otomanos una comunidad en Safed, Galilea. En la actualidad, existen comunidades en las ciudades de Tel Aviv, Haifa y Jerusalén. Tienen su propia representación en la Knesset e incluso un rabino actúa como líder de la comunidad, Shlomo Amar. El partido religioso sefardí Shas es una de las principales fuerzas políticas en Israel y la fuerza «confesional» más numerosa.

La destrucción de casi toda la comunidad sefardí en el Holocausto originó en gran medida una disminución sustancial en la población hablante de lengua judeoespañola. Esto llevó a muchos miembros de la comunidad sefardí, esparcida principalmente en América e Israel, a intentar preservar la lengua, institucionalizarla y promover actividades científicas y culturales en torno a ella. Israel funda, a iniciativa del presidente Isaac Navón, la Autoridad Nasionala del Ladino, órgano encargado del estudio del judeoespañol, su protección y conservación. Esta institución edita periódicamente la revista Aki Yerushalayim, totalmente impresa en judeoespañol y que contiene artículos de interés para la comunidad sefardí. El Instituto Benito Arias Montano de Madrid publica también una revista de corte similar, titulada Sefarad.

En Estados Unidos, destaca la Fundación para el Avance de los Estudios y la Cultura Sefardíes (Foundation for the Advancement of Sephardic Studies and Culture — FASAAC), en donde trabajaron activamente personajes como Albert Matarasso, Mair José Benadrete, Henry V. Besso y David Barocas, eruditos de la cultura sefardí. Esta institución posee un amplio archivo de fotografías y documentos para investigadores.

En América Latina existen templos y cementerios sefardíes en las principales comunidades. Paulatinamente se entrelazan y cooperan con las comunidades askenazíes para sobrevivir.

En pro de la preservación de la cultura sefardí, las emisoras de radio Kol Israel y Radio Exterior de España emiten programas en lengua judeoespañola y dedican gran parte del tiempo a la divulgación de los eventos en favor de la cultura. Recientemente, el Instituto Cervantes de Estambul, en colaboración con la comunidad sefardí residente en la ciudad, imparte cursos de judeoespañol de manera regular. La Fundación Francisco Cantera Burgos en la ciudad española de Miranda de Ebro posee la mayor biblioteca en temas sefarditas y hebraicos de Europa, y una de las mayores del mundo.

En 1982, España estableció el reconocimiento de la nacionalidad a los sefardíes que demostraran una clara vinculación con el país. Las nacionalizaciones se tramitaban por vía de excepcionalidad a través del acuerdo del Consejo de Ministros. Por vía ordinaria, el plazo para adquirir la nacionalidad por los sefardíes en razón de su residencia era de dos años, al igual que para los nacionales de origen de Iberoamérica, Andorra, Filipinas, Guinea Ecuatorial o Portugal y ocho menos que el resto de los no nacionales.Sin embargo, en 2015 se aprobó la ley que simplificaba el proceso que, no obstante, requería dos viajes a España para completarse.

Además de las diversas iniciativas que mantienen la memoria de estas personas28 , rey Felipe VI acogió a esta comunidad presidiendo un acto solemne celebrado en el comedor de gala del Palacio Real de Madrid con motivo de la Ley 12/2015 "en materia de concesión de nacionalidad española a los sefardíes originarios de España" . Diversos medios se hicieron eco de la noticia, tanto en medios generalistas como en medios especializados.

Apellidos sefardíes

Es una tradición española considerar como apellidos propios de los judíos todos aquellos apellidos de origen toponímico, de oficios o de profesiones. Así tenemos apellidos de origen patronímico, que son aquellos derivados de un nombre propio: de Sancho–>Sánchez, de Ramiro->Ramírez, Gonzalo->González, así también Martín, Alonso, Marín etc. Toponímico, o del lugar de procedencia como Ávila, Córdoba, Franco, Lugo, Zamora etc. Apellidos inspirados en accidentes o detalles geográficos que referencian a una familia dentro de un mismo pueblo, como puede ser De la Fuente, Del Pozo, Del Río, Ríos, Montes, Plaza, Lacoste, Calle, etc. Aquellos que toman una cualidad física o psíquica para identificar a un individuo dentro del grupo, como Cano, Calvo, Moreno, Pardo, Quiroz, Rubio, Petit. Y por supuesto los que indican que se ejerce un determinado oficio o profesión (Guerrero, Tinajero, Barbero, Barragán, Cubero, Zapatero, Ferrer, Ballesteros).

Es por lo tanto muy difícil asegurar una atribución exclusiva o tan siquiera relativa de un apellido con personas de una determinada religión, como muy bien expresaba Don Julio Caro Baroja en su obra Los judíos en la España moderna y contemporánea. Al tratar precisamente del tradicionalismo de los sefarditas, tanto en sus actividades lingüísticas como al ejercer oficios y profesiones, afirma que «aparte de conservar con celo apellidos desaparecidos hace mucho en España, o que, por el contrario, les son comunes con cristianos viejos de los que aquí pueden vivir (éste el de los apellidos, es terreno muy resbaladizo, y en el que muchos pueden dejarse llevar por la pasión fácilmente...».

En el apéndice X de la obra Apellidos de conversos se recoge un manuscrito de la Biblioteca Nacional que se ocupa del problema de los apellidos en Aragón.

Es de saber, que cuando los moros y judíos se bautizaron por mandado de los Reyes Católicos don Fernando y doña Isabel, muchos hombres principales, para aficionarlos a que de mejor gana lo hiciesen, les ponían sus nombres, de donde ha sucedido que ahora los sucesores de aquellos hombres principales tienen su limpieza en disputa, por ver que se hallan confesos de su apellido.

Allí se cita como ejemplo los casos de los Samaniego, Mendoza, Señores de Sangarrén, o de Don Domingo Ram, obispo de Huesca, que otorgaron su apellido a muchos bautizados.

Es cierto que los judíos tomaron tradicionalmente apellidos inspirados en personajes bíblicos, pero esos son también comunes en los individuos de religión islámica o cristiana. Otra fuente de inspiración propia fueron los motivos naturales, metales, piedras preciosas o sustancias, o simplemente los nombres de los colores.Por último debemos citar el caso de los judíos conversos que adoptaron voces de inspiración cristiana.

No es posible asegurar si un apellido concreto es judío o no. El hecho de que un determinado apellido sea portado por un judío no implica que ese apellido sea judío y, por ende, que todos los que lo llevan tengan origen judío. El proceso debe ser justo el contrario, dado que podemos afirmar sin ninguna duda que los apellidos judíos todavía en uso, con sus modificaciones, falsificaciones, etc. que estén referenciados en apellidos de origen español, determinan la herencia sefardita en un judío.

Sinagogas y familias relacionadas

Mayor (Mallorca) — Cuenca, Ferrera, Arotchas, Baraja, Ben Mayor, Torres, Francés.
Provincia (Provence) — Yeoshua, Barbero, Barouch, Menachem, Eskenazy, Haim, Pitchón, Paladino.
Estrouk (León) — Pinto, Chiniyo, Aragon, Faradji, Agas, Agasi.
Bet Aharon (Galicia) — Cassouto, Pardo, Saragoussi, Toledano, Franco, Avayou, Israel, Leal, Sadoc, Zadoq, Cadoc, Cadoche, Cadoches, Cados, Kados, Cadosch, Kadosh, Qadosh, Lugo, Villegas.
Aragón (Aragón) — Chiniyo, Pinto, Azouz, Hanania, Yona, Nahoum, Levi, Sarfati.
Portugal (Lisboa) — Melo, Ferreira, Antunes, Raphael, Pereire, Paraira, Arari, Rangel, Miranda, Boueno, Hernández, Pera, Pérez, Pinto, Preciado, Santo, Vilar.
Evora (Evora) — Pinto, Ovadia, Attias, Rouvio, Ergas, Amarillio, Bivas.
Shalom (Extremadura) — Molho, Pérez, Benveniste, Albukerk, Alviz, Kuriat, Litcho, Saloum, Alvo, Pero, Perero, Perera.
Catalan Hadash (Cataluña) — Parés, Perer, Shemtov, Sento, Santob, Ravel, Ravell, Santo, Santos.
Sicilia (Sicilia) — Ouziel, Berakha, Hazan, Hassan, Segoura, Shami, Shaban, Menashe, Haver, Levi.
Calabria (Calabria) — Profeta.
Toledano (Tapiero) - Días, Díaz, Cohen.
Italia Hadash (Roma) - Kalonymus, Calimano, Shemtob, Ravelli.

Cultura sefardí

Música sefardita

La música sefardí o sefardita nace de los judíos españoles instalados en Castilla y Aragón que adaptan canciones populares castellanas hasta su expulsión en tiempos de los Reyes Católicos, siendo una fusión de la música árabe y la cristiana. Árabe en el ritmo y los instrumentos y cristiana por el idioma en que se cantaban, que era el castellano. La temática más corriente de las canciones sefardíes es la amorosa, aunque también destacan las canciones de cuna y las de boda.

Por lo tanto cuando se habla de música sefardí como tal no se puede hablar de un género nuevo sino de una adaptación a su medida de unas melodías ya existentes, que hicieron los judíos llegados a España, pero que ganaron con la llegada de los sefardíes en riqueza rítmica e instrumental.

Los sefardíes al ser expulsados de España llevaron su música y tradiciones a Turquía, Grecia y Bulgaria, países donde se establecieron principalmente. Han sabido mantener las canciones en castellano que heredaron de sus antepasados ibéricos pese al paso de los siglos y añadir palabras propias de cada idioma autóctono.

Con la música sefardí que se sigue practicando en el Mediterráneo oriental en la actualidad podemos hacernos una idea de como sonaba esta música en la Edad Media.

Gastronomía sefardí

Corresponde al conjunto de costumbres culinarias de los judíos sefardíes. Las características de la gastronomía sefardí van íntimamente ligadas a las prácticas del judaísmo, se puede decir que forma parte integrante de la gastronomía mediterránea debido al uso que hace de los ingredientes de esta zona de Europa añadiéndole algún tinte de misticismo a la elaboración de algunas recetas tradicionales. Posee influencias claras de la cocina árabe y con el devenir de los años ha adquirido influencias de la cocina turca.

Sefardíes destacados

Marcos Ricardo Barnatán, escritor.
Jimmy Barnatán, cantante, actor y escritor.
Joseph Caro, rabino, teólogo, jurista y escritor.
Isaac Carasso, empresario, fundador de Danone.
Daniel Carasso, empresario.
Familia Camondo, banqueros y mecenas.
Baruj Salinas, pintor.
David Abulafia, historiador.
Myriam Moscona, poeta y escritora.
Lluís Bassat, publicista catalán.
Uriel Macías Kapón, escritor.
Elena Benarroch, diseñadora.
Jacques Derrida, filósofo.
Benjamin Disraeli, político, escritor, primer ministro del Reino Unido
Abraham Galante, académico y polímata turco.
Antonio Enríquez Gómez, dramaturgo, narrador y poeta lírico español.
Abraham Meza, ayudante de Simón Bolívar
Amedeo Modigliani, pintor de la Escuela de París
Moisés Montefiore, banquero y filántropo británico
José Penso de la Vega, escritor del Siglo de Oro.
Murray Perahia, pianista.
Camille Pissarro, pintor impresionista.
David Ricardo, uno de los padres de la economía clásica.
Baruch Spinoza, filósofo.
Uriel da Costa, filósofo.
Primo Levi, químico y escritor.
Joseph Nehama, historiador, lingüista.
Maír José Bernadete, hispanista.
David Romano Ventura, filólogo e historiador.
Émile Benveniste, lingüista.
Esther Benbassa, historiadora y política.
Ricardo Bofill Levi, arquitecto.
Miguel Abensour, filósofo.
Esther Bendahan, escritora.
Irene Kajon Levi, filósofa.
Susana Romano-Sued, poeta, escritora.
Marc-Alain Ouaknin, filósofo y escritor.
Margalit Matitiahu, escritora.
Haïm Vidal Séphiha, lingüista.
Marcos (Mordejai) Edery, rabino.
Uriel Romano, rabino.
Pierre Vidal-Naquet, historiador.
Emilio Gino Segrè, Premio Nobel de Física.
Cesare Segre, filólogo y semiólogo.
Victor Segré, escritor.
Ivan Segré, filósofo y talmudista.
Jérôme Benarroch, filósofo y talmudista.
Hélène Cixous, escritora.
Daniel Najmías, traductor.
Miquel Segura Aguiló, periodista y escritor.
Avner Pérez, poeta y traductor.
Ferrán Aguiló, escultor.
Yehuda Hatsvi, escritor y traductor.
Clarisse Nicoïdski, poeta y escritora.
Isaac Ben Rubí, periodista, escritor, editor y poeta.
Enrique Saporta y Beja, escritor y editor.
Ariel Barchilón, narrador y dramaturgo.
Enrico Macias, cantante.
Paul Marciano, diseñador.
Idan Matalon, periodista, productor de audio y video, modelo, y ejecutivo de negocios.
Rena Molho, historiadora.
Ellen Gould Ventura, cantante.
Nissan ben Avraham, primer rabino chueta.
Neil Manel Frau-Cortès, músico, investigador, escritor.
Sophie Calle, escritora, fotógrafa, directora y artista conceptual.
Shlomo Ben Ami, historiador, político y diplomático.
José Carlos Cataño, poeta, ensayista y narrador.
Yaakov Moshé Toledano, rabino y político israelí.
Saadia Marciano, político israelí fundador de los Black Panthers en Israel.
Romi Aboulafia, actriz israelí.

Sefarad (en hebreo, ספרד) es un topónimo bíblico que la tradición judía ha identificado con España —de ahí que en lengua hebrea sea la palabra que se utiliza para referirse a España—. Al parecer la identificación de Sefarad con la península ibérica no se produjo en la Edad Media, sino después de la expulsión de los judíos de España en 1492. De Sefarad toman su nombre los sefardíes, descendientes de los judíos originarios de España y Portugal.

Sefarad en los textos bíblicos

Sefarad es el término bíblico con el que las fuentes hebreas designan la península ibérica.
Se trata de un topónimo bíblico mencionado una sola vez, concretamente en el Libro de Abdías:5

La multitud de los deportados de Israel
ocupará Canaán hasta Sarepta,
y los deportados de Jerusalén que están en Sefarad
ocuparán las ciudades del Negueb.
Abdías 1:20
El pasaje, de difícil datación como todo el Libro de Abdías, hace referencia en todo caso al período conocido como cautividad de Babilonia, y a la dispersión del pueblo judío que siguió a la destrucción de Jerusalén en 586 a. C. Implica que algunos habitantes de Jerusalén fueron deportados al lugar mencionado.

Algunos expertos en la Biblia, aunque no han averiguado a qué lugar se refiere exactamente, se inclinan por considerar a Sefarad como una ciudad de Oriente Próximo, y la han identificado con Sparda (Sardes), ciudad de Lidia (Asia Menor); o con Shaparda, ciudad no muy alejada de Babilonia; o con Sabariam o Sibraïm, cerca de Hama (Siria).

Identificación de Sefarad con España

Los exégetas judíos de la Biblia identificaron Sefarad con Hispania al menos desde el Targum de Jonatán, traducción al arameo de los libros proféticos realizada por Jonatán Ben Uziel, de cronología discutida, pero probablemente de época romana. A partir del siglo II E.C., los judeoespañoles le dieron el nombre Sefarad a la Península ibérica.Desde entonces fue habitual en la literatura hebrea postbíblica referirse a la península con el nombre de Sefarad, que aparece en las obras de autores sefardíes como Isaac Abravanel y Salomón ben Verga. En el siglo XVI, el hebraísta Benito Arias Montano, en su Comentaria in Duodecim Prophetas (Amberes, 1571), recoge también esta idea.

El uso Sefarad es sumamente frecuente ya desde fines del siglo XX en adelante y se emplea para referirse a la Península Ibérica y los judíos nacidos, o provenientes, o descendientes de dicha región. Como ejemplos de ello considérese:

Ministerio de Cultura y Centro Nacional de Exposiciones de España: Toledo, Sinagoga del Tránsito, La vida judía en Sefarad, exposición y catálogo, noviembre de 1991 - enero de 1992
Centro Cultural Cervantes: "El legado de Sefarad - La España sefardita" - Memoria de Sefarad en América, sitio educativo, 2009
Biblioteca Nacional de España: "Biblias de Sefarad", exposición, con catálogo digitalizado, 2012.
David Stern, Universidad de Pensilvania: Una introducción al estudio de la Biblia hebrea en Sefarad. Quien afirma que: "Los libros hebreos que los judíos de Sefarad produjeron durante la Edad Media constituyen uno de los logros culturales más importantes de la historia judía. [...] En este ensayo me propongo esbozar las líneas fundamentales de la historia de la Biblia hebrea en Sefarad, desarrollando algún aspecto de carácter más general relacionado con ella."

Shimon Iakerson, Instituto de Manuscritos Orientales de la Universidad Estatal, San Petersburgo: Los primeros impresos hebreos de Sefarad. Quien explica que: "En la actualidad, no podemos dar una respuesta precisa y adecuada a la pregunta de quiénes fueron los primeros impresores de textos hebreos. De hecho, ni siquiera sabemos si estos fueron de origen sefardí, italiano o askenazí. A partir de los primeros datos de los que disponemos, podemos únicamente decir que el impresor del primer incunable hebreo que ha sobrevivido era de origen sefardí."

Museo Sefardí de Toledo (inaugurado en 1964) y Toledo Sefarad: Web Oficial del Toledo Judío (Patronato Municipal de Turismo de Toledo).
Centro de la Memoria Sefardí de Granada - Granata al-Yahud
Casa de Sefarad, Córdoba (España) - sitio oficial
Centro Sefarad-Israel, Madrid
Radio Sefarad - Federación de Comunidades Judías de España
Tarbut Sefarad
Museo Sefardí, Caracas (inaugurado en 2000).

Bibliotheca Sefarad Bibliotheca Sefarad es una biblioteca digital de referencias bibliográficas de judaica especializada en temas hispanojudíos, Inquisición y sefardíes, con especial interés en las publicaciones españolas.

El arabista Emilio García Gómez, a quien cita Joseph Pérez, cree inapropiado el uso del término sefardí para referirse a todo aquello lo relativo a los judíos españoles de la época medieval.El origen del término sefardí, según Pérez, sería posterior a la expulsión de 1492 y acaso un modo de distinguir a los judíos procedentes de España de aquellos que ya residían en otros lugares (tal el caso, por ejemplo, de los judíos askenazíes); a raíz de ello, prefiere reservar las palabras Sefarad y sefardí a épocas posteriores a 1492.